sexta-feira, 25 de junho de 2010

[Podcast] Episódio 3 - "Breaking Bad"

Neste episódio, discutimos a espetacular terceira temporada de Breaking Bad e os motivos que fazem desta a melhor série da televisão desse ano até agora. Participaram desta gravação Allan, Célia, Hélio e Fuzii, avaliando o último episódio e prevendo os possíveis desdobramentos para esses fascinantes personagens. Confira:

Duração: 55min. [Download]

Foto: Divulgação.

domingo, 20 de junho de 2010

[Filme] Free Polanski - Viva la Argentina

Por Danielle M


Saí do cinema. Acabei de ver O Escritor Fantasma ( The Ghost Writer). Se é para Polanski realizar este tipo de filme porque está "preso", sofrendo psicologicamente, olha, digo de coração, liberte o homem! Nem um elenco de primeira como este salva do tédio e de ser tão previsível.
Esperava mais, críticos incensaram tanto...
 

Free Polanski, free

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Como foi um final de semana de cinema, aproveitei e pude, finalmente, ver o vencedor do Oscar de melhor filme estrangeiro deste ano, O Segredo dos seus olhos. Sei lá se o Brasil é melhor no futebol que a Argentina, gosto de pensar que sim, mas no cinema...tem pra ninguém na América latina. Impressionante como este filme é tocante, aliás, acho especialmente fascinante como não consigo me conectar com a "alma portenha" em nenhum nível, já estive por lá e realmente não entendo o povo, o país, aquela tristeza persistente. Mas olha, o cinema argentino consegue fazer isso. Por um momento - a duração da película - me sinto profundamente ligada àquelas pessoas, histórias e o país.


I Do




Quero casar com o Ricardo Darín!! Fantástico! E o restante do elenco é de encher os olhos. Chorei horrores. Ri. Fiquei passada. Quer saber? Os argentinos, pelo menos no cinema, são muito, mas muito superiores ao cinema nacional. Luz, som, direção, atuação, fotografia. 10 a 0 no placar, senhor juíz.

**foto: Reprodução


segunda-feira, 14 de junho de 2010

[FNL] 4x13 Thanksgiving

por e.fuzii
Sei que estava em grande dívida com Friday Night Lights justamente no seu finale, mas mesmo atrasado estou aqui para saldá-la. Talvez a grande questão dessa temporada seja analisar o trabalho feito pelos roteiristas já sabendo que a série estaria renovada, situação inédita até então. Nesse sentido acho que o final poderia ter sido um pouco mais arrojado, não apressando em concluir todas as tramas e deixando algumas situações em aberto, principalmente em relação aos adolescentes introduzidos nessa temporada. Provável que Luke, Vince e Jess estejam de volta no ano que vem (forçando a barra talvez até Becky), mas confesso que por terem se envolvidos em tramas muitas vezes enxutas demais, esses personagens já aparentam estar "esgotados" para mim. Mas é claro que a medida que novos rostos forem sendo apresentados, os veteranos devem ganhar nova dinâmica também.

Friday Night Lights nunca teve como prioridade grandes reviravoltas dramáticas no roteiro. Aliás, as poucas tentativas de surpreender, principalmente na irregular segunda temporada, acabaram desconstruindo até certos personagens durante o processo. A série (e principalmente Jason Katims, o principal showrunner) preza por executar com competência essas histórias até certo ponto previsíveis. E é basicamente isso que vemos nesse final. Exatamente como temia no episódio anterior, Tim Riggins decidiu assumir sozinho a pena pelos desmanches de carros, agora que seu irmão tem um filho para criar. Não era o final merecido depois de todo o amadurecimento do personagem, confessando até descobrir o sentido de sua própria vida, mas suas últimas cenas preparando-se para o momento de tomar essa decisão, deixam a certeza da evolução do ator: seja na despedida de Becky, deixando a porta aberta para sua própria família, ou ouvindo em silêncio os agradecimentos de seu irmão na mesa dos Taylor. Já Jess decide finalmente ficar ao lado de Vince, compartilhando com ele e sua mãe o jantar de Ação de Graças. Assim, Landry termina mais uma vez com seu coração partido, restando apenas reatar sua eterna amizade com Matt e partir junto dele para Chicago. Por mais difícil que seja dizer adeus a Matt, Julie percebe que deve procurar seu próprio caminho sozinha e não apenas conformar-se com a condição de seu namorado. Mas diante de tantas possibilidades fora de Dillon, espero que este não seja o adeus final para o casal. Já Tami Taylor acabou não pedindo perdão pelo mal entendido, decidindo assim abdicar o cargo de diretora e enfim dedicar-se à reestruturação de East Dillon, como se aparentasse uma punição aplicada pelo conselho.
O grande duelo que dividiu a cidade de Dillon em duas, acabou resolvido também de forma bastante satisfatória. Talvez pudesse ser improvável que os Lions vencessem essa partida, ainda mais de forma tão dramática com um field goal de Landry no final. Porém, acho que foi uma forma efetiva de contrastar com as penosas tramas dessa temporada, como se fosse uma forma de alívio para esses personagens. Mas serviria também para constatar que uma vitória, por mais heróica que seja, não é capaz de mudar a vida de ninguém. Agora que caminhamos para a última temporada da série, não me surpreenderia uma conclusão envolvendo essa questão. Afinal, mesmo que alguns poucos talentos tenham a sorte de seguir carreira no esporte, a grande maioria tem de procurar seu próprio destino, com base em todos os valores defendidos ao lado de seus companheiros.

