segunda-feira, 15 de novembro de 2010

[FNL] 5x03 The Right Hand of the Father

É com mais uma incrível atuação de Vince Howard que os Lions chegam a sua terceira vitória consecutiva, mantendo-se assim invictos na competição. Porém, não há razão para reclamar das vitórias quando esta concede tantas vantagens ao roteiro, principalmente impulsionando a trama de Vince para um emocionante desfecho. Michael B. Jordan apresenta sua melhor performance na série, transmitindo toda a insegurança ao se ver novamente diante de seu pai, liberado da prisão e logo acolhido de volta por sua mãe. Depois de tanto se esforçar para assumir essa posição de homem da casa, Vince sente como se o seu próprio território estivesse sendo invadido. Não à toa, as poucas lembranças do pai que ele se dispõe a compartilhar remetem a uma profunda amargura, chegando a culpá-lo pela dependência química de sua mãe. Já no campo de futebol, Vince também não tem sossego, sendo forçado a assumir seu papel de líder da equipe justamente enquanto questiona a falta de um modelo paterno para seguir durante a vida. É um tema ainda estreitamente relacionado ao abandono das últimas semanas, mas que desta vez leva o jogador ao extremo, a ponto de precisar ser contido por Coach Taylor, que lhe convence a buscar pela melhora dentro de si mesmo.

Mas não apenas o treinador, como Tami Taylor também tem de encarar os resquícios da polêmica festa da semana passada, quando a lamentável condição de Maura acaba resultando num vídeo divulgado por toda a internet. Ambos precisam ser enérgicos para lidar com a indiferença das garotas e a resistência dos jogadores em assumir a culpa. A palestra é com certeza um desastre, mas resulta numa relação de confiança com Jess, algo bastante válido para Tami, que ainda me parece um pouco isolada com a partida da filha e o novo cargo no conselho de East Dillon. E já que falamos de Julie, sua nova vida universitária continua não funcionando, o que pode acabar deixando a personagem desgastada antes mesmo de uma eventual volta a Dillon. Além de ser uma trama até boba e manjada, reduzir as cenas de Julie a apenas vagar solitária pelo campus e esbarrar em seu tutor também não ajudam em nada. Resta saber se esse relacionamento terminará num escândalo ou com Julie decepcionada. Também me pareceu estranha essa decisão de transformar Jess em responsável pelos equipamentos na equipe dos Lions. Não apenas pela situação óbvia de desconforto para Vince e a própria garota no vestiário, como por terem anteriormente quebrado aquele vínculo que ela mantinha com o time no papel de torcedora. Se a justificativa era de que faltaria tempo para tantas responsabilidades, não faz sentido que Jess assumisse mais uma. E por falar em responsabilidade, Buddy está de volta ao centro das atenções com a inauguração de seu novo bar e a chegada prevista de seu filho, que longe dali causa constantes aborrecimentos a sua ex-mulher. Desde a partida de Lyla que a vida pessoal de Buddy não aparecia retratada na série, o que na minha opinião era até um certo desperdício do talento de Brad Leland.
Mas qualquer deslize é perdoado no impressionante final do episódio, quando Vince tem de encarar seu pai mais uma vez após a partida. Há todo um esforço do pai em reconhecer o valor de Vince, não só durante sua ausência, mas pela brilhante apresentação com o uniforme dos Lions. Orgulhoso ele se diz estar, assim como Coach Taylor revelava ao garoto antes da partida. E os roteiristas mostram toda sua competência ao não cair na fácil armadilha de emocionar reparando essa relação prematuramente. Vince com toda sua dureza ainda não é capaz de esquecer todos esses anos, abrindo caminho para que seu pai fosse embora. Mas antes disso, ele não deixa de se preocupar com seu destino ou mesmo apertar sua mão, mostrando que finalmente acatou os conselhos de Jess e de Coach Taylor. Vince está disposto a mudar e se tornar uma pessoa melhor. Pouco importa se ele conseguirá ou não, apenas acompanhar essa sua busca e o empenho em tentar mudar já será magnífico.

Fotos: Reprodução.

e.fuzii
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