Depois de duas semanas de espera, somos “presenteados” com um episódio que até serviu para 41 minutos de entretenimento, diversão fácil, mas que, fora isso, quase me envergonha.
O unsub da semana é um estuprador em série, sádico, que toma casais como reféns, submete-os a todo tipo de violência (a mulher, em especial) e depois de matá-los, “disfarça” a morte deles. Encena um acidente de carro para parecer que foi assim que eles morreram. Logo se percebe que a morte era anterior aos acidentes, um 'modus operandi’ em comum é percebido, e a caça a mais um ‘serial’ começa.
As vítimas todas viajavam de carro, pela mesma região, e, com base nas rotas, no tipo de estrada, nos locais onde estiveram, a equipe começa a destrinchar o local e a reduzir a área de busca. Consideram o preço das acomodações, acessibilidade, rotas de fuga, a falta de comunicação, e começam a visitar hotéis na margem das estradas.
(Hotch visita o hotel do unsub, é recebido por ele, faz perguntas e não nota nada de estranho! Isso faz com que ele se culpe e sofra pela sua falta de percepção. Adorei a cena em que Rossi se solidariza, dizendo que isso pode acontecer até com os melhores e diz "Welcome to the club". Também adorei ver que a equipe sabe que ele é centrado, e que não precisavam temer que ele se refugiasse em drogas, por exemplo, num momento de dificuldade pessoal, ao contrário do nosso queridíssimo amigo Spencer Reid).
Com uma associação engenhosíssima entre as vítimas de um outro estuprador em série e o MO do nosso unsub, eles chegam à identidade deste e conseguem resgatar o casal-vítima a tempo.
Hotch não 'viu' o unsub.
Rossi e Hotchner, o 'clube dos melhores'.
Eu sempre me impressionei − e sempre achei um tanto forçada − com a ‘mágica’ da Garcia para achar todo tipo de informação.
(A melhor frase do episódio, para mim, foi Hotch dizendo que a Garcia precisava fazer um exame toxicológico, tamanha a quantidade de absurdo que ela fala!)
As associações brilhantes da equipe sempre tiveram uma dose além da conta, quase inacreditáveis, beirando o fantástico. Mas tudo bem, na verdade, nós sabemos que nada disso é real; trata-se apenas de uma série de TV que tem que causar assombro e perplexidade. Ocorre que, dessa vez, me pareceu demais. A facilidade com que eles identificaram o unsub, em meio a tantos.... E mesmo enquanto traçavam o perfil dele!! Dessa vez, aquilo que costuma parecer astúcia e perspicácia dos nossos profilers, um incrível capacidade de análise humana, parecia ser quase adivinhação. (Aquela coisa da mulher abusiva que depois se confirma numa madrasta prostituta, por exemplo.) Mas pior ainda (para mim!) foi aquela afirmação da Prentiss, diante do fato das vítimas terem sido encontradas sem calcinha: o atropelamento significava o estupro final, um impacto fortíssimo de algo de metal contra um corpo nu. Como assim??? Eu é que sou limitada ou isso parece papo de maluco beleza??? Aff! Olha que eu sou bem aberta a papos de psicologia mas esse, simplesmente, não me convence. (As facadas na cena do chuveiro, em Psicose, tudo bem!!) Mas me corrijam se eu estiver errada.
Mas eu comecei falando do meu constrangimento diante do episódio... Eu adoro a série, que considero uma das três (ou cinco) melhores da atualidade, então, se eu critico, é porque sei o quanto ela pode ser maravilhosa. Ocorre que conforme esse episódio transcorria, eu não sei se eu pensava em ‘Jogos Mortais', 'O Albergue', 'Turistas', ou qualquer outra caca similar. Ou se torcia para, ao menos, ser Norman Bates que iria aparecer. Convenhamos: essa trama de vítimas indefesas em estradas remotas já rendeu muita coisa boa, mas o fato é que, além de já ter rendido muita coisa trash, o fato é que já rendeu mais do que devia!! Aquele chalé indevassável foi demais. E o bobão espiando pelo olho mágico?? As vítimas presas, sem entender o que se passava, entrando em atrito entre si. CM não precisava recorrer a esse tema. Lamento. Mas é só esperar pela semana que vem quando, com certeza, assistiremos a um episódio melhor.
Justiça seja feita às citações da semana, que achei bem bacanas:
"A fool's paradise is a wise man's hell." (Thomas Fuller) (“ O paraíso de um tolo é o inferno para um sábio”)
Things are not always what they seem; the first appearance deceives many; the intelligence of a few perceives what has been carefully hidden." (Phaedrus) (“As coisas nem sempre são como parecem; a primeira visão engana a muitos; a inteligência de alguns nota o que havia sido cuidadosamente escondido”)
Até o 4X05.
Celia.
2 comentários:
Não é balela minha....mas, adoro seus comentários vc vê coisas, que eu nunca percebo.
E concordo a frase do Hotch dizendo que a Garcia devia fazer teste de drogas, foi um máximo! Ainda mais, pq o Hotch fala sério, não foi brincando, talvez irônico.
Até o próximo episódio!!!
(Jackie- Comunidade Criminal Minds Brasil)
Oi, Jackie!
Fico feliz por você gostar dos comentários! Até porque às vezes tenho medo de estar 'pegando pesado" demais, e desagradar a quem curte a série. Mas eu mesma curto muito!! E por isso mesmo, acho que as verdades têm que ser ditas.
Quanto a eu ver coisas que você não enxerga, tenha certeza que o inverso também é verdadeiro. Sempre temos olhos mais abertos para determinados pontos. Por isso é tão bacana ler os comentários de outras pessoas! Eles sempre complementam!
Até o próximo!
Postar um comentário