
por Anita Boeira
E acabou-se o que era doce. De acordo com spoilers lidos antes do episódio, Whedon prometia resolver todos os mistérios e perguntas de Dollhouse nesse finale, mesmo que as respostas não fossem exatamente o que a gente gostaria de ouvir.
Pausa.
Quem aqui é fã do Whedon? Se voce é, já está acostumado com a "tendência" dele em "matar" personagens queridos no final de suas séries (Não vi Buffy ou Angel, mas nas minhas queridas series Firefly e Dr. Horrible eu perdi alguns dos meus personagens favoritos, e sinceramente? Sempre fico um pouco puta com o Whedon por causa disso). Mas mesmo com essa tendência macabra de torturar o espectador, o Joss sempre nos emociona no final.
Voltando a Dollhouse.
"Epitaph Two" foi a sequência de "Epitaph One", episódio extra do DVD da primeira temporada que não foi exibido na televisão americana (e obviamente a FOX nao fez o favor de passar o episódio antes de passar sua continuação, way to go FOX!). Em Epitaph One, conhecemos novos personagens, que em 2019, estao fugindo do desastre que o mundo virou com as invenções da Rossum. Mag, Zone, uma guriazinha de 10 anos, seu pai, e mais um companheiro e uma companheira que eu esqueci os nomes (faz tempo que assisti Epitaph One, esqueci o nome dos que morreram hehe). Resumidamente, esses 5 malucos evitam o "tech" (tecnologia) a todo custo, e resolvem ir se esconder no subsolo para fugir dos "açougueiros" (os assassinos criados pela Rossum com as invenções de Topher que possibilitavam fazer "imprints" nas pessoas a distância). Nessa, eles acabam encontrando a Dollhouse de LA abandonada. O pai da guriazinha está desmemoriado, então eles resolvem colocar o cara na cadeira e por um bando de memórias deixadas para trás para entenderem o que era esse local. Nisso, através do pai, ficamos sabendo de pedaços de coisas que aconteceram com os personagens da Dollhouse. E enquanto isso, entre eles, há um assassino (e claro que todos suspeitamos do pavio curto do Zone). Quando o grupo está resumido a Mag, Zone e a guriazinha (e nesse ponto a gente já sabe que é a guriazinha que está assassinando gente), eles encontram Whisky/Dr. Sanders que diz saber o caminho para "Safe Haven". E o caminho para Safe Haven começa ao colocarem a guriazinha na cadeira para implantarem nela as memórias de Caroline. E Caroline então os guia para Safe Haven.
E é assim que termina Epitaph One e comeca Epitaph Two.
Mag, Zone e Mini Caroline estão a caminho de Safe Haven, mas são atacados. Acabam indo parar presos numa cela dentro de um galpão. Nesse local, está Harding, antigo chefe da Dollhouse de Washington que criou tanto problema para Adelle na segunda temporada. Harding está gordíssimo (num corpo de outra pessoa, é claro) e pede que seus subordinados tragam os novos "ternos" (corpos de homens jovens e em forma) para ele escolher o que vai "vestir" agora. Entre as opções está Paul Ballard. E Echo está na cela, e juntos eles matam a torto e a direito o pessoal da Rossum, e escapam com Mag, Zone e Mini Caroline.
Echo os leva para Safe Haven, que nada mais eh do que uma fazenda no Arizona, onde eles tem uma vacina para impedir que o pessoal receba imprints, e por lá todo mundo vive feliz e em paz... por hora. A razão pela qual Paul e Echo estavam no galpão da Rossum era para salvar Topher, que estava preso lá, e totalmente traumatizado pois eles assassinavam uma pessoa por dia na frente dele enquanto ele não completasse mais uma invenção para o Harding e cia.

Em Safe Haven estão Priya/Sierra e seu filho (do Victor/Tony?) e Adelle Dewitt, além de Echo e Paul e outros figurantes. Quando eles trazem Topher, ele diz que está prestes a inventar uma máquina que seria capaz de restaurar as memórias originais de todas as pessoas do planeta, mas para isso, ele precisava de equipamento que eles só tinham na Dollhouse de LA. E mais um problema: todo mundo teria suas memórias restauradas para o tempo antes de receberem os primeiros imprints, o que significaria nunca lembrar de nada que aconteceu. E Echo, Paul e Priya/Sierra e alguns outros nao poderiam ficar sem essas memorias. Alias, Priya/Sierra iria esquecer que T. era filho dela... Mas Topher diz que a solução para isso seria eles ficarem um ano no subsolo, e a nova invenção dele não iria os atingir.

Então de volta a LA. Claro que Zone não fica muito feliz, acabaram de fugir de lá, nem terminaram de comer a sopa e já tem de voltar? Oh well, C'est la vie. Nisso, um baita caminhão para na porta, e lá está Victor/Tony no melhor estilo Mad Max, são conhecidos como "Tech Heads", e tem um aparelhinho na cabeça com conector USB para colocarem e tirarem memórias da cabeça deles quando quisessem. Freak Show.
E todo mundo embarca na caçamba do caminhão e se armam no caminho para LA. Chegando lá, um monte de zumbis, quer dizer, açougueiros, os espera, e eles tem que lutar para chegarem na entrada da Dollhouse. Quando estão muito perto de conseguir, Mag é atingida na perna e não consegue caminhar. Paul, rapidamente vai ajudá-la, mas acaba recebendo um tiro e morre. Outra pessoa vem resgatar Mag, e Echo age como se nada tivesse acontecido e eles fogem para a Dollhouse deixando o corpo de Paul lá fora. E Echo agindo como se nada tivesse acontecido.

Quando eles chegam a Dollhouse, surpresa! Está exatamente como antigamente, com Dolls caminhando pela casa tranquilamente. Alpha está por lá, disse que veio para ajudar a limpar a bagunça. Ele fica surpreso por não ver Paul, mas Echo continua sem demonstrar qualquer emoção.
Priya/Sierra e Victor/Tony estão constantemente brigando um com o outro, pela escolha que ele fez de ser um "Tech Head" e que por isso ela não queria que ele chegasse perto do T. (eu sei que é pra gente ficar na dúvida se o guri é filho do Victor/Tony, mas sério mesmo? Claro que o guri é dele).
E por causa disso, Priya/Sierra começa a reclamar de Victor/Tony para Echo, reclamando que ele não faz nada por ela e etc. E é nessa hora que Echo explode, e diz para Priya o quão óbvio é que Tony a ama, mas que ela não quer enxergar e fica reclamando. Mas Echo começa a ficar cada vez mais violenta e destrutiva, e de repente a conversa não é mais sobre Priya e Tony, mas sobre Paul. Ela finalmente está encarando sua morte, e não é nada fácil. Ela sempre se sentiu sozinha desde que Paul "perdeu" a parte da memória que gostava dela, e nunca mais pode dizer que o amava, porque Paul não poderia retribuir esse sentimento. E aí ele morre, e ela está ainda mais solitária.
Topher termina o aparelho. Ele vai então para o último andar do prédio, o antigo escritório de Adelle para acionar a "bomba". Ele sabe que vai morrer quando o aparelho explodir, mas é o unico jeito. Adelle se oferece para ir com ele, mas Topher diz que ela tem que ficar e consertar o mundo. Então ela e Zone levam as Dolls de volta à superfície, enquanto Echo, Priya, Tony, T. e Mag ficam no subsolo. (Mag nao tem imprints, mas está numa cadeira de rodas graças aos tiros que levou, e vai ficar por lá um tempo para se recuperar). Priya apresenta Tony e T. oficialmente como pai e filho. Alpha deixa a Dollhouse antes da bomba explodir, porque quer ter certeza do que vai acontecer com ele, se a bomba vai mesmo funcionar.
E na cena final, Echo encontra um pacotinho na cadeira, provavelmente deixado por Alpha -- que no episódio "Love Supreme" fez uma cópia do cérebro original de Paul. Echo não sabe do que se trata o hard drive, mas mesmo assim o coloca na cadeira e se deita. É Paul, e ele e Echo podem finalmente ficar juntos. Só na cabeça dela, é verdade, mas agora ela finalmente não estará sozinha.
The End.
E ae? Eu me emocionei um pouco. A cena de Echo perdendo o controle, Topher todo amalucado, ver o Alpha de novo mas agindo como uma pessoa decente, Paul levando um tiro - okay, não me importava muito com o Paul não.
Foi um final de temporada que na minha opinião não resolveu muitas das perguntas não. Mas foi um final de temporada ao estilo Whedon, e foi emocionante ao mesmo tempo que revoltante. Não resolveu pergunta nenhuma para mim, mas mesmo assim foi um final satisfatório. Agora vou esperar os DVDs sairem para adicionar à minha coleção. Dollhouse teve seus trancos ao longo do caminho, mas o balanço geral é de uma série excelente, com uma boa trama. O único defeito dela é ter sido uma série da Fox. E todo mundo sabe o quanto a Fox respeita seus seriados.
A partir de agora continuo por aqui só falando de Bones mesmo. Aliás, outra série da Fox. Sim, eu gosto de me torturar. Nas férias de Bones vou ver se conto pra vocês sobre Firefly. Enquanto isso, comprem (ou baixem) os episodios de Firefly e divirtam-se enquanto esperamos Dollhouse em DVD.
site: anitaboeira.nettwitter: twitter.com/anitaefrango
Fotos: Dollhouse's Facebook page





