Caríssimos! Estou de volta, depois de pouco mais de uma semana ausente. Estive em Fortaleza, na esperança de que fizesse um Solzinho por lá, mas dos sete dias em que lá fiquei, seis choveram e/ou foram nublados. Uma pena. Mas deu pra curtir. A parte chata, obviamente, foi ter ficado atrasado com a minha querida série, pois lá eu não pude acompanhar, mas não fiquei parado. Tentava, à medida do possível, entrar nas comunidades e ler as notícias, que não foram lá muito boas. Não posso garantir a veracidade, mas houve reclamações nos EUA a respeito da violência em 24, obviamente por causa das cenas de tortura. Alguns sensacionalistas sem-noção chegaram até a falar que o seriado estaria influenciando os soldados americanos a repetir os procedimentos de Jack Bauer no Iraque, coisa que não poderia ser mais sem pé nem cabeça. Como se os generais, soldados e pentágono ainda não soubessem direito o que fazer lá e como se os protocolos militares já não estivessem claramente definidos. Soldado para superior: “Senhor, este prisioneiro não quer falar, aprendi um macete para forçá-lo! Foi vendo aquele seriado daquele agente durão, 24, sabe qual é? Então, o personagem principal, o Jack, fez bem assim oh:” [...] em que “[...]” corresponde a uma toalha enfiada na garganta do sujeito, ou uma execução-trote, ou pior ainda: um dedo quebrado, como no episódio 4x18. Mais infeliz ainda é chegar uma senhorinha igualmente sem-noção e dizer “É ótimo que não tenhamos mais esse tipo de cena, mas ao meu ver eles (os produtores da série) poderiam ter feito isso nas temporadas anteriores. É quase tarde demais.” Minha filha, primeiro preste atenção em todo o episódio, sobretudo nesta parte aqui:
Se as cenas não te agradam, ninguém está te impedindo de trocar de canal ou apertar aquele botãozinho “Power” da televisão. Ainda que 9 da noite é tarde para as criancinhas americanas estarem na frente da TV. Isso não é nada menos do que hipocrisia, pois 24 está longe de ser o único programa que emprega a violência. Primeiro porque quase ninguém fala sobre os filmes de Hollywood, que faturam bilhões em bilheteria, DVDs e merchandising com cenas horrendas e histórias feitas especialmente para sensibilizar (o que é contrário ao objetivo de 24), promovendo tortura física na telona enquanto tortura o espectador psicologicamente. Se ele se torna polêmico por isso, logo virará um mito, desde que não apresente muitos clichês. A partir daí, será um filme-referência, mas atitude nenhuma será tomada contra seus produtores por iniciativa de ONG demagoga alguma. Quando os filmes vêm para a TV, eles não passam muito mais tarde do que 24. Depois, vejam Prison Break, que dispensa comentários. E pior, em Prison, quando há uma cena de tortura, em geral é por uma causa menos nobre. Normalmente, é por causa de alguém que deveria falar algo que não deseja, simplesmente por motivos pessoais. E isso pode levar a uma discussão mais aprofundada, que é a das circunstâncias da aplicação da tortura. Há situações em que ela pode ser aceitável? Deixarei a resposta para vocês.
O fato é que, de acordo com a notícia, os dias, ou melhor, as horas das cenas de tortura estão contadas.
Agora, vamos aos episódios!
O clima desta temporada está esquentando. Finalmente surgiu o algoz que está mancomunado com Fayed. General Gredenko, que fez negócios com o pai do Jack, não poderia mesmo vender as tão valiosas bombas apenas para serem desarmadas em solo americano. Ele viu a oportunidade perfeita em Fayed para realizar seu ousadíssimo plano. Resta saber como que foi que ele sabia tanto da vida do Phillip Bauer a ponto de saber inclusive do envolvimento dele na morte de David Palmer. No entanto, esta temporada ainda não está tão boa quanto a passada, que foi simplesmente eletrizante. A essa altura, ou seja, pelo episódio 10 da quinta temporada, nossa cabeça já estava mais intrigada do que agora querendo saber quem era quem entre os do mal. Mas pressinto que essa temporada, no final das contas, não ficará atrás da anterior. Como eu já havia dito, esta temporada está plantando um grande conflito para Jack resolver posteriormente, provavelmente no final desta temporada ou em meados da sétima. E ela está me convencendo cada vez mais que 24 é uma série fortemente linear em que os acontecimentos da primeira temporada influenciam sensivelmente o que acontece até hoje, coisa que acontece em poucas séries. Isso me leva a especular que, no final da série, provavelmente em 2009, chegaremos à conclusão de que tudo o que aconteceu em todo esse intervalo de tempo, apesar de diferentes ameaças serem retratadas, esteve interligado de alguma forma. Uns falam que a família Bauer está por trás de tudo desde a primeira temporada, coisa que eu já achei um absurdo, mas com o tempo isso pode se tornar plausível, embora improvável e forçado. Mas voltando ao contexto atual, já reapareceu o “grande” presidente Logan, com seu desleixo de sempre (nem pra fazer a barba) alegando saber sobre o paradeiro de Gredenko. Quer dizer então que o Logan é mais sujo ainda do que pensávamos? O tempo dirá.
Outro particular que chamou atenção dos críticos amadores foi a associação Wayne-Assad. É do tipo de ocorrência na série que, caso vista de relance por alguém que nunca viu 24, iria provocar frases como “Mas como é que um suposto ex-terrorista em quem nem se tem confiança total ganha direito a conversa pessoal com o presidente, dentro do bunker de segurança máxima, e de quebra ainda banca o conselheiro dele?”
Semelhante a essa é uma sobre a quinta temporada: “Como é que o presidente dos EUA, em sã consciência, autoriza a morte de um presidente russo em pleno território americano?” Só mesmo quem não entende a essência de 24, o que é muito comum, como andei percebendo: quem pega 24 no meio da trama não entende quase nada, e mesmo que entenda o conflito da presente temporada, ficará sem curtir a tensão que vai tomando conta do espectador que viu desde o começo. É um problema na série, mas eu prefiro assim mesmo. Ela é das pouquíssimas que prende a atenção.
Outro comentário que essas três horas me estimularam a fazer foi a ganância da Rita, que a levou a isso:
Eu gosto quando a série mostra, de forma silenciosa, o que acontece a quem comete certas transgressões morais. Ela começou esperta, inventando a história do McCarthy, que, já morto, estaria esperando o dinheiro ou delataria Fayed. Mas perdeu a cabeça, e cometeu um erro fatal ao desistir do dinheiro. Outra transgressão moral bem punida foi a do sujeito do episódio 3x18, que três horas antes estava cometendo adultério num hotel, e acabou infectado com vírus Cordilla, morrendo dolorosamente.
Mas o momento mais crucial desses três episódios foi mesmo ver o Jack cara a cara com o pai, depois de saber quem realmente era ela. Rapidamente me veio a cabeça que Jack não morreria ali, pois a série tem que continuar, e Phillip já estava com a arma apontada para ele, e não parecia que ninguém interviria naquele lugar escondido. Algo tinha que acontecer. Logo, pensei que Phillip se daria um tiro, mas vendo a saída que os roteiristas criaram, que por sinal foi magnífica, lembrei-me que ele tinha assassinado Graem, portanto, não queria morrer.
Foi um dos diálogos mais reveladores. Espero que ainda haja outro! Mas mais revelador ainda será o com Logan.
Até semana que vem, galerinha!
quinta-feira, 22 de fevereiro de 2007
[24] 6x08-10 - 1:00 P.M. - 4 P.M.
às 8:08 AM
Marcadores: [Série], Série - 24 hrs
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário