Aproveitando
que o Emmy anunciará seus indicados na próxima quinta-feira, dia 18, decidi
fazer listas com as séries vistas deste ano, comentando um pouco sobre cada uma
delas e suas chances de indicações na maior premiação da TV americana.
Primeiro,
explicando:
-
Farei duas listas, apenas com séries da categoria DRAMA: a primeira com as
séries veteranas e a segunda com séries que estrearam na última temporada.
Novas séries podem nos empolgar com conceitos originais e não se sustentarem
depois, ou ao contrário, não serem interessantes no início até encontrarem um
caminho. Então preferi evitar compará-las com as séries que já aprendemos amar
(ou odiar);
-
Não farei o mesmo com as comédias por não ter visto ou não estar atualizado com
um número grande o suficiente pra fazer, pelo menos, um top 10. Mas tentarei
fazer um post comentando sobre minhas prediletas e as favoritas ao Emmy;
-
Nas listas, há temporadas exibidas ano passado. Isso porque o calendário do Emmy
vai de 1º de Junho de 2012 a 31 de Maio de 2013. Séries que tiveram episódios
exibidos antes ou depois desta data são elegíveis desde que a maior parte da
temporada tenha passado dentro do prazo (caso de “Mad Men” e “Veep”, que
tiveram seus últimos episódios no mês passado);
-
Neste post, começo o ranking das séries veteranas. Foram doze séries vistas. Já faz
um bom tempo que abandonei séries que estavam ruins, como “Dexter” e “True
Blood”, ou boas como “Southland” e “Parenthood”, que por um motivo ou outro
acabei acumulando mais episódios atrasados do que deveria. Este ano, só houve
um abandono: “Fringe” (mas como se trata da última temporada, um dia farei o
esforço). No próximo post, a segunda parte da lista de veteranas e, a seguir, farei um top 10 das novas séries;
Vamos,
então, ao top 12 Séries Veteranas.
Listadas da pior para a melhor:
12º - The Walking Dead – 3ª Temporada
Desde
sempre que a série não consegue construir seres humanos interessantes, então os
zumbis continuam sendo o maior motivo de continuar assistindo. Mas é preciso
admirar o esforço desta temporada: é só ver o que fizeram com Lori, Carl e
T-Dog (de longe, os personagens que mais foram alvo de piadas na internet) pra
perceber que os roteiristas devem estar levando a sério a opinião dos fãs. Há
ótimos momentos de tensão e drama aqui e ali (especificamente o episódio “Killer
Within”), e é louvável começar a investir em vilões humanos, deixando os zumbis
de lado. Estes sempre estarão disponíveis para pregar sustos e é bom vê-los
fazendo parte do ambiente (há várias cenas em que personagens conversam, com
mortos vivos caminhando ao longe, sem necessariamente participar ativamente da
sequência). Mas ainda é difícil se interessar por aquelas pessoas: as
alucinações de Rick são irritantes e é preciso muita tolerância pra aceitar a
estupidez de Andrea ao longo da temporada, necessária pra narrativa. Os novos
personagens também falham miseravelmente: Michonne é um mistério pessimamente
explorado (e a atriz se resume a fazer caretas) e o Governador infelizmente é
mal caracterizado, indo do racional à insanidade de forma irregular (e impossível
não ver David Morrissey como um Liam Neeson genérico). Ainda assim, um episódio
como “Clear” mostra que o potencial está lá. Talvez manter o foco em dois ou
três personagens por episódio, de vez em quando, seja o caminho pra dar
densidade ao drama.
Chances no Emmy: Apesar de um fenômeno de audiência
(que já seria grande se fosse da tv aberta), “The Walking Dead” não conseguiu
até agora mais do que indicações em categorias de Som, Efeitos Visuais e
Maquiagem. Gênero que é levado pouco a sério nas categorias principais,
provavelmente a “cota-Fantasia” já está mais do que preenchida com “Game of
Thrones”. Deve continuar assim.
