Meu nome é Hélio e fui convidado pelo Ribas para fazer parte do grupo de comentaristas do blog. Como primeiro post, não sei se devo me alongar nas apresentações, então vou optar apenas por dizer meu nome.
Seguindo a regra do blog que diz que cada comentarista se responsabiliza pelos comentários de uma série específica, combinamos que eu escreverei sobre “Heroes”, que estreou recentemente nos EUA pela NBC. A responsabilidade é grande: a série é a maior sensação entre as estréias do outono americano (período do ano em que as emissoras lançam suas maiores apostas), com índices de audiência que crescem a cada episódio. Foi também a primeira nova série a garantir uma temporada completa (anúncio feito após apenas dois episódios exibidos). No Orkut, a comunidade Heroes Brasil já ultrapassou a marca de 4 mil membros.
Mas voltemos ao “Heroes”. Como primeiro texto, pensei em fazer um comentário geral sobre a série, ao invés de dar resumos sobre cada um dos 5 episódios já exibidos. Aqui convêm frisar que meus textos se limitarão às impressões que tive do episódio em questão, sem abordar teorias ou histórias de bastidores – raramente leio esse tipo de material ou entro em fóruns a respeito das séries. Quanto ao texto a seguir, está isento de grandes spoilers, para que aqueles que ainda não foram fisgados pela série possam ler e decidir se dará uma chance ou não a ela. Então vamos lá:
A série, criada por Tim Kring (Crossing Jordan), traz um grupo de pessoas que tem super poderes, adquiridos geneticamente, sendo os primeiros espécimes da raça humana a darem mais um passo na evolução. É inevitável pensar nos X-Men, mas “Heroes” não leva muito tempo para assumir uma identidade própria. O fato de partir de uma premissa praticamente idêntica a história dos mutantes da Marvel Comics não é motivo para taxar a série de cópia ou descartá-la como produto nada original. O importante é como se desenvolve sua trama e “Heroes” tem o mérito de estar se superando a cada novo episódio que é exibido, com um desenvolvimento que nos prende a atenção, não só da trama em si (ainda misteriosa), mas de uma gama de personagens interessantes que estão aprendendo a lidar com seus dons especiais.
Assim, acompanhamos as vidas destes improváveis super-heróis que, morando em lugares tão diversos como Tokyo e Los Angeles, estão fadados a se encontrarem e lidar com seus poderes e uma perigosa ameaça que está prestes a devastar Nova York e, quem sabe, até o planeta inteiro. Por ter uma variedade de personagens e a iminência de que todos se encontrarão em breve, o telespectador dificilmente perde o interesse. Como se conhecerão? O que enfrentarão? Quem é o verdadeiro inimigo? Estas dúvidas surgem a medida que acompanhamos as vidas dos protagonistas no momento em que descobrem suas habilidades especiais.
Este é um ponto importante da série. Os roteiristas optaram por uma linha narrativa em que vemos os acontecimentos pelos olhos dos personagens, de modo que descobrimos seus super poderes juntamente com eles e ficamos com as mesmas dúvidas. O mistério para eles é o mesmo para o espectador. É tudo narrado com a calma necessária, apostando que os personagens são interessantes o suficiente para nos manter grudados na trama. E não é pra menos: com um tratamento adulto do todo, Tim Kring nos trouxe protagonistas até mesmo trágicos, que muitas vezes não sabem como reagir diante das transformações que sofreram. Os super poderes também são um fardo na vida dessas pessoas e creio que este lado negativo ainda será muito explorado pela série. Digno de nota neste quesito é o pintor Isaac que só consegue manifestar seu dom de pintar o futuro quando se droga.
Não vou citar todos os “super-heróis” que protagonizam a série, até porque descobrir quem tem super poder e qual poder seria esse faz parte das surpresas que acompanham a trama. Mas todas as atenções até agora se dirigem a Hiro, nerd japonês fissurado por HQ´s e que se descobre capaz de manipular o tempo. Vivido pelo estreante Masi Oka, é o personagem mais simpático e hilário da série, e também o mais ciente de suas habilidades e de seu destino de salvar o mundo.
Tudo isso é embalado de forma empolgante, com direito a um “To be continued...” no fim de cada episódio, que até agora se seguiu após conclusões surpreendentes: todos os episódios de “Heroes” se encerraram com surpresas ou reviravoltas na trama. Do “Holy shit!” do terceiro episódio ao “I have a message for you” que termina o quarto e quinto episódios, passando pela inversão de expectativas que concluiu o episódio piloto e a surpesa estilo “É isso que vai acontecer ó...” do segundo episódio, é difícil escolher qual o melhor final. O importante mesmo é que cada um deles dá um gostinho de quero mais desta que tem tudo para ser a nova sensação cult da internet. Como eu já havia dito na comunidade Comentários em Série, definitivamente um episódio de “Heroes” por semana é muito pouco.
Bom, é isso. Se você leu até aqui, peço desculpas por ter sido tão prolixo. Mas é difícil em um primeiro texto de apresentação de uma série como esta escrever pouco. Mas prometo que nos comentários de cada episódio serei mais sucinto.
Hélio