Pronto, agora sim. Porque é diante de um episódio tão consistente e coerente como esse que podemos garantir que qualquer deslize de Friday Night Lights é facilmente compensado no final. Apesar de ainda faltar algum grande momento em campo, a situação paralela de abandono envolvendo Becky e Vince foram os arcos dramáticos que valeram a visita a East Dillon nessa temporada. Já dizia Dr. Paul (de In Treatment) que inverter a ordem natural, quando um filho tem de cuidar de sua mãe, é de uma crueldade absurda e traz consequências psicológicas seríssimas. Assim, parece impossível não sentir a dor de Vince ao lado de sua mãe, totalmente rendido, procurando por alguma simples explicação para esse abandono. E mesmo que a oportunidade dada por Ray esteja dando certo, o que já aparece até no seu curioso interesse por Vince dentro de campo, sabemos que para aqueles que vivem em East Dillon ter apoio serve apenas como luxo perto da falta de recursos. Sem ter qualquer outra saída a curto prazo, Vince decide se entregar novamente ao mundo do crime e recebe uma arma de Calvin e seu capanga, já para mostrar a gravidade da sua decisão. Pelo envolvimento dos irmãos Riggins com os desmanches, fica até um certo receio de que essas duas tramas cruzem-se, agora que eles decidiram pular fora do negócio.
Enquanto isso, Becky continua enfrentando todos os dilemas possíveis ao redor de sua gravidez. Logo aparece mais um obstáculo, quando acompanhamos a família de Luke na Igreja no domingo pela manhã, ouvindo o quanto o jogador é um orgulho para a comunidade. Parecia questão de tempo para que ele contasse aos pais, mas não a tempo de convencer Becky a mudar de ideia. Com certeza lidar com esse pecado será o grande drama de Luke a partir de agora, vindo mais uma vez provar a competência dos roteiristas em aprofundar as escolhas desses personagens. Outro destaque foi a forma como usaram a dinâmica Becky e Tim Riggins -- ele como "veterano" na série -- para aproximá-la de Tami Taylor, que mais uma vez mostra-se perfeita ao explicar as opções que a garota teria. Se na semana passada escrevi sobre manter em suspense se Tim Riggins poderia ser o pai do filho de Becky, aqui a dúvida aparece logo de cara na casa dos Taylor até que Tami, com imensa surpresa, diz que eles parecem ser amigos. Restam ainda uma série de dúvidas do casal em relação ao futuro de Julie -- que traz ainda seu amiguinho para um incômodo jantar -- até ponderando sobre uma possível gravidez.
Mas nada se compara à triste indecisão de Becky, que amparada pela mãe acaba optando pelo aborto. É triste perceber que a delicada relação das duas funciona em duas vias, como se a mãe de Becky, agora com uma maior perspectiva, estivesse arrependida de não ter tomado decisão parecida quando ficou grávida, ou que não quisesse que a filha cometesse o mesmo "erro". Ao mesmo tempo que a mãe é a conselheira ideal para a situação, Becky experimenta a mais amarga rejeição. Roteiro bom é assim, quando explora todos seus paralelos e leva essas relações às últimas consequências. É por essas e outras que Friday Night Lights desponta-se diante de qualquer outra série que tente lidar predominantemente com adolescentes.
e.fuzii





Com o final da temporada se aproximando, resta manter as esperanças de que essas tramas tenham uma conclusão ao menos lógica e digna. Porque apesar de toda a irregularidade, dá para perceber que a história central, indo muito além da equipe dos Lions ao ressaltar a importância da chegada de Coach Taylor a esse lado leste da cidade, parece pelo menos bem orientada. Depois de presenciar um crime no subúrbio, resta a ele tentar se aproximar dessa comunidade tão ignorada por governo e autoridades. Para isso, ao lado de Buddy e Ray, ele contacta Elden, um dos membros dessa comunidade (o saudoso D'Angelo de The Wire), para saber o que pode ser feito para revitalizar esse parque. Óbvio que eles precisam de dinheiro. Mas fora o reestabelecimento da iluminação do local, o técnico promove uma divertida partida dos Lions com o time da comunidade, que lhe apresenta até um possível talento entre esses jogadores. Chega a ser até um alívio, principalmente por parecer que o entrever de Vince em frente à lanchonete de Ray fosse deixar os ânimos um pouco exaltados em campo. Mas a partida simplesmente serviu para mostrar esse compromisso de Coach Taylor, que inclusive fez uso de sua boa recomendação para conseguir o tal emprego para Vince.
O que sobra, então? Lógico que o inesperado anúncio da gravidez de Becky. Não sei se era intenção deixar em dúvida se o filho poderia ser de Tim, mas nem por um momento achei que ele teria sido capaz. Ou na verdade, que os roteiristas seriam capazes disso. Mas enfim, apesar de não me agradar muito que uma série force em si mesma um desafio, vou dar um voto de confiança. Até por já termos visto situação parecida com a gravidez não planejada do filho de Streets -- com uma premissa bem parecida, aliás --, tudo leva a crer que o desejo de Becky vai prevalecer. Fico curioso em saber como a série conseguirá lidar com esse assunto delicado, tentando levantar questões ao mesmo tempo que mantém-se elegante o suficiente para evitar polêmicas.





















