quarta-feira, 27 de outubro de 2010

[Fringe] 3x04 Do Shapeshifters Dream of Electric Sheep?

por Alison do Vale

Blade Runner, dirigido por Ridley Scott, foi um tremendo sucesso e é até hoje uma das mais belas obras de ficção científica de todos os tempos. Mas a adaptação do livro de Philip K. Dick, ao qual faz referência o nome do episódio, quis mostrar muito mais do que uma megalópole de visual arrojado, escura e chuvosa. Também foi muito além da "Babel" apresentada com sua variedade de etnias e culturas.
Essa atmosfera criada é apenas o pano-de-fundo para uma discussão muito mais profunda: o que é que nos faz humanos?

No quarto capítulo desta terceira temporada de Fringe os shapeshifters são o foco. Quem não se surpreendeu com o tamanho da influência adquirida por essas criaturas? Chegaram aos mais altos postos do governo e sabe-se-lá mais quantos estão agindo sob a tutela de Walternativo. Nós já conhecíamos sua força sobre-humana e como são comprometidos com sua missão, sendo assim verdadeiras máquinas de morte. No entanto, além de sangrarem mercúrio e poderem mudar de corpo descobrimos uma nova característica: a exemplo dos replicantes de Blade Runner, eles podem sentir. Afeto, carinho, tristeza... sensações tão comuns à nós humanos agora expostas através do shapeshifter com família; e nas palavras dele "até mesmo os monstros podem ser incrivelmente doces, puros e capazes de amar".
O que vemos é que esses vilões podem ser também vítimas. Vítimas de um ser cruel e mais desumano que eles: o Walternativo.

Impressionante também o fato de que, não bastassem todas as características físicas que tornam esses seres super-soldados, eles são também verdadeiros bancos de dados.
Enquanto busca, com a ajuda de Astrid, descobrir onde ficam armazenadas as informações coletadas, Walter nos garante as já tradicionais risadas e continua impagável. Já havia sido hilário anteriormente dando uma "aula" aos cientistas da sua recém-adquirida empresa sem as calças. E como previsto é no seu novo laboratório que como uma criança ávida por saber ele relembra da obsessão de William Bell por dinossauros e assim desvenda o local do corpo que abriga o "disco rígido" da criatura.

Entram então em ação Newton e Bolívia na intenção de boicotar os planos do FBI e de Walter.
Numa sequência de ação alucinante com direito a enfrentamento entre Walter e o metamorfo, os bandidos conseguem recuperar o disco e após uma perseguição Newton é encurralado, capturado e posteriormente se suicida na prisão pra preservar as informações que ele mesmo continha. Os dados do senador Van Horn são pegos pela Dunham Falsa que consegue chegar antes dos outros ao carro de Newton e assim manter o seu disfarce vivo por mais tempo.
Disfarce esse que já começa a gerar especulação, principalmente por parte de Peter que se mostra bastante desconfiado da grande mudança de comportamento de Olivia. Só que enquanto a loira conseguir levá-lo pra cama parece que ele vai esquecer a "investigação". =P [mas sinceramente isso não me convence muito não. Ou ele está fingindo acreditar nela pra ir mais à fundo ou é incoerente, porque duvido que um cara tão esperto e inteligente como ele, que inclusive no início do episódio fazia uma análise tão consistente das pessoas no restaurante não consiga suspeitar de nada].

Mais uma vez temos escancarada a vantagem que o Outro Universo tem sobre o lado de cá. Há quanto tempo os metamorfos se infiltram? Os documentos encontrados no gabinete do ex-senador dão a entender que não é pouco.
Talvez a questão que levantei no comentário do episódio anterior ganhe força agora e "membros' do outro lado possam sim trocar de lado, já que esses shapeshifters tem capacidade de questionar suas ordens e quem sabe combatê-las.

O episódio foi ótimo. O que nos deixa ainda mais ansiosos pelo próximo.
Mas episódio inédito só dia 5 de novembro.

Imagens: reprodução

[Alison do Vale]
twitter: @menino_magro


domingo, 24 de outubro de 2010

[Mad Men] 4x13 Tomorrowland

Betty – "Things aren't perfect."
Don – "So you'll move again."

