quarta-feira, 30 de setembro de 2009

[Supernatural] 5.03 - Free to be you and me


Oi! Sou sexy e virgem **


Por Danielle M


Então é isso mesmo. Os irmãos estão, mais uma vez, naquele separa-volta. Mas tenho que confessar, a dupla Castiel/Dean me matou de rir. Adoro o Dean, meu irmão favorito e melhor personagem, sempre brincalhão, debochado, beberrão, mulherengo e com os melhores casacos. Claro que gosto de Sam, mas todo esse lado soturno, esse bom mocismo me causa um tédio.

Dean e Castiel estavam realmente inspirados. Vê-los num puteiro foi demais, enchendo a cara e rindo horrores da cara de Castiel completamente em pânico com as meninas seminuas. E o discurso de Cas para a menina, caraca! Aliás, esse sequencia foi hilária. A começar pelo jeito já sem esperança de Castiel atrás de Raphael, que, em suas palavras, iria passar a provável última noite na terra "sentado em silêncio". Não com Dean! Quero Castiel para agente do FBI. O super sincero!

Pq não falamos a verdade? **


Enquanto isso, Sam fica com suas reminiscências da consciência. Ser ou não ser? Fui ou não fui? Sangue ruim ou sangue bom? Trouxa ou não trouxa (tá, forcei :P). Ele e a finada gostosona ex girlfriend, ficaram um tempo filosofando sobre o que pode ser mudado e fugas. A aparição fantasmagórica e menos loira de Jessica estava bem bacana e...tchananannn, um episódio que parecia leve e mais ou menos da mitologia, transforma-se num desdobramento daqueles. Jacob, digo, Lúcifer - aka Jessica menos loira - aparece e conta seus planos diabólicos para o impressionável Sam "eu quero mudar e não sou viciado, okey?". SIM! Sam é realmente especial, e será receptáculo do capeta.

I Want You!**


Os irmãos, provavelmente, se enfrentarão num duelo divino/infernal como receptáculos de uma luta de boxe entre entidades maiores. Nada justo. Ora bolas, Sam será o próprio Demo e o Dean apenas o arcanjo Miguel. Não é para menos que na Umbanda Oxalá não possa ser incorporado. Olha aí SN não colocando Deus em receptáculo. Tá certo. Deus é Deus e pronto. Rá! Sem blasfêmia, apenas análises quase religiosas.

Vamos combinar que Lúcifer leva vantagem, eita papinho bom! Mineiro esse cara, bom de prosa. Até Raphael coloca dúvidas razoáveis na cabecinha confusa e virgem de Castiel. Seria Lúcifer responsável pelo destino de todos? Até de anjos como Castiel e de Dean? UIA! Deus está morto? Olha, Nietzche diria que sim e escreveu sobre. Fico passada com essas referências de SN a filosofia, série teen também é cultura em doses homeopáticas, ora pois.

Oi! Sou legal e Deus está morto e não sabe dançar. Saiba mais em "O Anticristo" - o livro, não o filme.



Então a estrada até agora fica assim. Dean e Sam não curtem a função de receptáculos, mas muita gente vai insistir para que eles digam YES we can.

Cenas legais:

-Castiel e Dean no puteiro. Cas apavorado e confessando sua virginidade: "falta de oportunidade". Anjos também sofrem no amor, minha gente! Comovi!
- Jessica menos loira e toda boa levando filosofia clássica à maneira do Demo para o balbuciante Sam. Adorei a camisolinha, gata!
- Dean em sua vasta cultura chamando Raphael de tartaruga ninja.
-Castiel como o agente do FBI super sincero.
-Dean argumentando com o policial local sobre "os nossos demônios, o adultério, a bebida". Rá!
- Caçadores bebendo no bar, adoro os bares de SN! Tudo boteco sujo.


Curiosidades:

-Além do nobre Nieztche, citado acima. Outro livro é referência neste episódio. Nãooooo, a bíblia é deveras óbvia. Mas o infantil com o mesmo nome do episódio, não. Pois é. Uma história para niños muito simples que fala da beleza de ser diferente.
-Raphael, além da célebre tartaruga ninja adoradora de pizza com anchovas, também era um pintor renascentista, mas em SN é arcanjo, conhecido também como Uriel***, figurinha clássica no Apocalipse, poderoso como Miguel, mas não acima dele, ele se coloca como um dos sete que estão diante do Senhor. Seu maior poder é a cura.

Sou Raphael! **

** Fotos: Reprodução.
*** Alison diz nos comentários que Uriel e Raphael não são a mesma entidade espiritual :) Mas no wikipedia diz que são, pelo menos na Rússia católica ortodoxa. Ficam as duas informações.



/@danna_

[Melrose Place] S01E02 - Nightingale

Por Rafael S


E o mistério da morte da Sydney continua. Conforme a investigação policial avança, os residentes do número 4616 continuam escondendo segredos que podem ser cruciais para a resolução desse mistério. Esse segundo episódio dá atenção especial às motivações de Auggie e Violet.

Uma grande suspeita parou a respeito de Auggie por causa da última cena do episódio passado, com ele num beco escuro e vazio queimando algumas roupas sujas de sangue. Logo no início desse capítulo, é esclarecido que esse sangue na verdade era dele, proveniente de um corte na altura do ombro. Ao mergulharmos mais nas memórias do personagem através de seus flashbacks, vemos como foi o início de sua relação com Sydney. Os dois se encontraram em um momento difícil de suas vidas, quando frequentavam reuniões para alcoólicos anônimos. Mais que um relacionamento carnal, pareceu nascer ali uma grande relação de cumplicidade entre os dois, bastante confiança para expor seus medos e problemas um para o outro. Mas algo aconteceu no percurso que mudou esse relacionamento, pois na noite em que foi morta, logo após se encontrar com David (vide a cena do prólogo do episódio piloto), Auggie apareceu no apartamento de Sydney, e aconteceu uma discussão séria, culminando com o corte que ele recebeu. Embora esses dois capítulos tenham tentado dar uma aura bem misteriosa e sombria ao cozinheiro (incluindo aí a subtrama dele ter se envolvido num incidente que culminou na morte de sua ex-namorada e um homem), ele parece um suspeito óbvio demais para ter cometido o crime. Mas sua relação tão próxima com Sydney deve guardar muitas informações importantes para a resolução desse mistério.

Quem parece mais suspeita é Violet. A novata no condomínio, que ganhou pouco espaço no piloto, aqui tem a oportunidade de arregaçar suas mangas um pouco. Sua personalidade parece bastante instável - um misto de deslumbramento, ingenuidade e grande determinação. Não desperdiçou a oportunidade de conseguir um trabalho como recepcionista no mesmo restaurante onde Auggie trabalha, mudando radicalmente seu visual para isso. E o que falar da bizarra cena dela boiando na piscina, sozinha, no meio da noite? A associação visual com a cena da Sydney morta, boiando na piscina não foi mera coincidência: a grande revelação do episódio foi que Violet se mudou para o condomínio pois estava procurando por Sydney - sua mãe. As duas personagens ruivas do seriado serem mãe e filha é tão surpreendente, mas isso dará uma nova dimensão para as ações da garota a partir de agora. Toda essa dedicação em encontrar a mãe terá se transformado em frustração ao ter sido rejeitada?

Já as tramas dos outros moradores oscilam bons e maus momentos. O que começou como uma oportunidade para ganhar um dinheiro imediato, começa a virar uma oportunidade a longo prazo para Lauren. Engolindo todo o seu orgulho, ela aceitou ser mais uma vez acompanhante de ricaços para conseguir dinheiro para pagar seus estudos. Só que ela é uma total novata nesse mundo da prostituição de luxo, e as consequências dessa vida podem ser inesperadas. Sobre o assunto, recomendo o filme Confissões de uma Garota de Programa (The Girlfriend Experience) que trata justamente da vida de uma acompanhante de luxo já bem estabelecida e como ela concilia sua vida pessoal e profissional. Seria interessante se a série abordasse esse mundo agora pelo ponto de vista de alguém começando nessa vida.