11º - Sons of Anarchy – 5ª Temporada
Depois
de muitas críticas à covardia da temporada anterior, que deu um “jeitinho”
malandro de não lidar com consequências maiores e matar personagens principais,
Kurt Sutter parece ter pensado que a melhor forma de calar seus críticos era pisar
o pé no acelerador e nos trazer um choque após o outro – e se há algo em que
Sutter é mestre, é em dar peso à violência dos seus personagens, sempre nos
fazendo arregalar os olhos, e desta vez, inclusive, eliminando personagens
importantes. O problema é que nesta jornada de Jax Teller (e ao colocar o
protagonista como centro, os coadjuvantes parecem cada vez mais sem vida,
apenas girando em torno dele), a violência vista parece ter apenas este
propósito do choque, já que pouco lida com as consequências: é uma série em que
um personagem acorrentado é obrigado a ver sua filha adolescente ser queimada
viva, mas que só sofre com isto quando interessa à trama, chegando ao cúmulo de
protagonizar humor vagabundo em sequência que conta com uma bizarra participação
especial de Walton Goggins. O elenco continua muito bom, com o único (e grave)
porém sendo Harold Perrineau, ator péssimo em personagem importante, e é
possível ver claramente as mudanças vividas por Jax. Mas pra isso, Sutter
sacrifica lógica, injeta boa dose de situações convenientes pra narrativa andar
e quando não há muito drama envolvido, a interação e diálogos entre personagens
são bem ruins. Sutter não se interessa muito pelo trivial (tratado de forma tão
burocrática como os obrigatórios tiroteios e perseguições de moto que sabemos não trazer perigo nenhum
aos personagens), e isso poderia dar mais consistência ao todo.
Chances no Emmy: Nenhuma. “Sons of Anarchy” foi
esnobada até mesmo no seu auge, a incrível 2ª temporada (quando Katey Sagal
teve talvez a maior atuação do ano em questão), e depois disso Sutter deve ter
se tornado persona non grata, ao deferir as maiores ofensas aos votantes do
Emmy em seu twitter pessoal. Mas se me dissessem que a série receberá uma
indicação este ano, só poderia ser o queridinho doze vezes indicado Jimmy Smits,
como Melhor Ator Convidado, que tem, inclusive, um papel mais interessante do
que teve em “Dexter”, quando concorreu nesta mesma categoria.
10º - Downton Abbey –
3ª Temporada
Que
a sensação inglesa é um novelão, nunca se teve dúvida. Mas havia humor afiado
ao retratar a decadência de uma família aristocrata causada pelas mudanças
sociais do início do século passado, e a imobilidade de classes vista na
relação entre esta família e seus criados (elementos que deram ao criador da
série, Julian Fellowes, um Oscar de Roteiro Original por “Assassinato em
Gosford Park”). Em algum momento da temporada anterior, no entanto, isso se
perdeu e o que ficou foi uma quantidade inacreditável de conflitos dramáticos
ruins, que se estenderam até a metade deste terceiro ano: em “Downton Abbey”,
se alguém fica paraplégico, logo voltará a andar; se alguém pode ter uma grave
doença, logo haverá um prognóstico positivo; a honra a se manter ao não usar
uma conveniente herança é preservada por uma revelação ainda mais conveniente
de que o dinheiro pode ser utilizado. É tudo tão simplório e vagabundo (nos
diálogos, inclusive), que o drama inesperado na segunda metade da temporada surge
como um sopro de ar fresco. É verdade que dura pouco, e muitos dos problemas
continuam, mas há bem mais situações que fazem retornar alguma simpatia pela
série – a ciranda amorosa com a introdução de novos personagens entre os
empregados, por exemplo, poderia ser melhor desenvolvida, mas rende bons
momentos. No geral, é uma série que sobrevive do carisma de seu elenco e de
algumas falas inspiradas, a maioria proferida por Maggie Smith. É bom que tenha
algo a mais reservado pra próxima temporada (que, por problemas com elenco,
terá um início recheado de drama, como mostra a cena final), porque como está é
a minha favorita a ser a próxima série que abandonarei.
Chances no Emmy: Após vencer os principais prêmios
nas categorias de Minissérie/Telefilme pela sua primeira temporada (onde
costumam concorrer as séries inglesas), “Downton Abbey” migrou para as
categorias de série no ano seguinte e, além das já esperadas indicações nas
categorias técnicas e principais como Melhor Série, Roteiro, Direção e Maggie
Smith como Atriz Coadjuvante (vencendo esta, inclusive), conseguiu ter mais
quatro atores indicados, mostrando o fenômeno que se tornou entre os votantes.
