quarta-feira, 27 de julho de 2011

[Breaking Bad] 4x02 - Thirty-Eight Snub


“Hell of a last couple of weeks.” - Walt

“Now that you're back in the mix, it's like nothing but good days ahead.” – Skinny Pete


Houve tanta tensão e adrenalina nos últimos episódios de Breaking Bad, que era de se esperar que algo como este “Thirty-Eight Snub” viesse num ritmo tranqüilo para a freqüência cardíaca dos fãs voltar ao normal.

Claro que “tranqüilidade” não é o termo mais apropriado pra uma série onde os personagens nunca parecem chegar ao fundo do poço. Mas a maior situação-problema do final da temporada anterior (como estabilizar Walt e Jesse funcionários de Gus?) está resolvida e é hora de mostrar como todos reagem aos últimos acontecimentos e seguem suas vidas.

E o que vemos é o fracasso completo nas escolhas que fazem: Walt não consegue levar adiante seu plano de assassinar Gus; Jesse tenta em vão fugir da dor que lhe consome por ter matado Gale; Skyler falha em comprar o “lava a jato”; Marie e Hank se vêem cada vez mais distantes numa relação cheia de sofrimento e amargura. Nem mesmo Mike consegue tomar seu café sem ser lembrado do que houve com seu parceiro Victor ao notar o sangue em seu casaco. A frustração toma conta do episódio que, por outro lado, está de acordo com as expectativas de quem sempre admirou a série pela sua capacidade de fazer com que a trama caminhe juntamente com o desenvolvimento dos personagens - ou justamente por causa deste desenvolvimento.

O mais curioso é o que acontece com Walt. Sempre houve algo de patético em Walter White, desde que o conhecemos no piloto da série, sem suas calças, perdido no deserto. O homem comum numa situação extraordinária se descobre capaz e portador de qualidades antes inimagináveis, mas não sem o risco do ridículo, do cálculo errado, de também ressaltar suas limitações. São vários exemplos ao longo da série, e a dosagem sempre foi equilibrada entre Walt marido, pai, professor de meia idade e Walt-Heisenberg, homem decidido a levar às últimas consequências a sua opção pela criminalidade. Em comum a eles, a teimosia, a obsessão quando fixa uma ideia na cabeça, a eterna negação de seus atos ("defesa", ele repete na abertura do episódio, mais para si do que para o vendedor de armas).

Mas Walt nunca esteve tão patético e cego por sua obsessão como agora. Com pouca habilidade para guardar e sacar uma arma, ainda assim sua autoconfiança é enorme (reparem como a trilha sonora muda ao colocar o chapéu antes de sair do carro e ir em direção à casa de Gus ou o olhar que dirige a Mike antes de ser noucateado), a ponto de achar que poderia matar seu chefe ali mesmo no laboratório ou em sua residência. Mas é o momento ideal para ser estúpido: como é o único capaz de "cozinhar" a droga, não pode ser morto, e até arrisca uma improvável aliança com Mike. Walt é inteligente (não teria chegado até aqui se não o fosse) e acerta em cheio ao provocar a preocupação do braço direito de Gus. Faltou apenas sutileza e tato para que o veneno fosse destilado aos poucos e lentamente. E Heisenberg não é tão experiente no ramo como acha que é.


Num tom bem mais pesado e triste, temos Jesse sem condições de lidar com o que fez, buscando refúgio no seu novo e potente sistema de som, na agitação das festas regadas a drogas em sua casa. Mas nesta ele está sozinho, evidenciado tanto pelo seu olhar no plano abarrotado de pessoas em sua sala quanto no plano geral que o mostra do lado de fora de casa, ruas vazias, apenas o som abafado da festa. A 3ª temporada finalizou com a alma do personagem vendida ao diabo e as consequências disto são sentidas aqui com imensa tristeza, com três dolorosas cenas em destaque: destruindo a ilusão dos “12 passos” para Badger e Skinny Pete; o ponto de vista de Brock, dando tchau para Jesse enquanto o carro de Andrea se afasta; e, claro, o final, quando som nenhum é capaz de silenciar sua dor. Com este episódio, Aaron Paul começa a garantir seu segundo Emmy.


Falando em grandes atuações, a série sempre se mostrou generosa com seus coadjuvantes, mas faltava a Betsy Brandt algum destaque (a “cleptomania” de Marie felizmente foi esquecida pelos roteiristas), e que finalmente veio com a situação cada vez mais difícil com o rancoroso Hank. Marie tem se dado bastante ao marido, sem retorno algum, e Brandt consegue toda nossa simpatia, seja no momento em que Hank pede para que ela saia do quarto (close-ups, sempre um presente pros atores) ou no pedido quase desesperado para que o fisioterapeuta fique em tempo integral. Onde isso vai dar? Ou melhor, até quanto Marie pode suportar e qual será a trágica conseqüência disto? Hank e sua obsessão por minerais continua um mistério e é de se perguntar a coincidência ao descrever um corindo azul, mesma cor da droga fabricada por Walt – por outro lado, minhas suspeitas no comentário anterior sobre Hank estar investigando a “blue meth” por conta própria foram abaladas ao ler em um fórum a opinião de um químico, que disse não haver relação entre coloração de minérios e compostos orgânicos.


Enquanto isso, Skyler continua fazendo seu dever de casa e se mostra tão autoconfiante quanto Walt ao tentar comprar o lava a jato. Mas se não dá certo, não é por uma limitação dela, como é o caso do marido. Como já escrevi em outra oportunidade, Breaking Bad sempre reaproveita de forma inesperada eventos passados para nos lembrar da cadeia de eventos que afeta e transforma a vida de todos os envolvidos. Neste caso, o fracasso de Skyler é mais uma conseqüência dos atos de Walt, que arranjou este desafeto com o dono do local no primeiro episódio da série. E como é boa esta sensação de que tudo que aconteceu e acontece pode servir à narrativa no futuro.


Pra finalizar, algumas imagens do episódio, que (só pra variar) é extremamente bem montado, sonorizado e com a habitual excelência da fotografia e cuidado com enquadramento.



- Os feixes de luz natural que tentam, mas só conseguem iluminar os ambientes parcialmente:



- A luz artificial iluminando rostos devastados pela tristeza e impotência:



A solidão diurna de Jesse...


- ... e a solidão noturna de Walt:




- Nada fica sem explicação em Breaking Bad: lembram da pizza que chega inteira ao telhado da casa de Walt em "Caballo Sin Nombre" (3x02)?



- Isso porque não são fatiadas, para irritação de Jesse:



- Por último... quem mais achou que Bryan Cranston fez uma ponta na festa de Jesse?







Hélio Flores
twitter.com/helioflores





terça-feira, 19 de julho de 2011

[Breaking Bad] 4x01 - Box Cutter


"Well... get back to work" - Gus

E Breaking Bad está de volta, após uma impecável temporada, prometendo mais um ano espetacular pela frente. A premiere da 4ª temporada mantém o alto nível alcançado pela série de uma forma admirável, especialmente porque não seria nada fácil corresponder às expectativas criadas pelo final da temporada anterior. Tudo funciona de forma tão harmoniosa que, independente da qualidade dos futuros episódios, “Box Cutter” já se torna um marco de roteiro e execução, que precisa ter alguns de seus méritos realçados:



Como dar continuidade ao final da 3ª temporada? Primeiro, é preciso entender que ali não deixou um suspense em que se pergunta “Jesse matou Gale ou não?”. É óbvio que Gale morre; os acontecimentos dos últimos episódios levaram a uma situação em que só sua morte salvaria as vidas de Walt e Jesse. O grande impacto do final está no olhar de Jesse, prestes a descer alguns bons degraus a mais em direção ao inferno (e é esta a jornada dos protagonistas), ao finalmente se tornar um assassino. É isto que a temporada nos deixa. Daí a dificuldade desta premiere, porque sabemos como as coisas serão a partir dali: se resumirmos o episódio (Walt e Jesse continuam produzindo a droga pra Gus porque é a única solução), não há nada de surpreendente, é tudo muito óbvio.

O brilhantismo então não está NO QUE acontece, mas COMO acontece. Breaking Bad já deu várias aulas de como aumentar o suspense e nos deixar na mais completa tensão. E aqui é mais um belo exemplo, ao investir nos silêncios e expressões faciais dos atores. Reparem no início: Walt e Mike numa longa espera sem saber o que acontece; Victor chega com Jesse; Mike lança um olhar vencedor, Walt revira os olhos, o desespero parece que tomará conta dele; Victor e Jesse descem as escadas, Victor joga Jesse em uma cadeira ao lado de Walt, Mike parece já disposto a matar os dois; Victor libera sua raiva, Mike e Walt começam a perceber o que aconteceu; quando Victor confirma, Walt olha pra Jesse com surpresa, alívio e talvez preocupação com ele (Bryan Cranston inacreditável como sempre), Mike rapidamente se informa do que aconteceu, liga para Gus; Walt, triunfal, se torna Heisenberg; e durante todo esse tempo, Jesse completamente em choque pelo que fez.

A sequência dura 3 minutos, quase sem diálogos, um tempo que parece pouco, mas não em termos de programa televisivo. Poucas séries se permitem usar o silêncio, deixar que sintamos a respiração e tensão dos personagens e torná-las nossas. Mais adiante, temos algo ainda mais incrível, uma sequência que já entra para a história: nada menos que 10 minutos para que Gus, sem emitir uma única palavra, entre no laboratório, passe pelos demais, troque de roupa calmamente, procura o estilete de Gale (a “box cutter” do título), passa ameaçadoramente por Jesse e Walt, mata Victor (de uma forma que dá novo sentido ao seu apelido de “chicken man”, não?), se limpa do sangue, troca novamente de roupa e sai do laboratório, não antes de ordenar o retorno ao trabalho, única vez que fala algo. Apenas Walt fala (palavras óbvias e certamente já compreendidas por Gus) durante a sequência, que é carregada de tensão unicamente pelos gestos e silêncio de um personagem.

Momentos inspirados como estes provam o quanto o criador da série, Vince Gilligan, e sua equipe têm pleno domínio do material que tem em mãos. E não é apenas na construção de clima, mas como construir este clima numa perspectiva que leva em conta a coerência de cada personagem e que implicâncias cada ação terá no futuro. Já sabíamos (nós, Walt e Jesse) do que Gus era capaz, mas não com suas próprias mãos. Matar Victor daquela maneira não só é uma mensagem muito clara para os protagonistas (“se não posso matá-los, vão desejar como nunca estar mortos” diz Jesse, que parece entender melhor que Walt), mas também punição por tantos outros motivos – bode expiatório por terem permitido a morte de Gale, ter sido visto e não ter “limpado” a cena do crime, a ousadia de achar que poderia fazer o trabalho de Walt. Da forma como foi, ainda permite lembrarmos da primeira temporada com a experiência que Walt e Jesse têm em se livrar de um cadáver. É incrível como a série é tensa, densa, mas consegue manter o humor negro: Jesse passa por um inferno e suas primeiras palavras vêm aos 40 minutos de episódio, “Trust us” para Mike, hilário pelo contexto e pela lembrança – e, ao mesmo tempo, notarmos a diferença do processo para eles, tão difícil e doloroso antes, agora tão frio e mecânico. O humor também está presente na referência explícita a Pulp Fiction, com a dupla na lanchonete, vestindo camisetas baratas após uma manhã trabalhosa livrando-se de um corpo, tal como John Travolta e Samuel L. Jackson (após revisão do episódio notei também outra referência ao filme de Tarantino, embora não sei se foi intencional: Saul evitando a palavra metanfetamina com Skylar é bem semelhante à situação entre Travolta e Eric Stoltz no telefone).

Ainda na linha de pensamento “como dar continuidade à 3ª temporada”, a abertura do episódio é genial, por funcionar em vários níveis: um susto de 1 segundo ao achar que Gale não morreu; descobrimos que o laboratório foi criado para ele (as aberturas de Breaking Bad tem se especializado em revelar eventos passados curiosos); que numa triste ironia do destino, Gale é responsável pela própria morte, ao convencer Gus a contratar Walt; que Gus sempre quer o melhor, contextualizando ainda mais a morte de Victor (um mero reprodutor da receita nunca será o suficiente); o estilete de Gale, utilizado para fins tão mais alegres (“parece manhã de Natal!”); e, claro, a primeira aparição das anotações de Gale, que serve para o gancho final e que terá implicância no futuro.