As pessoas não mudam, já dizia Don Draper em mais de uma ocasião. Em diversas entrevistas, Matthew Weiner também confessa acreditar que seus personagens podem até se adaptar a novas convenções de uma época, mas seus ideais permanecem imutáveis. Don e Betty somente buscam por uma existência ideal. Chega a ser irônico fechar a temporada em uma conversa íntima após tantos conflitos entre os dois, com Betty armando um encontro surpresa antes que o ex-marido colocasse a antiga casa à venda. Mas quem acaba surpreendida é Betty, que ao receber o anúncio do noivado de Don cita prontamente o nome de Bethany, como se aquilo ainda estivesse engasgado em sua garganta. O único conselho que Don deixa para sua ex-mulher quando admite estar passando por tantas dificuldades quanto antes, é que se nada desse certo bastava mudar-se e procurar por um novo lugar. A mudança de ares sempre teve uma influência positiva para esses dois, tanto é que a viagem à Itália na temporada passada representou quase que um último fôlego para esse casamento. A promessa de um recomeço, com Don literalmente reconquistando sua mulher, parecia irresistível para o casal, que poderia viver ali eternamente. Não ficam claras as intenções de Betty em cena -- se há algo perfeito aqui é January Jones transmitindo toda a instabilidade mental da personagem --, mas se aquela cozinha vazia foi o palco onde eles constituíram uma família há até alguns dias, este encontro serve apenas para concluir seu fracasso. Seria ainda uma forma dela não assumir toda culpa sozinha. Não cabe aqui julgar a decisão dos dois, seja por Betty agir com sua imaturidade para resolver tudo do seu jeito ou Don escolhendo uma pretendente que fosse menos desafiadora. Mas não é interessante que esse quarto ano, que apresentou uma série buscando caminhos mais introspectivos, investigando seus personagens e apresentando até em alguns casos um crescimento notável, termine assim num verdadeiro anticlímax. Se para mim a temporada já vinha sendo a mais irregular até aqui, com vários momentos brilhantes e alguns um tanto óbvios e até enfadonhos, esse foi definitivamente o pior season finale apresentado pela série.
Muita gente condenou dizendo que a história foi basicamente uma preparação para um final de novela: um casamento, uma gravidez. Mas esta não é a questão, porque de forma alguma é antecipado um final feliz. E muito menos me pareceu forçado. Numa de suas primeiras reuniões com Don Draper, Faye Miller alerta reconhecer o tipo de homem que está lidando, aquele que estaria casado novamente em menos de um ano. Sinto até certa tristeza por ela não ter conseguido traduzir suas previsões em pressentimento a tempo, assim evitando seguir adiante com esse relacionamento. Terminou decepcionada como já esperava porque tentou levar Don a tomar um passo adiante, fazer as pazes com seu passado. Porém, assim como seu filho Bobby que prefere a atração da Disneyland que dá nome a esse episódio, Don não quer se manter preso ao elefante em sua consciência, mas sim desfrutar das alturas alcançadas por um foguete. Ele sabe também o quanto suas visitas à Califórnia, seu refúgio até poucos meses atrás, renovam seu espírito. Por isso, Megan é a menos culpada neste caso, sendo vítima deste repentino pedido de casamento. Acho que essa decisão só funciona porque é muito bem fundamenta, tanto por estar relacionada ao momento de inspiração para escrever a carta aberta no episódio anterior, quanto por Don ser retratado mais de uma vez ponderando antes de tomar a decisão. Era como se ele estivesse realmente analisando toda esta conspiração, tentando aceitar esse deus ex machina preparado pelo roteiro desde que o anel de Anna chega às suas mãos. E se ainda tivesse de avaliar, Megan seria perfeita para assumir o cargo tanto de esposa quanto de madrasta de seus filhos. Ela se apaixonou pelo bom coração de um Don Draper idealizado, enquanto toda família fica admirada pela sua capacidade de minimizar qualquer acidente e oferecer apoio, desde aquele tombo de Sally nos corredores da SCDP. Já a situação de Joan me pareceu bem mais complicada, principalmente por ser um segredo com data de validade para ser revelado. Ainda que soe piegas até demais, é possível relevar porque sua vontade de tornar-se mãe antecedia essa gravidez indesejada. Não posso negar que era um truque manjado, mas que acaba deixando o futuro totalmente incerto, sem saber se o marido assumiria o filho mesmo sabendo que não é dele, ou se Roger surpreenderia no final das contas. A única certeza é que mesmo cercado por uma guerra, Greg continua sendo o mesmo idiota, preocupado apenas com a fartura dos seios de sua mulher.
Se tivesse de resumir, minha maior decepção com esse final foi exatamente essa falta de perspectivas para o futuro. Em temporadas anteriores era tomada por uma ansiedade que me consumia pelo resto do ano, mas confesso que agora tudo que sinto é uma leve preocupação. Embora ainda deposite total confiança que serei surpreendido, essa saída encontrada para o dilema de Don me pareceu bastante cômoda, quase que restabelecendo o status quo. Estaria Don condenado a repetir seus mesmos erros para sempre? Claro que não se sabe ao certo quanto tempo pode se passar entre temporadas ou mesmo se ele estaria casado com Megan até lá. Porque apesar dela não exigir nenhum tipo de garantia para aceitar seu pedido de casamento, Megan entra neste relacionamento já sabendo da fama de infiel de seu parceiro. Chegou a me surpreender durante a conversa de Joan e Peggy -- achei que ali até perderam a oportunidade de constatar a repetição do tema da gravidez -- quando elas temem que Megan seja promovida a redatora, já que não imagino Don suportando ver sua mulher em ação pelos corredores da SCDP. E falando na empresa, se existia crise, esta já parece ter sido contornada agora que Don causou boa impressão aos membros da Sociedade do Câncer e Peggy conseguiu finalmente quebrar o jejum de quase 10 meses sem novos clientes. Mas uma pena que seu triunfo não poderia ter vindo numa hora mais inoportuna, ficando totalmente ofuscado pelo anúncio do casamento de Don e Megan. Apesar de Roger ser o protagonista das piadas sobre o evento, é impossível não rir pela expressão de surpresa de Pete, que era o único a saber do segredo envolvendo Faye. Assim, toda a crise parece minimizada por esse sentimento agradável, reforçando o grande tema dessa temporada, o eterno conflito entre os negócios e a vida pessoal. É dessa forma que Don tenta explicar a Peggy seu amor por Megan, comparando o futuro promissor das duas e revelando uma profunda admiração por parte dela. Se Megan serviria como a ponte para ligar esses dois universos, Peggy nem precisaria dizer que isso é uma enorme bobagem. Mas será difícil ocorrer qualquer mudança porque já virou convicção para a maioria deles, como fica claro na cena em que os sócios tentam forçar Ken a fazer uso da influência de seu sogro com um dos clientes, e ele responde que não é igual Pete, que recebe o comentário como se fosse um elogio. Com certeza, eles não tem a mais vaga ideia do que ele quis dizer com "vida real".

Apesar desta frustração momentânea e de uma repetição de temas que podem se tornar a longo prazo um problema, Mad Men continua sendo de longe a melhor série da atualidade. Mas nem sempre ela pode agradar a todo mundo. Talvez fosse isso que Matt Weiner queria dizer quando declarou que o finale confundiria as expectativas de muita gente. Ou talvez seja apenas mais uma vez o conflito entre aquilo que a série propõe e tudo o que esperamos dela. Certamente sentirei sua falta e de escrever esses textos semanais. A quem acompanhou essa jornada por mais um ano, muito obrigado. Agradeço também a todas as mensagens de apoio recebidas por blog, twitter ou e-mail. Até a próxima temporada.

Fotos: Reprodução.

e.fuzii
twitter.com/efuzii

domingo, 17 de outubro de 2010

[Mad Men] 4x12 Blowing Smoke

"I thought you didn't go in for those kinds of shenanigans."