Já o casal Riley e Jonah estava muito sem graça, a guerrinha boba de ciúmes de um com o outro lembrou cenas de alguma comédia romântica bem pouco inspirada. Afinal, Jonah sentir ciúme de Riley apenas por conversar Auggie soa bem vago para o espectador, já que nenhum sinal havia sido dado anteriormente que indicasse isso. Já Riley sentir ciúme de Jonah convivendo com Ella é mais plausível, já que já foi mostrado o interesse que a publicitária tem pelo jovem cineasta. Mas de qualquer jeito, Ella é muito mais que uma mera (possível) desagregadora de casais: a personagem é dinâmica e atrevida, e tem tudo para cair no gosto do público. Nesse episódio, pressionada pela chegada do novo chefe (interpretado pelo Victor Webster, que coincidentemente também contracenou com a Katie Cassidy recentemente em Harper's Island), ela faz o impossível para conseguir um contrato de uma grande estrela com sua agência. Ella gosta de jogar pesado, mas sua personagem tem um carisma que fica difícil odiá-la. Minha personagem favorita nesse começo de série.

E por fim, vale a menção ao título do episódio, que se refere ao endereço da mansão onde ocorre uma festa nesse capítulo. David, mostrando já ser bem experiente no mundo do roubo de artigos de luxo, roubou do local um valioso relógio para entregar a seu receptador em troca de dinheiro. Drogas, furtos...o garoto está envolvido em assuntos bem graves.

Com os personagens já apresentados, esse capítulo se dedicou a desenvolver suas tramas, e consequentemente, definir melhor suas personalidades. Espero somente que aconteça uma interação maior entre os moradores, que ela não fique apenas nas clássicas cenas da piscina. E assim, entrelaçando seus destinos, a série ganhe mais ritmo e rumo (afinal, o mistério do assassinato não durará para sempre, e a série terá que continuar depois disso).

Fotos: Reprodução



Rafael S
http://twitter.com/rafaelsaraiva

[Séries - Comédias] Season Premieres

Uma grande falha nossa é nunca ter dado a atenção que merece algumas (muitas, eu diria) séries cômicas. Tentando reparar um pouco desse erro, seguem comentários de quatro delas, que estrearam suas novas temporadas há poucos dias.

(Um post semelhante será destinado às novas séries, mas acho mais prudente esperar que tenham 3 ou 4 episódios exibidos: primeiro, porque é sempre complicado avaliar um programa pelo seu piloto e às vezes leva tempo para encontrar o tom certo; depois, porque sempre há a possibilidade de cancelamento, o que me parece frustrante para o comentarista)


The Office
6x01 – Gossip


A grande vantagem de The Office sobre a maioria das séries cômicas é que, depois de cinco temporadas desenvolvendo até o mais coadjuvante dos personagens, possui inúmeras possibilidades pra fazer graça, baseando-se apenas nas características peculiares de cada personagem em cena. A 5ª temporada acabou com Pam e Jim descobrindo que estão grávidos. Como essa notícia vai chegar aos demais? Só elaborar uma resposta pra esta pergunta já dá um episódio, e dentro da lógica da série, parece não haver melhor idéia. Porque tudo começa com um boato envolvendo os estagiários na Dundle Mifflin e o que se segue é ainda mais engraçado por sabermos que “é a cara” de Michael Scott fazer o que ele faz. Da mesma forma, conhecemos muito bem todos os demais personagens, então a sequência da revelação do segredo se torna ainda mais especial: porque faz todo sentido Jim e Pam se “sacrificarem” pra proteger o segredo de Stanley; a recriminação de Angela e a empolgação de Kelly no mesmo enquadramento; Creed perguntando quem era o obstetra. E o boato de que Toby era virgem é hilário não apenas por ele ter uma filha, mas porque sabemos que Michael o odeia tanto e esse é o tipo de coisa que ele acha que seria o mais terrível a se dizer de alguém. O que me fascina na série é essa coerência, de onde se extrai excelente humor sem perder de vista os personagens (ainda tivemos Michael com medo de estragar tudo ao falar com a esposa de Stanley, que lembra o final do arco do Michael Scott Paper Company). O episódio deu espaço para todos, e isso é sempre bom. Destaque também para Ed Helms e, claro, PARKOUR! Não foi o melhor season premiere da série (este ainda é o Gay Witch Hunt, da 3ª temporada), mas chegou perto.


How I Met Your Mother
5x01 - Definitions


A atenção dada ao fato de que “The Mother” estava no mesmo auditório que Ted foi tão pouca, que parece que os roteiristas caíram na real: a essa altura pouco importa quem seja a mãe, desde que as aventuras dos amigos sejam engraçadas. O episódio focou em mais regras de relacionamento (o que se tornou habitual na série), desta vez naquela que diz que amigos devem estabelecer limites quando se envolvem sexualmente. A química entre Neil Patrick Harris e Cobie Smulders é boa, rende bons momentos, mas não chega ao ápice do humor como quando Barney e Marshall dividem a cena. Foi um início de temporada mais simpático do que realmente engraçado, embora tenho que confessar que me diverti com Ted professor. Todo mundo sabe que Josh Radnor é o elo fraco do elenco, mas ele quase me fez esquecer que o rei nessa área de novato tentando se ajustar como professor universitário é Ross Geller. E falando em Friends, a série ao menos se iguala à sua inspiração máxima no quesito carisma: mesmo quando a piada é batida (como Lily tornando pessoal o fim do relacionamento entre Barney e Robin no início do episódio), você ri, simplesmente por adorar o fato de que esses personagens estão de volta.


Parks and Recreation
2x01 – Pawnee Zoo


O grande problema de Parks and Recreation é sair da sombra de The Office, sombra que os próprios produtores fizeram questão de se apoiarem. A personagem de Amy Poehler é a versão feminina de Michael Scott? Mas em quais aspectos? Sem essa definição, a série perde muito, e, assim como ela, os demais personagens não possuem características fortes o suficiente para nos interessarmos por eles. Mas é inegável que houve mais humor neste episódio, que em todos os anteriores vistos até aqui. A situação foi boa (Leslie acidentalmente casa dois pingüins machos no zoológico local, o que levam a tomá-la como ativista pela causa gay), os diálogos melhoraram (a situação de April com seu namorado e o namorado do namorado) e ainda tivemos uma atitude madura de Leslie ao final, quando diz a Ann que ela poderia sair com Mark, o que já dá um direcionamento à protagonista (racionalidade que não faz parte do repertório de Michael Scott, por exemplo). E, embora as aberturas dos episódios ficam a milhas de distância da criatividade de The Office, “Pawnee Zoo” começa com uma simpática performance de Poehler, de um rap do Will Smith. O problema não é ela, mas os roteiristas. E falando em atuações, Chris Pratt passa de convidado a ator regular da série. Nunca foi especialmente engraçado, mas me parece ser o que mais tem potencial dentre todos os coadjuvantes.


The Big Bang Theory
3x01 – The Electric Can Opener Fluctuation


Não morro de amores por The Big Bang Theory, que é a mais comum das sitcons, sem o mínimo de criatividade na sua estrutura (coisa que How I Met Your Mother tem de sobra, por exemplo). E é muito difícil arrancar alguma risada quando Sheldon não está em cena. Isso porque Johnny Galecki e Kaley Cuoco são MUITO ruins, o que faz Jim Parsons brilhar ainda mais. Este season premiere foi mais um exemplo de como a série não ganha nada desenvolvendo um arco romântico entre Penny e Leonard. Mas a grande decepção ficou por conta da participação da mãe de Sheldon. Nunca entendi porque a Sra. Cooper não fez mais participações, afinal “The Luminous Fish Effect” (episódio 4, 1ª temporada) era excelente, graças a caracterização da personagem, sarcástica e cristã até a medula, dois extremos opostos de seu filho. No entanto, aqui ela só foi cristã, e muito pouco engraçada. Na verdade, Laurie Metcalf está tão diferente que pensei terem mudado a atriz (ou pelo menos assim pareceu na minha memória). Para quem gostou deste episódio, tentem ver o 1x04 e façam a comparação. Eu não revi, mas lembro muito bem que a mãe de Sheldon era muito mais engraçada que isso. No mais, a piadinha do emoticon foi o máximo que conseguiram extrair do mundo geek. Espero que melhore.


