quinta-feira, 10 de setembro de 2009

[Glee] 1x02 Showmance

Cercada de um imenso entusiasmo de (precoces) fãs que promoveram a série durante o verão americano inteiro, Glee finalmente está de volta para continuar de onde… começou. E apesar de ter ficado abaixo da estreia do piloto pós-American Idol, a recepção do público foi até melhor do que a Fox esperava, chegando a 7,5 milhões de espectadores. Se conseguirá manter ainda é muito cedo pra dizer, mas acho que a pergunta que todos querem fazer é a seguinte: correspondeu àquelas expectativas de quando assisti ao piloto? Diria que não, mas que fora alguns problemas na premissa da série, o que me incomodou mesmo seria facilmente consertado. Acho que não adianta muito reclamar da estrutura do episódio, porque afinal começo é assim mesmo, e quanto mais rápido forem desenvolvidas algumas tramas, melhor pra dinâmica da série. Sabe-se que a partir da próxima semana cada episódio será centrado num dos adolescentes do glee club, o que pode ser uma garantia de expandir as personagens nos mesmos moldes de Skins. Pra começo de conversa, três arcos já começam a ser formados e cada um deles teve seu número musical para acompanhar: "Gold Digger" para o professor Will tentando satisfazer os desejos de sua mulher, "Push It" na apresentação para tentar atrair novos membros para o coral -- e servindo de conclusão também para o "clube do celibato" -- e "Take a Bow" (da Rihanna) para o romance entre Finn e Rachel.
Acredito que a grande maioria das pessoas que assistiu, já pegou se perguntando o que fez o professor Will casar-se, ou até melhor dizendo, interessar-se pela sua mulher. Completamente intragável e essa história da gravidez falsa só adiciona ainda mais antipatia, mesmo que ela tente conserta do seu jeito. Por outro lado, ele parece sentir-se atraído por Emma, a conselheira do colégio portadora de T.O.C. E nem é preciso dizer que ela iria fundo nesse relacionamento, mas o que me deixa confuso é o seguinte: tá na cara que é pra gente torcer pelos dois mas a custo do quê? Mostrar que adultérios às vezes podem ser relevados? Não acredito que a Fox fosse deixar Ryan Murphy ir muito a frente com essa ideia, mas ainda espero pra ver. Até porque, se a questão era que os dois ficassem juntos, não precisava que o professor já começasse a série casado. Podem dizer também o que quiserem de Emma, mas ela é o tipo de personagem caricata que dá gosto de ver em série adolescente. Sua curta cena cantando "All By Myself" dentro do carro num tremendo temporal é a maior prova disso.

Já o professor cantando "Gold Digger" acaba sendo um dos destaques do episódio também, até pelo seu refrão "traiçoeiro" pra um cara branco. Ainda me incomoda toda essa mega produção em todas as músicas (com Auto-tune soando alto), mas sei também que trata-se de pura exigência de mercado. Só acho que a série teria muito a ganhar em credibilidade pelo menos nesses momentos do ensaios, até mesmo como improviso. Entre os números musicais, o único momento que realmente passou um pouco do ponto foi o lamento final de Rachel, que ficou com cara de videoclipe. Mas não tenho muito o que acrescentar em relação ao romance dos dois, porque era uma das armadilhas que já não me agradavam muito no próprio piloto. No entanto, essa foi a deixa pra criar a rivalidade com Quinn, a namorada-cheerleader de Finn (quem mais acha bizarro o nome dos dois rimarem desse jeito?), que será a espião dentro do glee club pra maquiavélica Sue. Com certeza parece ser a coisa mais idiota do mundo a garota juntar-se ao grupo ao invés de deixá-lo morrer por si só por falta de integrantes. Mas é a reação que esperaria de uma cheerleader comum que afinal nunca aceitaria perder o namorado sem um belo barraco.
Mas preciso dar crédito principalmente a Sue Sylvester, a tal treinadora das cheerleaders, que cada vez me faz adorar mais a fantástica Jane Lynch. A forma como ela tenta vencer tudo e controlar a todos, num sentido completamente paranóico, é com certeza o que vai fazer valer a pena assistir Glee. Aquele típico "vilão" que dá gosto de ver, cheia de complexos e tomada de orgulho, que pode ironizar a morte mas se ofender com um trocadilho logo em seguida. Aposto que Lynch então deve estar divertindo-se muito pra conciliar esse lado cínico e severo de sua personagem.

e.fuzii
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