quarta-feira, 28 de outubro de 2009
[Dexter] 4.05 - Dirty Harry
Por Danielle M
Bem vindos ao melhor episódio de Dexter em quatro temporadas. Aterrador, violentíssimo, emblemático e muito bem interpretado por TODO elenco.
Quando a gente acha que entende, que sabe, que tem as respostas. Ah, lá vai a série mostrar que não é nada disso. Uma virada sensacional, comparável apenas a Ice Truck Killer na 1a temporada. Não apenas pelos minutos finais, mas todo o episódio nos conduziu para algo realmente dramático. Não houve um segundo de paz, nem mesmo nas deliciosas intervenções de Masouka. Foi tenso. Batimentos cardíacos elevados. E se não bastasse tudo isso, ainda foi o primeiro episódio de Dexter que me fez chorar.
Sinceramente, série alguma me levou a este nível de sensações. Olha, nem a minha amada Arquivo X. Foi uma experiência extraordinária que não sei, realmente, como organizar meus pensamentos. Vai desorganizado, caótico, furioso, embevecido e ultraadjetivado!
Os fatos são esses, como diria o narrador da finada e também muito amada Pushing Daisies. Debra não morreu, como metade da torcida do Flamengo já imaginava. Ela não era e nunca foi o alvo. O Agente Lundy morreu por chegar tão perto dos tortuosos planos non stop há 30 anos de Trinity, alma atormentada e cruel...ah, nem tão cruel. Nem tão frio... Como nos é caro rotular. Mas o que fazer? Para ele servir como vítima de Dexter, ele precisa ser cruel, ele precisa ser frio, ele precisa ser impiedoso, ele precisa que a nossa boa culpa cristã permita que mereça morrer. Mas não! Trinity é um homem atormentado. Mas é também a pior dualidade possível. Ele é o próprio Dexter, porque assim como o nosso expert em sangue, ele faz sangrar e tem uma família.
Como pude deixar passar isso? Juro a vocês, os elementos estavam todos lá, na fala de Lundy, aquele discurso clichê de lobo solitário. Claro que não. Desde o começo Dexter e Trinity são tão parecidos. Mas enfim, vejamos as motivações. Quem sabe elas nos absolva e possamos novamente pedir a pena de morte de Trinity?
Ainda surpresa com Trinity, que por sinal, teve um episódio muito bem estruturado e desenvolvido para que John Lithgow pudesse brilhar em todos os instantes, mostrar cada nuance, cada expressão milimetricamente marcada e carregada de significado. Hoje nós conhecemos muito mais dele. Fiquei perplexa com esta última morte. De todas, até pelo próprio ator, não sei explicar, foi de uma crueza absurda! Sem medo do clichê, mergulho nele toda feliz. Vi a porra da alma do cara. Me desculpem o momento Debra, mas não cabe outra coisa a não ser um palavrão muito bem colocado.
Debra! Tem todo o meu respeito. Sabe o que é nenhuma fala sem contexto? Nenhum sentimento que não tenha passado para nós? Gente, eu senti a angústia e o desespero dela, "estou...quebrada". Aliás, foi essa mocinha boca suja que me fez chorar quando estava no estacionamento em busca de sua própria absolvição. E todos os momentos que passou com Dex? As mãos unidas, os olhares, a cumplicidade entre irmãos. "Sem Debra eu estarei perdido" e "minha irmã não merece sentir essa dor". Para um cara como Dex, que pouca vezes entende os sentimentos, ele não precisou tentar racionalizar nada. Apenas sentiu. Verdadeiro e nada artificial.
