sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

[CRIMINAL MINDS] 4x16 "Pleasure is My Business"












No episódio dessa semana, fomos apresentados a uma mulher assassina em série; a unsub era uma prostituta de alto luxo que estava a envenenar seus clientes.
Dado o perfil dos clientes e o poder de fogo de seus advogados, o Procurador Geral do Texas pede o auxílio de Hotchner, que vai pessoalmente a Dallas para se inteirar do caso e confirmar que se trata, de fato, de um serial killer.







A unsub da semana, trabalhando.



Gostei bastante da cena em que Hotch se encontra com a unsub no elevador. Ela foi muito viva e ele... nossa, que expressão é aquela... pra que e por que tão sério, sempre??







A equipe toda junta-se a ele e o primeiro passo significativo na investigação é dado com a ajuda de uma cafetina de luxo. Ela mostra a Reid e Prentiss que quando um homem paga dez mil dólares para uma noite com uma prostituta, o que ele procura mesmo é terapia, muito mais que o sexo em si. Eles se dão conta que o que faz com que a unsub mate determinados clientes não tem a ver com alguma prática sexual, mas sim com algo que eles dizem, confidenciam a ela.




Reid e Prentiss conversam com a Cafetina - Corretora de imóveis. Ele nunca gaguejou tanto!

(Muitas seqüências foram acima da média nesse episódio. As cenas da unsub matando mais um cliente enquanto Prentiss e Reid falavam com a cafetina foram muito bem feitas.)

Assim é que ela sabe dos segredos da maioria dos executivos poderosos do estado, e, por conseqüência, da empresas que eles dirigem. Ela é um arquivo vivo, e pode interferir com os interesses de muitos poderosos. Por isso mesmo, na hora de expor o perfil traçado, a equipe não chama a polícia ou a imprensa para ouvi-los, e sim os advogados dessas grandes empresas, que tem muito a perder.

Logo uma advogada dá uma boa pista que leva a BAU até a cobertura onde a unsub mora. Paralelamente, a unsub vai ao encontro de um novo cliente. Um homem de bom coração, fiel à mulher que morrera recentemente, e que, ingênuo, conta a ela, que o FBI já está próximo de descobrir a identidade da assassina e que está a caminho da casa dela.

A melhor cena do episódio, para mim, foi essa. Enquanto eles analisam a moradora, com base na casa, ela liga e fala com Hotchner ao telefone. A hora em que ela diz o nome dele, na secretária eletrônica, foi muito bacana. Imagino os pensamentos de cada um: “humm, Hotch conhece a prostituta? Humm, ele estava na cidade antes de nós... humm humm...”.

O fato é que havia pesquisado sobre ele na net, e ela simpatiza com ele. Ela vê nele um bom caráter, bem diferente dos homens com quem ela sai. E eu achei muito corajoso da parte dele ao responder tão prontamente, com tanta sinceridade, às perguntas que ela fez sobre seu filho, sua separação, etc.

Faço aqui um parênteses para dizer que eu nunca entendi essa separação dele. Antes eu achava que ela serviria a um outro propósito, quer dizer, a série precisava que o personagem estivesse disponível, por algum motivo. Algo a respeito da Haley, do filho, do passado dele, dela, algum novo envolvimento, sei lá. (não esse papo shipper com a Prentiss, porque já teria acontecido) O que eu quero dizer é que eles eram um casal feliz, eles sempre se mostraram apaixonados, envolvidos, felizes, com um filho pequeno, começando a formar uma família. Nenhum casal assim se separa apenas porque um dos dois está trabalhando demais. Muito menos assim, tão rapidamente, mandando um acordo para o outro assinar. Sei lá. Não me faz sentido algum, mas sempre esperei que o motivo aparecesse e até agora, nada. Demorou.

Aparece o ponto fraco da unsub: o pai, que tinha o mesmo perfil das suas vítimas. Ele tenta protegê-la e ‘abafar o caso’, mas ela faz questão de que todos os podres que ela sabe venham à tona (inclusive matou o cliente bonzinho a tiros para que não se pudesse disfarçar o crime em suicídio!) e não entrega a ele a sua lista de clientes.

Reserva-a para Hotch, na última cena. Ela morre de mãos dadas com ele, não sem antes perguntar como a mulher dele pode abandoná-lo, e de pedir para que ele fique com ela. Mais uma vez, ele prontamente atende ao pedido dela. E fica.

Eu adorei essa cena! Muito diferente de tudo que costumamos ver. Torço para que ela esteja sinalizando algo novo em relação ao Hotch. É um baita personagem, que merece toda nossa atenção.


É para se pensar. O episódio começa com Hotch assistindo a um vídeo do filho (que ele não visita o tanto quanto gostaria) no computador, e termina assim. Quero crer que seja a deixa para alguma mudança na vida desse personagem encantador. (como é que se pode ser tão encantador sem sorrir??) Eu gostaria que ele e Haley reatassem, mas não sei se isso acontecerá. Só acho que com um gancho desses, algo tem que estar por acontecer. Insh’ Allah!

Até o 4x17.

