(Um post semelhante será destinado às novas séries, mas acho mais prudente esperar que tenham 3 ou 4 episódios exibidos: primeiro, porque é sempre complicado avaliar um programa pelo seu piloto e às vezes leva tempo para encontrar o tom certo; depois, porque sempre há a possibilidade de cancelamento, o que me parece frustrante para o comentarista)

6x01 – Gossip
A grande vantagem de The Office sobre a maioria das séries cômicas é que, depois de cinco temporadas desenvolvendo até o mais coadjuvante dos personagens, possui inúmeras possibilidades pra fazer graça, baseando-se apenas nas características peculiares de cada personagem em cena. A 5ª temporada acabou com Pam e Jim descobrindo que estão grávidos. Como essa notícia vai chegar aos demais? Só elaborar uma resposta pra esta pergunta já dá um episódio, e dentro da lógica da série, parece não haver melhor idéia. Porque tudo começa com um boato envolvendo os estagiários na Dundle Mifflin e o que se segue é ainda mais engraçado por sabermos que “é a cara” de Michael Scott fazer o que ele faz. Da mesma forma, conhecemos muito bem todos os demais personagens, então a sequência da revelação do segredo se torna ainda mais especial: porque faz todo sentido Jim e Pam se “sacrificarem” pra proteger o segredo de Stanley; a recriminação de Angela e a empolgação de Kelly no mesmo enquadramento; Creed perguntando quem era o obstetra. E o boato de que Toby era virgem é hilário não apenas por ele ter uma filha, mas porque sabemos que Michael o odeia tanto e esse é o tipo de coisa que ele acha que seria o mais terrível a se dizer de alguém. O que me fascina na série é essa coerência, de onde se extrai excelente humor sem perder de vista os personagens (ainda tivemos Michael com medo de estragar tudo ao falar com a esposa de Stanley, que lembra o final do arco do Michael Scott Paper Company). O episódio deu espaço para todos, e isso é sempre bom. Destaque também para Ed Helms e, claro, PARKOUR! Não foi o melhor season premiere da série (este ainda é o Gay Witch Hunt, da 3ª temporada), mas chegou perto.

5x01 - Definitions
A atenção dada ao fato de que “The Mother” estava no mesmo auditório que Ted foi tão pouca, que parece que os roteiristas caíram na real: a essa altura pouco importa quem seja a mãe, desde que as aventuras dos amigos sejam engraçadas. O episódio focou em mais regras de relacionamento (o que se tornou habitual na série), desta vez naquela que diz que amigos devem estabelecer limites quando se envolvem sexualmente. A química entre Neil Patrick Harris e Cobie Smulders é boa, rende bons momentos, mas não chega ao ápice do humor como quando Barney e Marshall dividem a cena. Foi um início de temporada mais simpático do que realmente engraçado, embora tenho que confessar que me diverti com Ted professor. Todo mundo sabe que Josh Radnor é o elo fraco do elenco, mas ele quase me fez esquecer que o rei nessa área de novato tentando se ajustar como professor universitário é Ross Geller. E falando em Friends, a série ao menos se iguala à sua inspiração máxima no quesito carisma: mesmo quando a piada é batida (como Lily tornando pessoal o fim do relacionamento entre Barney e Robin no início do episódio), você ri, simplesmente por adorar o fato de que esses personagens estão de volta.

2x01 – Pawnee Zoo
O grande problema de Parks and Recreation é sair da sombra de The Office, sombra que os próprios produtores fizeram questão de se apoiarem. A personagem de Amy Poehler é a versão feminina de Michael Scott? Mas em quais aspectos? Sem essa definição, a série perde muito, e, assim como ela, os demais personagens não possuem características fortes o suficiente para nos interessarmos por eles. Mas é inegável que houve mais humor neste episódio, que em todos os anteriores vistos até aqui. A situação foi boa (Leslie acidentalmente casa dois pingüins machos no zoológico local, o que levam a tomá-la como ativista pela causa gay), os diálogos melhoraram (a situação de April com seu namorado e o namorado do namorado) e ainda tivemos uma atitude madura de Leslie ao final, quando diz a Ann que ela poderia sair com Mark, o que já dá um direcionamento à protagonista (racionalidade que não faz parte do repertório de Michael Scott, por exemplo). E, embora as aberturas dos episódios ficam a milhas de distância da criatividade de The Office, “Pawnee Zoo” começa com uma simpática performance de Poehler, de um rap do Will Smith. O problema não é ela, mas os roteiristas. E falando em atuações, Chris Pratt passa de convidado a ator regular da série. Nunca foi especialmente engraçado, mas me parece ser o que mais tem potencial dentre todos os coadjuvantes.

3x01 – The Electric Can Opener Fluctuation
Não morro de amores por The Big Bang Theory, que é a mais comum das sitcons, sem o mínimo de criatividade na sua estrutura (coisa que How I Met Your Mother tem de sobra, por exemplo). E é muito difícil arrancar alguma risada quando Sheldon não está em cena. Isso porque Johnny Galecki e Kaley Cuoco são MUITO ruins, o que faz Jim Parsons brilhar ainda mais. Este season premiere foi mais um exemplo de como a série não ganha nada desenvolvendo um arco romântico entre Penny e Leonard. Mas a grande decepção ficou por conta da participação da mãe de Sheldon. Nunca entendi porque a Sra. Cooper não fez mais participações, afinal “The Luminous Fish Effect” (episódio 4, 1ª temporada) era excelente, graças a caracterização da personagem, sarcástica e cristã até a medula, dois extremos opostos de seu filho. No entanto, aqui ela só foi cristã, e muito pouco engraçada. Na verdade, Laurie Metcalf está tão diferente que pensei terem mudado a atriz (ou pelo menos assim pareceu na minha memória). Para quem gostou deste episódio, tentem ver o 1x04 e façam a comparação. Eu não revi, mas lembro muito bem que a mãe de Sheldon era muito mais engraçada que isso. No mais, a piadinha do emoticon foi o máximo que conseguiram extrair do mundo geek. Espero que melhore.
Hélio Flores.
http://twitter.com/helioflores
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