Hélio Flores.
http://twitter.com/helioflores

[Grey's Anatomy] 06x01 Good Morning + 06x02 Goodbye

São poucos os assuntos que são realmente capazes de levar a uma reflexão profunda.
A morte está no topo da lista.

Tendo encerrado sua quinta temporada com um episódio pra lá de excitante e comentado, tendo dois personagens de grande importância na série com a vida por-um-fio, Grey's Anatomy recomeça fazendo uma abordagem do óbito que faz com que cada espectador não apenas se envolva, mas pense sobre isso.
Foram dois episódios mostrando casos pouco relevantes: um envolvendo uma garota com a perna amputada e outro de um menino com uma dor crônica misteriosa. O fato é que as histórias paralelas apenas compuseram uma base para o verdadeiro mote: a perda de O'Malley.
Obviamente num hospital as emergências continuam ocorrendo e não se pode simplesmente parar. Mas nesse embalo vamos vislumbrando as reações diversas; de cada médico, de enfermeiros, de cada amigo ou família... entre um atendimento e outro a "ficha de alguns ia caindo"; outros preferiam a negação; e tiveram aqueles que escolheram a quietude.

E é aí que está a beleza dessa premiere. Retirar George do elenco pode até ter sido uma manobra causada por problemas internos da série mas não podia ter sido melhor aproveitada pois deu espaço pra ponderação, pra aparar pontas que estavam sobrando e voltar as atenções aos que vivem no seriado e que tão bem conduziram essa despedida.

O 007 não estava mais presente. Era sim o fim de O'Malley. E o que vimos a seguir foi uma verdadeira homenagem póstuma através do modo como cada personagem que ficou lidava com a morte do médico e de suas demonstrações de orgulho, afeto e gratidão. Todos faziam questão de ressaltar [como se os próprios fãs estivessem se despedindo].

Podíamos pensar então que seria um início de temporada mórbido. Mas não foi! Absolutamente.
Foi por diversas vezes leve. O que favoreceu esse atenuante foi que o foco não estava somente no falecimento de George mas também na sobrevivência de Izzie e na alegria que isso agrega. Ao mesmo tempo em que o pesar queria tomar conta o clima era quebrado por um momento mais suave como as esquetes do triângulo Torres X Sloan X Mini Grey, os ataques de riso post mortem de Stevens em pleno funeral ou os flagras desnudos de Derek.

Até mesmo esse contraste ilustra muito bem o modo variado como também nós reagimos com a morte. A verdade é que sempre que uma notícia desse tipo chega até nós não há quem saiba o que fazer exatamente. E não é somente pela dor da perda ou saudade... o que muitos sentem é medo. Receio por sermos lembrados que somos mortais, que somos pó como dizem e que quando encaramos que "ao pó voltaremos", essa mesma "poeira" entra em nossas narinas e gargantas e nos deixa "engasgados" e não existe nada que possamos fazer. Os dias passam, contados um a um mas o que fica é a lição de Izzie para Amanda ao final do episódio: George se foi e já não pode mais fazer nada, não pode salvar mais vidas. Mas aos que ficam resta a missão de seguir em frente e buscar seu rumo.

Como ela mesma, que apesar de não estar curada de seu agressivo câncer se mostra estabilizada e disposta, pronta pra recomeçar. Como Karev que vencido pela tristeza ao ter em seus braços sua esposa morta recebe, quase que milagrosamente, a chance de começar de novo com o "renascimento" de sua mulher. Ou como Owen e Cristina que enfim começam a encarar os traumas e lutar juntos contra eles fazendo terapia de casal e tudo mais. E até mesmo como o Chefe Webber que busca uma solução para o Seattle Grace fazendo uma fusão com o hospital Mercy West trazendo uma sobrevida econômica pra ambos.

Cada um encara a morte de um modo mas todos devem continuar, de um jeito ou de outro.

Recomeçar é a melhor maneira de seguir a vida e Grey's Anatomy recomeça mais viva do que nunca.



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Ah, tem alguns "Pê-Ésses" que valem ser destacados:
• é visível que Meredith tem aparecido pouco por conta do barrigão da atriz. Já dá até pra notar que ela está com "cara-de-grávida".
• essa fusão entre os hospitais promete mexer um pouco com a estrutura a que estávamos acostumados. Espero que pra melhor.
• Lexie e Sloan vão mesmo morar juntos afinal, mas esse Mark De Uma Mulher Só não me convence muito não.
• Será que veremos uma briga por poder entre Shepherd e o Chief ou aquela possível troca de cargos foi só pra criar drama?


[Alison do Vale]
twitter: @menino_magro


terça-feira, 29 de setembro de 2009

[CALIFORNICATION] 3X01 "Wish You Were Here"

(Celia Kfouri)


Hoje começo a comentar Californication. Mas os primeiros episódios serão em ‘soft-opening’: vou me adaptando a escrever sobre outra série (são dois anos de Criminal MInds!), vejo se a ‘Califa’ se presta a comentários semanais, se há receptividade, fazemos ajustes, etc. Na verdade, vamos ver se eu me divirto e se divirto mais alguém.

É que essa é uma série nada comum. Uma comédia com diálogos muito bem escritos sobre temas nunca mornos ou suaves. Nudez, sexo, álcool, drogas e linguagem muito pesada são a regra nessa série centrada em Hank Moody.

Ele é interpretado por David Duchovny (e isso já bastaria para encantar os órfãos de Arquivo X), que é, em si, um dos pontos altos da série. Ele está tão bem que transmite a sensação de que ator e personagem se confundem; eu, pelo menos, nunca tenho a sensação de que ele está atuando. (Num outro nível, algo como Charlie Sheen//Charlie Harper - mas sabemos que esses dois poderiam realmente ser a mesma pessoa.)

Nessa 3ª temporada, Hank se vê cuidando sozinho da filha Becca, já que a Karen aceitou um emprego em NY. Exausto pelas tarefas, já na primeira cena ele cochila enquanto transa com mais uma conquista fugaz.



Ele sucumbe e dorme.

E esse é o foco do episódio: Hank exercendo o papel de pai. Sabemos o quanto ele é amoroso, mas e o resto? A filha e uma amiga fumam maconha que encontram nas coisas dele que, nao sabendo exatamente como agir, chama a atenção das duas para, em seguida, fumar o que sobrou. A mae da amiga o convida para um jantar em sua casa, e lá ele consegue a proeza de fazer um professor alcoólatra, que não bebia há dez anos, tomar um porre e ficar alucinado. Numa cena feita para chocar, ele tira a roupa e exibe sua ‘vagina masculina’.

Hank causa vários constrangimentos no tal jantar com seus comentários e com suas atitudes - ele derrubou o pai da menina, que chegava de bicicleta, ao jogar nele um cigarro aceso. Mas ele é assim, irremediavelmente. E Becca parece satisfeita.

Karen aparece apenas numa conversa ao telefone com Hank, no fim do episódio. Eles sentem falta um do outro, e temem que a distância acabe afastando-os. Esse medo deve marcar a temporada, sem dúvida.

Paralelamente, Runkle está separado de Marcy e numa pior profissionalmente. Sua chefa é uma mulher grosseira, vulgar, feia, gorda e envelhecida que, para completar, passa a assediá-lo sexualmente, que teme nao conseguir escapar dessa devoradora de homens. Detalhe: Ela é interpretada por Kathleen Turner!! PQP, o que aconteceu com ela?? Quem guardou a lembrança dela em ‘Corpos Ardentes’, não a reconhecerá!!


O que aconteceu com a bela K.Turner??

Por fim, que bela referência o título do episódio, retirado de uma lindíssima canção do Pink Floyd em um de seus melhores momentos.