[LOST] 5x07 The Life and Death of Jeremy Bentham

Acompanhar a vida e a morte de Jeremy Bentham, a já conhecida identidade de Locke fora da Ilha, poderia ser uma perda de tempo depois do episódio da semana passada. Analisando friamente, com certeza é. Na verdade, esse episódio estaria programada para ir ao ar antes do "316", mas dá para entender perfeitamente por que foi feita essa mudança: não haveria mistério algum durante o voo 316, até pela apresentação dos dois novos personagens Caesar e Ilana. Entretanto, o problema é como a jornada de Jeremy Bentham parece um passo atrás diante de tudo o que vinhamos acompanhando até agora. Enquanto todos os Oceanic Six pouco a pouco aceitavam a ideia de que tinham de voltar e na semana passada atingiram uma brusca conclusão, as tentativas frustradas de Bentham em convencê-los parecem estar fora do ponto, quase atrasados. Principalmente quando vemos Jack confrontando aquela predestinação que ainda viria a abraçar. Talvez o problema continue nessa estrutura focando um dos personagens, deixando a história "engessada" com flashbacks praticamente contínuos durante dois episódios seguidos.
Por outro lado, não dá para criticar um episódio em que presenciamos o renascimento de John Locke na Ilha, interpretado com tanto vigor por Terry O'Quinn e que, acima de tudo, faz um paralelo interessante com o retorno de Jack na semana passada. Seu reencontro com a saudosa Ilha, num longo plano mostrando primeiro os sapatos de Christian para depois envolver Locke é fascinante. Dessa forma entendemos a transformação que ele passa sob a identidade de Bentham, numa espécie de figura de transição, temporariamente numa cadeira de rodas, sem aquele fanatismo que demonstrava nas primeiras temporadas, mas ainda longe de acreditar que é um ser especial. Ainda mais por estar no meio da disputa entre Benjamin e Widmore, sua confusão não permite que Bentham convença os Oceanic Six a voltar. Mas seu retorno acontece exatamente como planejado e esse renascimento é determinante para fortalecar sua fé. Pela primeira vez veremos Locke e Ben realmente como oponentes, porque apesar de todas essas relações bíblicas (que estão mais do que claras), duvido que Locke perdoaria seu "Judas". O pouso forçado do 316 aparentemente num tempo diferente e na pequena ilha onde está situada a Hydra, parece que será outro mistério sem explicação convincente, mas ainda espero alguma razão para só Jack, Kate e Hurley serem vítimas do clarão.
Falando neles, as visitas de Bentham guiado por Abaddon (que finalmente mostrou-se como aliado de Widmore) foram no mínimo bastante irregulares. Além de toda uma fragmentação na história, muitas delas pouco tiveram a acrescentar. Sayid ainda continuava de luto por Nadia e avisa do perigo de ficar entre Widmore e Benjamin. Walt entra em cena assim como sai, só para manter aquela frustração do personagem que foi esquecido no passado da série. Hurley, temendo muito mais um Locke vivo do que uma alucinação, lembra como a vida dos Oceanic Six seguem seu curso fora da Ilha. Até me senti ofendido com Kate (quem diria!) dizendo que Locke nunca amou, mas forçaram a barra para que isso fizesse-o relembrar Helen, antes da triste visita ao seu túmulo. Mesmo desmotivado o suficiente, é o encontro com Jack que conduz Bentham ao seu inevitável destino, quando só resta mesmo a figura do velho solitário e sem importância alguma.
Bentham decide se matar quando volta ao hotel, por não ter nenhuma outra saída além do sacrifício. Mas quem aparece justamente para impedí-lo é Benjamin, que como ninguém ainda motiva e manipula Bentham até conseguir o que quer. E após saber dos procedimentos para o retorno dos Six, dá conta ele mesmo de terminar o serviço envolvido pelos acordes cortantes da trilha de Michael Giacchino. Enquanto vemos Ben limpando todas as pistas do quarto, a sombra da figura de Bentham pendurado está registrado nas paredes. Com toda a certeza, será difícil esquecer uma cena como essa e posso dizer até que já virou marca da série, principalmente pela direção precisa de Jack Bender e a dinâmica excelente entre seus dois principais atores. Pois é, é disso que Lost ainda é capaz.

e.fuzii

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

[24 Horas] 7a temporada - Recapitulação

A sétima temporada de 24 Horas foi uma das estréias mais esperadas da temporada, tanto pelo hiato de um ano devido à greve dos roteiristas, quanto pela expectativa de que a nova temporada fosse reerguer a série depois da sexta temporada, considerada a pior da série por muitos. Confesso que eu estava com ressalvas com relação à essa temporada, especialmente depois de saber que Tony Almeida voltaria, mas depois de 10 episódios eletrizantes, não tem como dizer que a temporada está ruim.

O 7o dia de Jack Bauer começa com seu julgamento pelas atitudes um tanto quanto anti-éticas que Jack tomou em seus anos de trabalho à CTU, e apesar do julgamento ser interrompido, o método de trabalho de Jack foi questionado inúmeras vezes nos 10 episódios já exibidos, seja por Renee, a agente do FBI que traz Jack para ajudar a resolver mais uma ameaça terrorista, seja por Moss, chefe de Renee, ou até mesmo a presidente Taylor. Jack nunca havia sido tão questionado por suas atitudes quanto nessa temporada, e o tema está sendo bem explorado, ainda mais quando há uma comparação entre Jack e Renee. Renee muitas vezes fica perdida entre o ético, e o que é necessário para fazer o que é certo, e suas hesitações em seguir o estilo Bauer de torturar deixa claro o quanto Jack teve que sacrificar de sua vida em troca da segurança para no fim ser julgado. Não dá para dizer se há um certo ou errado nesse caso, mas é bom ver uma trama pessoal para Jack, ainda mais sendo bem desenvolvida.