Destes, apenas Brendan Coyle decidiu não concorrer este ano, e é difícil
imaginar o retorno de Hugh Bonneville em Melhor Ator, tanto pelos novos
candidatos este ano quanto pela sua participação de coadjuvante na série (seu
Mr. Crawley também é irritante na maior parte do tempo), e de Joanne Froggatt
como Atriz Coadjuvante, já que sua personagem também teve bem menos a fazer
este ano. Poderia dizer que Michelle Dockery (Atriz) e Jim Carter (Ator
Coadjuvante) também não fazem nada impressionante, mas isso vale para a
temporada anterior, o que não impediu de serem indicados (Carter ainda tem
ótimos momentos nos últimos episódios, com as reações de Mr. Carson a um caso
de homossexualidade). E se esta temporada é claramente melhor que a anterior, é
possível ver novos nomes indicados: Elizabeth McGovern foi indicada pelo
primeiro ano como Atriz e ignorada ano passado, mas desta vez acertadamente
tenta concorrer como Coadjuvante. O mesmo ocorre com Dan Stevens, então não
seria absurdo pensa-los como substitutos de seus colegas de elenco, mesmo que não
mereçam (este ano Rob James-Collier também tenta como coadjuvante, e a reta
final da temporada lhe dá até mais material que Stevens). Smith tem ainda mais
material este ano, o que significa que pode vencer mais uma vez, além, claro,
da indicação certa para Shirley MacLaine como Atriz Convidada. Pelo número de
novidades este ano, gosto de pensar que haverá surpresas quando anunciarem os
indicados e que “Downton Abbey” será ignorada. Talvez não de tudo, mas quem
sabe a maioria? Sonhar não custa...
9º - Homeland – 2ª
Temporada
Não
morro de amores pelo primeiro e elogiadíssimo ano da série, mas me parece claro
que houve uma piora significativa nesta segunda temporada. O mais grave talvez
seja a incapacidade de “Homeland” construir personagens coadjuvantes
interessantes. À exceção de Saul, todo o resto parece estar lá pela mera
obrigação de estar lá. A família de Brody é um peso enorme: o romance de
Jessica com Mike não funciona e o tempo gasto com Dana é absurdo (Morgan
Saylor, aliás, é séria candidata a pior atriz do ano). O fato de todas as
discussões políticas sobre terrorismo serem superficiais e simplistas acabam
nem incomodando tanto, após passar 10 ou 15 minutos com Dana Brody vivendo um
dilema moral. Felizmente, há ainda muito a se explorar na relação entre os
protagonistas, a verdadeira razão da existência da série. Claire Danes continua
excelente e, mesmo que Damian Lewis seja bastante limitado, a química entre
eles funciona. É verdade que os roteiristas nem sempre conseguem criar
situações e diálogos interessantes, mas o avanço inesperado que a trama dá nos
primeiros episódios da temporada e a virada de jogo do episódio final ainda
permitem manter o interesse pelo que vem a seguir: “Homeland” é uma dessas
séries que nos perguntamos como pode durar por mais de um ano e até agora isso
tem se resolvido de forma satisfatória. Há a promessa também de se dar mais
destaque a Saul na próxima temporada, o que pode resultar em um ano muito melhor.
Mas é só pensar em como os roteiristas lidam com as conspirações de forma
frouxa e clichê, e que teremos mais de Jessica, Mike e Dana, que a expectativa
diminui. É neste equilíbrio entre coisas boas e ruins que a série vive, e só
resta torcer por uma terceira temporada melhor. Uma mudança na equipe de
roteiristas, talvez? É só lembrar que o pessoal de “Breaking Bad” já está
disponível. Quem sabe na quarta temporada...
Chances no Emmy: “Homeland” conseguiu um feito
incrível ano passado. Não só quebrou a invencibilidade de “Mad Men” na
categoria principal (que havia vencido por quatro anos consecutivos), como
levou também os prêmios de Ator e Atriz, algo que ocorreu pela última vez em
1993 com “Picket Fences”. Embora a vitória este ano seja menos provável (mas
ainda com boas chances, e Claire Danes mantendo seu favoritismo), as indicações
são dadas como certas. Resta saber se Mandy Patinkin será lembrado desta vez,
único nome aguardado e não indicado ano passado. Com três vagas em aberto na
categoria de Ator Coadjuvante (e Jim Carter longe de ser um nome certo), é bem
provável o anúncio de seu nome na próxima quinta. Ajuda o fato de ser ele quem
encerra (de forma bonita, diga-se) a temporada.
8º - Scandal – 2ª
Temporada
É
preciso ser sincero: se a segunda temporada de “Scandal” não tivesse se tornado
um repentino sucesso de audiência com críticas entusiasmadas, provavelmente eu teria
desistido da série ainda na primeira (e curta) temporada. Caramba, talvez eu não
tivesse passado do piloto. Há um número (com o perdão do trocadilho)
escandaloso de coisas ruins e irritantes na série e este comentário se tornará
mais longo só em citá-las: a edição rápida e moderninha com os cliques de
câmera fotográfica que fazem as transições de cenas ou resumem a vida do “cliente
da semana”; diálogos constrangedores e lições de moral típicas de Shonda Rhimes
(ou pelo menos o pouco que conheço dela, já que não suportei duas temporadas
completas de “Grey’s Anatomy”); a falsa ideia de que personagens são
inteligentes se despejam enormes monólogos, longas frases sem perder o fôlego;
a total histeria de personagens pra passar a impressão de importância dos casos
(Kerry Washington aumenta o tom de voz em uns bons decibéis pra mostrar que o
que está sendo dito é grave); a exigência de se acreditar que os personagens
são bons no que fazem apenas porque isso é dito: dizem que o presidente dos EUA
é um grande homem e líder, mas não há nada na série que comprove isto, enquanto
a protagonista Olivia Pope é a melhor no que faz (sua firma é uma bagunça, mas
diante de tantos problemas, é o menor deles), mesmo que nada de impressionante aconteça
– pior, somos informados que não há nem espaço para seus funcionários chorarem
(sinal de fraqueza), os “gladiadores de terno” (a segunda pior expressão
utilizada na série, perdendo apenas para o “I’m the leader of the free world”
que o presidente grita em quase todo episódio), quando não há um único episódio
em que Olivia não faça cara de choro, ou sofrendo por amor ou por um de seus
clientes; por fim, há um número indecente de atores ruins em papeis
importantes: o presidente, o promotor, o jornalista (James), Harrison (“gladiador
de terno”). Muitos desses problemas continuam quando a segunda temporada começa
e, ao final dos 22 episódios, alguns se atenuaram e outros até sumiram. Muita
gente chamou a série de “guilty pleasure”, mas discordo: o conceito passa a
impressão de que o prazer de “Scandal” está naquilo que é considerado de mau
gosto (ou seja, tudo que listei acima), quando na verdade isso a impede de ser
uma série excepcional. E que a faria subir, pelo menos, duas posições neste
ranking. E que qualidades “Scandal” tem? Uma capacidade vertiginosa de fazer
sua trama principal andar, de prender a atenção com revelações e reviravoltas a
cada episódio. Pense nas primeiras temporadas de “Lost”. Só que ao invés de um
acúmulo de mistérios, acumula-se “plot
twists”, que nunca perdem a lógica interna e, melhor, são explicados e
justificados não muito tempo depois. O segredo está na dose homeopática de
informações que os roteiristas liberam: em um dos primeiros episódios da
segunda temporada, há uma daquelas revelações que fazem você repensar tudo o
que viu antes só pra enumerar os possíveis buracos da trama, mas aos poucos
descobrimos não haver problemas; se um episódio termina com um atentado
chocante, o seguinte termina com a surpreendente revelação do autor do crime e
no próximo a inusitada explicação; em outro momento, personagens resolvem
compartilhar seus segredos, que servem como peças de um quebra-cabeça, pra que
consigam descobrir um mistério. Enquanto séries abaixo de “Scandal” neste
ranking claramente podem ser vistas como mais “refinadas”, nenhuma delas
consegue satisfazer a necessidade de diversão vinda com uma trama bem
estruturada, cheia de acontecimentos inesperados e personagens coerentes diante
das situações em que se encontram. Não acredito que a série continue levando
isso adiante sem se perder em breve (como não poderia deixar de ser, a última
cena da temporada acrescenta novos e surpreendentes problemas), mas enquanto
passar a impressão de que os roteiristas sabem o que está fazendo, estou
dentro.
Chances no Emmy: Alguns anos atrás, quando a tv aberta
ainda era uma força nas premiações, “Scandal” faria bonito. Hoje, com a
dominação dos canais fechados, é difícil conseguir espaço. Sucessos de
audiência podem surpreender, então não dá pra descartar totalmente suas
chances. Kerry Washington é o mais perto que a série tem de uma indicação
importante (e sua participação em “Django Livre” certamente ajuda), embora não me
pareça justo considerando a qualidade de muitas de suas concorrentes. Aprendi a
tolerar Olivia Pope, mas Washington abusa da interpretação com a boca e nariz
(ao invés do clássico “caras e bocas”), realmente irritante. Guillermo Diaz e
Jeff Perry são muito elogiados, mas também não me impressionam. Eu ficaria
feliz mesmo se visse Bellamy Young indicada a Atriz Coadjuvante, no papel da
primeira dama. De longe, quem melhor consegue lidar com o tom “soap opera”
muitas vezes adotado pela série e quem melhor solta suas longas frases de
efeito. Gregg Henry como Ator Convidado viria em seguida em minha preferência,
devidamente asqueroso e engraçado como Hollis Doyle.