Já que estamos próximos do anúncio dos indicados ao Emmy (no dia 8 de julho), vale considerar também as chances da série em algumas categorias. Como Connie Britton decidiu concorrer na categoria principal de atuação, infelizmente suas chances de indicação ficaram ainda mais reduzidas. Os outros prováveis candidatos -- Kyle Chandler, Taylor Kitsch e Aimee Teegarden -- também tem pouca probabilidade de indicação pela concorrência em suas categorias e por nunca passarem perto do "radar" dos votantes. Mas como a Universal decidiu apostar pesado neste ano, enviando a temporada inteira para apreciação, quem sabe não teremos alguma surpresa. A única esperança mesmo seria a indicação merecida de Zach Gilford como ator convidado, pelo melhor episódio da temporada The Son. Continuamos todos na torcida.

Fotos: Divulgação.

e.fuzii
twitter.com/efuzii

[Extra] Renovadas e canceladas. Chorem!

Eu fico passada com as séries canceladas. Como assim Cold Case foi desta pra melhor, err, pior? Faltou incentivo, porque dava pra render mais uma temporada pelo menos.

Das que eu gosto, Supernatural é uma delas, garantiu a 6a temporada, mesmo Kripke jurando que seria a última.  Mas é uma série que não se leva a sério, divertida e tem muita coisa pra brincar ainda.

Feliz também por Medium, já que a sua "irmã" morreu, Ghost Wishperer, garantindo o terrorzinho básico e o sobrenatural nosso de cada dia por pelo menos mais uma temporada.

E claro, finalmente acabaram com aquelas duas bombas chamadas Heroes (aqui jaz tarde) e Flash Forward, uma bobagem tremenda que nem o piloto se salva.

Lamento também por The New Adventures of Old Christine, comedinha das boas.

Do resto, não assistia, não posso opinar. Agora, só mais uma coisinha, o que salvou V, hein? Roteiro que não foi...

Alguém me explica Smallville? Superman já tem 50 anos por lá?

Ah, Dexter tem mais uma temporada! Isso não é novidade!! :)

A lista da degola:

Accidentally on Purpose, Better Off Ted, Brothers, Cold Case, The Deep End, FlashForward, The Forgotten, Gary Unmarried, Ghost Whisperer, Hank, Lost, Melrose Place, Mercy, The New Adventures of Old Christine, Numb3rs, Past Life, Romantically Challenged, Scrubs, Three Rivers, ‘Til Death, Trauma, Ugly Betty.

** Lembrando que série cancelada inclui aquelas que tiveram um final "digno", ou seja, que foram devidamente planejadas para terminar. O cancelamento seria o fim da série, seja ele qual for.


A lista dos que suspiram de alegria:

30 Rock, 90210, American Dad, American Idol, America’s Next Top Model, Bones, Castle, Chuck, The Cleveland Show, Community, Cougar Town, Criminal Minds, CSI, CSI Miami, CSI NY, Desperate Housewives, Friday Night Lights, Fringe, Gossip Girl, House, How I Met Your Mother, Human Target, Law & Order: SVU, Lie to Me, Medium, The Mentalist, The Middle, Modern Family, NCIS, NCIS: Los Angeles, Life Unexpected, One Tree Hill, Parenthood, Parks and Recreation, Private Practice, Rules of Engagement, Os Simpsons, Smallville, Supernatural, Two and a Half Men, V, The Amazing Race, The Good Wife, The Office, The Vanpire Diaries, Uma família da Pesada e V.


Danielle M

domingo, 13 de junho de 2010

[Breaking Bad] 3x12 - Half Measures



A melhor fala deste sensacional "Half Measures" veio de Walt: "Jesse, suas ações afetam outras pessoas". Em tom paternal e de repreensão, é incrível como Walter White consegue negar, para si e para os outros, todas as suas ações que afetaram tragicamente a vida de inúmeras pessoas. Ele começa o episódio dizendo que não é um assassino, obviamente não pensando em Emilio, Krazy 8, Jane e as centenas de pessoas no desastre aéreo - e nem estou considerando todas as mortes que ocorrem no tráfico e no uso da melhor metanfetamina da região (e do país?). Com a morte dos dois traficantes, ao final do episódio, não tenho dúvidas que Walt consegue perfeitamente racionalizar o que ocorreu. Ou estaria pronto para finalmente assumir que é um "bad guy", ao contrário do início da temporada?


Esta fala do Walt é importante por mostrar que Vince Gilligan não ignora o elemento humano da série, mesmo quando esta apresenta seus momentos mais insanos de ação e violência. Continua a gradual transformação dos personagens, com Walt fazendo o que tem que ser feito (sempre preocupado com Jesse) e Jesse sendo inconsequente com a melhor das intenções. Porque, ao contrário do que se pensava com o episódio anterior, não é apenas a vingança que motiva Jesse.


Parece que neste mundo dos personagens (que inclui alguns espectadores da série que em alguns fóruns virtuais comentavam como Jesse é burro e até mesmo Walt, por ir ajudá-lo), apenas ele se incomoda com o fato de uma criança ser usada para matar e vender drogas. Esse sentimento de Jesse e sua relação com crianças já haviam sido perfeitamente construídos pela série, tanto quando assume para si a culpa de seu irmão mais novo pela maconha encontrada por seus pais, mas principalmente em "Peekaboo" (2x06), experiência que marca o personagem ao ver os danos que pais drogados causavam em uma criança. Ao contrário de Walt, Jesse assumiu ser um "bad guy" no início da temporada, mas ainda preserva este "ponto fraco" (que o fez, aliás, desistir de vender droga para Andrea, ao conhecer o filho desta).


Seu valor ainda pode ser visto na tensa sequência em que desafia Gus com um categórico e firme "Não" e, se ficamos tão assustados e surpresos como Walt, Mike e o próprio Gus, o mérito é exclusivo dos atores, com Esposito brilhando novamente, desta vez com um lado mais ameaçador do "Chicken Man" que ainda não conhecíamos; e Aaron Paul, em mais um momento genial, mostrando a perplexidade e o sentimento de traição que Jesse sente ao ver Walt ali, sentado sem fazer nada.



Esta cena, aliás, é mais um exemplo da imprevisibilidade de Breaking Bad. A cada episódio, as coisas se desenvolvem da forma que menos esperamos. Desta vez, se tudo indicava que Jesse iria causar uma guerra desastrosa, logo estão todos reunidos para um acerto pacífico (não antes de Jesse tentar botar em prática um ótimo plano, usando a mesma substância que Walt quase utilizou para matar Tuco). Claro que as coisas não poderiam dar certo.


Não duvido que a morte de Tomás pode ter sido por ordem de Gus, em um movimento para matar Jesse semelhante à sua estratégia para matar os Primos. Ou os traficantes teriam matado por conta própria, uma vez que Gus só ordenou que não utilizassem mais crianças para a venda. Mas não sei se isso importará. Ou, em se tratando desta série, talvez a verdade venha na abertura de algum episódio da próxima temporada. O que fica é uma expectativa monstruosa, não só criada em termos de roteiro, por tudo que conseguiram brilhantemente escrever, fazendo com que soasse crível e tenso todo o caminho percorrido até aqui. Mas colocar isto em cena tem sido tão genial quanto a escrita, e a sequência final é um primor no uso da fotografia, do som e da trilha sonora, desde aquele corte seco que mostra Walt saindo da mesa de jantar, ao suspense que antecipa a saída de Jesse do carro, e finalizando com aquele movimento de câmera que enquadra Walt de baixo para cima, dizendo "Run" como um verdadeiro bad guy, no silêncio dos créditos finais.


Tudo funciona em dobro neste final, especialmente pelo fato de que toda a temporada foi construída de forma que nos faça pensar que Jesse não duraria muito. É fato que nos planos originais de Gilligan, Jesse seria morto no fim da 1ª temporada, algo que não ocorreu por conta da greve dos roteiristas, mas também por ter se impressionado com Aaron Paul. E hoje não dá pra imaginar a série sem o personagem. Mas como ela avança por caminhos inimagináveis, muito se comenta sobre o futuro de Jesse. Esperemos que algo realmente incrível aconteça para que ele continue como protagonista (e, de fato, acredito nisto).



Com tamanha intensidade do final, tudo o mais que acontece no episódio fica (injustamente) eclipsado. Mas mais uma vez temos um episódio impecável, do início ao fim, a começar pela abertura (mais uma!), com a rotina de Wendy, outra personagem a retornar para o eixo da série (para quem não se lembra, Wendy é a prostituta que Hank tentou arranjar para Walter Jr. e que depois serviu de álibi para Jesse após seu carro ser encontrado com Tuco). Eu não costumo gostar de montagens aceleradas, mas aqui, ao som de "Windy" (música do The Association), funciona pra caramba.


Também tivemos mais um pouco do envolvimento de Skyler com os negócios de Walt, que obviamente se recusa em tê-la participando disto. Skyler consegue negociando a aproximação com a família que Walt deseja, e já começa a ler sobre lavagem de dinheiro no Wikipedia, mostrando que sua suposta eficiência e conhecimento do assunto não é tão vasto assim. Enquanto isso, Hank volta para casa numa divertida aposta entre ele e Marie, que serve como alívio cômico para a tensão e drama do restante do episódio. Certamente que Hank começará a ligar os fatos a Walt quando descobrir que é ele quem está pagando suas contas, mas coerentemente Marie se esquiva das perguntas do marido quando este pergunta para Walt Jr. como seus pais estão se virando, já que agora nenhum dos dois trabalha. A ideia do lava-carro, de Skyler, dará uma base sólida para a mentira.