Mas, 24 Horas ainda é uma série de ação, e é claro que o dia de Jack estava apenas começando quando ele foi retirado do julgamento por Renne. Uma ameaça à segurança americana começava a surgir, e qual não foi a surpresa de Jack ao ver Tony Almeida envolvido? O envolvimento de Tony Almeida, no entanto é somente o começo de uma trama que tem como objetivo impedir a intervenção americana em Sangala, um país fictício da África. Além da ameaça com ações terroristas dentro de solo americano, o governo tem que lidar com a corrupção dentro da Casa Branca e de agências de segurança. A ameaça do sétimo dia prende desde o começo, com as dúvidas sobre a lealdade de Tony e o duelo dele com Jack, mas isso logo é resolvido. Tony revela que está trabalhando com Buchanan e Chloe para acabar com a corrupção dentro do governo (uma mini-CTU, rá!), e impedir que a influência de Sangala nos EUA acabem com vidas inocentes. Para conseguir isso, Jack e Tony trabalham disfarçados e entre envolver o Primeiro Ministro de Sangala, ter que fingir matar Renee e ferir/matar inocentes, a interferência de Sangala é neutralizada.


Ao fim do 10o episódio, fica a impressão de que a temporada poderia acabar por causa do ritmo frenético da temporada e as conclusões rápidas, mas a aparição de Tony para Jack, numa das cenas mais bonitas da temporada, mostra que é o fim do primeiro ato, apenas.



Observações:

* a trama do primeiro cavalheiro, que começou como as tramas de adolescentes-pentelhos das temporadas anteriores na verdade se mostrou ponto-chave para conseguir capturar Dubaku. Bem interessante ver o crescimento gradual dessa trama.
* a volta do Tony foi muito mal-explicada, mas eu sou fangirl total do Tony, e não vou reclamar do retorno dele, ainda mais quando se encaixou nos acontecimentos.
* o FBI parece uma neo-CTU. Tem uma pseudo-Chloe, um traidor, um chefe mala...

* melhor frase da temporada: "With all due respect madame President, ask around."

* na próxima semana, cobertura normal dos episódios.




Marcelle Blackstar

[Dollhouse] 1x02 Target

Como esse episódio saiu antes do Carnaval e a essa altura já parece quase há um ano atrás, este texto será bem breve. Até porque a série ainda não me empolgou. Claro que Echo teve um apelo bem maior por ter de satisfazer as "fantasias" de um homem, mas perdeu o fôlego justamente quando tudo virou um bizarro jogo de gato e rato. Por outro lado, a história que envolve Echo na empresa deu passos largos com o flashback explicando sua origem e a missão de Boyd.

Ainda acredito que a série só vai mesmo ganhar ritmo quando Echo se rebelar contra a Dollhouse e tentar resgatar seu passado, provavelmente até com a ajuda de Paul Ballard. Quem ficará ao seu lado e quem serão seus inimigos é a grande incógnita. Além claro do mistério envolvendo esse personagem de codinome Alpha e o massacre que deixou Echo viva. Nesse caso, como ele também parecer ter suas habilidades impressas, isso teria partido da sua própria programação. Ou quem sabe, Alpha simplesmente encontrou a verdade e por conta de algum envolvimento com Echo também queira que ela acorde para a realidade.

e.fuzii

sábado, 21 de fevereiro de 2009

[CRIMINAL MINDS] 4x15 "Zoe's Reprise"







O episódio começa com um evento de promoção de um dos best-sellers de Rossi. Ele, com pinta de galã latino, ‘flerta’ com a organizadora (pff!). Ele fala a uma platéia de fãs e, ao final, é abordado por uma moça – a Zoe do título – que diz suspeitar que haja um serial killer agindo na cidade. Como não parece haver nada em comum entre os crimes que ela cita, ele não dá crédito. Dispensa-a, incentivando que ela continue procurando respostas.

Rossi fala ao seu público...
... e Zoe vai atrás de seu conhecimento.

Ela segue o conselho e visita a cena do último crime. Lá, acaba encontrando o unsub, que ali está para reviver o crime, e ele a mata. Rossi fica arrasado por sentir-se responsável: acha que a mandou ao encontro da morte. Isso rende uma bela cena entre um Rossi muito abalado, e um Hotch que se mostra muito compreensivo. Houve espaço para que falassem em termos pessoais, sem a couraça de costume.

Hotch, acolhedor.

Como início de investigação, a equipe tentar estabelecer uma ligação entre os crimes que Zoe mencionara, mas não parece haver padrão. Finalmente percebem que ele está imitando diversos serial killers, buscando descobrir que tipo de assassino ele é. Ele ainda não se encontrou; precisa descobrir a forma mais ‘prazerosa’ de matar. Ele termina por se identificar como um estrangulador e, a partir daí, começa a se repetir. Um padrão é estabelecido. Ele ganha personalidade e passa a cometer crimes verdadeiramente seus.

O próximo passo foi descobrir a ‘assinatura’ desse novo serial killer: traços de saliva na testa das vítimas possibilitam a identificação do unsub. Ele beija a testa das vítimas e a interpretação que Rossi faz desse gesto – apesar de não termos uma confirmação do unsub – foi genial. Digna de Gideon!! Gostei muito mesmo: há tempos não via algo tão fora do lugar-comum na série. Repetir o ato da mãe de uma criança doente - que beija sua testa para sentir se há febre – para ver se o corpo da vítima está esfriando é muita perversão. Ao mesmo tempo, fico pensando em como funciona a mente de alguém que faz essa análise (no caso, o Rossi) e estabelece essa relação. Tem que ser meio perturbado também, ou apenas bem preparado tecnicamente?

Uma vez identificado o unsub, ele é preso quando ia transar com a namorada em um parque. Ele é arrogante, quer falar com Rossi (cujos livros ele lia), e sugere que há mais corpos de vítimas. Quer um acordo.

Mas ele se dá mal porque a equipe descobre onde estavam as outras vítimas ao saber dos lugares que ele levara a namorada para transar (e tinha que ser Reid para ter essa sacada). Ele revive seus crimes fazendo sexo nos locais.