Na premiere dessa temporada, Peggy e Pete armam juntos uma briga ensaiada de dois atores para impulsionar as vendas de presunto. Por pouco essa encenação não acaba delatada, por isso Don repreende Peggy dizendo evitar há tempos o uso desses shenanigans (ou artimanhas, mas a palavra em inglês é boa demais para deixar de ser usada). Naquela ocasião, Don também lidava com a pressão de seus sócios para enfim sair de trás das cortinas e assumir a posição de representante da empresa perante a mídia. Assim como naquele episódio, este também começa com Don atendendo a uma entrevista, mas neste caso com o cliente da Heinz citado por Faye Miller na semana passada. Através deste encontro ficamos sabendo da corrente de desconfiança que atinge a SCDP após a saída da Lucky Strike, com todos duvidando que a empresa consiga superar essa crise nos próximos 6 meses. Assim, a SCDP encontra-se à deriva, assistindo seus antigos clientes saindo pela porta, sem credibilidade para correr atrás de novos clientes e cada vez mais perto de uma inevitável redução no quadro de funcionários. Mas com base na evolução apresentada por Don Draper ao longo de toda a temporada, ainda era possível ter alguma esperança. Restava apenas a Don mais uma vez se reinventar e arriscar tudo para tentar salvar a empresa.

Muita gente (inclusive eu) acreditava que Don Draper não conseguiria acompanhar todas essas transformações dos anos 60, talvez obrigando a série a assumir até um tom depressivo para tratar dessa incompatibilidade de seu protagonista. Mas ele provou ser capaz de se adaptar, assim como a própria série. Em temporadas anteriores, esse penúltimo episódio era marcado por um grande acontecimento histórico que mudava o rumo da maioria desses personagens. Na primeira foram as eleições, na segunda o auge da crise dos mísseis e na terceira o assassinato de Kennedy. Desta vez, embora tivesse até sinalizado seguir a mesma linha com um falso telefonema de Bobby Kennedy, o episódio se preocupou em dar um senso de conclusão a grande parte das tramas desenvolvidas durante a temporada. Além do elegante paralelo com o primeiro episódio, é possível lembrar passagens como a servidão de Roger a Lee Garner Jr no Natal, a relação cada vez mais estreita entre Don e Peggy, Pete aguentando todo tipo de desaforo dos sócios, entre tantos outros. Chega a ser interessante também a forma como evocaram até a primeira temporada, tanto na presença de Glenn, como principalmente através do retorno de Midge.

Se logo de início ela aparenta se reencontrar com Don por acaso, basta uma visita ao seu apartamento para perceber seu desespero latente, vivendo da arte para sustentar seu vício em heroína. Após pagar para dispensar seu parceiro do apartamento, Don também acaba comprando um dos quadros de Midge para ajudá-la, mas não sem antes agir com extrema curiosidade para entender este seu vício. É motivado por esse encontro e as sugestões de Peggy para mudar de assunto, que Don Draper busca por uma solução diante do quadro de Midge, concentrando-se para perceber aquilo que está "além da fumaça". O vício em cigarro era até então tratado como um hábito passado de geração para geração, sem ser contestado, assim como a conta da Lucky Strike herdada ainda dos tempos de Sterling (pai) e Cooper. Depois de diminuir o consumo de álcool nos últimos episódios, mesmo que Don não abandone o cigarro imediatamente, sua mensagem é de seguir adiante sem impedimentos, superando essa dependência com sua criatividade. Um simples truque ou uma elaborada cortina de fumaça para reverter esse abandono da Lucky Strike, através daquilo que Don caracteriza como a menos importante entre as atividades mais importantes da empresa. Depois de mandar sua carta ao jornal The New York Times, Don confessa poder finalmente dormir tranquilo e arruma tempo até para ir nadar, prova de que estamos diante daquele Don Draper introduzido em The Summer Man.

No dia seguinte, os funcionários da SCDP parecem não entender a repentina atitude de Don, com exceção de Peggy e, curiosamente, Megan. Isso desperta até a fúria de seus sócios, repreendendo Don por tomar essa decisão sem consultar ninguém. Cooper é o mais alterado, procurando por seus sapatos para deixar empresa, já que a única contribuição que lhe restava -- a credibilidade de seu nome -- foi ignorada por Don assim que decidiu assinar a carta sozinho. Os sócios não deixam de ter certa razão em ficarem bravos por Don ter desrespeitado a hierarquia da empresa, mas ele apenas mostrou o artistas criativos que realmente é, aproveitando seu momento de inspiração. Sua mensagem é clara, rasgando as páginas que restavam de seu bloco de notas antes de escrever a carta. Se a intenção era libertar-se de suas memórias, nada mais coerente do que deixar de consultar os sócios que representam esse passado. Fora isso, ele decide investir no único sinal de futuro na empresa, saldando sua dívida com Pete Campbell, que havia sido tão massacrado nesses últimos meses. Se aquela pergunta que abre a temporada fosse feita agora, acho que poderia responder facilmente. Quem é Don Draper? Ele é um desses Mad Men do título, capaz de se reinventar e tomar a decisão mais inesperada, vanguardista, beirando a insanidade. Mas que pode ser a única forma de salvar a SCDP deste marasmo.
O único dano colateral desta sua manobra foi a saída de Faye Miller, retirada da empresa para evitar qualquer desconforto com outros clientes. No entanto, ela até se mostra aliviada na presença de Don, já que agora não precisaria mais manter essa relação em segredo. Mas ele não parece tão entusiasmado assim, principalmente quando Faye sugere que Megan pode fazer reserva para seus próximos jantares. Ela nem imagina o impedimento que pode surgir daí, mesmo que Megan garantisse que não esperava por um relacionamento duradouro. Don se mostra pouco à vontade para revelar a intimidade dos dois, o que pode representar o grande risco de Faye terminar magoada. Vale destacar também a cena de despedida de Peggy e Faye, que apesar de contracenarem juntas anteriormente, nunca haviam tido uma interação tão direta. Ainda que seja comum no ambiente de trabalho tentar consolar quem acaba de ser demitido, suas palavras me pareceram bastante sinceras, dizendo admirar o trabalho de Faye e garantindo que sentirá sua falta. Ambas carregam tantas semelhanças que mesmo levando em conta a diferença de idade, elas certamente mereciam mais oportunidades juntas.