Bom, acho que é isso. Vamos aguardar o 3x02 para ver o rumo que as coisas tomam – a série e também nossos comentários.







www.twitter.com/celiakfouri

[90210] S02E02 - To Sext or Not to Sext

Por Rafael S



Nos dias de hoje, uma notícia não leva mais que poucos minutos para se espalhar. E ao conseguir a foto da Annie nua no episódio passado, Naomi sabia que tinha em mãos uma grande bomba, que explodiria com uma simples mensagem enviada a todos do colégio. E esse dilema, que também dá nome ao capítulo, é o mote central desse segunda episódio da segunda temporada de 90210.

No fundo, essa dúvida paira na cabeça de Naomi apenas porque ela ainda gosta muito de Liam. Se fosse qualquer outro que a tivesse traído, ela já teria afogado suas mágoas nos braços de outros garotos, mas o bad boy realmente mexeu com ela. Mesmo com toda a história da traição, ela não conseguiu esquecer o rapaz. E resolveu direcionar toda a sua raiva para Annie, que em sua cabeça é a responsável pelo fim de seu namoro. Só que mal sabe ela que o perigo mora bem ao lado, mais especificamente na mesma casa. Jen, cada vez mais se firmando como A vilã da série, estava impossível nesse episódio. Fez a cabeça da irmãzinha para acabar com a reputação de Annie no colégio, só para encobrir que na verdade foi ela quem transou com Liam. Além disso, usou Ryan para fazer ciúme em um milionário, ela conseguiu que o professor comesse na sua mão e ficasse cada vez mais caído por ela. Só mesmo Kelly reaparecendo para abrir os olhos dele.

Enquanto isso, Annie continua firme e forte em seu inferno astral. Reparem como em suas cenas ela sempre está sozinha - nem mais tem a presença de suas amigas ou família. Ainda que Silver a tenha avisado sobre a foto, sua solidão é um de seus aspectos mais marcantes nessa segunda temporada. Em mais uma demonstração de raiva (faceta pouco comum da personagem), ela destruiu o celular daquele do rapaz que tirou sua foto. Mas o ponto baixo da personagem foi a cena em que ela se humilha para Naomi como último recurso. Engolindo toda sua honra, frustração e raiva, ela admitiu ter dormido com Liam só para Naomi não divulgar sua foto. O extremo oposto da garota feliz, cheia de amigas e sem preocupações que havia durante a primeira temporada.

Para mim, o grande ponto positivo do episódio foi o resgate de um dos núcleos mais legais do Barrados no Baile: o jornal da escola. Curtia bastante a dedicação que Andrea Zuckerman comandava o jornalzinho, e as broncas (e às vezes elogios) que dava no Brandon pelo seu trabalho de "jornalista". E nessa nova versão, quem melhor que Navid para comandar o jornal Blaze? Finalmente ganhando uma subtrama que não seja sua (atualmente) conturbada relação com Adrianna. Se bem que nesse primeiro momento, a pauta do momento seja a entrevista do polêmico Teddy, e Navid aproveita sua posição de entrevistador para bombardear o tenista com as mais cruéis perguntas, ma ainda assim esse novo ambiente tem tudo para dar mais movimentação à série. No staff ainda estão Silver e Adrianna. Silver tem tudo a ver, já que ela cuida de seu famoso blog e gosta de escrever. Mas não parece muito a cara de Adrianna, será que ela está ali só para apoiar Navid ou gosta do trabalho também? E nesse núcleo há também a estreia de Gia, interpretada pela Rumer Willis, que na vida real é filha dos atores Bruce Willis e Demi Moore. Ela tem pouca participação nesse episódio, mas quem sabe não ganhará mais importância ao longo da temporada? Vale lembrar que a atriz ganhou destaque recente lá fora pelo filme Pacto Secreto (Sorority Row), e está em ascensão na carreira.



E além da Rumer, outra novidade no elenco da série é o veterano John Schneider, que todos devem conhecer por ter interpretado o Jonathan Kent durante 5 temporadas de Smallville. Uma adição de peso ao elenco, é sempre bom agregar atores experientes para contrabalançar os jovens atores. Ele entra na série como o padrasto de Liam, outro personagem que também ganhará seu núcleo nessa segunda temporada, tenso sua casa como cenário e mãe e padrasto como personagens.

No fim, o "Sext" superou o "Not to Sext", a fatídica mensagem foi enviada e Annie caiu na boca (e nos celulares) de todo o colégio. Como desgraça pouca é bobagem, ela soube que Teddy presenciou o atropelamento do fim da temporada passada (embora o episódio não deixe claro que ele tenha reconhecido Annie no carro). E o fundo do poço parece ficar cada vez mais fundo para ela...

Fotos: Reprodução



Rafael S
http://twitter.com/rafaelsaraiva

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

[Dollhouse] 2x01 Vows

- Disclaimer: Meu teclado nao tem acento! -


Para quem nao conhece ainda, Dollhouse eh a nova serie do cultuado Joss Wheedon (Buffy e Firefly). Eu nunca fui fan de Buffy, mas Firefly eh uma das minhas series preferidas de todos os tempos. Por essa razao que resolvi assistir Dollhouse. A primeira temporada foi comentada por aqui, pelo Fuzii, e ele mesmo indicou um comeco fraquinho. E eu concordo. Mas mesmo que a serie tenha comecado fraca, ela foi se desenvolvendo e as intrigas foram o suficiente para garantir que eu continuasse ligada. O final de temporada foi eletrizante, e eu mal me continha esperando pela continuacao da historia.

Terminamos a primeira temporada com Paul Ballard chegando tao perto da Dollhouse que ele ateh (sem querer) se meteu com o temido Alpha (magnifica interpretacao de Alan Tudyk, eu confesso que nao esperava), o vilao que estava por tras de ataques dirigidos a Dollhouse, e atras de Echo/Caroline (interpretada por Elisa Dushku). E o maluco Alpha, apos sequestrar Echo/Caroline, implanta nela todas as 39 personalidades que ela teve antes...

Outros elementos importantes do final da terceira temporada... Ballard agora trabalha para a Dollhouse, Echo tem um novo "handler," e Boyd, o hadler anterior, trabalha como chefe de seguranca. Tambem descobrimos que a Dra. Saunders eh uma doll que recebeu as memorias do Dr. Saunders original que foi assassinado pelo Alpha - e as cicatrizes que ela tem no rosto, foram causadas por ele. E November/Mellie, que passou a temporada bancando a vizinha querida de Ballard, eh liberada de ser uma doll, o que alias foi uma decisao de Ballard. Apesar de ele ter passado a temporada atras de Echo querendo liberta-la da sua condicao de Doll, no final das contas foi November que ele decidiu libertar... E acho que nessa proxima temporada vamos ver como ele lida com essa decisao.

Enfim, a temporada nova comeca com Echo recebendo seu mais novo implante... E Ballard preocupadissimo se nao terah nenhuma consequencia. Mas o que eh insinuado pela Adelle Dewitt eh que Ballard ainda quer algo da Echo... Ele sabe que ela eh especial e quer ver aonde isso vai parar... Mas quando Adelle sugere que ele seje o novo handler da Echo, ele recusa. "Eu nao trabalho para voces." E Adelle responde "Nao, voce trabalha para o bem da humanidade..." fazendo graca do fato de que ele nao eh nem mais empregado pelo FBI.

Com isso em mente, o cliente da missao da Echo eh o proprio Ballard, que com a ajuda da Doll consegue prender um traficante de armas que ele estava atras a anos, quando ainda era parte do FBI. Mas algo acontece durante a missao, e Echo tem um curto circuito no cerebro e comeca a se lembrar de todas os outros implantes recebidos... E ela, de volta a Dollhouse, diz a Ballard que se lembra de tudo, de todos os implantes que ela recebeu, que ela foi todas essas pessoas, mas nenhuma delas foi Echo... E ela pede que Ballard a ajude a descobrir quem ela eh de verdade.