Deixar Trinity? Ainda não! As suas melhor cenas do episódio, para mim, foram duas. Quando ele fala com a garçonete num quase descontrole e mostra do que poderia ser capaz, para num segundo seguinte suavizar a expressão e dizer polidamente: "obrigado, você é um doce, querida! A outra é quando conversa com o vigia, tranquilamente, como uma pessoa normal, para entrar no elevador e ter justamente aquela mudança espantosa de expressão. Novamente, mais uma pista de sua dualidade. Ah, o ritual. Dexter, como bem disse o Dirty Harry - ri muito com essa alusão direta ao nome do famoso detetive durão de Clint Eastwood - conhece a importância da execução bem feita de um ritual. Aliás, disso consiste o prazer, ou dever, de matar. O nome do episódio, acredito eu, também indica o que os dois papais - Dex e Trinity - podem ser.
Quanto a Lundy, não há como discordar de Dex. Era um grande adversário e merecia mais do que morrer num estacionamento. Mesmo que estivesse tão errado em sua avaliação. Mas para Dexter entrar de vez nesta história era preciso que o obstinado agente morresse. Dexter sempre trabalhou sozinho.
Sobre LaGuerta e Angel, hmmm, era de se esperar. E Masouka? Olha, essa semana não acho que tiveram momentos genuínos de sitcom, mas ele dizer "carma, que significado da porra" , foi sensacional! Rá! Sobre Rita? passo. Acho tudo que ela falou legítimo, mas não cabe agora. Mas destaco aquela observação "monólogo interior" de Dex quanto a ter segredos : "Exceto as luvas, seringas, serras escondidas na gaveta secreta..."
Como estou completamente perturbada com este episódio. Não sei se teremos justiça poética, tal qual Dex falava. Um serial killer matar outro. Mas se Dex já matou o próprio irmão, um cara tão parecido não deveria ser impedimento. Mas vamos ver como esta fase de sua vida vai fazê-lo mudar, ou manter, esta ideia.
No mais, quero que Dex siga o bordão de Clint "Harry" : "Camon punk, go ahead, make my day".
** Fotos: Reprodução
/@danna_
às 8:50 PM
Marcadores: [Série], Série - Dexter
Assinar:
Postar comentários (Atom)
2 comentários:
No comecinho dos anos 60, William Shatner, o eterno Capitão Kirk, participou de um interessante capítulo do cultuadíssimo "The Twilight Zone"(Além da imaginação)num
episódio chamado "Pesadelo a 20.000 Pés", onde o seu personagem achava que estava vendo um espírito malígno que derruba aviões, ele vê essa coisa, e diz para a esposa , e toda a tripulação o que está acontecendo e ninguém acredita nele.
Na década de 80, esse episódio foi refilmado,só que com o John Lithgow(Trinity) no papel que fora de Shatner nos anos 60.
Lithgow simplesmente arrasa neste papél, foi a partir daí que muita gente percebeu o grande ator que ele é, e passou a ser convocado por grades diretores como Brian de Palma,James L. Brooks e outros.
Mas, quanto a série Dexter, realmente, nesta temporada esta muito boa.E imaginar que a temporada está apenas na metade, dá para imaginar o que vem por aí.
Sabe, Danielle, eu ia te sugerir colocar o link de acesso aos seus comentários aqui nas comunidades do Dexter, mas aí, talvés tivesse problemas com moderadores chatos, regras ditatoriais dos donos, e, convenhamos, comentar para gente que diz apenas "episódio muito foda", não anima muito, apesar de ter comentários bons por lá também.
Eu te leio há pouquíssimo tempo, mas este seu comentário( Dirt Harry" foi o que eu mais gostei, foi um comentário emocionado de fã que tem o dom da escrita.Congratulations.
Ei Lee! Excelente esse seu histórico sobre o Lithgow.
Quanto as comunidades, sou amiga do pessoal da Dexter Brasil, os mesmos que fazem as legendas (Psicopatas). Sempre tive boa relação com eles e sempre me deixaram postar meus comentários por lá. Mas prefiro mandar meus links via twitter, assim evito o povo do "foda". Hahahah.
Além do mais, eu vi que o povo tem tanta teoria estilo Lost :P
Postar um comentário