Enquanto isso, em Ossining acompanhamos mais uma história paralela envolvendo Betty e Sally. A única relação que podemos estabelecer é que Betty também se mostra totalmente dependente das sessões de terapia da Dra Edna, a única capaz de enxergar e trabalhar essa sua incapacidade de agir como adulta. Ela se revolta quando a Dra Edna propõe diminuir as horas da filha e quando sugere que deveria mudar de terapeuta, provavelmente lembrando de suas desastrosas sessões anteriores. Já Sally demonstra bastante tranquilidade em sua sessão, jogando cartas e ouvindo Dra Edna repetir o quanto está orgulhosa de sua evolução. Mas ela se mostra realmente à vontade para confessar seus receios e temores para seu vizinho Glenn durante seus encontros secreto. Ela chega a admitir que não acredita em Deus e revela temer pelo conceito de eternidade, lembrando que toda sua irritação começou justamente enquanto assimilava o fim da vida de seu avô e o final do casamento de seu pais. Quando Betty flagra um dos encontros furtivos dos dois, age tomando uma decisão drástica: mudar sua família daquele lugar. Sally obviamente se revolta, mas não tem outra opção. Afinal, ela é a única personagem no elenco principal que não tem poder de decisão e tem de sujeitar-se por enquanto à dependência de sua mãe, terminando assim numa profunda melancolia, solitária em sua cama.

Fotos: Reprodução.

e.fuzii
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quinta-feira, 14 de outubro de 2010

[Fringe] 3x03 The Plateau

por Alison do Vale

Quais são as consequências de uma simples decisão? Que eventos podem ser gerados a partir de um ato qualquer? Poderia o bater de asas de uma borboleta aqui no Brasil causar um furacão na Austrália, ou uma caneta esfereográfica ser o gatilho para uma catástrofe?
A "Teoria do Caos" e sua capacidade de nos afastar do determinismo nos fascina e abre um leque de possibilidades infinitas e torna tudo mais espetacular.
E foi nesse cenário que o episódio dessa semana começou; numa das melhores cenas de abertura da série desde sua estreia, se resumiu o momento atual da série e também de Olivia Dunham.

Através dos olhos fixos do rapaz perturbado pelas drogas experimentais pudemos notar as diversas situações acontecendo; seus dedos se movimentando rapidamente como se calculassem no ar nos mostravam que existiam milhares e milhares de variáveis e seguindo seus passos trôpegos vimos finalmente que o vilão dessa semana podia "criar" o caos desencadeando uma série de fatos exatamente porque conseguia prever através de suas contas qual seria o próximo passo de sua vítima.
Não é difícil, ao vermos esse capítulo, nos lembrarmos de uma conversa entre o Doutor Walter e Olivia quando ele a explica o princípio da existência do Outro Universo; aquele em que uma outra versão de nós, a partir de uma decisão diferente da que tomamos desse lado foi moldada e por isso age de outro modo. Obviamente que todas essas mínimas mudanças de cada indivíduo somadas vão criar um mundo completamente único e diferente. Logo, alguém que possa ler essas decisões todas antes que a própria pessoa as tome, pode não só prever suas reações como induzi-la a agir de determinada forma.

Tínhamos então um caso da semana fantástico, o que já seria ótimo. Não bastasse isso, houve uma grata surpresa: dessa vez ficou mais fácil analisar essa Divisão Fringe e deu pra perceber claramente que há um dinamismo muito maior nesse trio formado por Olivia, Charlie e Lincoln. E é interessante fazer até um comparativo com o nosso lado em que há sim um talento nato em cada membro do time e muita competência pra solucionar os casos. Já entre esses três o que se vê é uma sintonia bem maior onde as ideias dos personagens se complementam fazendo que o departamento do outro Universo pareça bem mais coeso e forte. [Sem falar que, apesar de gostar muito da "nossa" Olivia, a versão ruivinha-mais-pra-cima-e-sorridente da agente me agrada demais =P].

Em meio as investigações dos acidentes misteriosos que depois se mostraram não ser mero acaso, Olivia começa a ter algum tipo de alucinação. Uma espécie de esquizofrenia-quase-lúcida se isso existisse. Mas se tratando de Fringe, tudo é possível não é mesmo? Essas visões lhe trazem imagens de Walter e de Peter que começam a lhe dar um choque de realidade e quem sabe não seja assim que ela irá retomar sua consciência. O "patamar" que dá nome ao episódio e que supostamente é o ponto-sem-volta a que a mente da agente Dunham deve chegar para assumir de vez a personalidade de Altívia pode estar ruindo. O que um beijo apaixonado não faz hein? hehe. Há ainda a desconfiança de Charlie quanto a verdadeira identidade de sua companheira.
Será que ele irá mais a fundo tentando desvendar essa verdade? Poderia algum membro do Universo Paralelo se "converter" ao nosso lado se por acaso descobrisse o que fez o Walternativo?
E Olivia? Confiará ela em Broyles para lhe revelar essas visões? E ele será capaz de tirar a vida da agente caso seja necessário?