Outra historia que promete dentro da Dollhouse e a da Dra. Saunders que descobriu que costumava ser uma Doll... Ela eh outra que parece que entrou em curto circuito, e fica enchendo a paciencia do Topher, que ela chama de "big brother," porque eh ele que cria as personalidades a serem implantadas nas Dolls. Segundo o Joss Wheedon, como a atriz que interpreta Dra. Saunders assinou contrato com outra serie, eh provavel que ela soh apareça em uns dois ou tres episodios essa temporada, e ele entao vai querer aproveitar cada minuto... Vamos ver o que o resto da temporada promete nesse quesito!

Opiniao final: Wow. Joss Wheedon ouviu os fans, e a segunda temporada promete ser memoravel. Acredito que Dollhouse tem potencial agora. Se voce estava considerando ver a serie mas achou os primeiros episodios fraquinhos... De uma segunda chance. Eu estou empolgada!



Anita
anitaboeira.net

Fotos:

[Bones] 5x02 The Bond in the Boot

Ah! Que episódio bacana! Sem a Cindy Lauper para distrair, eu acho que esse sim foi um grande começo de temporada para Bones. Incrível pensar que começaram a série com uma primeira temporada tão fraquinha, e mesmo assim (na Fox, ainda por cima!) vingou e foram 3 temporadas incríveis a seguir, e essa quinta não parece que vai desapontar.

Então, no segundo episódio dessa temporada Bones e Booth estão às voltas com um assassinato saído diretamente de um filme do James Bond! Acontece que um analista da CIA e aparentemente fanático pelo James Bond (considerando que dirige o mesmo carro e tem a mesma pistola do 007) assassina um russo transportando uma maleta de "diamantes", para logo em seguida ser encontrado assassinado dentro do porta-malas de seu carro...

Além do caso, o drama que rola nesse episódio é sobre um dos novos assistentes da Brennan (os que começaram a rotacionar em cada episódio desde a quarta temporada), Wendall, um aluno que só conseguiu o estágio por ter ganho uma bolsa de estudos. Nesse episódio ele está prestes a perder a bolsa, mas todo mundo gosta dele e quer dar um jeito dele ficar... Mas quem vai arranjar o dinheiro?

E o outro drama envolve Booth, ainda com a memória afetada e esquecendo de como consertar a pia de sua casa... Brennan oferece para pagar o conserto, o que ofende Booth. Dr. Sweets termina por sugerir que se ela quer ajudar Booth, ela tem que pedir que ele a ensine como consertar os canos... O que ele faz no final, e temos aquela cena fofa de arrepiar o cabelo com um climinha digno... Ah, eles são tão fofos! E olha que normalmente eu não torço pra casal estilo Mulder e Scully ficarem junto (vide a porcalhada que isso causou no Arquivo X)

Anyway, bom episódio! E cheio de corpos gosmentos. Sem eles, Bones nao é Bones!!

Agora vou lá tirar Dollhouse do atraso porque não estava em casa na sexta! Amanhã ou depois comento!


Anita Boeira
anitaboeira.net

Fotos: http://bones-daily.com/

[Mad Men] 3x06 Guy Walks Into an Advertising Agency

Podemos até não concordar que esse foi um dos episódios mais brilhantes de toda a série, mas é impossível discordar que não tenha sido o mais cômico. O próprio título já é motivo de risadas, afinal se Guy McKendrick, a versão com sotaque britânico de Don Draper, entrou na Sterling Cooper com seu andar triunfal, ele nunca mais saiu dessa forma. E no meio de toda a comoção dos publicitários após o acidente, Roger Sterling com todo seu bom humor ainda faz um trocadilho com a situação -- a quem não entendeu, a expressão "foot in the door" significa o primeiro contato com uma empresa. Don chega a dizer no episódio anterior que nossos maiores medos estão nas nossas próprias expectativas, mas aqui também encontra motivos para suas maiores decepções. Enquanto o próprio Don já considera uma chance na matriz da PPL em Londres apenas pelas palavras de Cooper, Lane Pryce espera ser reconhecido por toda sua dedicação à empresa. Mas infelizmente, tudo o que ele recebe é indiferença, ganhando uma cobra dentro de uma cesta para representar sua nova empreitada numa filial indiana. Don experimenta de longe o gosto amargo da champagne da derrota, enquanto assiste o inglês tomar seu império. Até na festa de despedida de Joan é ele quem faz as honras, após conhecê-la por algumas poucas horas.

Por todas essas razões, a cena do acidente de Guy é tão trágica, contando mais uma vez com um belo trabalho de direção. Apesar de parecer um daqueles acasos de roteiro, já dava pra prever o desastre que seria logo quando Louis assume a direção do trator. Por um momento pensei até que pudesse ser algum acidente envolvendo Joan, mas nada me preparava para Guy ter seu pé decepado daquele jeito, jorrando sangue em todos os funcionários. Enquanto isso, Don ainda arrumou tempo pra encontrar-se com Connie Hilton, o grande milionário que hoje conhecemos, que parece disposto a dar um voto de confiança para as ideias do publicitário. Além disso, sem um dos pés, Guy nunca mais poderá jogar golfe e consequentemente trabalhar novamente. Ou essa era mais ou menos a lógica daquela época, e tudo na agência voltará a ser como antes por tempo indeterminado. Menos para Joan.
Apesar desses acontecimentos na Sterling Cooper serem o ponto principal pra desenvolver a história a partir de agora, não posso deixar de prestar uma homenagem especial a Joan. Para manter as aparências ela não poderia mais voltar atrás depois do fracasso do marido, já que desde o seu casamento antecipava esse momento para suas colegas. E mesmo que Joan pareça ingênua em ter apostado na carreira de seu marido quando todos ao seu redor indicavam o contrário, ela é a primeira a não se abater e procurar por uma solução. Ela logo pergunta a seu marido o que eles devem fazer em seguida e é também fundamental para salvar a vida de Guy no dia seguinte. Na sala de espera do hospital, Don encontra Joan e os dois dividem um belo plano em que pensam sobre as frustrações que cercaram seu dia. Não é preciso bolo, champagne ou discurso, apenas as sucintas e preciosas palavras de Don para agradecer o tempo gasto por Joan pra colocar ordem naquele escritório. E ela retribui com um gesto singelo de carinho e respeito. Isso sim é uma despedida digna, sem grandes dramas e esperando que o amanhã traga melhores ares para ambos.

Ainda tivemos a continuação do terror vivido por Sally após a morte do avô. Apesar de ser uma história paralela que apenas se comunique com os demais acontecimentos pela noção de reposição, acho bem interessante o cuidado que estão tendo para retratar Sally Draper. Até porque se até pra Don é difícil conviver com um bebê que faça lembrar seu genro, imagine pra garota mal sabendo lidar ainda com seus sentimentos de luto. Cada vez fico mais convencido que Sally terá papel importante daqui pra frente, até o final da série quando representaria a adolescente às portas dos anos 70. Não sei como seria essa transição pra atriz, que até agora tem correspondido muito bem, mas uma coisa é certa: Sally terá sérios problemas pra lidar com Betty. Toda sua insensibilidade pra tentar resolver o problema só reforça o conselho de Gene, que Sally só poderia encontrar seu lugar no mundo se o mundo de fadas e príncipes encantados de sua mãe não acabassem com suas esperanças. Ou simplesmente se superasse seu medo do escuro, deixando de antecipar tudo aquilo que ela ainda não consegue ver.

e.fuzii
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sábado, 26 de setembro de 2009

[Glee] 1x04 Preggers

All the Single Ladies!