Por fim, é preciso exaltar mais um monólogo da série, desta vez proferido por Mike e que justifica o título do episódio (algo como "medidas provisórias" ou paliativas) numa história que remete à lição que o Gus quis dar a Walt no episódio anterior, sobre nunca cometer o mesmo erro. Breaking Bad é bastante generosa com seus atores, e ainda faltava dar espaço para Jonathan Banks brilhar, com um ótimo texto.



Falta um episódio para o fim da temporada.




Hélio Flores
twitter.com/helioflores

[Breaking Bad] 3x11 - Abiquiu



Abiquiu é uma pequena cidade do Novo México, próxima a Santa Fé. Foi lá onde a artista Georgia O´Keeffe viveu boa parte de sua vida, numa casa cuja porta da frente foi pintada várias vezes por ela, e que futuramente viraria motivo de discussão entre Jesse e Jane. E é assim a introdução deste episódio de Breaking Bad, que mais uma vez nesta temporada tem início com um evento do passado, ainda não visto por nós.


Não é que a série mostre algo essencial para entendermos ou mudar nossa perspectiva de um acontecimento. Duvido que alguém, a esta altura, estaria preocupado em saber como Jesse conseguiu o trailer (1ª temporada) ou como Turtle perdeu sua cabeça (2ª temporada). Mas são lacunas que os roteiristas tem utilizado muito bem para estabelecer o clima dos episódios, criando pequenas pérolas como introdução. No caso deste "Abiquiu", relembramos a relação de Jesse e Jane, interrompida por uma das (muitas) tragédias resultantes da parceria entre Jesse e Walt. Com ótimo lero discutindo a importância da percepção de uma porta e uma linda e sedutora Jane, a abertura poderia ter sido coisa de Quentin Tarantino. Mostra também a origem daquela ponta de cigarro com o batom, visto no episódio anterior, que faz Jesse lembrar do quanto ele perdeu. E para quem não conseguiu situar este momento entre os dois, Jane queria levar Jesse para esta exposição, quando Walt o forçou para um trabalho de 4 dias perdidos no deserto (2x09 "4 Days Out"). Provavelmente ocorre imediatamente após seu retorno.


Já o episódio em si, foi mais uma aula de síntese e capacidade de avançar a trama da forma mais coerente e surpreendente possível. No comentário do episódio anterior, eu disse que o que movimentaria este fim de temporada era Jesse roubando as sobras da droga para vender por fora, e concluí: "Ou não, já que ser imprevisível é característica única de Breaking Bad". E, de fato, os roteiristas tiraram inesperadas cartas da manga, com a tentativa de Jesse apenas levando pra algo muito mais intenso.



É incrível a retomada do assassinato de Combo. Lembro que tinha achado curioso mostrar um garoto assustado como assassino (em 2x11 "Mandala"), pensando imediatamente nestes rituais de iniciação a que estamos acostumados nos filmes/séries que abordam o tráfico. Na época, parecia um detalhe sem maior importância. Agora, Jesse se envolver com Andrea, irmã de Tomás, é mais uma prova de que TUDO e TODOS nesta série importam, nada é irrelevante.


O acaso, a sorte ou o destino. Não importa. Se por um lado, Breaking Bad sempre deixa claro as conseqüências dos atos de seus protagonistas, há este componente quase místico que é uma constante na série e que permanece como elo mais forte de ligação entre os eventos, um resultado que emerge e que é muito maior que a soma das partes. Como a combinação certa de palavras que poderia fazer o casamento de Walt funcionar (episódio anterior) ou a combinação certa de ingredientes que produz um cheiro especial para Gus (neste episódio). Jesse e Andrea, Walt e o pai de Jane, a queda do avião, a bala que salva Hank: encontros/colisões/ligações que produzem algo novo, fascinante e misterioso. Algo como a química.


E como todo encontro é uma novidade, isso vale também para os encontros que se repetem. Como Jane nos lembra no início do episódio, sobre a porta de O´Keeffe nunca ser a mesma, embora Gus, ao final, pense exatamente o contrário, ao lembrar Walt que não dá pra cometer os mesmos erros.


E a tônica do final de temporada será esta, com a aparente paz de Walt sendo ameaçada pelos novos planos de Jesse, que com uma vingança em execução torna tudo bem mais estimulante (e provavelmente sanguinário) do que a mera contravenção de vender a "blue meth" para dependentes em recuperação.



Se isso é o que mais chama a atenção neste momento da trama, não menos importante é a participação cada vez mais ativa de Skyler nos negócios de Walt, já sedimentando as bases para a quarta temporada. Após passar duas temporadas grávida e preocupada com um marido com câncer, a personagem teve maior evolução este ano, descobrindo (parcialmente) a verdade sobre Walt, vingando-se (não tão) friamente de tudo que sofreu, ao mesmo tempo satisfazendo seus desejos por Ted Beneke, flertando com a ilegalidade e, tal como o marido, escondendo da família tudo que vem fazendo - e, não tenho dúvidas, com bem mais sofrimento que o Mr. White. Agora, após fazer com que Walt pague as despesas médicas de Hank, usa esta preocupação como desculpa para ajudar o marido na lavagem de dinheiro.