Imagens: reprodução

[Alison do Vale]
twitter: @menino_magro


segunda-feira, 11 de outubro de 2010

[Mad Men] 4x11 Chinese Wall

alguns episódios atrás, Faye Miller cita a muralha chinesa, que evita o conflito de interesses entre diferentes empresas, quando Don Draper pede informações sobre sua reunião com outros clientes. Pete Campbell, numa cena incluída nas recapitulações do próprio episódio, reforça a dificuldade de manter os negócios separados de sua vida pessoal. Estas parecem ser as duas leituras possíveis para o título do episódio dessa semana. Desde o começo da temporada, até mesmo através da nova estrutura do escritório com suas divisórias transparentes, a transgressão destas barreiras vinham sendo bastante exploradas, estabelecendo-se como um de seus principais temas. Don enfrentava um processo de separação que ocasionou todo tipo de desconfiança e insegurança dentro e fora de seu trabalho. Na semana passada, a investigação do departamento de defesa sobre seu passado quase gera um escândalo capaz de colocar todos os negócios da empresa em risco. Por isso até me espanta que um episódio busque a essa altura examinar de forma tão escancarada este tema, até certo ponto trivial na maioria das séries de televisão americanas. Mas sinto que o principal interesse era estabelecer este paralelo entre todo o histórico de Roger e as atitudes mais recentes de Don.
Roger sempre teve problemas para respeitar essa linha que separa sua vida pessoal da profissional, como no seu caso com Joan que se estende até hoje e o casamento com Jane, a ex-secretária de Don. Chega a ser irritante acompanhar sua postura de rendição, mostrando-se tão ultrapassado para lidar com esse abandono que ainda parece preso ao episódio anterior, esforçando-se para proteger um segredo que nem existe mais. Mas vale destacar a habilidade de interpretação de Roger ao fingir falar ao telefone ou mesmo arrumando uma falsa viagem para renegociar com a Lucky Strike. Curioso também notar como Roger é o único entre os personagens principais a ainda fumar em cena -- Joan ameaça, mas não chega a acender um cigarro. Por toda a influência que a Lucky Strike exercia sobre a empresa e nos próprios personagens, sua saída deve certamente significar novos rumos para muitos deles, talvez até uma chance de aproveitar a própria metáfora de se enxergar com maior clareza além de toda a fumaça. Roger procura pelo conforto nos braços de Joan, mas ela decide dar um basta nessa relação por precisar de tanta ajuda quanto ele ("não sou a solução de seus problemas, sou apenas mais um problema"). Resta a Roger voltar para casa, onde é logo recebido por Jane com uma surpresa: a publicação por conta própria de sua biografia. Mas isso não seria capaz de consolá-lo. Aliás, talvez o maior golpe a sua moral fosse justamente não conseguir vender os direitos nem de sua vida pessoal e nem de suas experiências profissionais. Assim, Roger entrega o livro com a dedicatória mais impessoal possível para Jane, valorizando seu papel apenas como esposa, e tem de engolir toda sua vaidade antes de finalmente abraçá-la.
Apesar de ser uma cena já recorrente dentro da série (basta lembrar de Pete e Trudy na semana passada), não é coincidência que Don Draper termine da mesma forma abraçando Faye Miller. Mas ele vive uma situação bem mais turbulenta. Afinal, é ele quem tem de segurar o rojão enquanto Roger e Lane estão ausentes e Cooper continua servindo apenas como mera figura na SCDP. Em meio a toda essa confusão, além de tentar forçar Faye a quebrar sua ética profissional para ajudar a empresa, Don cai nas graças de sua secretária Megan. E por fim, acaba bem sucedido nos dois casos: Faye resiste mas marca uma reunião com um de seus insatisfeitos clientes e Megan age com extremo desapego em relação ao sexo casual em sua sala. Assim como Allison, ela também desconfia que Peggy tenha usado do mesmo plano para alcançar sua posição atual, mas não se ilude esperando por um compromisso sério. Assistir Don Draper colocando em risco o relacionamento mais sólido que teve desde sua separação chega a ser doloroso, principalmente pela mudança de Faye Miller ao longo da temporada. Se antes ela bloqueava todas as suas investidas e previa cada um de seus truques, agora está disposta a arriscar tudo por essa paixão. Nem é preciso se esforçar muito para prever que esse relacionamento deve terminar de forma desastrosa, trazendo prejuízos tanto para Don Draper quanto para a SCDP.
Mas não foi apenas neste paralelo entre Don e Roger que os limites pessoal/profissional foram testados. Para começar, a faísca que desencadeia todo esse incêndio na SCDP surge justamente quando Ken Cosgrove está jantando com a família de sua noiva (e espero que Ray Wise tenha maior presença daqui pra frente) e encontra um colega da DDBO que resiste antes de contar sobre a mudança de agência da Lucky Strike. Já Peggy reencontra Abe através de Joyce (outra vez) e terminam selando as pazes em seu apartamento. Se não me engano é a primeira vez que Peggy acorda no dia seguinte com tanta satisfação estampada no rosto. Mas ela mesma constata que sua felicidade pessoal precisa ser deixada de lado enquanto a empresa vive esse momento de crise. Evitando o assédio de Stan e até superando mais uma de suas brincadeiras, Peggy consegue impressionar os clientes com uma apresentação digna de Don Draper, usando suas próprias sensações para valorizar a campanha. Enquanto isso, Pete divide seu tempo entre a SCDP e a sala de espera da maternidade. Depois de perder a conta da Glo-Coat, Don chega a acusar Pete de estar displicente para lidar com tantos problemas, esquecendo de tudo que ele foi capaz de fazer para salvar sua pele na semana passada. A ironia maior é que mesmo após receber a notícia do nascimento de sua filha, Pete decide seguir ao funeral de um respeitado publicitário em busca de novos clientes ainda fragilizados. O discurso de seus colegas descrevem um homem que se entregou ao trabalho e teve poucas oportunidades de mostrar carinho por sua família, assim como a maioria dos personagens que conhecemos na série. Para aumentar ainda mais o clima de terror, Ted Chaough aparece na maternidade oferecendo a Pete uma oportunidade de se tornar sócio da CGC. Talvez fosse o caminho mais fácil para assegurar o futuro de sua família, antes de ser tragado junto de uma possível falência. Mas certamente Pete seria a última pessoa que a SCDP gostaria de ter como concorrente, já que ele seria um dos poucos a ter informações confidenciais suficientes para derrubar quaisquer muralhas chinesas que fossem colocadas em seu caminho.

Fotos: Reprodução.

e.fuzii
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terça-feira, 5 de outubro de 2010

[Mad Men] 4x10 Hands and Knees

"Put your home in order. Either there or here. You will not live in-between."