O episódio ainda permitiu participação dos demais personagens, dando continuidade às situações em que eles se encontram: Saul preocupado com escutas e pensando em fugir do país ao descobrir que Mike trabalha pra Gus; Marie e Hank vivendo seu inferno pessoal (é de se notar a obsessão de Hank por minerais – a metanfetamina de Walt tem uma cor azul que nem Gale sabe de onde vem; Hank estaria investigando isto?); e, em especial, Skyler no seu processo particular de “breaking bad” dando um passo a mais na sua capacidade de dissimulação, usando a própria filha para sensibilizar o chaveiro. A situação de Walt e Jesse tem toda nossa atenção, mas o roteiro não deixa de lado o desenvolvimento dos demais personagens.

Por fim, deixo uma série de imagens para reflexão do trabalho com as cores que dominam os episódios: o verde e o vermelho estão presentes de forma intensa desde o início de Breaking Bad e em “Box Cutter” não seria diferente.





Hélio Flores
twitter.com/helioflores

domingo, 10 de julho de 2011

Palpites para indicações ao Emmy 2011

O blog está praticamente morto (com apenas a cobertura de The Killing feita recentemente), e há muito tempo não escrevo, mas não poderia deixar de passar por aqui e registrar os palpites para o Emmy, cujos indicados serão anunciados na próxima quinta-feira, assim como fiz nos dois últimos anos (aqui e aqui).

Infelizmente, não vi no decorrer do ano tantas séries quanto nos anos anteriores e não estou tão por dentro das campanhas e o que dizem das chances de cada um. Então farei mais rápido desta vez, tudo em um post só, e passando em branco as comédias (explico lá embaixo).

A fórmula pra acertar quem será indicado ao Emmy é fácil (embora, claro, nunca 100% eficaz): mantenha os indicados do ano anterior e considere apenas as vagas deixadas por quem não volta este ano, para serem disputadas ou por quem ficou perto de conseguir indicação antes (caso dos protagonistas de Friday Night Lights ano passado) ou, principalmente, pelas novas séries que, se caíram no gosto dos votantes, marcam presença em quase todas as categorias (caso de The Good Wife ano passado).

Como há um número grande de candidatos, em cada categoria coloco mais 3 nomes que não surpreenderiam caso fossem indicados.


Os DRAMAS

Melhor Série:

Indicados 2010 – Mad Men (vencedora), Breaking Bad, Dexter, The Good Wife, Lost, True Blood;

Vagas que sobraram – Breaking Bad, que não retornou no período de seleção; Lost, encerrada; True Blood, porque quem consegue imaginar que aquela 3ª temporada tem alguma chance?

Quem retornaMad Men, três vezes campeã; The Good Wife, que todos concordam ser a melhor coisa da TV aberta.

Quase certo, mas não fique surpreso se não retornarDexter, cuja 5ª temporada desagradou até mesmo muitos de seus fãs. Porém, a série marca presença aqui desde o 2º ano e uma vez dentro, tem que ficar muito ruim pra cair fora (pouparei os fãs de um “oh wait”);

Quem ficou perto de uma indicação antesFriday Night Lights tem sua última chance e, apesar de encerramentos não sensibilizarem os votantes (The Wire, The Shield, Battlestar Galactica), indicações dos protagonistas em 2010 provam que a série é vista por número suficiente de pessoas; Treme, Justified, Parenthood e Men of a Certain Age falharam no primeiro ano, algo até comum de acontecer com séries que depois viriam a ser indicadas (Dexter, House, Grey’s Anatomy e Breaking Bad), mas como mantiveram nível ou ficaram ainda melhores (caso claro de Justified), who knows?

As novidades – Aqui o bicho pega. Boardwalk Empire é a única certeza (venceu Globo de Ouro, SAG Awards e tem os nomes de Martin Scorsese e Terence Winter), com Game of Thrones quase lá. The Killing e Walking Dead são as apostas da AMC para pelo menos uma ocupar o lugar de Breaking Bad, mas a péssima recepção ao final da primeira e o gênero da segunda (terror, sangue, vísceras, mortos vivos) podem pesar contra; Isso ajudaria Shameless, que se caiu no gosto dos votantes poderia até mesmo substituir Dexter como representante da Showtime; E se acharem The Good Wife pouco pra representar a tv aberta, a única novidade que fez sucesso no último ano, Blue Bloods, poderia fazer o queixo de muita gente cair.

