
O que questiono é o que teria feito Faraday durante todos esses anos de pesquisa acreditar que fosse possível impedir esse Incidente de acontecer, e que portanto suas ações não estivessem mais sendo traçadas por aquele destino inevitável. Ao encontrar Charlotte no balanço e fazer exatamente o mesmo procedimento para tentar salvá-la, parecia claro que tudo aquilo continuava determinado. E apesar da forma bizarra que Faraday invadiu o acampamento dos Hostis para encontrar sua mãe -- é sério que ele estava armado e rendeu todo mundo? --, é isso que teria de acontecer para fechar o ciclo e a partir daí fazer com que grande parte das decisões dos Hostis fossem tomadas com base nas anotações de Faraday. Continuo não acreditando que alguém conseguirá fazer alguma mudança no futuro, talvez impedindo até que o Oceanic 815 caísse na Ilha como Faraday sugeriu, porque não faria sentido modificar uma trama de 4 temporada à essa altura. À partir de agora, Ms Hawking também não tem noção do que está por vir, como ela disse durante a visita a Penny para certificar-se que Desmond estava bem.

Já os flashbacks, apesar de terem esclarecido pouco para sua jornada, mostraram bem como Faraday foi conduzido à Ilha na temporada passada. A cronologia parecia confusa à primeira vista, mas em 77 Daniel provavelmente já era nascido e aquela sua conversa no piano parece ter sido a primeira vez que Eloise tenta afastar o filho dessas distrações inúteis. Mas que tipo de maldição é essa, que faz alguém abrir mão do próprio filho para respeitar o inevitável? Sinceramente, por ninguém fazer a menor idéia de quais são as motivações de Hawking, Widmore ou Linus, às vezes parece frustrante ver tantos personagens vivendo e morrendo como peças nessa grande disputa. Claro que os mistérios são o motivo para muita gente assistir Lost até hoje, mas não faria mal nenhum se a morte de alguns personagens não parecessem aleatórias ou simples formas de amarrar a história. Porém, a única certeza nesse chocante final de episódio é que chegamos à ironia das ironias: a mãe sacrificando a vida do próprio filho, que acreditava ser a mais importante das variáveis e acaba morrendo como a mais infeliz das constantes.
e.fuzii
Nenhum comentário:
Postar um comentário