O unsub, arrogante, que desdenha do que pensam.

Merece menção a atuação de Prentiss, ao questionar a namorada e conseguir que ela revele tudo que era preciso para o esclarecimento do caso. Impassível e gelada, ela estava desconcertante.

A demonstração de solidariedade de JJ, ao revelar a Rossi que ele foi a inspiração para que ela ingressasse no FBI foi bacana. O encontro de Rossi e da mãe de Zoe diante da sepultura dela, mais ainda.


A mãe de Zoe observa Rossi, diante da sepultura.

Mas eu fico com a cena do unsub falando da sua vontade de matar; do tanto que isso era o normal para ele, sem ter idéia do porquê, de como não consegue parar, e estranhando, somente, que os outros não sintam o mesmo.

Para encerrar, uma citação mais que especial: “In youth, we learn; in age, we understand”. Algo como “Na juventude, aprendemos; com a idade, compreendemos”. (Ebner-Eschenbach)

Semana que vem, o 4x16. Até lá.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Lost é uma profissão de fé


Analisando este último episódio, já comentado por Fuzii. Gostaria de mostrar algumas colocações que já fiz na comunidade Teorias Lost, a respeito da preferência entre respostas de "ciência" e "fé".

Eu não entendo a preferência de parte da audiência por aquilo que eles chamam de ciência, onde isto está em Lost? Gente, é cientificismo ou Sci Fi no máximo. Até entendo e respeito muito as pessoas preferirem, mas dizer que são fatos, ahhh, onde? Viagens ao tempo? Existem elementos com pé na Ciência. Mas NÃO fatos irrefutáveis, verdades científicas. Gostar deste caminho é natural e uma escolha, sempre defendi que Lost pode ser visto com vários significados, por isso gastamos semiótica.

Acredito que eles - os produtores - escolhem este tipo de respostas "mística" pq essas não podem ser refutadas com fatos, é uma coisa "acredite ou não", e disso trata-se a fé. E qual seria a explicação científica para eles retornarem? Os bolsões de energia? Especulação. Isso pode ser refutado por qualquer pessoa que possui um conhecimento em física. Gente, a Miss Hawking disse "Pq é assim". Dito por uma mulher da ciência...



Eu implico é com a insistência em ver "ciência", "razão" onde são, em sua maioria, especulações Sci Fi. Gostam disso? Ótimo, então use os termos certos. Porque dizer que a fé é uma resposta que não basta é achar que este cientificismo de almanaque basta.

Verdade científica e razão são coisas distintas, dentro de uma lógica Sci Fi já mostrada na série, eles correram para este misticismo e fervor religioso pela simples premissa do crer.

Ué, nós cremos em Lost. Porque não há ciência, não por agora, que justifique um avião cair, muitos sobreviverem, ursos polares, sussurros, pessoas mortas aparecendo, viagens no tempo...olha, o que destaco aqui são os elementos essenciais que seguram a audiência de Lost, que faz esta série ser o que ela é.

No mais, reitero, não acho que esta será a explicação total ou oficial, o cientificismo , talvez raso e especulativo muitas vezes, voltará, porque assim se faz uma série de sucesso. Unindo a especulação Sci Fi com fé.

E a mim, apesar de agradar este tipo de resposta, garanto que as pessoas que frequentaram catecismo e tem conhecimentos "religiosos" podem afirmar isso comigo, que o que foi explicado neste episódio é bem pílulas de sabedoria da Bíblia, uma pequena parte desviada de um contexto enoooorme. Ou seja, nem na parte "religiosa", Lost usa tudo, as referências para quem tem este tipo de conhecimento são até óbvias e rasas.


Entendem o que quero dizer? Este episódio foi de fé, mas outros virão e muitos que já foram, serão "científicos", com aspas mesmo, porque é este o meu problema, aceitar como fato irrefutável coisa que NÃO é fato irrefutável.

Não há verdade religiosa neste episódio, assim como não há verdade científica em Lost. Especulações para ambos lados.

No final, não se trata de crenças diferentes: fé e especulação científica, mas na essência, não é crença? O quero argumentar é que todos nós cremos na mesma coisa, mas com caminhos diferentes de respostas, mas na essência, trata-se tudo de acreditar, de comprar a idéia...ou não.

Danielle M

[LOST] 5x06 316

"Stop thinking how ridiculous it is..." — Ms. Hawking

A mensagem me pareceu clara: se você ainda não foi convertido a fã de Lost, esse é o momento certo de desistir. Isso porque um dos maiores conflitos de toda a série parece ter sido finalmente resolvido, com a fé prevalecendo sobre a razão. Já era cada vez mais difícil fazer uma análise racional da história sem esbarrar em manobras de roteiro para colocar os Oceanic Six de volta à Ilha ou até falsas motivações para acreditar na importância das tais regras. Afinal, nunca ficou claro o que aconteceria se nenhum dos Oceanic Six voltasse à Ilha, ou mesmo se um deles desistisse no meio do caminho. Ou mesmo porque Ben tentaria também retorna se disse que não poderia fazer isso. Restava apenas dar um voto de confiança e esperar que com todos novamente reunidos, as coisas passariam a voltar aos eixos. É nesse episódio que temos essa virada (o tal "leap of faith"), em que até a figura que representava a visão racional na série, o homem da ciência Jack Shephard, precisa acreditar na força que o destino pode ter em sua vida. A forma como ele acorda deitado no meio da floresta, repetindo o seu primeiro contato com a Ilha, denota que estamos presenciando o renascimento desse homem, agora trazido até ali pela fé. E o abrir de olhos nesse novo começo, teria sido a abertura perfeita para essa temporada.