Se toda a exposição dessa música da Beyonce durante mais de um ano já não fosse o suficiente, nesse episódio ainda tivemos de escutá-la por pelo menos umas 5 vezes. Bom, não que isso me faça assistir de novo, mas já adianto que é um dos melhores videoclipes já feitos em todos os tempos (not!), antes de ser interrompido por alguém. Mas longe dos problemas que tanto me irritaram na semana passada, dessa vez Glee apresenta uma estrutura que lembrou bastante Friday Night Lights, não só pelo futebol ter sido tema central, mas também pelo fato do colégio estar situado numa cidade do interior dos EUA. Essa crise que vive Finn e principalmente Quinn, esperando pela grande oportunidade de mudar-se pra uma cidade maior, é o que move a maioria desses adolescentes em busca de seu sonho americano. É uma história que não pode ser de jeito nenhum evitada, mas que aqui ganha um tratamento interessante: apesar de prematuramente já assumir o filho como seu, Finn pode ter um dilema pela frente caso o pai seja mesmo Puck. Fora isso, Quinn acaba sendo assediada pela esposa de Will, que vê nela a chance "perfeita" de conseguir o bebê que precisa. E por mais que não faça o menor sentido que esse plano dê certo sem que ninguém perceba, fiquei com a impressão de que Terri é vítima mesmo de sua própria imaturidade e inocência, seja por não saber lidar com o seu casamento em ruínas como por ouvir os péssimos conselhos de sua irmã.

Porém, o episódio concentrou-se mesmo nos conflitos de Kurt com seu pai, que mesmo previsíveis são também difíceis de serem evitados. O que Glee talvez consiga sair-se muito bem é por fazer essa espécie de paródia adolescente, com todos os seus personagens representando esteriótipos de si mesmos. Ou o que mais seria Quinn vestida o tempo todo com seu uniforme de cheerleader? No caso de Kurt, é um alívio que esse arco tenha encerrado-se num mesmo episódio, inclusive sem nem forçar muito o drama. Já a partida de futebol no final foi mais um típico caso que exige um tanto de boa vontade do espectador. Além de violar todas as regras possíveis do esporte, sair dançando talvez não fosse a estratégia coletiva mais indicada para vencer. Resta apenas desapegar e se divertir mesmo.

Uma das discussões que mais leio desde a estreia é se Glee não poderia ficar mais redonda se tivesse apenas meia-hora de duração. Mas acho pouco tempo, principalmente se considerar os números musicais. Mesmo nesse episódio, que além de alguns ensaios é basicamente só "Single Ladies", o roteiro é bem competente em não deixar as tramas soltas, facilitando assim para a audiência. Veja, por exemplo, o tanto de vezes que Rachel entra e sai do Glee Club nessa uma hora. Além disso, uma menor duração provavelmente significaria sacrificar ainda mais as cenas de Sue Sylvester, que valem quase pela metade da graça da série. E não é preciso ser nenhum gênio pra perceber que Glee teria muito mais a perder do a ganhar desse jeito.


e.fuzii
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sexta-feira, 25 de setembro de 2009

[True Blood] – 2x11 – Frenzy

Em primeiro lugar: foi mal a demora, mas essa vida de comentar séries é difícil. Ah, malditos screens… se eu pudesse visualizá-los e eles surgissem no post, eu comentaria todas as séries do mundo sozinha! INACREDITÁVEL O QUANTO DE TEMPO EU PERCO POR CAUSA DAS IMAGENS. WTH.

Enfim.    

Vamos fingir que foi ontem o finale, e que eu sempre comentei em tópicos? Porque agora só vou enumerar os pontos dignos do 2x11… vejam aí:

 

prima- a prima de Sookie que surgiu foi a coisa mais aleatória até então. Espero que se faça valer para a próxima temporada.

 

rainha- a explicação sobre como Maryann é uma mênade e a maneira de derrotá-la que a “rainha” deu para Bill (depois de mto o enrolar) foi digna. Prova que True Blood não é sobre “vampiros”, mas sobre fé. Afinal, se ela era humana e “evoluiu” pela fé cega… né? Dignão.

veia

 

- a mãe de Hoyt toda maluca, Jess a mordendo… boas cenas. xD

 

 

- Lafayette e Sookie são muito burros de achar que iam salvar a Tara da Maryann sozinhos.

 

jason - Jason com duas frases fenomenais: “Cara, eu li um livro sobre isso! É o Armagedom, a história mundial da guerra contra os zumbis!” e “Às vezes é preciso destruir algo para salvá-lo. …Tá na Bíblia. Ou na Constituição…”

ericvoa

 

-  ERIC VOA. WTH

 

 

ovos- Agora, que quando apareceu o ovo gigante e o EGGS tava junto da Tara fazendo o ninho eu achei que ELE colocou o ovo e justificava o nome… ah, eu achei. hahaha

 

- a música do fim (e do título) é Frenzy, do Screamin’ Jay Hawkings. Esse cara malucão é famoso pela música “I Put a Spell on You”, que já foi trilha até pro blockbusterzinho “Se Fosse Verdade”, sabe? Aquele filme com a Reese Witherspoon e o Mark Ruffalo… enfim. Preciso mostrar o quanto esse cara é bizarro (e bom! viva o blues!):

 

Gostei disso. O finale também será comentado assim, por pontos!

(na verdade só posto esse antes pra termos posts separados por episódio… senão xunxava gerals! huhu)

 

Até daqui a umas 2h! haha

 

o/

 

@tatah_

[CRIMINAL MINDS] 5x01 "Nameless, Faceless."



(Celia Kfouri)




Criminal Minds retorna para a quinta temporada com um episódio um tanto fora do padrão. Explico. Após um super cliffhanger no season finale, até tivemos uma continuação bem interessante. O problema é que tivemos também um unsub tapa-buracos para justificar as muletas do Reid (para mim, esse é o único motivo para entremear essa sub-trama boba num episódio com uma trama tão marcante). Como sabemos, Matthew Gray Gubler acidentou-se e está de muletas, e, para justificá-las no personagem Reid, criou-se um artifício para isso – e aos 25 minutos já havia cumprido seu papel, e então nem voltou a ser mencionada no episódio.

Só para constar, estamos falando de um unsub que pretende se vingar do médico que ele julgar ter negligenciado atendimento a seu filho, vítima de um acidente de carro. Tão sem importância que essas poucas linhas bastam.



Reid é convenientemente alvejado no joelho, ao proteger uma vítima.

Quando pensamos no que realmente interessa no episódio, esse unsub acaba de perder relevância porque ele é apenas mais um; mais um unsub típico dos inúmeros episódios fraquinhos que assistimos até hoje. E o que vem ao caso hoje é falar do duelo Hotch/Foyet. Ao contrário do que tantos temiam, Foyet não atirou em Hotch; ele fez muito pior. Foyet precisa subjugar Hotch, que até agora não tinha se abalado com seus jogos, e encontra um meio crudelíssimo para essa empreitada. Não é exagero, o termo é esse mesmo: crudelíssimo. As facadas repetidas, calculadas, executadas com precisão por Foyet no abdômen de Hotch pareciam estar sendo saboreadas. Isso, ele saboreava o som da lâmina na carne de Hotch, e o calor do sangue que vertia de seu corpo. Macabro. Perverso. Doente.Transtornador.

(Abro parênteses para a conotação sexual das facadas, que parece indiscutível na criminalística. Foyet questiona isso e eu não tenho conhecimento para argumentar em nenhum sentido. Dou apenas meu feeling de espectadora: há uma forte tensão sexual na cena em que Foyet, deitado em cima de Hotch, esfaqueia seu corpo repetidamente. Mas certamente haverá quem diga que sou eu que tenho o pensamento pervertido. Aguardo alguns esclarecimentos nos próximos episódios, mas por ora, para mim, Foyet tem inclinações homossexuais.)




Hotch, vítima de violência sexual de Foyet.

O souvenir que Foyet levou da casa de Hotch foi o endereço da Haley e, com isso, impôs a Hotch a maior das torturas: distanciamento absoluto da família até que a equipe consiga capturá-lo. Dá pena de Hotch, que percebe a semelhança entre o que ocorreu com Shaunessy, e o que pode ter pela frente – Foyet ditando o rumo de sua vida.




Foyet como The Reaper, em ação.