Claro, a preocupação de Skyler com o fato de o cunhado ser financiado por dinheiro ilegal certamente é legítima, mas já a vimos tentada a perdoar Walt, logo quando ele assinou os papéis de divórcio, mostrando que ainda existe afeto - e ela, por sua vez, não assinou, já antecipando a lei que prevê que um cônjuge não pode depor contra o outro. Skyler se preocupa e diria que é até submissa aos homens de sua vida (lembrem-se de que se dispôs a ajudar Ted na sonegação fiscal sem exigir nada em troca) e me parece um percurso natural da personagem.




Disto, resulta um dos momentos mais engraçados do episódio, que é quando ela conhece Saul. Skyler não sabe o que sabemos dele, então sua reação não poderia ser outra. Se já não basta os diálogos serem inspirados, ficam ainda melhores por não termos como duvidar de que Saul já deve mesmo ter convencido alguém de que é Kevin Costner, ou que a estúpida ideia de que cientistas gostam de lasers realmente pode funcionar. Bob Odenkirk faz valer cada segundo em tela, e eu poderia ver uma série só sobre Saul Goodman.


Falando em humor, não dá pra deixar de citar Badger e Skinny Pete que, na tentativa de vender a droga, estão (de maneira meio torta) entrando no programa de reabilitação - e Badger só conseguiu vender para Pete! Um episódio como este é para aplaudir os roteiristas que, após um episódio focado em apenas dois personagens, consegue condensar em 46 minutos subtramas que envolvem todos os personagens que mais importam na série. Pois ainda tivemos o início da recuperação de Hank (tão irritado que nem mesmo questiona com que dinheiro estão pagando os equipamentos médicos instalados em sua casa) e mais uma presença de impacto de Giancarlo Esposito que, como Gus, consegue meter medo mesmo quando é para ele que uma faca super afiada está apontada.




Mais dois episódios para o final.




Hélio Flores

twitter.com/helioflores

terça-feira, 8 de junho de 2010

[Melrose Place] S01E15 - Mulholland

por Rafael S


Com o fim de seu namoro de cinco anos com Jonah, uma das maiores interrogações de Melrose Place se tornou qual rumo dariam para Riley. Uma personagem tão sem sal. Mas os roteiristas decidiram não perder tempo e colocá-la imediatamente em rota de colisão com ninguém menos que Amanda Woodward.

No episódio passado, todo o discurso "em defesa da educação" de Ben Brinkley transparecia completamente seu interesse pela professora. E não é que nesse capítulo os dois já chegaram ao beijo antes mesmo dos créditos iniciais aparecerem? Claro que justificaram pelo impulso, mas enquanto os dois ficavam de namorico, Amanda já armava seu bote. Afinal, ela já era uma mulher vingativa naturalmente, imagina só depois de ser dispensada pelo namorado, com quem tinha sonhos de se casar? Infelizmente (ou não, já que era uma premissa não muito empolgante) todo a "síndrome do pânico" da Amanda diagnosticada pelo Michael foi ignorada nesse episódio, mesmo com ela sob tanto estresse - talvez até pela própria ausência do doutor. Assim, a doce vingança dela ficou ainda mais fácil, e nada como entregar um dossiê na mão de Riley para abortar esse princípio de namoro dela. Até porque ela seguiu fielmente seu perfil caxias e tratou de não só acabar com Ben, como se demitir de seu trabalho com ele. Incrível como esse jeito cordeirinho dela destoa das outras cobras criadas da série.

Isso porque o próprio Jonah começou a aprender (na marra) a ter alguma malícia. Afinal, como bem explicou Drew, ele não poderia esperar um relacionamento tão estável quanto o que tinha com Riley agora com Ella. A publicitária desde sempre teve um comportamento diferente, e suas companhias sempre se resumiram a uma boa noite de sexo e nada muito mais complexo que isso. Nesse contexto ocorreu a primeira discussão desse novo casal (em uma insólita festa de aniversário de cachorro), que no fim das contas pareceu mais um recurso para afinar a sintonia dos dois do que uma briga de fato.



Quem se deu muito mal foi Lauren. Depois de fazer um pacto com o diabo, ela arranjou qualquer desculpa para acabar seu namoro com David. Some a isso toda a pressão do trabalho e estudos, e se tem uma mulher a beira do colapso. E quem está lá para ajudá-la? Drew, em mais uma prova cristalina de que os dois podem vir a ter alguma coisa no futuro (ainda mais com David fora do caminho agora). Mesmo novato, é incrível como a animação do médico transborda a tela, suas aparições são sempre momentos divertidos, e Nick Zano está sabendo dosar esse humor com momentos de ternura.