7º - The Good Wife – 4ª Temporada
Por
três anos, “The Good Wife” parecia se adequar tranquilamente ao título “melhor
série da tv aberta”. Afinal, era um verdadeiro milagre administrar ótimos “casos
da semana” em meio a tantos acontecimentos envolvendo os diversos personagens
de importância da série: o triângulo amoroso de Alicia Florrick, sua relação
com os filhos e/ou a sogra, sua rixa/amizade com Cary Agos, a candidatura de
Peter Florrick, Eli Gold nos divertindo com seu trabalho, Kalinda nos intrigando
com seus mistérios, os problemas financeiros da Lockhart & Gardner e tantos
outros subplots. Tudo sempre funcionou muito bem, com todos os personagens carismáticos
e com espaço merecido (e nem falei das diversas participações especiais, de
advogados de oposição a clientes recorrentes, passando por uma interessante
galeria de juízes). Até que esta quarta temporada começa dando sinais de
cansaço, passando a impressão de que a mágica estava indo embora e, apesar de
muito do prazer da série continuar, por quase todo o ano houve problemas: casos
não tão interessantes, o péssimo arco de Kalinda e seu marido, uma fraca
oponente para Peter (Maura Tierney como Maddie, estranhamente apática), Eli
Gold pouco presente e com um oponente desnecessário vivido por T. R. Knight, a
personagem de Amanda Peet não cresce nunca, enquanto a trama financeira da
firma se resolve bem, mas não tão empolgante quanto grandes tramas de
temporadas passadas. Felizmente, sempre são benvindas as participações de
Michael J. Fox, Carrie Preston e Dylan Baker, David Lee torna-se um personagem
mais presente, uma interessante parceira/oponente para Kalinda e nos últimos
episódios a mágica parece acontecer novamente, com os episódios mais sólidos da
temporada (mais especificamente a partir de “Death of a Client”, com participação de John
Noble e Matthew Perry – aliás, se Perry não tivesse se comprometido com “Go On”,
teríamos uma temporada bem diferente, e provavelmente superior, com a presença
mais constante de Kresteva), encerrando com a promessa de uma nova dinâmica
entre os personagens, e a expectativa de renovação de criatividade. Foi a
temporada mais fraca, mas ainda um prazer de se ver.
Chances no Emmy: após dois anos presente na principal
categoria, a série falhou em conseguir uma indicação ano passado, que se tornou
a primeira vez em que nenhuma série da tv aberta concorreu a Melhor Série
Drama. Josh Charles e Alan Cumming também não conseguiram repetir as indicações
do ano anterior, e apenas as mulheres se mantiveram: Julianna Margulies como
Atriz, Archie Panjabi e Christine Baranski como Coadjuvantes. Com novas e
elogiadas séries na disputa, seria possível “The Good Wife” perder ainda mais
prestígio? Dificilmente retorna à categoria principal, mas Margulies certamente
se mantêm na sua categoria e Baranski é uma possibilidade apenas por ser muito
amada, já que Diane Lockhart não teve grandes momentos este ano (mas fala francês e é acusada de escrever um roteiro para Vampire Diaries!). Panjabi
é a mais prejudicada pelos roteiristas, graças à péssima trama com o marido de
Kalinda, e sua indicação vai depender do quanto os votantes ainda tem ela (e a
série) em alta conta. A série deve conseguir também algumas indicações nas
categorias de atores convidados. Michael J. Fox e Dylan Baker já são velhos
conhecidos da categoria por seus personagens, e podem ter a companhia (ou serem
substituídos por) Nathan Lane, comediante que tem muito espaço em papel
dramático, o que deve contar a seu favor. Na categoria feminina, Martha
Plimpton ganhou ano passado, mas dificilmente retorna, com participação muito
pequena este ano. No seu lugar, há nomes fortes como o de Carrie Preston e,
principalmente (por ter mais prestígio) Stockard Channing, no papel da mãe de
Alicia.
(continua...)
Hélio Flores
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