Falando da equipe, Rossi nesse momento teve mais uma grande demonstração de amizade, solidariedade e companheirismo. Prentiss sempre muito firme e decidida, exceto em relação ao Hotch, pois os roteiristas insistem em não assumir um clima de romance entre eles (então, por favor, decidam-se: ou eles fazem sexo como pessoas de verdade fariam, ou acabamos logo com esse assunto). Morgan ainda abalado por Foyet ter levado suas credenciais (supere capturando-o, ora pois!). Reid com justificativa para as muletas; JJ mais apagada do que nunca; Garcia sempre onisciente (personagem inspirada no Big Brother de Orwell??).

As shippers tiveram seus momentos de êxtase com Prentiss e Hotch no hospital. Quanto a mim, continuo a torcer para que ele consiga refazer sua família, após um divórcio tão precipitado (de uma mulher que ele admira, e com quem tem um filho tão amado), baseado apenas na distância da família que o trabalho lhe impôs.

Mas a temporada começou muito bem e estou bem animada, aguardando pelos próximos episódios, pelo que está por vir em relação a Foyet e a outros tantos unsubs ferozes e cruéis.

Até o 5x02.

www.twitter.com/celiakfouri

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

[House] 6x01-02 "Broken"

Tarefa ingrata essa a minha, que é de falar mal do primeiro episódio de “House” que escrevo para o blog. Especialmente quando parece haver um consenso de que o season premiere da sexta temporada seria um dos melhores episódios de toda a série. Bom, não é.

Pra sermos justos, nem se trata de um episódio, já que os 90 minutos de “Broken” funcionam mais como um especial da série, levando o protagonista a outro ambiente, sem a presença dos demais personagens regulares, totalmente distante da estrutura narrativa a que estamos acostumados. “Broken” é um telefilme. E como boa parte dos telefilmes, é simplista e recheado de clichês usados à exaustão para resolver conflitos e levar um personagem do ponto A ao ponto B (no caso, protagonista resistente à internação passará por mudança e aprendizado forçados, chegando ao ponto de aceitar tratamento e ficar bem).

O problema mais grave está relacionado ao que escrevi no post anterior sobre a série: em cinco anos, vimos inúmeras tentativas de fazer com que House se tornasse mais “humano” (ênfase nas aspas, por favor), e tudo em vão, felizmente. Pois os autores tiveram a audácia de trazer todas as mudanças de uma vez só. Em “Broken”, vemos House compartilhando momentos íntimos com uma mulher como nunca antes; House chora; House pede desculpas; Arrepende-se e se sente perdido. Tudo o que eu temi por cinco temporadas acontece em meros 90 minutos.

Como se isso não bastasse, o episódio faz parte do gênero “filme de hospital psiquiátrico”, com todo estereótipo envolvendo a loucura a que se tem direito. House facilmente identificando os transtornos mentais de cada um dos pacientes, infernizando-os depois ou jogando-os contra a equipe médica, não incomodaria tanto se ao menos fosse engraçado.
E que tal Alvie, o colega de quarto do protagonista? Falastrão, agitado e rapper, Alvie não demonstra um único sintoma durante todo o episódio, nenhum sofrimento ou transtorno. No entanto é ele quem protagoniza aquela constrangedora cena ao final, ao ver House indo embora, de que quer melhorar também e aceita tomar remédios. E sobre medicação, há implicações éticas que acho que não vale à pena discutir neste espaço. Basta dizer que a série vende a idéia de que House “melhorou”, em parte porque aceitou tomar medicamentos que, aparentemente, trazem felicidade.

Idéias melhores foram vendidas, mas que pecam pela execução. Vejam, por exemplo, a trama envolvendo o paciente super-herói e a paciente muda. É louvável a defesa de que as pessoas deixam de sofrer quando fazem conexões saudáveis umas com as outras (House guiando o super-herói na cadeira de rodas, que entrega a caixa de música à paciente muda). O problema é que, com a estrutura de telefilme, tudo se resolve da forma mais simples e boba possível. Ou, como disse alguém em um fórum, que tal da próxima vez a paciente pedir a caixa de música para uma enfermeira no primeiro dia de internação, ao invés de ficar muda por 10 anos esperando que alguém adivinhe o que ela quer?

Até fico espantado com os elogios que este episódio ganhou. As pessoas não se incomodaram com resoluções como esta? Ou com Alvie querendo ficar melhor? Com o psiquiatra decidindo por House que ele tem problemas a serem tratados com terapia e remédios? Com a infantilidade do protagonista, que foi TUDO, menos brilhante como estamos habituados, com visão de mundo e filosofia de vida bem peculiares, que sempre questionou os padrões de normalidade instituídos, padrões estes reforçados pelo psiquiatra? E que tal a sequência envolvendo o pai do psiquiatra, completamente sem sentido e lógica interna, ali unicamente pra arrancar um pouco mais de emoção?
Gostando ou não de “Broken”, parece marcar um momento de virada na série. Até que ponto as mudanças em House vão transparecer em seu trabalho? Como administrar essas mudanças, mantendo o que faz a alegria de tantos fãs (a grosseria, o sarcasmo, a frieza)? Gostaria muito que os autores passassem por cima do que vimos nesta internação do personagem e deixasse as coisas como estavam. Talvez fosse incoerente, mas o que foi coerente neste season premiere?

Mais o quê?

- No início do episódio, quando House entra na sala do psiquiatra, imaginei que a médica que conversava com ele fosse Amber. Na verdade, passei a metade do tempo pensando em como a Dra. Beasley parecia uma mistura de Amber com Cameron. Estou viajando ou foi proposital?

- “Preciso que você investigue uma placa de carro pra mim” “Por quê? Houve um acidente de carro no seu andar?” Sempre achei que Wilson merecia um ator melhor que Robert Sean Leonard, mas gosto das reações dele às sandices de House.

- Não sei se foi a intenção, mas a cena dos pacientes no “show de talentos” pareceu referência direta a “Titicut Follies” (1967), clássico documentário de Fred Wiseman que retrata o descaso de uma instituição psiquiátrica com seus internos.

- Plano final do episódio é House em um ônibus, com a câmera se afastando lentamente. Imaginei que mostrariam Amber ao seu lado. O que não seria tão ruim em vista do que aconteceu neste episódio.

- Por mais que o episódio mostre o contrário, gostaria muito que o título deste season premiere tenha feito referência ao final da jornada. House está quebrado agora, após ter sido normatizado. E a sexta temporada será o resgate do velho doutor que conhecemos. É pedir demais?

Hélio Flores.
http://twitter.com/helioflores

terça-feira, 22 de setembro de 2009

[Mad Men] 3x05 The Fog

Antes de começar esse texto, sei que minhas análises dos episódios tem atrasado cada vez mais pra serem publicadas, mas estou dando tempo de pelo menos uma semana pra todo mundo assistir. Como ninguém tem reclamado (se é que alguém lê, né?), pretendo continuar desse jeito mesmo. Essa semana o texto entraria originalmente no domingo, mas resolvi reescrever para a aproveitar a vitória de Mad Men na cerimônia do Emmy. Não quero de jeito nenhum forçar ninguém a gostar, mas só tentar mostrar por que a série é tão favorita a vencer assim, ainda que seja tão impopular no país e a maioria considere-a lenta e chata. Basicamente, Mad Men agrada aos dois extremos da indústria, tanto aos mais experiente e conservadores membros que tendem a identificar-se com toda a nostalgia da época, quanto aos mais novos pela complexidade das personagens e relação com a época atual. Nem é preciso dizer que tecnicamente a série é impecável, nos seus figurinos, cenários e até a inserção de momentos-chave da História americana no cotidiano dessas pessoas. Por isso, num cenário bastante pessimista (ou para alguns, otimista) Mad Men poderia ter até menos da metade dos votos dos jurados que o resto seria distribuído entre os outros concorrentes. E num ano em que mais um foi incluído no páreo, era praticamente impossível que Matthew Weiner e equipe não levassem o prêmio pra casa. Se é merecido? Com certeza, e tomando como base o episódio da semana passada, vou explicar por quê.
"The Fog" esteve longe de ser um episódio perfeito de Mad Men. A direção pareceu um pouco irregular e muitos artifícios com certeza não me agradaram. Logo no início em meio à conversa com a professora, por exemplo, rola um inexplicável corte brusco mostrando Sally com sangue em seu rosto. Também acho que a comoção do carcereiro ao lado de Don foi um pouco excessiva -- principalmente quando chega a colocar a mão em seu rosto --, ainda que mostrasse toda sua determinação em mudar de vida, algo que Don não pode nem mesmo considerar. Sem contar a sequência dos devaneios de Betty, que mais uma vez pareceram um atalho pra trazer coisas de seu inconsciente e motivar suas ações (ou a falta delas) daqui pra frente. Mas tudo isso não é suficiente pra condenar o episódio, porque todo o resto compensa qualquer deslize. Apesar de dificilmente apontar esses erros nas minhas análises, não é por uma simples questão da série ter "crédito" comigo, mas sim a constatação de que o texto dela é infinitamente superior a qualquer outra na televisão atual. Se não quer acreditar em mim, basta ver que a série também dominou a categoria de melhor roteiro, com quatro indicações dentre as cinco possíveis. Claro que são muitas razões juntas que contribuem pra toda essa qualidade, mas na minha opinião dois pontos destacam-se:

1) O tema dos episódios: Sei que muita gente resiste em encontrar qualquer significado para cenas de séries ou filmes. A primeira pergunta que fazem é até que ponto quem criou a história realmente tinha a intenção de passar essa mensagem. Mas em "The Fog" fica difícil negar: já na primeira cena, Don e Betty tem um encontro na escola com a professora de Sally, que mostra-se preocupada com o comportamento da garota. Depois disso, Betty precisa ser levada ao hospital pra entrar em trabalho de parto, e Don Draper tem esperar pacientemente numa ala separada, onde encontra um outro homem, carcereiro de uma prisão, que também espera por notícias de sua esposa. Todos esses lugares não são mera coincidência, já que são todas instituições estudadas por Foucault principalmente em seu livro Vigiar e Punir, quando analisa a forma como a sociedade organiza-se e disciplina seus membros. Se parasse apenas por aí já consideraria um roteiro bem esperto, mas a melhor parte vem quando percebemos que todas as tramas desse episódio mostram seus personagens exatamente "aprisionados".

O caso mais óbvio é de Betty, perto de dar à luz seu terceiro bebê e fazendo de tudo pra salvar seu casamento, murmurando no alto de seus delírios que é apenas uma dona-de-casa. Já Pete não consegue ir muito além com sua ideia de fazer um comercial atendendo aos públicos branco e negro, ainda enfrentando as resistências do conservadorismo e segregação na Sterling Cooper. Peggy só quer ter seu trabalho reconhecido dentro da empresa, que ainda segue os antigos padrões de pagar menos para mulheres. Seus motivos são mais do que justos para Don, mas agora ele também tem de trabalhar dentro dos limites estabelecidos por Pryce e os ingleses.

2) Sutileza pra tratar os conflitos: Mad Men sabe como nenhuma outra evitar conflitos e expor as cicatrizes na hora certa. Quando você pensa que numa situação delicada logo alguém aparecerá pra ter uma conclusão, a série leva você pra um novo caminho. Desde o final da temporada passada ficamos nos perguntando como teria ficado a relação entre Pete e Peggy, após ficar sabendo da gravidez dela. Os roteiristas então aproveitaram essa carta na manga depois de quatro episódios, quando Duck volta pra oferecer aos dois uma chance em sua nova empresa. Chance essa que tiraria os dois das "amarras" da Sterling Cooper. O encontro dos dois no restaurante já é constrangedor o bastante pra Pete logo arrumar um jeito de escapar. Mas depois de Peggy ter seu pedido de aumento rejeitado por Don e parecer decidida a tomar a decisão de partir, Pete resolve interpelá-la num dos corredores e dizer que suas decisões nesse caso também lhe afetam, como se ainda ecoassem em suas palavras a "perda" do filho. Não existe clímax, é apenas mais um momento de frustração de Pete, como se a tensão sempre estivesse ali presente e fosse continuar assim.


Mas como já disse anteriormente, estes são apenas alguns dos detalhes que contribuem para todo esse sucesso. São os pequenos momentos de silêncio, às vezes mais impactantes do que qualquer fala. Toda a encenação, preocupada com a postura e gesto de cada um de seus personagens. Isso é o "pouco" que faz de Mad Men se diferenciar de todas as outras, sendo fascinante por respeitar acima de tudo a inteligência de quem assiste. E é por isso que, a não ser que haja comoção generalizada por conta da conclusão de Lost, Mad Men parece ter caminho livre para mais um triunfo no Emmy do ano que vem.

Fotos: Popsugar/UK e AMC.

e.fuzii
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[Fringe] 2x01 A New Day in the Old Town

O retorno de Fringe foi, em uma palavra, intenso!
Com a trama já bem desenvolvida depois da última temporada, é visível que sobrou mais espaço pra dar vazão a outras situações. Como o Padrão já está "escancarado" o que se nota agora é a necessidade de se aprofundar na história e em como cada um está envolvido nela religando passado e presente.

Logo de cara, a possibilidade de Peter Bishop ser o Peter de uma realidade alternativa, lançada na temporada passada, é uma história que devemos ver com mais detalhes. Walter não consegue esconder [pelo menos não de nós] que esse mistério está vivo em sua mente.

Olívia, depois da insólita conversa com William Bell naquele universo paralelo e seu ressurgimento espantoso tem zilhões de questionamentos em sua mente. Teria ela uma missão a cumprir? Ou quem sabe uma mensagem a ser passada? Obviamente que acordar de um coma dando conselhos em grego [Einai kalytero anthropo apo ton patera toy] a Peter não costuma ser nada normal.

Pois o "seja um homem melhor do que seu pai" pronunciado pela agente Dunham mexeu não só com o jovem Bishop mas com todos os espectadores. A sensação de que Bell estaria tentando se comunicar com o "nosso" mundo parece bastante evidente. Apesar disso há uma corrida contrária que visa impedir qualquer ação a que Olivia esteja destinada.

Aos poucos vamos sendo apresentados aos que talvez sejam os verdadeiros vilões. À medida em que os casos vão sendo resolvidos os nós nem sempre são desatados, mas se tornam "pontos" que ligam uma grande rede; rede essa que vai além da nossa realidade e nos leva a conhecer uma espécie de soldado metamorfo com tecnologia avançadíssima e uma meta bem clara: eliminar Olivia. Vale destacar o modo peculiar como as informações são transmitidas ao assassino.

E como a loira estava num pós-trauma em escala interdimensional [=S] coube a inclusão de uma nova personagem - a agente júnior Amy Jessup [Meghan Markle]. A moça é bastante obstinada e já garantiu seu lugarzinho no Clube da Bizarrice roubando conseguindo informação restrita sobre o que a trupe de Philip Broyles faz. E a entrada dela, além de bem aceita pelo grupo, servirá para revirar o baú de mistérios não resolvidos com ânimo novo.

Aí um gancho interessante: o ator Kirk Acevedo ganhou um upgrade em seu personagem. Acontece que o perseguidor de Dunham assume o corpo do agente Francis e deve ficar infiltrado trazendo um forte conflito nessa temporada. Outro motivo pra adesão de Jessup pois ela deverá ser a nova responsável pelo elo de ligação entre a Fringe Division e o FBI.

Também sobrou espaço pra outra coisa nessa nova temporada: romance...
Rachel, na iminência do desligamento dos aparelhos da irmã, acaba revelando a Peter o interesse de Olivia por ele - não que ele já não soubesse. E entre atentados contra suas vidas e flores ao pé da cama o casal tende a se aproximar nos próximos capítulos.
Mas não foi só. Um surpreendente beijo entre Broyles e Nina Sharp ilustra o motivo pelo qual os dois são aliados em suas decisões.

Pra quebrar um pouco o impacto, como de costume, ainda deu tempo do bolo-de-aniversário-do-Peter que Walter fez questão de fazer. O que mostra que aos poucos pai e filho estão deixando o passado pra trás e se dando uma nova chance.




[Alison do Vale]
twitter: @menino_magro