E enquanto isso, o mais novo coração partido do condomínio, David, ficou sem entender esse fim repentino do relacionamento, e para esquecer, se meteu em uma trama totalmente bizarra. Obstinado em comprar o restaurante Coal (porque? o motivo não ficou claro) e precisando de uma grana extra para fechar o negócio, ele recorreu a sua antiga profissão de arrombador de casas de luxo. Até aí nada demais, mas quando estava saindo com um anel valioso de uma mansão, ele foi flagrado pela filha do dono da casa. Tudo indicaria que ela chamaria a polícia. Ou o denunciaria. Ou soltaria sua própria segurança em cima dele. Mas nada disso aconteceu. A bela loura, cujo nome não foi revelado (e interpretada pela atriz Melissa Ordway), resolveu barganhar com David, facilitando sua fuga em troca...de sexo. Sim, pelo visto temos uma ninfomaníaca no pedaço. Porque não vejo outra explicação para alguém se jogar tão gratuitamente para cima de um criminoso que flagrou em sua casa. David em um episódio conseguiu perder sua namorada, voltar ao mundo do crime e ser chantageado sexualmente por uma desconhecida. Isso sem contar seus desafetos com o pai. Depois da regeneração que o personagem sofreu, tudo parece armado para sua queda.



E meso com a trama da morte da Sydney já concluída, ela continua a assombrar a série. Sim, porque aquele flashback no décimo-segundo episódio, envolvendo ela, Amanda e um certo quadro desaparecido, não foi esquecido, e aqui a loura parece mais determinada que nunca a encontrá-la, principalmente pelo seu atual estado de falência em que se encontra. E me parece claro que não será tão simples ela achar o destino desse quadro, que possivelmente pode estar nas mãos de algum dos personagens da série. E lá vem mais uma trama de mistério em Melrose Place, mesmo com a série entrando em sua reta final. Aposta arriscada, já que o assassinato da Sydney parece ter sido um dos motivos pela baixa audiência.

Fotos: Reprodução



Rafael S
http://twitter.com/rafaelsaraiva

segunda-feira, 7 de junho de 2010

[90210] S02E15 - What's Past is Prologue

por Rafael S


Depois de uma sequência de episódios interessantes, 90210 derrapou, e entregou um capítulo bem burocrático. Focado mais no ex-casal Navid e Adrianna, os dois ainda lidam com o fim do relacionamento. Até aí um desenvolvimento normal para o episódio, mas uma série de coincidências bizarras, convenientemente armadas pelos roteiristas para colocar os dois em conflito o prejudicou bastante.

Navid, depois de um episódio ausente, voltou - com a história das drogas no armário curiosamente resolvida e sem grandes consequências - e com ele, voltou sua já conhecida lamentação por causa de Adrianna. Depois de comer pressão dos amigos (como sempre fez), decidiu que o melhor jeito de esquecer de Ade era conhecendo outra garota. Daí que fomos apresentados a Lila (Amber Wallace). Ela já havia aparecido anteriormente em um capítulo, mas com quase nenhum destaque. Mas é curioso o quanto ela se parece com outra personagem recente da série, Gia. Ambas trabalham no jornal da escola (The Blaze), ruivas e usam óculos. Parecidas o suficiente para me fazer pensar em uma teoria: com a mudança no perfil de Gia nessa segunda metade da temporada, será que Lila não foi escalada justamente para fazer sua antiga função? No mínimo é de se pensar. De qualquer jeito, cá está ela na série, e gostei até de ver alguém fora do padrão de magreza das outras garotas do colégio, mostrando algum tipo de variedade.

Enquanto isso, do outro lado, Adrianna continuou curtindo a dor da separação nos ombros de Gia, sem saber que ela estava afim de algo mais do que amizade. Oh, e Gia tem uma kombi. Sem nenhuma relevância, mas no meio de tantos carrões que adolescentes com menos de 18 trafegam em Beverly Hills, é curioso alguém com uma condução tão inusitada (assim como Silver e sua inseparável Scooter). Então, em uma boa sacada, o episódio trouxe de volta o talento de Ade como cantora, algo que havia sido abandonado lá mesmo na primeira temporada, na época onde ela disputada com Annie o papel de protagonista no musical do colégio. Uma faceta interessante da personagem, que justamente precisava de algum diferencial agora que ela voltou a largar o papel de drogada. Em uma audição, Adrianna conseguiu a vaga de vocalista em uma banda de rock de garotas.



Pelos dois parágrafos anteriores, tudo estava caminhando de modo interessante com cada um dos dois personagens, inclusive adicionando ou resgatando elementos à trama. Mas eis que os roteiristas resolveram forçar a barra em níveis surreais. Primeiro descobrimos que Navid e Lila já se conheciam de quando eram crianças. Uma leve forçada de barra para aproximar os dois, e desencadear um beijo. Beijo esse que é presenciado por Ade, que estava andando totalmente sem rumo na praia e calhou de passar pelo clube bem no momento em que o casal ficava. Mas o golpe de misericórdia foi que simplesmente Lila faz parte da banda em que Ade havia acabado de entrar! Claro que convenientemente ela não estava presente no momento da audição, só para tornar o choque das duas ao se verem no dia seguinte maior ainda. Uma sequência de eventos praticamente improváveis só para empurrarem a história para algum lugar - de modo muito mal executado. Uma grande pisada na bola. Ah, no final, Gia enfim declarou para Ade que gosta dela - mas depois de tantos acontecimentos bizarros, ela cena perdeu todo o impacto. Uma pena.

