por e.fuzii
Caramba Glee, confesso que já não sei mais o que fazer contigo. Embora me faça rir por quase toda sua uma hora, não sei onde encontro paciência pra engolir todas essas suas histórias. Bom, mas retomando de onde parei na semana passada, estava discutindo exatamente o tempo que leva para produzir uma série como essa. Ensaios, toda a composição das músicas e depois ainda a pós-produção dos números musicais. Claro que hoje em dia as técnicas de estúdio, principalmente e infelizmente o auto-tune, facilitam bastante o processo, mas queria chamar a atenção para o fato dos roteiros darem uma bela ajuda de custos nessa produção. Basta perceber que, fora uma curta sequência mostrando o treino das cheerleaders, não há em todo o resto do episódio uma filmagem externa sequer. Mas apesar disso ser obviamente uma vantagem, o problema é que essa limitação faz com que grande parte das histórias passe por cima de muitos porquês pra existirem.
Continuo gostando de Glee dentro desse seu mundo particular e ainda considero a melhor estreia dessa temporada junto de Modern Family, até agora. Mas se toda semana o roteiro for essa mistura absurda pra servir de pretexto pros números musicais, já começo a reavaliar se deveria mesmo continuar escrevendo aqui semanalmente. Se duvida, vamos então fazer uma rápida recapitulação desse episódio: para motivar os membros do Glee Club, Will decide fazer uma competição que não tem vencedor porque ambas as equipes retiram-se por usarem aditivos, sugeridos pela mulher de Will, que nem enfermeira é. Costumo dizer que a melhor forma de inserir algo completamente absurdo num roteiro é quando os próprios personagens questionam o que está acontecendo, e nesse episódio Will pergunta diversas vezes como sua esposa pode ser a enfermeira do colégio sem ser na verdade uma enfermeira. E o pior é que no final ele ainda é punido por isso. A série leva-se tão pouco a sério, que chega a nos causar ansiedade por saber que a principal vilã, Sue Sylvester, vai assumir o papel de co-diretora do Glee Club.
Como sempre os números musicais compensam, mesmo com a baita super-produção. Tanto a apresentação dos garotos (um mash-up entre It's My Life e Confessions) quanto a das garotas (combinando Halo e Walking on Sunshine) foram sensacionais, embora ache que a ala masculina levou certa vantagem, principalmente com o solo de Artie. Mas espera, o discurso introdutório de Rachel não valia pra competição, certo? Outro grande mérito da série, e que justifica seu sucesso, é que os personagens são muito carismáticos, algo que às vezes é até mais importante do que boas atuações em séries adolescentes. Desde que foi estabelecida, a única trama que ainda continua frequente é a da gravidez, até porque é conveniente para manter afastados tanto Will de Emma como Finn de Rachel. Acho que só mesmo uma série assim pra me convencer a gostar de uma personagem como Emma, que com suas caricatas manias ainda me faz lembrar vagamente das restrições de Ned em Pushing Daisies. Apesar de perceber que Will e Emma estão "destinados" a ficarem juntos, não consigo imaginar que reduziriam suas obsessões de uma hora pra outra, vendo todas essas suas hilárias imposições antes do seu (anti-)casamento com Ken. Basicamente, em Glee o que importa mesmo é desligar-se uma hora desse mundo e aproveitar o máximo possível as críticas à esteriotipada adolescência (e obviamente suas séries) e os mais puros momentos de diversão.
e.fuzii
twitter.com/efuzii
sábado, 10 de outubro de 2009
[Glee] 1x06 Vitamin D
às 3:38 PM
Marcadores: [Série], Série - Glee
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário