terça-feira, 23 de outubro de 2007

[Heroes] 2x05 - "Fight or Flight"

Após quatro episódios de poucas cenas interessantes no meio de muita enrolação, Heroes finalmente dá um sinal de vida. “Fight or Flight” é o primeiro episódio que realmente empolga (embora eu também goste do season premiere), com menos seqüências descartáveis e mais desenvolvimento real da trama.




Como já evidenciado no capítulo anterior, a série só tem a ganhar quando foca em menos personagens. Aqui, Hiro e Peter retornam, mas os gêmeos Maya e Alejandro (cuja trama só ficou interessante com a presença de Sylar) e o casal teen Claire e West ficam de fora, dando mais tempo de tela aos demais. O segredo também é ter algo de interessante a se desenvolver nas tramas em questão, gastando pouco tempo para aqueles que, se têm que aparecer, que seja o mínimo possível.


É o caso de Hiro. O episódio não perdeu muito tempo com ele, então não sou eu quem vai perder. Se Takezo Kensei terá uma participação mais importante na série, ainda é só especulação, mas enquanto isso não acontece, toda a história é medíocre e não serve nem como alívio cômico. Só impressiona como Hiro consegue escrever tanto em pedaços tão minúsculos de pergaminho. Felizmente, tivemos pouco dessa trama e talvez o episódio fosse ainda melhor sem ela.


Peter também não tem sido interessante na Irlanda e continuaria não sendo se considerarmos dois anti-clímax que ocorreram neste episódio: a revelação do conteúdo da caixa, que foi totalmente frustrante pela expectativa criada (com exceção de uma passagem para Montreal, não havia nada que não sabíamos), e o uso do poder de Isaac para pintar um quadro sem grandes promessas.


Ainda assim, a trama de Peter foi um dos grandes destaques do episódio, simplesmente pela presença daquela que está a sua caça: Elle, a responsável pelo poder que Peter tem de eletricidade. Sua introdução no início do episódio seria ridícula (a personagem fala sozinha e usa seus poderes apenas para causar efeito no espectador, sem lógica nenhuma dentro do contexto) se não fosse o fato de que Elle é vivida por Kristen Bell. É um desses casos em que nossa admiração por alguém afeta nosso discernimento. Mas a personagem teve outras duas cenas que definitivamente colocam-na como candidata a vilã favorita do ano. Elle é perigosa, sociopata (“Tudo bem, eu o matei, ok? Qual o problema?”) e tem um ar angelical que engana qualquer um. É uma boa oportunidade de Bell não ficar estigmatizada como a eterna Veronica Mars (ela é ótima atriz, é só checar sua participação especial na 1ª temporada de Deadwood).


Elle à caça de Peter Petrelli.


A trama também mostrou que Elle trabalha para uma companhia, que pode ou não ser A Companhia, seguindo ordens diretas de seu próprio pai. Seria Bob? Talvez óbvio demais, mas como temos visto que boa parte da nova geração de heróis é prole direta dos Doze vistos na fotografia do episódio anterior, é bem provável que Elle seja filha de algum deles.


Tão ou mais empolgante que a aparição de Kristen Bell foi a visita que Matt e Nathan fizeram ao pai do primeiro. Estranhamente, não tivemos uma cena mostrando a conversa entre Matt e Angela Petrelli. Por que ela não apareceu? Não seria interessante sua reação quando descobrisse que Matt iria atrás do pai?


Seja como for, foi um ótimo encontro, especialmente porque não sabemos o quanto de verdade seu pai lhe disse. Ele realmente recebeu a ameaça de morte? Se sim, por que estaria com a foto de Bob? E o poder de Matt é mesmo igual ao seu? Tudo indica que sim, pois Matt conseguiu se comunicar com Nathan telepaticamente, o que significa que seu poder está em evolução (mas em “Five Years Gone”, na 1ª temporada, ele ainda lia mentes apenas, mas deixa isso pra lá), continuando o que eu já havia dito sobre uma maior e justa participação do personagem na série, nesta temporada.


Todo o pesadelo vivido por Matt e Nathan foi muito bem construído e é um poder que explica perfeitamente o ataque que Angela Petrelli sofreu na delegacia, o que parece definir de uma vez que o pai de Matt é responsável pelas ameaças de morte. Por outro lado, não explica a morte de Nakamura, que foi jogado do prédio por alguém bem mais magro e Ando afirma que viu isso acontecer, ou seja, não pode ter sido um pesadelo que o fez se jogar. Então o mistério continua e fica cada vez mais interessante.


Nathan vivendo seu pior pesadelo.


Não dá pra deixar de notar a presença de Nathan nestes eventos: ele esbarra em Ando no season premiere, segundos antes de Nakamura encontrar sua foto no jornal que Ando traz; Angela encontra a foto dela ao sair da casa de Peter, minutos depois que Nathan chega lá; e agora ele está presente no local onde há mais duas fotos... e é ele quem encontra a foto de Bob. Sem falar que é ele quem mostra a Matt a foto completa com as doze pessoas. Seria coincidência ou Nathan está por trás disso, mesmo que ainda não saiba, sendo influenciado por alguém?


O episódio também deu destaque a nova personagem Monica. Gostei de como Micah acabou se tornando o orientador dela e descobrimos que ela não copia apenas o que vê na televisão. A escolha em pular corda para testar o poder soou bem verossímil. Afinal, estamos falando de uma adolescente e uma criança que não devem ter muitas boas lembranças envolvendo brincadeiras. A visita de Mohinder sugere que ela esteja com o vírus? A personagem e seu poder me agradaram bastante e por isso o episódio funcionou tão bem: Elle, Monica e o pai de Matt são novos personagens vividos por bons atores, com poderes e personalidades interessantes. E Heroes sempre teve problemas nesse quesito.


Tanta coisa pra fazer e ela pula corda...


No mais, tivemos Niki comprovando que a cura que ela estava atrás era mesmo para seu distúrbio de múltipla personalidade (mas o que Bob queria que ela fizesse?), e uma participação ultra-rápida de Bennet e o Haitiano em um chroma-key constrangedor fazendo supostamente a Ucrânia de fundo.


Nós também, Ando. Nós também.


Episódio bom, com a inclusão de personagens interessantes e mistérios que só aumentam o interesse pela temporada. Nota 8,0.


No próximo episódio: Bennet tenta localizar mais quadros de Isaac; Alejandro suspeita de Sylar; e Mohinder entra em conflito com a Companhia.




Hélio.

2 comentários:

Anônimo disse...

Putz, meu... teus coments são muito bons!!!! Eu estou "a recem" no episodio 1x17, mas não consigo parar de ler as tuas impressões sobre a trama.
Eu nunca me importei com spoiler, por isso, leio por prazer. me mato de rir depois de ver acena e lembrar do comentário.

Heroes é muito interessante. Já vi melhores, as como já vi piores também, tá na média, hehe.
Abração

Hélio Flores disse...

Oi, Cler. Obrigado pelo comentario! Adianta o passo aí pra nao ler spoilers (ta, vc nao se importa, mas poxa... tao mais legal assistir a algo sem saber o que vai acontecer).

Realmente Heroes ta na media, tem cada coisa triste na tv.

Abraços