No caso desse episódio isolado, o problema esteve justamente em enquadrá-lo de forma forçada na estrutura da série, apenas invertendo os fatos e mostrando essa chegada logo no começo. O ideal seria que a história fosse se desenrolando após o encontro com Jin e, ao mesmo tempo, acontecesse toda a preparação de Jack fora da Ilha. Quem já acompanha esse blog sabe que o doutor nunca foi meu favorito, mas confesso que enxergo nele toda aquela amargura de sua vida pós-resgate, agarrando na fé por não ter mesmo outra escolha. Podemos ver até Jack engolindo seu orgulho, tendo até dúvidas de sua própria razão e acreditando nas instruções de Ms Hawking por mais ridículas que pudessem ser. Nesse caso, sábio mesmo é Desmond em dizer que todos eles não passam de peças para um plano bem maior (e mais alguém achou que Des pudesse ser atingido pelo pêndulo?).
Ainda assim, detalhes dessa trama ainda chegaram a irritar, principalmente o modo passivo com que Jack aceitou a condição de nunca mais perguntar sobre Aaron. Espero que ele lembre que o garoto é seu sobrinho e ainda um dos Oceanic Six. Ou ele deixou de ser importante assim de repente? Além disso, o bilhete deixado por Locke deveria ser a prioridade número um de Jack antes de tomar qualquer decisão. Ou não passou pela sua cabeça que Locke pudesse passar qualquer outra instrução? Acho também que o bilhete acabou sendo mais irônico do que dramático no final.
Depois de todas essas tramas frustrantes dos Oceanic Six nos últimos episódios, chega a ser engraçado que tudo pareça muito mais interessante agora que todos os outros personagens estão cercados de mistérios. Kate realmente deixou Aaron com a verdadeira avó? Sun despediu-se de Ji Yeon antes de partir? Aquele violão que Hurley carrega pertenceu ao Charlie? Essa prisão de Sayid é alguma armação? Só espero que as revelações sejam dignas dessas expectativas. Mas a maior dúvida gira em torno da figura de Ben todo ensanguentado naquela doca. Tomara que ele não tenha cumprido sua palavra e matado Penny, porque tudo o que ele não precisa é ser transformado em vilão. Ainda mais por estar cada vez mais afiado em suas dissimulações, como ao afirmar que foi ensinado a ler por sua mãe, que todos sabemos morreu após o parto (ou isso teria sido durante as suas aparições na Ilha? hehe).
A viagem de avião foi mais uma vez tensa, apesar da aparente despreocupação com os outros passageiros, principalmente de Lapidus que como piloto poderia dar até meia-volta. Acredito que assim que entraram no "campo" da Ilha, as personagens importantes do avião foram tragados pelo flash e levados para a mesma época que os outros sobreviventes estavam presos. O que deve ser um alívio para os outros passageiros, que após toda aquela turbulência continuariam sua viagem normalmente -- ou nem tanto assim, já que o piloto também pode ter sido "abduzido". O encontro com Jin parece indicar que nesse momento eles já devem estar completamente infiltrados na Iniciativa Dharma. Já li especulações dizendo que assim que Locke usou a roda novamente, os outros sobreviventes deixaram de viajar no tempo e ficaram presos na época em que estavam. Para reforçar isso podemos lembrar da visita de Faraday às escavações da Orquídea, no início dessa temporada.
Pronto, por mais que a pré-destinação dê o tom da série a partir de agora, novamente Cuse e Lindelof conseguiram me convencer das ótimas oportunidades de tramas paralelas para explorar seus personagens. Só espero que toda a equipe saiba aproveitar isso muito bem.

e.fuzii

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

[CRIMINAL MINDS] 4x14 "Cold Comfort"






Nesse episódio, temos a volta de JJ. Ótima notícia (não que eu seja grande fã da personagem; é que a Todd não agradou mesmo). Welcome back.


Na trama da semana, a BAU é chamada para ajudar a solucionar uma série de desaparecimentos. São moças de idade e aparência semelhantes, e cujos corpos estão sendo embalsamados.


No decorrer da investigação, ao se investigarem casos de menor importância, mas que também envolvem cadáveres, Reid tem o insight necessário para esclarecer o mistério. Um necrófilo diz que um ‘artigo genuíno’ daquela pessoa que ele fantasia que o cadáver seja (ou pudesse ser) é fundamental para dar mais realismo, para incrementar o prazer. (quanta gente doida nesse mundo...)


Seguindo essa pista, logo descobrem que o unsub quer transformar suas vítimas na sua querida babá que morreu ao seu lado. Ela morrera enquanto cuidava dele durante uma viagem de seus pais e foi em seu cadáver que ele buscou aconchego por dias, até que seus pais voltassem (e o encontrassem dormindo abraçado a um corpo em decomposição!).

O menino abraçado à babá, vítima de morte súbita, e o livro de histórias ao lado.

Assim, ele transforma as vítimas em Abby, a doce babá que lhe contava histórias. Veste-as, penteia-as à sua maneira, pede que elas leiam histórias, e quando sente que elas já se encaixaram no papel de Abby, ele as mata. Mata e embalsama, para poder ter seus cadáveres por mais tempo. So sick!

O menino, agora adulto, tornou-se o unsub de uma série de crimes.

Gostei da trama. Não me pareceu releitura de nenhuma outra. Pareceu inédita mesmo. E fiquei a pensar nas marcas profundas que relações mais íntimas (não necessariamente de ordem sexual) - quando se é novo demais - deixam nas pessoas por toda a vida. E então tive pena do unsub.


