Fala a verdade. Toda vez que passa um crime hediondo na tv, uma manchete sangrenta no jornal da banca, vamos lá e damos uma espiadinha.Ou então, mais escancarado, pesquisamos na internet, procuramos tudo sobre o assunto, elaboramos tratados sobre a psiquê desse povo que mata assim: em pedacinhos, com todo um ritual...
Violência é violência? Ahh, não. Ela tem suas nuances e seus requintes. Aí que está a "beleza" da coisa.
Aqui no Brasil a "coisa" é diferente. A nossa violência não é patológica, mas fruto de uma sociedade desigual, de anos de opressão e blá, blá, blá.
Diferente dos americanos, a nossa curiosidade é mórbida, mas com um distanciamento quase cientifício para nos envolver, sem envolver, de fato.
Já na Gringolândia, o assunto é mais complexo. Vítima de malucos que pegam armas e saem disparando geral, celebridades assassinas (OJ Simpson e, o mais recente, Chris Benoit, que acabou de cometer suicídio, depois de trucidar a família) e assassinos em série que, do nada, começam a matar seguindo rituais estranhos, metódicos e com carga sexual que só Freud explica (mas Lacan tb dá as suas pinceladas).
Invariavelmente os assassinos seriais transformam-se em super famosos! São uma dicotomia entre a atração e a repulsa. Fascinam, e, muitas vezes, são objetos de admiração e imitação. Jack, O Estripador, o Zodíaco, Jeffrey Dahmer...Esses caras marcaram suas épocas e, com todo clichê do mundo, com muito sangue.
Natural que o cinema, indústria mais querida e difusora do American Way Of Life, trabalhe com isso. John Walters dirigiu "Mamãe é de Morte", que mostra bem esse lado fashion e super cool de ser um serial killer.
Oliver Stone pegou dois da espécie e os transformou nas criaturas mais sexy e descoladas do planeta em "Assassinos por Natureza".
Exemplos não faltam e a TV americana tb aderiu. Dexter é umas das melhores séries surgidas no ano passado. E trata exatamente sobre esse tema: Serial Killers e o modus operandis.
Dexter é um cara bronzeado, vive na ensolarada Miami, charmoso, bom de papo, amigável...mas bem na dele. Tenta desesperadamente se adaptar ao nosso mundo de sentimentos aflorados, de humanidade. Mas ele é incapaz de sentir e vive uma vida que não é sua: "As pessoas fingem muitas das interações humanas, mas me sinto fingindo todas. E as finjo muito bem".
Com um ímpeto de matar, ele é educado pelo seu pai adotivo (Harry) a controlar isso e só canalizá-lo para situação extremas, como um juiz para outros assassinos seriais, assim, seguindo o Código Harry, Dexter vira um assassino serial que mata assassinos seriais. Irresistível!
Não tentem julgar. Só apreciem. Vale a pena. Já dizia a música dos Stones, temos uma certa simpatia pelo Diabo.
->Dexter estréia na TV a cabo brasileira no domingo,dia 8 de julho, às 21 horas na FOX. Serão 12 episódios e vamos acompanhar cada um por aqui!
Danielle Mística
Danielle Mística
Um comentário:
hehehe... e eu preciso ver o resto da série, só vi os 3 primeiros epis...
Juro que vou assistir...
Bjo...
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