Em outro ponto da trama, começou a entrar água no namoro de Teddy e Silver. Sim, o namoro que começou no final do capítulo passado. Parece que basta entrar em um relacionamento que Silver entra no modo paranóico, que nem ocorreu enquanto namorava Dixon na temporada passada. E com um namorado com um histórico tão "movimentado" como Teddy, a paranóia dela só fez aumentar. E dá-lhe crise de ciúmes. Embora ele tenha a fama de cafajeste, pro nível dos outros garotos da série, ele é certamente um dos mais bem comportados. Eu estava esperando no mínimo um começo promissor para esse namoro, já que toda a aproximação dos dois foi construída de modo bem natural.

E na casa dos Wilson, as coisas não vão nada bem. Annie continua com seu encosto de estimação, Jasper, seguindo-lhe em todos locais que vai. E para piorar, ele roubou (e depenou) o carro dela para que a polícia não possa achar provas que a liguem ao atropelamento. Um comportamento cada vez mais errático do rapaz. E enquanto isso, Debbie começou a se sentir ameaçada pela presença de Dana (April Parker-Jones), mãe biológica de Dixon. Ciúme natural da mãe de criação, ao ver o filho próximo da mulher que o abandonou ainda criança. O cenário perfeito para um bom drama familiar, mas para que adicionar o fato de que Dana é viciada em sites de apostas? E o pior, o que foi aquela cena de Dixon, logo após saber do vício de sua mãe biológica, indo se cadastrar também? Como assim, é hereditário? Bastou só uma conversa para despertar todo esse vício oculto do rapaz? Mais uma vez os roteiristas dando ao personagens as tramas mais ingratas da série. Chega a ser inacreditável.



What's Past Is Prologue foi um episódio focado em um número menor de personagens (Naomi, Annie e Liam tiveram participações bem discretas, e Ivy nem apareceu), mas mesmo assim não aproveitou a oportunidade de desenvolver de modo mais dedicado suas tramas, apostando em escolhas ruins para fazer a trama andar. Espero que no próximo capítulo as coisas melhorem.

Fotos: Reprodução



Rafael S
http://twitter.com/rafaelsaraiva

domingo, 6 de junho de 2010

[Spartacus: Blood and Sand] S01E09 - Whore

por Rafael S


Quando já era costume ver Spartacus: Blood and Sand e seus títulos sempre pomposos, eis que esse nono episódio subverte essa regra, com um simples (mas potente) Whore. Ou simplesmente Puta, na nossa língua materna. Um capítulo, como era de se esperar, focado nas gloriosas mulheres da série. Afinal, aquela sociedade não vivia apenas de sangue e areia, e o sexo era o grande responsável por desencadear os mais diversos acontecimentos. Aliás, não só naquela época, mas isso é assunto para outro texto.

Depois de tempos difíceis, a sorte voltou a sorrir para Lucretia. A falência já era um fracasso distante, desde que o ludus do seu marido tinha se enriquecido graças aos triunfos de Spartacus. Crixus, seu amante, já estava recuperado e não ia mais ser vendido, e sua amizade com Ilithyia havia lhe rendido sua entrada no círculo de amizades influentes dela. E a prova desse sucesso foi cair nas graças de Licinia (Brooke Harmon), prima do famoso Marcus Crassus. Um contato muito mais poderoso do que a própria Ilithyia e seu marido Claudius Glaber. E ambiciosa do jeito que é, ela começou a cultivar essa nova amizade como lhe fosse a coisa mais preciosa, já pensando nos frutos que podia colher no futuro. E enquanto domina daquele ludus, com todos aqueles saudáveis guerreiros a sua disposição, ela viu a oportunidade de satisfazer todos os desejos sexuais reprimidos de Licinia. E assim, com toda a discrição e sigilo possíveis, ela começou a exercer seu papel de "cafetina".

E para servir como objeto sexual, foi escolhido ninguém menos que nosso personagem principal, o campeão de Cápua. Já tendo aparentemente enterrado o antigo Spartacus, e consequentemente, as memórias de Sura, ela aceitou o duro trabalho. E para garantir que o gladiador na falhasse na hora H, lhe foi designada uma escrava para ele treinar. E assim foi introduzida Mira, que já apenas em um episódio mostrou não ser mais uma mera figurante, e sim uma potencial personagem a mudar a vida de Spartacus, já que depois dos desentendimentos iniciais, alguns laços já foram criados entre os dois. Tudo se encaminhou para ela ser um possível interesse amoroso para o herói, mas nesse mundo cruel da série, nunca se sabe se ela viverá o suficiente para isso. Vale destacar também a coragem da atriz Katrina Law em se entregar logo de cara a tantas cenas de nudez total em apenas um episódio, já se equiparando (e em alguns casos, superando) todas as outras atrizes do elenco regular em quantidade de pele mostrada.



Foi bem interessante como o episódio trabalha a todo momento o fato de como o sexo como elemento de controle, em vários níveis e contextos diferentes. Além do já comentado uso dos gladiadores para satisfazer entediadas mulheres da alta sociedade romana, o capítulo mostrou como aos poucos Varro está perdendo as estribeiras depois da grave briga com sua mulher. Na esperança de um perdão, ele apelou para a ajuda do ganancioso Ashur, que cada vez mais se mostra o traidor que é, aqui vendendo informações a Solonius sobre o atentado que Batiatus planejava contra ele - vejam só - marcado para acontecer enquanto ele estivesse com uma de suas prostitutas. E falando no Ashur, me surpreendeu ao vê-lo tentando ser gladiador novamente, algo que realmente não esperava que acontecesse. Mas ao vê-lo tendo seus planos frustados, tudo me pareceu apenas um recurso para alimentar seu desprezo por Batiatus, e justificar sua ida para o lado do Solonius, em uma rivalidade que atualmente ocupa o segundo plano da série, mas que tem tudo para estourar com o fim da temporada se aproximando.

E como toda mulher ganhou seu espaço, era de se esperar que Naevia ganhasse um pouco mais de presença de tela. Ela, talvez a única personagem de toda a série que se encaixe naquele estereótipo romântico, continuou firme com seu amor proibido por Crixus, aguentando vê-lo transar com Lucretia quase que diariamente, mesmo com apenas pequenos momentos de contato com o lutador às escondidas. Mas aqui ela teve seu momento, ao finalmente ter uma oportunidade a sós com seu amado. É o núcleo mais chatinho da série, com direito até a crises de ciúmes, mas o fator Lucretia na jogada é uma bomba relógio prestes a explodir.

E falando nela, é inegável como o brilho maior do episódio é dela. Ela pode aparentar toda aquela classe e calma, mas no fundo é uma mulher ambiciosa em plena ebulição, sempre pensando dois passos a frente de todos. E mesmo ao lado de um oportunista tão grande quanto Batiatus, ela provou dessa vez porque é superior. Ao trazer Licinia para perto, despertou toda a inveja de Ilithyia, que após ter apresentado as duas, começou a se sentir rejeitada (isso sem contar no fracasso do seu plano do episódio passado). Mas pior que qualquer atentado, o grande erro de Ilithyia dessa vez foi ter mexido com o homem de Lucretia - Crixus - e pedir por uma noite de sexo com ele. Foi o bastante para a Domina despirocar de vez e executar talvez o plano mais engenhoso de toda a série até agora, e botar em uma mesma cama Ilithyia e Spartacus.



Sim, os dois personagens que mais se odeiam. Ela, responsável por influenciar Claudius Glaber a se vingar do trácio, e tramar sua morte. Ele, responsável por humilhá-la na frente de todos. Um ódio declarado, mas que se transformou em um sexo selvagem, com suas identidades cobertas por máscaras (cena que lembrou muito o filme De Olhos Bem Fechados, do Stanley Kubrick), em uma conveniente troca orquestrada por Lucretia. E quando a troca foi descoberta, lá estava ela ao lado de Licinia, para rirem da desgraça dela ao entregar seu corpo para seu maior desafeto. E o que veio a seguir foi na minha opinião a cena mais forte da série até agora. Posso estar até soando repetitivo, muitos dos meus textos destacam uma nova "cena mais violenta", mas é incrível quantas barreiras os diretores, roteiristas e produtores estão dispostos a atravessar para mostrar todo esse grafismo. Em um torpor de puro ódio, ao se ver violada pelo homem que tanto odeia e ver sua amiga Licinia gargalhando de sua desgraça, ela simplesmente esfacelou o crânio dela em um degrau, batendo sua cabeça repetidas vezes contra o chão até tudo virar um grande amontoado de sangue e carne desfigurados. No meio de tantas batalhas sangrentas nas arenas, o ápice da violência veio do encontro entre duas mulheres, fruto dos jogos sexuais orquestrados por Lucretia. De cair o queixo a cena.

E em uma cena arrebatadora, Lucretia tomou Ilithyia em seu colo, lhe prometendo abrigo e proteção. Também assustadora pelo turbilhão de emoções que é Lucretia, indo da fúria a aparente calma, mas nunca sem deixar de estar pensando adiante em seus planos ambiciosos de poder. E o grande mérito vai para a Lucy Lawless, que teve seu grande momento na série nesse capítulo, dando toda a dimensão a essa personagem. Em um episódio praticamente ausente de lutas, as mulheres mostraram sua força e fúria de um jeito arrebatador, deixando os homens em mero segundo plano, como marionetes nesse turbilhão de emoções.



Em uma época lembrada nos livros por grandes governantes e guerreiros, as mulheres com certeza foram mais importantes do que a História tratou de lembrar, e foram responsáveis por muitos acontecimentos nas entrelinhas. Controle o sexo e controlará o mundo. Viva as putas.

Fotos: Reprodução



Rafael S
http://twitter.com/rafaelsaraiva

sexta-feira, 4 de junho de 2010

[Podcast] Episódio 2 - 'Letting Go'

Para dar uma conclusão digna ao final de Lost, reunimos grande parte dos comentaristas do blog para uma conversa especial sobre o impacto desse desfecho. Participaram desta gravação Marcelle, Célia, Hélio, Fuzii, Allan e Rafael, discutindo o próprio episódio final e toda repercussão vista na última semana. Além disso, consideramos também as chances de Lost receber indicações ao Emmy por essa última temporada. Confira:

Duração: 1h20. [Download]

Marcelle e Hélio avaliam também a sexta temporada de House a partir de seu episódio final.

Duração: 24min. [Download]