Os indicados serão (em ordem de favoritismo):

Mad Men

The Good Wife

Boardwalk Empire

Game of Thrones

Dexter

Friday Night Lights

Boas chances: The Killing, Shameless, Justified


Meu voto (em ordem de preferência):

Mad Men

Treme

Game of Thrones

Friday Night Lights

The Good Wife

Justified



Melhor Ator:

Indicados 2010 – Bryan Cranston (vencedor), Michael C. Hall, Kyle Chandler, Hugh Laurie, Matthew Fox, Jon Hamm

Vagas que sobraram – Cranston, tirando férias pra alguém mais vencer; Fox, com Lost encerrada.

Quem retorna – Hamm e C. Hall são mais que certos.

Quase certos, mas não fique surpreso se não retornaremLaurie e Chandler. House tem desagradado cada vez mais, mas seu protagonista ainda é forte o suficiente. Já Chandler só foi indicado ano passado, o que sempre traz riscos de um não retorno. Mas ninguém discorda que ele esteve ainda melhor nesta última temporada e estar em “Super 8” (que estreou nos cinemas durante o período de votação) certamente lhe deu mais visibilidade.

Quem ficou perto de uma indicação antesRay Romano, Peter Krause e Timothy Olyphant foram ainda mais elogiados este ano e, se o último foi mais festejado pela crítica, são os dois primeiros que já fizeram parte da festa antes; Simon Baker recebeu indicação surpresa dois anos atrás, sua série continua com ótima audiência e, dizem, tem ótimo material com o season finale; já Gabriel Byrne não competiu ano passado, mas foi indicado pelas duas temporadas anteriores de In Treatment. Estaria garantido mais uma vez se este terceiro ano tivesse maior visibilidade. Mas é o trabalho mais exaustivo do ano (NINGUÉM tem mais tempo de tela e diálogos que ele), o que conta muito a favor.

As novidades – Aqui o bicho pega. Nem há tantos trabalhos especiais assim, mas votante do Emmy adora indicar ator de cinema/teatro e este ano, além de Byrne, temos Steve Buscemi, Jeremy Irons, William H. Macy e Sean Bean. E não vamos esquecer Tom Selleck, 5 vezes indicado (com uma vitória) por Magnum nos anos 80 e que pode surpreender com Blue Bloods, meio Simon Baker-style.

Os indicados serão (em ordem de favoritismo):

Jon Hamm, Mad Men

Michael C. Hall, Dexter

Steve Buscemi, Boardwalk Empire

Hugh Laurie, House

Kyle Chandler, Friday Night Lights

Gabriel Byrne, In Treatment

Boas chances: Jeremy Irons (The Borgias), Timothy Olyphant (Justified), William H. Macy (Shameless)


Meu voto (em ordem de preferência):

Kyle Chandler, Friday Night Lights

Jon Hamm, Mad Men

Timothy Olyphant, Justified

Gabriel Byrne, In Treatment

Donal Logue, Terriers

Steve Buscemi, Boardwalk Empire


Melhor Atriz:

Indicadas 2010 – Kyra Sedgwick (vencedora), Connie Britton, Glenn Close, Mariska Hargitay, January Jones, Julianna Margulies

Vagas que sobraram – Apenas Close, com Damages tirando o ano de férias. Mas se os votantes vêem Mad Men (e óbvio que eles vêem), sabem que Jones é menos que uma coadjuvante na 4ª temporada. Podemos descartá-la também.

Quem retornaMargulies, certamente. Sedgwick e Hargitay parecem pertencer a categoria desde o princípio dos Emmy, então difícil tirá-las da certeza.

Quase certa, mas não fique surpreso se não retornarBritton, como Chandler, foi indicada pela primeira vez ano passado. Ninguém quer que ela fique de fora, mas infelizmente há a chance de ser um “one night stand”.

Quem ficou perto de uma indicação antesElisabeth Moss já esteve na categoria antes e ano passado foi indicada como coadjuvante. É claramente protagonista (entre as mulheres) na 4ª temporada de Mad Men e impossível não vê-la indicada; Katey Sagal ganhou o Globo de Ouro e Melissa Leo ganhou o Oscar este ano, coisas que chamam a atenção dos votantes; Sally Field, que já esteve na categoria, e Anna Paquin, que já ganhou o Globo de Ouro, tiveram melhores chances no ano passado, enquanto Lauren Graham deve continuar sem uma indicação... E se John Noble nunca foi lembrado por Fringe, quais são as chances de Anna Torv?

As novidades – Muitas. Kathy Bates e Dana Delany são os nomes mais famosos (colocaria Jennifer Beals na lista, mas com Chicago Code cancelada, as coisas ficaram bem mais difíceis), mas Mireille Enos, Emmy Rossum e Lena Headey que podem conseguir uma vaga, dependendo do quanto suas séries foram amadas pelos votantes.

As indicadas serão (em ordem de favoritismo):

Julianna Margulies, The Good Wife

Kyra Sedgwick, The Closer

Elisabeth Moss, Mad Men

Mariska Hargitay, Lei & Ordem: SVU

Connie Britton, Friday Night Lights

Katey Sagal, Sons of Anarchy

Boas chances: Mireille Enos (The Killing), Emmy Rossum (Shameless), Kathy Bates (Harry’s Law)


Meu voto (em ordem de preferência):

Elisabeth Moss, Mad Men

Anna Torv, Fringe

Connie Britton, Friday Night Lights

Julianna Margulies, The Good Wife

Katey Sagal, Sons of Anarchy

Emmy Rossum, Shameless


Melhor Ator Coadjuvante:

Indicados 2010 – Aaron Paul (vencedor), Andre Braugher, Michael Emmerson, Terry O’Quinn, Martin Short, John Slattery

Vagas que sobraram/Quem retorna/ Quem pode ficar de fora – Apenas Braugher e Slattery estão de volta e, apesar de achar que serão indicados, não seria totalmente surpresa se tivermos uma categoria inteiramente com nomes novos.

Quem ficou perto de uma indicação antesJosh Charles e Chris Noth falharam ano passado, mas com The Good Wife sendo ainda mais aclamada, ao menos um deles pode ser indicado (entre os homens da série, quem tem mais chances, no entanto, é Alan Cummings, indicado como ator convidado ano passado e que agora sobe de categoria). Scott Bakula é tão bom quanto seu companheiro de série Braugher; Dax Shepard e Michael B. Jordan só seriam lembrados se houver muito amor por suas séries; John Noble e Walton Goggins continuam sendo os favoritos da crítica e se não receberem indicação num ano tão aberto como este, quando receberão?

As novidades – Tantas que poderiam ficar com as seis vagas. Ou doze, se quisessem duplicar a categoria. A provável queridinha do ano, Boardwalk Empire, tem um número grande de possibilidades e não seria surpresa se dois ou três nomes forem selecionados: Michael Pitt, tão protagonista quanto Buscemi, é certo, enquanto Michael Shannon e Stephen Graham possuem os momentos mais “indicáveis” dentre os demais; Game of Thrones deve ser prejudicada pelo seu elenco internacional, mas é mesmo um americano o nome principal da categoria e será uma grande surpresa se Peter Dinklage não for indicado (mas não seria incrível se Jason Momoa também fosse lembrado por um papel cujos poucos diálogos são numa língua fictícia?); Difícil imaginar Brent Sexton e Irrfan Khan fora da disputa, caso The Killing e In Treatment realmente tenham sido bastante vistas; infelizmente, só muito amor por Shameless para que os jovens Cameron Monaghan e Jeremy Allen White sejam lembrados; e se True Blood ainda tem algum prestígio no Emmy, não duvide de Denis O’Hare (nem que seja pela famosa cena do telejornal).