A investigação recebe a ‘ajuda’ de um medium, a pedido da mãe da última moça a desaparecer, e que pode ainda estar viva.
O vidente, 'intuindo'.

Só mesmo a JJ para se deixar tocar pelo discurso daquele vidente. Ele a encanta quando dá parabéns a ela pelo anel que ela usava. Ora, era um presente recente, que ela ostentava com todo apreço, e que por um design característico, ou por algum comentário dos colegas, fez com que ele concluísse que algo muito bom havia acontecido a ela recentemente. Então, deu os parabéns. Pff, que conclusão de gênio... Maternidade recente não é desculpa para se estar tão vulnerável assim, JJ.

JJ, vulnerável, ouve o que quer ouvir.

Adorei Rossi empenhado em desmascará-lo. E adorei a conversa dele e JJ ao final do episódio. Realmente, ainda que ela acreditasse no que o medium dizia, ela estava trabalhando. Ela tinha obrigação de acreditar - em primeiríssimo lugar – no trabalho da equipe.


A citação do final encaixou-se perfeitamente. Algo como, em tradução livre, “Para os que crêem, nenhuma prova é necessária; para os que não crêem, nenhuma prova é possível” (Stuart Chase).
No caso do episódio, eu me encaixo na segunda hipótese: A imagem do mar e dos rochedos só pode ser coincidência. Se não era, isto é, se o meédium realmente a viu, é porque devia ser cúmplice do unsub nesses crimes! :-D

Para o bem de Criminal Minds, “nenhuma prova é possível”.

Até o 4x15.

Célia Kfouri.

domingo, 15 de fevereiro de 2009

[Dollhouse] 1x01 Ghost

Dollhouse marca a volta de Joss Whedon à televisão após o relativo sucesso de sua divertida minissérie online Dr. Horrible. Como já disse milhares de vezes, Buffy é minha série preferida de todos os tempos na televisão americana. Por isso, depois de tanta ansiedade, não posso negar que senti uma baita frustração com esse piloto da série. Não é que seja ruim, mas o confuso tema em que pessoas se habilitam a ter sua memórias apagadas para ganhar novas personalidade a cada missão, merecia uma explicação e uma motivação maior. Ou alguma diferença mais clara de Alias talvez, a qual nunca fui fã.

Eliza Dushku vive Echo e continua sendo altamente atraente quando está em cena, mas isso não é capaz de convencer quando a missão envolve ser negociadora no sequestro de crianças. Além disso, toda essa trama em que as memórias implantadas serviram para lembrá-la dos sequestradores, fez parecer uma daquelas conveniências que marcam (pelo menos até onde assisti) as missões de Fringe. Do outro lado, vemos Paul (Tahmoh "Helo" Penikett) procurando sem muito sucesso por essa organização Dollhouse, mas um provável assassino não deixa ele desistir.

Sinceramente, a única cena que achei realmente boa foi o conflito de Paul com seus chefes, intercalado com a luta de boxe. Ainda assim, a série tem potencial, levando em conta que Joss Whedon nunca foi bom em fazer episódio-piloto de sucesso e já até disse numa entrevista recente que só deve pegar ritmo na metade da temporada. É esperar, Whedon ainda tem pelo menos um temporada inteira de crédito comigo.

e.fuzii

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

[LOST] 5x05 This Place is Death

Quem mais aposta que está todo mundo morto?

Nessa semana, chamou-me a atenção um editorial assinado por Devin Faraci para o site CHUD com algumas preocupações em relação aos rumos de Lost durante essa temporada. Basicamente, ele apresenta 5 sugestões: tirar os Oceanic Six desse marasmo, impulsionar a história pra frente, fazer as personagens se comunicarem entre si, não deixar Desmond ser o salvador no final e revelar que existe algo ou alguém controlando essas viagens no tempo. A não-comunicação já virou até marca registrada da série e nem adianta mais reclamar. Já Desmond também não chega a incomodar, embora sendo o único (ou um dos) a ter sua consciência viajando por toda essa linha do tempo, é inevitável que ele seja peça-chave mais a frente. O resto fica bastante evidente durante todo esse episódio.

As viagens no tempo talvez sejam o que mais fascina e confunde os espectadores nesse início de temporada e se posso opinar, acho que será o principal motivo a afastar as pessoas durante esse ano. Muita gente já torce o nariz para a ideia e cada vez mais alguns deixam de entender certas passagens ou simplesmente desacreditam nas explicações oferecidas. É o que acontece, por exemplo, na melhor parte desse episódio: a morte de Charlotte nos braços de Faraday. Quando sua condição começa a ficar crítica, ela começa a relembrar sua infância, provavelmente com sua consciência perdida no tempo, e confirma que teria nascido crescido na Ilha (e o Leco acredita até que seja filha de Ben e Annie). Mas a maior surpresa veio de uma lembrança em que o próprio Faraday faria uma visita dizendo para que ela nunca mais voltasse. O que para manter a ordem na linha temporal, só pode significar que essa cena ainda está por vir, pelo menos segundo o ponto de vista do físico. Pode até ser que na abertura dessa temporada, quando Faraday visita as escavações da Orquídea, estivessemos acompanhando um flashforward, então. Mas para mim a despedida final do casal foi marcante, principalmente por envolver dois personagens que entraram há tão pouco tempo e tiveram poucas chances de serem desenvolvidos, além de criar uma ansiedade por esse reencontro no passado. Só tenho a dizer que Jeremy Davies continua sendo o grande destaque dessa temporada.
As outras viagens temporais pouco empolgaram. Até a tão esperada história que envolvia o grupo da francesa foi ofuscada pelo misterioso templo que Jin não fez questão de entrar. Depois de Locke e seu grupo finalmente conseguirem chegar à Orquídea, enfrentando uma confusa sequência de flashes, ele acaba preso sozinho na sala da roda de burro. Isso até encontrar Christian Shephard, mais uma vez falando em nome de Jacob, dizendo que ele fez tudo errado ao deixar Ben girar a roda em seu lugar. Ainda acredito que é essa a razão desse desarranjo temporal, até pela forma como a roda parece emperrada.