Primeiramente, peço desculpas por ter demorado tanto para publicar este texto. Tive alguns contratempos que acabaram me atrasando, mas prometo colocar tudo em dia ainda essa semana. Pelo menos não foi um episódio que exigisse muita discussão, já que de tempos em tempos Mad Men se atrapalha um pouco quando tenta explorar exaustivamente um determinado tema. Desta vez foram os segredos guardados por alguns de seus personagens que ameaçavam vir à tona, transformando a história numa espécie de pesadelo coletivo. Apesar de forçar uma relação durante todo o episódio entre esses eventos desastrosos, ocorrendo quase que simultaneamente, o grande motivo para essas coincidências veio ao final com a reunião dos sócios da SCDP. Terminando a reunião num tom até sereno, nenhum deles desconfia que estão prestes a enfrentar a pior crise da empresa desde sua fundação, ameaçando desmoronar até seu segundo andar imaginário. Claro, ninguém além de Roger, que ainda não reuniu coragem suficiente para revelar a saída da Lucky Strike. Com essa inoportuna licença tirada por Lane Pryce, a tendência é que esse abandono seja ainda mais difícil de ser contornado, o que certamente resultará no principal conflito até o final da temporada. Afinal, a maior vantagem de se contar uma história fictícia é atingir essa convergência, certo? Confesso que ainda assim sinto falta nesta temporada de algum acontecimento de grande impacto para movimentar a história. Tivemos uma luta de boxe importante, a constante promessa de perigo vinda do Vietnam, alguma discussão acerca dos direitos civis dos negros e menções à contracultura. Agora acompanhamos a chegada dos Beatles à América, que não deixa de ser curiosa por Lane Pryce precisar fazer o caminho inverso para colocar sua vida em ordem. Durante a visita de seu pai, Lane age como uma criança tentando ser motivo de orgulho, exibindo o respeito que conquistou, seus amigos e até um novo amor. Mas seu pai parece cada vez menos impressionado com tudo isso, até que perde a paciência e obriga Lane a tomar uma decisão. Pressionado aos pés de seu pai, Lane promete voltar à Inglaterra e dar alguma satisfação à família que deixou para trás e àqueles que dependem dele. Apesar da posição humilhante, era de um choque desses que os outros personagens, passando por momentos tão delicados quanto ele, também precisavam para enfim tomar uma atitude por conta própria.

A notícia da saída da Lucky Strike pegou Roger de surpresa que sem encontrar outra alternativa, resolve adiar ao máximo este anúncio, até implorando pela boa vontade de Lee Garner Jr (agora já podemos até cogitar a volta de Sal, não é mesmo?). Aparentemente, o único negócio de Roger é bajular seus clientes, até mesmo pagando a conta quando já teve seus serviços dispensados. Além de não assumir essa tragédia e descontar todas as suas frustrações em Pete durante a reunião, Joan aparece para revelar que está grávida depois do sexo casual no episódio anterior. Às vezes fico com a impressão de que Joan até imagina como seria sua vida se tivesse assumido seu caso com Roger, outro dos grandes segredos guardados pela série. Mas tudo ligado a Joan é muito misterioso, já que não temos sequer indícios de sua origem ou contato com sua família. Acho que nem chega a ser um arrependimento do que deixou de fazer, mas uma profunda tristeza diante de sua atual situação. Porque apesar de claramente amar Roger, essa notícia faz ressurgir tudo aquilo que Joan mais teme nele: sua irresponsabilidade em não assumir o filho e sua indecisão sobre o que realmente sente por ela. Ele chega a sugerir que Greg poderia nem voltar da guerra, mas Joan, como se dissesse a todos os mais cruéis espectadores, garante que essa não é a solução para nenhum de seus problemas. Resta a Joan enfrentar sozinha seu terceiro aborto, cada vez correndo maiores riscos de vida e exposta a maiores humilhações. Na sala de espera da clínica, ela chega a mentir para uma mãe que acompanha sua filha, para assim evitar qualquer constrangimento ou julgamento. Muita gente ficou na dúvida se Joan teria ido adiante com o aborto, mas pela forma como ela responde a Roger no dia seguinte, constatando que preveniram uma tragédia, fica claro que sim. Além de que seria apenas questão de tempo até que a gravidez começasse a ficar aparente.
Enquanto isso, Don Draper nunca se sentiu tão encurralado na vida, com sua falsa identidade correndo sério risco de ser denunciada. Ainda que cada vez mais gente fosse cúmplice de sua farsa, Don ainda não estava preparado para enfrentar uma detalhada investigação do departamento de defesa americano. Se fosse descoberto, não haveria negociações, seria o fim. Assim, sem ter a calorosa costa oeste para se refugiar e as palavras de conforto de Anna Draper, ele chega a se desesperar e até ter um ataque de pânico ao avistar dois possíveis agentes nos corredores de seu prédio. No entanto, depois de todas as suas experiências ao longo dos últimos episódios, já é possível notar certo progresso quando Don chama às pressas seu advogado para deixar garantido o futuro financeiro de seus filhos. Quem acaba prestando socorro nesta situação é Faye Miller, que não é apenas a última a saber sobre sua identidade verdadeira, mas também a primeira pessoa que Don decidiu confiar este segredo voluntariamente. Ela até propõe que ele abra logo o jogo e arque com as consequências, mas tudo o que ele mais teme na vida é voltar a ser o frágil e ingênuo Dick Whitman, aquele que tomou essa decisão quando garoto. Como disse na semana passada, acho improvável que essa relação seja duradoura, ainda mais agora que Faye assumiu claramente uma posição de terapeuta perante Don. Quanto mais ela tentar resgatá-lo, mais ele tentará fugir.
Sem encontrar outra alternativa viável, Don decide recorrer a Pete para resolver seu problema, assim colocando-o também contra a parede. Como Don Draper ainda é importante demais para a agência e para o próprio futuro de Pete, ele sabe o que deve fazer: abrir mão de sua conta e levar toda a culpa pelo ocorrido. Por mais revoltante que possa ser, o problema de qualquer segredo é que ele sempre leva a outro segredo. Não importa o que ele venha dizer para convencer Trudy (parecendo quase um balão rosa de tão volumosa) de que é "um cara honesto", porque ao longo de todo esse tempo presenciamos diversas atitudes de Pete que ele também não seria capaz de se orgulhar. Afinal, em meio às voltas do mundo, tudo isso não passa de uma consequência para a atitude precipitada de Pete ainda na primeira temporada, quando tentou chantagear Don com a carta de seu irmão. Esta mesma precipitação é vista quando Don promete os ingressos dos Beatles para Sally sem que ainda estivessem em suas mãos, certamente tentando reparar seus erros da semana anterior. Essa promessa cria uma expectativa durante todo o episódio, que acaba felizmente resolvida no seu final. Assim, Don Draper volta a sua antiga postura, de quebra deixando a porta aberta para uma nova paixão. Quem sabe Megan não seja sua primeira secretária a encontrar uma saída além de ser demitida, pedir as contas ou bater as botas...