Os indicados serão (em ordem de favoritismo):

John Slattery, Mad Men

Andre Braugher, Men of a Certain Age

Michael Pitt, Boardwalk Empire

Peter Dinklage, Game of Thrones

Alan Cumming, The Good Wife

Michael Shannon, Boardwalk Empire

Boas chances: Josh Charles (The Good Wife), Brent Sexton (The Killing), Irrfan Khan (In Treatment)


Meu voto (em ordem de preferência):

Peter Dinklage, Game of Thrones

Irrfan Khan, In Treatment

Alan Cumming, The Good Wife

Wendell Pierce, Treme

Michael Raymond-James, Terriers

John Noble, Fringe


Melhor Atriz Coadjuvante:

Indicadas 2010 – Archie Panjabi (vencedora), Christine Baranski, Rose Byrne, Sharon Gless, Christina Hendricks, Elisabeth Moss

Vagas que sobraram – Byrne, com Damages de folga; Moss, que concorre como principal.

Quem retornaPanjabi e Hendricks continuam tão maravilhosas e com grandes momentos quanto no ano anterior.

Não fique surpreso se não retornaremBaranski e Gless tiveram bem menos a fazer este ano. Pior para Gless que, ao contrário de Baranski, não está numa série tão querida e tem maiores chances de não voltar.

Quem ficou perto de uma indicação antesSandra Oh e Chandra Wilson ficaram de fora pela primeira vez ano passado. Verdade que uma vez fora, difícil retornar. Mas não dá pra desconsiderar quem já teve cinco e quatro indicações seguidas, respectivamente; Muita gente considera injusta a ausência de Khandi Alexander pela 1ª temporada de Treme e este ano ela está ainda melhor. Pena que poucos votantes vêem a série, ou ela já seria certeza.

As novidades – In Treatment sempre se deu bem aqui, e um nome de peso como o de Debra Winger não deve ser desconsiderado (Amy Ryan, no entanto, tem atuação muito contida pra ser considerada); Kelly McDonald tem atuação forte em uma série que privilegia o elenco masculino, mas não me surpreenderia se também Paz de la Huerta ou Aleksa Palladino fossem lembradas, caso espalhem amor pela série em todas as categorias; Emilia Clarke tem personagem com percurso semelhante ao de McDonald, mas com bem menos tempo de tela e tão crível quanto, mas dependerá do quanto os votantes realmente se importaram com Game of Thrones; Michelle Forbes tem papel que é a cara de prêmios e tem mais chances que o colega Sexton; Kiernan Shipka antes concorria como convidada, e com tantos momentos especiais que ela tem, só o preconceito em indicar crianças que pesa contra; por fim, Margo Martindale tem uma das atuações mais elogiadas do ano e deve ser querida o suficiente pra ser lembrada (e quem sabe ganhar).

As indicadas serão (em ordem de favoritismo):

Archie Panjabi, The Good Wife

Christina Hendricks, Mad Men

Kelly McDonald, Boardwalk Empire

Margo Martindale, Justified

Christine Baranski, The Good Wife

Emilia Clarke, Game of Thrones

Boas chances: Michelle Forbes (The Killing), Sandra Oh (Grey's Anatomy), Debra Winger (In Treatment)


Meu voto (em ordem de preferência):

Margo Martindale, Justifed

Kiernan Shipka, Mad Men

Christina Hendricks, Mad Men

Emilia Clarke, Game of Thrones

Archie Panjabi, The Good Wife

Khandi Alexander, Treme


As COMÉDIAS

Vou me abster de palpites nas categorias cômicas, não só porque estou atrasado com muitas séries que gosto (The Office, Cougar Town, United States of Tara, Eastbound & Down), mas principalmente porque pouco me importam. As premiações vem tendo como favoritas duas séries que não gosto (Modern Family e Glee), enquanto duas de minhas prediletas sequer são lembradas (Parks & Recreation e Community). O Emmy também se interessa por The Big Bang Theory e Nurse Jackie, séries que acho fracas, e provavelmente lembrará de The Big C, que não tenho o mínimo interesse em conhecer. Então pra mim não faz sentido escrever a respeito.

De modo geral, torço para que 30 Rock desbanque as favoritas e volte ao seu reinado, que elenco de Parks & Recreation seja lembrado para além de Amy Poehler e que, entre as novas séries, Raising Hope consiga alguma coisa (Martha Plimpton quem sabe?), já que a brilhante Louie dificilmente terá alguma indicação.



Hélio Flores
twitter.com/helioflores