Do lado de fora, os Oceanic Six continuam sendo motivo de bocejos. Na tentativa de focar o episódio em Sun e promover sua ligação com Jin, posso dizer que os roteiristas até foram competentes. Mas o que mais irrita é a forma como toda a história de Sun vem se desenrolando. Nada é capaz de me convencer que essa saída da Ilha fosse programada desde o início da série. Se foi bastante corajoso (e chocante) introduzir isso no final da terceira temporada, depois disso as histórias foram tomadas de conveniências em excesso e uma tentativa de apenas ligar os pontos. Desconfio até que a própria Sun só foi incluída como um dos seis para ter chances de um parto seguro. E para reestabelecer o status quo, vale de tudo. Até a ressurreição de Jin serve de isca para atrair Sun de volta. Embora a aliança de Jin fosse até uma ligação interessante nessa passagem de tempo, não foi nada além de pura enrolação por Ben usá-la para o mesmo propósito no final. Mas nem isso permitiu unir logo todos os Six, já que Kate e Sayid decidiram adiar ainda mais os planos de Ben. Tudo bem, está bastante divertido mesmo...
Para completar, a conclusão do episódio trouxe a revelação de que a mãe de Faraday, que vinha sendo procurada por Desmond, era ninguém mais do que a própria Ms. Hawking. Jornal de ontem, notícia de anteontem, né? Às vezes não consigo entender como os roteiristas e produtores ainda não se deram conta de quantas especulações por minuto os fãs de Lost são capazes de fazer. São tantas as tentativas de criar mistério que a revelação acaba sendo frustrante, até por parecer cada vez mais mastigada. Haja paciência.

e.fuzii

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

[Battlestar Galactica] 4x13 e 4x14 - "The Oath" e "Blood on the Scales"

Com um prazo determinado para o final da série, os roteiristas de Battlestar Galactica tem feito um trabalho espetacular de coesão e síntese, avançando rapidamente a trama, mas sem esquecer do essencial, e delimitando os episódios de forma muito específica: se os dois primeiros desta segunda parte da quarta temporada retratavam as consequências da descoberta de uma Terra devastada (desesperança, conflitos emocionais, alianças desesperadoras, revolta de alguns), os dois seguintes, "The Oath" e "Blood on the Scales", focaram na trágica rebelião promovida por Gaeta e Tom Zarek, 85 minutos da mais pura ação, emoção e de sequências antológicas que certamente nenhum fã da série irá esquecer.



Não dá para negar que, a princípio, os rebeldes tem razão para questionar as atitudes de Adama: como confiar nos cylons e em sua tecnologia? A tomada de poder com Gaeta na melhor posição estratégica possível (interceptando toda ligação importante) em "The Oath" foi uma construção dramática incrível e tensa, em parte porque o espectador sabe que os motivos são justos, mas também porque desperta em nós o mais crescente ódio pelos revoltosos: quem não se empolgou com Starbuck matando um dos soldados que ameaçava Lee (e teria sobrado também para Racetrack se Kara já soubesse como ela estaria rindo das piadas de Zarek no episódio seguinte)? Uma das grandes qualidades destes dois episódios é como mobilizam nossos sentimentos e nos coloca na torcida pelos protagonistas, de forma tão intensa.



O problema é que aos poucos percebe-se que Gaeta é mais movido por um sentimento de vingança disfarçado de justiça. Junto com o oportunista do Tom Zarek, as coisas só tendem a piorar, levando o que restou da humanidade ao seu ponto mais crítico até agora na série, por se tratar de atos cometidos pelos próprios humanos e não pelos cylons (como a destruição de Caprica ou o Holocausto em New Caprica). Ainda assim, o quesito humanidade não ficou de fora: Gaeta foi se sentindo cada vez mais incomodado com o caminho tomado, e Zarek, por mais terrível que tenha sido, foi bastante coerente com o que conhecíamos dele, já que sabia muito bem que não se poderia voltar atrás, demonstrando a necessidade daquele assustador assassinato dos membros do Quórum (maravilhosamente filmado, a câmera se mantêm em Zarek desde a ordem dada aos gritos e tiros ao fundo).



Os roteiristas não só capricharam em todo este conflito e resumido algo que poderia muito bem ter durado por uns quatro ou cinco episódios, mas também adicionaram pequenos detalhes que enriqueceram muito mais a trama: de Seelix lembrando de seus sentimentos com Sam, à amargura ainda existente de ex-tripulantes da Pegasus, passando pelo soldado que recorda com Tyrol os bons tempos da Galactica ou ainda a breve confissão de Gaius, tudo nos faz lembrar como os personagens chegaram até aquele ponto.



Claro que o brilhantismo dos roteiros não seriam o suficiente, caso não houvesse quem os executasse de forma tão perfeita. Num nível muito mais pessoal, estes dois episódios me fizeram vibrar, torcer, sentir raiva, me emocionar como pouca coisa recente. Ressalto aí não só a perfeita união de roteiro, direção e os diversos aspectos técnicos (montagem e trilha sonora, especialmente), mas esse formidável elenco que provavelmente nunca será reconhecido pelo Emmy, Globo de Ouro ou Sindicato dos Atores.



O excelente Edward James Olmos já é mais do que admirado há muito tempo, mas Alessandro Juliani (Gaeta) e Richard Hatch (Zarek) nunca brilharam tanto na série, e a aquela troca de olhares e sorrisos no final de "Blood on the Scales" foi uma despedida inesquecível. Mas em meio a tantas atuações maravilhosas, o que Mary McDonnell tem feito está acima de qualquer coisa. Desde sua aparição pública após a visita a Terra, quando ficou sem o que dizer, McDonnell tem se superado com os presentes que os roteiristas tem lhe dado: vários momentos de grande intensidade dramática que a atriz consegue elevar a um nível emocional que hipnotiza quem assiste.



E o que fica deste incrível conflito? Uma boa quantidade de traidores para o Almirante Adama cuidar, um Quórum para ser refeito, uma presidente que agora sabe que nunca poderá fugir de sua responsabilidade, mais um terrível abalo para o que sobrou da humanidade, um Final Five à beira da morte e preocupantes rachaduras na Galactica. Se o que os roteiristas estão preparando para os últimos seis episódios chegar próximo do que vimos até agora, não só teremos uma conclusão antológica para a série, mas haverá muito mais a se lamentar com o seu fim.



Hélio.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

[LOST] 5x04 The Little Prince

Antes de começar esse texto, preciso confessar que infelizmente esse formato de Lost não está funcionando pra mim. Suspeitava que seria difícil que deixassem coesa a história entre os Oceanic Six tentando voltar à Ilha e os outros sobreviventes indo e vindo no tempo. A maior prova disso é como nesse episódio tentaram manter a ligação do triângulo mais frustrante da televisão. As cenas de Kate ao lado de Jack sempre foram o ponto mais fraco de Lost na minha opinião, uma tentativa de envolver dois protagonistas que não tem química alguma, mas inserir Sawyer para rever a cena do parto de Claire ultrapassou todos os limites do desnecessário. Nem com essa diferença de três anos dão uma folga para nossa paciência.

A verdade é que essas viagens no tempo oferecem possibilidades infinitas para os roteiristas, ainda mais tendo controle total sobre quando ir e quando voltar. No entanto, a grande armadilha dessa liberdade criativa é que exercita a preguiça de querer expor toda uma cena para motivar as personagens ou criar relações forçadas. Sawyer não precisava disso, nós já sabemos tudo o que ele passou e como jogar-se daquele helicóptero foi difícil para ele. A relação entre Kate e Aaron também não precisava disso, nós já vimos essa cena do parto antes e bastava mostrar uma simples recapitulação no começo do episódio. Já no caso de Locke é diferente porque além de ele contextualizar essas viagens do tempo -- considerando que toda a sua dor na primeira temporada é o que levou ele até ali -- sua mudança de postura em relação ao acender da luz na escotilha (vista no final do episódio "Deus Ex Machina") é bastante interessante e não chega a tirar o impacto dessa cena para aquele momento.
Na Ilha, Charlotte se recupera rapidamente de seu desmaio e justifica toda minha decepção com o final do episódio anterior. Mas abre espaço também para que Miles e depois até Juliet começassem a apresentar os mesmos sangramentos pelo nariz. A indagação de Faraday parece fazer as especulações de que Miles seria filho de Pierre Chang ganhar força, até pela sequência que os sobreviventes tem sido afetados -- começando por quem teria passado mais tempo na Ilha. O outro salto do tempo leva todos a encontrar seu abrigo desabitado na praia. Quando decidem pegar um dos barcos que pertencem a algum grupo ligado à companhia aérea Ajira para chegar a escotilha Orquídea, são atacados pelo tal grupo (será que poderiam ser os Oceanic Six já de volta?). E antes das coisas ficarem críticas, todos acabam sofrendo outro flash em meio a um comentário hilário de Sawyer. Talvez fosse estranho que o barco não ficasse durante esse deslocamento, mas enxergo outra vez como uma forma de manter as coisas nos eixos e salvar o grupo de um possível afogamento. A Ilha sempre sabe o que faz.
Ou não. Até porque ainda não me conformo que Jin pudesse sobreviver à explosão do cargueiro e ser arremessado perto o suficiente para embarcar nas viagens temporais. Quando um personagem "revive" dessa maneira só posso colocar a culpa nos produtores, que ou não tiveram coragem de matar um personagem querido ou usaram de um truque para provocar o público. O corpo de Jin é resgatado no meio do mar por uma equipe de franceses (o que exige do coreano aprender outra língua), que só poderia incluir... a saudosa Danielle Rousseau. Pela estrutura dessa temporada o retorno da louca francesa já era mais do que esperada, mas nem por isso foi menos impactante, até pela chance de sabermos o que realmente aconteceu com sua equipe. Bom, isso até pelo menos o próximo flash.

Já na saga para reunir os Oceanic Six na mesma causa, acompanhamos outra vez Kate lutando para proteger Aaron. E para aproximar as personagens tivemos de relevar algumas situações desastrosas. Para começar, só através de um misterioso bilhete no sujeito que daria cabo de Sayid faz com que Jack entre em contato com Kate. Quando os dois resolvem perseguir então o advogado, acabam encontrando a mãe de Claire. No final, além de uma cena bacana do casal dentro do carro, descobrimos que tudo isso só passou de enrolação e quem estava por trás de tudo era obviamente Ben. E já que os Oceanic Six decidiram reunir-se na marina de Long Beach, seria demais considerar que Desmond encontrasse com Ben Linus antes de Ms. Hawking? Porque afinal, como disse no comentário da semana passada, se ele tivesse de encontrá-la direto, isso já deveria ter acontecido. Então, perigo! Perigo! PERIGO!



e.fuzii