P.S.: Sei que acabamos de perder a pequena Sally para a Beatlemania, mas queria deixar aqui registrada a imagem de seu grito histérico. Claro, na versão com protetores de ouvido:


Fotos: Reprodução.

e.fuzii
twitter.com/efuzii

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

[Hellcats] S01E02 - I Say a Little Prayer

por Isabelle Felix



Momento de Tensão para os Hellcats! As eliminatórias para as nacionais estão próximas! E ai? Vai ou racha?

Toda competição que se preze tem que ter um oponente que ponha em risco a vitória, uma espécie de arquiinimigo: Batman e Coringa, Glee Club e Vocal Adreline, Gaga e Britney Spears... Enfim! No nosso caso teremos a Memphis Christian College, que possui um grupo de cheerleaders intitulado “Cyclones”! Mas olha que divertido! Sabe a capitã dos Cyclones? A Charlotte? Pois então! É irmã da Savannah! E elas são BFFs, se adoram, uma mega apóia a outra e. Quem eu to enganando? A Charlotte deixa bem claro que quer mais que a Savannah vá... Pro inferno! Ela é católica... isso é o máximo que ela consegue.



Esse é o episódio em que somos apresentados ao drama pessoal da fofa e alegre Savannah. Sua família é religiosa, ela e sua irmã foram educadas em casa e foram estudar na Memphis Christian University, pois era um legado da família (os avós estudaram lá, os pais se conheceram lá, os periquitos procriaram lá...) e é uma Universidade católica. Porém Savannah não sentiu que estava crescendo lá, o mundo poderia lhe oferecer muito mais do que aquilo. Resultado? Saiu da Memphis Christian, e foi para a Lancer, universidade laica, e seus pais mega carola cortaram comunicação com ela.

Nesse episódio vemos uma possível reaproximação familiar ao Charlotte cair e bater a cabeça, levando-a ao hospital. Savannah fica muito preocupada e acompanha sua irmã após ser liberada pela Treinadora Vanessa Lodge (Sharon Leal), que consegue adiar a apresentação dos Hellcats. Mesmo dando todo o apoio a sua irmã, ela não é bem tratada nem recebida por sua mãe e Charlotte.

Daí voltamos para o drama Marti X Wanda. O que fazer com uma mãe alcoólatra que vomitou em você na sua competição de GRD, fez pagação no seu SATs, na sua formatura, no seu aniversário de 21 anos e quer assistir, inocentemente, à sua apresentação nas classificatórias das Nacionais? Er...bem...huum...Esse fato obviamente desestrutura Marti, que apesar de receber apoio dos amigos, não sabe lidar com essa questão. Pra sua sorte, as classificatórias são remarcadas e dá pra se livrar da mãe, né? #NOT! Mommy está sempre atrás da filhinha, leva costelas e faz mega jantar no Cheertown, fazendo amizades com os coleguinhas cheerleaders, fica tipsy e revela que está sendo praticamente expulsa do apartamento que mora! Há! Que divertido, né gente?!



Daí temos o tema principal do episódio: Família. Enquanto Savannah é rejeitada, Marti está tentando se afastar da sua. Obviamente rola uma conversinha entre as amigues e Marti chega à conclusão que família é família. Não tem pra onde fugir (Além de Savannah meio que jogar na cara dela que é melhor uma mãe bêbada sem noção do que mãe nenhuma). Marti termina ajudando a Wanda, enquanto Savannah se afasta mais da sua família ao negar participar de uma reza em prol da sua irmã que sua mãe marcou, convenientemente, para o mesmo dia e horário da sua classificatória. Ainda não foi dessa vez...



Enquanto isso, também temos draminhas amorosos! Vamos começar com o mais juice! Sabe a treinadora dos Hellcats? A Vanessa? Pois! Ela teve no passado algum rolo com o atual treinador do time de futebol, Red Raymond (Jeff Hephner), que também é uma mega estrela da área. Aparentemente ele ainda tem interesse nela, mas ela está namorando e sério com o médico do Hellcats, Derrick Altman (D.B. Woodside). Até aí tudo bem. O problema é que o Doutor é super fã do Raymond e Vanessa faz a egípcia: nunca viu Red Raymond mais gordo na vida!!! Pra quê mentir, tia...tsc tsc

Rola também flerte entre a Savannah e o Dan, além de troca de sorrisos maliciosos entre Marti e Lewis Flynn (Robbie Jones), o cara que segura ela enquanto ela pula, gira, rodopia, voa e volta pro chão. (Esse cara, Robbie Jones TAMBÉM participou de One Tree Hill! Ele era um jogador de basquete e ...okay...parei)



Enfim, final do episódio. Savannah com pensamento positivo e seguindo sua vida enquanto Marti enfrenta seu problema com sua mãe (pelo menos o desse episódio...). Wanda faz as pazes com sua filha e assiste à sua apresentação. Obviamente os Hellcats ganham as classificatórias. Alguém tinha alguma dúvida?


Fotos: Imagens Google/Reprodução




Isabelle Felix
Twitter: @bellefelix

sábado, 2 de outubro de 2010

[Dexter] 5.01 My Bad

Por Danielle M




"Fui eu". Minha culpa, máxima culpa. O que ele temia aconteceu. Assim começa Dexter 5a temporada. E ao que tudo indica, sua última. O que é preciso fazer para que esta temporada seja diferente? Um elemento novo, não necessariamente surpreendente, mas com efeito de nos prender e deixar sobressaltados. Afinal, o que mais poderia acontecer a ele?

Tudo começa caótico. Dexter num estado zumbi transtornado. Aquela perguntinha maldita que ele, e nós também, fizemos,  "porque não matei Trinity quando tive a chance?". Pois é. A pobre e inocente Rita e a sua relação foram enterrados. Lamento muito, mesmo com suas chatices, adorava ver a dinâmica entre eles. Mas essa história acabou. Foi bacana ver o começo de namoro. Porém...



Porém eu esperava que a série fosse para um outro rumo, e neste episódio deu bons passos para ele, Dex como um cara solitário de fato e fugindo. Mas não durou muito, até porque Laguerta e Angel sabem do álibi, afinal, Dex foi padrinho de casamento deles. Esse novo Dex que mata sem o menor planejamento, desordenado, visceral, e com muito sangue, ahhh, ele prometia...

Mas aí,  após matar o cara sem a menor cerimônia e nas palavras de Harry ainda como consciência persistente,  "primeiro ato humano que você fez após a morte de Rita", já percebi que as coisas não mudariam assim.  Mas tenho esperanças, Julia Stiles entrará para o cast. Quem sabe não precisamos mais ouvir/ver Harry, "Você precisa voltar". Ah não,  volte para o limbo e deixe Dex ser livre para ser o que é.



Cenas legais :

- Astor segurou bem a cena com Dex.
- Masouka, o sem noção, dizendo que sempre imaginou Rita nua, mas não daquele jeito.
- Detetive insignificante  Quin transando com Debra e ela dispensando depois. ehehe
- Dexter com orelha de Mickey contando a Astor e família que Rita morreu.
-Dex suspeito



**fotos:reprodução google images

/dannamagno

[Fringe] 3x02 The Box

por Alison do Vale

Fringe retornou realmente arrebatadora. Me atrevo a dizer que foi como ter uma segunda season premiere, já que com a alternância na exibição dos universos [créditos iniciais em azul, e não em vermelho dessa vez] pudemos ver de modo mais abrangente como ficou o nosso lado após os acontecimentos da temporada passada.

E de cara já noto uma diferença muito positiva no andamento do episódio; Sou daqueles que se incomodavam um pouco quando o capítulo focava apenas num caso específico e deixava a história principal de lado. Aparentemente encontraram uma solução fantástica pra essa situação: tranformar o caso da semana em "peça" fundamental à mitologia. E começaram fazendo isso literalmente.

A misteriosa caixa que dá título ao segundo episódio, além de causar um transe que levava suas vítimas à morte por causa de ondas ultrassônicas era, mais do que apenas um dispositivo assassino, parte integrante da Máquina do Juízo Final - o aparelho assustador criado pelo Walternativo que depende de uma interface humana [no caso seu próprio filho, Peter] para causar a destruição de universos. O nosso, a propósito...

Sobre essa máquina vale ressaltar dois pontos interessantes. O primeiro, e mais óbvio, é o trauma e confusão pela qual o jovem Bishop está passando depois de saber sua "função" no funcionamento do mecanismo mas o mais importante é notar o quão bem planejado está o esquema do Secretário de Defesa. Quando o objeto integrante do implemento de destruição parecia ser apenas mais uma engenhoca somos surpreendidos com a real intenção de chamar a atenção do FBI pra fazer com que a peça chegasse até as mãos de Peter.

Para que haja êxito na realização dos intentos de Walternativo ele escolheu uma dupla realmente preocupante. Altívia - a Olívia do outro universo - e Newton que por estar há muito tempo deste lado, tem vasto conhecimento do nosso mundo e recursos para alcançarem seus objetivos.

Vemos que o disfarce da Olívia alternativa não é tão simples. Apesar da aparência idêntica fisicamente, as mudanças no seu comportamento e temperamento são bastante evidentes. Claro que mais pra nós que sabemos da verdade, mas sinceramente não acredito que ela conseguirá manter esse segredo por muito tempo, até mesmo porque suas atitudes com relação aos casos cedo ou tarde irão revelar sua falta de empenho na resolução dos mesmos. Por enquanto a sua missão prossegue e ela deve iniciar agora um trabalho com o Dr. Bishop.

Doctor Walter Bishop... este merece sempre uma atenção especial. Seja desenvolvendo um modo de criar leite achocolatado a partir da pobre vaca Gene ou degustando um pouco de cérebro [o.O] de sua gravata, trata de garantir boas risadas. Mas todos sabemos que muito mais do que isso seu papel é vital nessa "guerra", iniciada por ele mesmo no final das contas. Agora, além de toda informação, inteligência e conhecimento que Walter já possuía, a herança deixada por William Bell a ele, as ações de toda a Massive Dynamics, vai colocar o lado de cá de volta ao páreo e minimizar aquela vantagem adquirida pelo Universo Paralelo a qual me referi no comentário do episódio anterior. Isso por que não sabemos ainda o que foi que William deixou para Nina. Tenho certeza que ela adorou o "Sino" da Toscana, mas duvido que ele não tenha deixado algo mais que poderá ser útil nessa batalha futuramente.

Mais intrigante do que saber que a caixa era uma peça da arma de aniquilação de Walternativo é, como bem questionou Broyles, entender por que diabos há partes da máquina deste lado? Seria um meio de fazer com que Walter construísse uma nova versão da arma? Ou de algum modo, reunidas as partes restantes e no contato com Peter elas possam enfim ativar a geringonça a partir do nosso mundo sem que ele soubesse?

Como não será nada fácil combater esses inimigos que parecem estar sempre um passo à frente, seguir o conselho de William Bell e "cruzar a linha" será crucial para que este lado saia vitorioso e desfaça de vez o plano do Lado Alternativo.


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PS.: "Silencioso, mas FATAL." [Bishop, Walter]


Imagens: reprodução

[Alison do Vale]
twitter: @menino_magro