segunda-feira, 31 de maio de 2010

[Filme] Sex and The City 2 - Team Aidan


Não gostei do primeiro filme, sai decepcionada, como se Sex não tivesse mesmo vocação para o cinema. Nasceu e morreria como uma série de tv.
A expectativa para esta sequencia era baixa, mas não perderia por nada! Ninguém no mundo feminino e gay pode ignorar Carrie Bradshaw.

Talvez seja isso, a expectativa, me diverti bastante com Sex desta vez. Filme leve, engraçado, bem no espírito da série. A solução em mostrar as meninas na opulência luxuosa foi criativa e, principalmente, funcionou que é uma beleza. Mas não tem pra mais ninguém, nem para Carrie, o filme pertence a Samantha Jones. Kim Catrall justifica pedir mais dinheiro pela participação, ela vale cada centavo e é a única referência coerente ao nome SEX do quarteto.

Desta vez os rapazes foram coadjuvantes ainda mais do que no primeiro. Foi bom. Big, Steve, Harry e o gatão Smith Jarod apareceram apenas o necessário e...next!

Ahh, e tem ele, Aidan! Numa pequena participação, mas quem é team Aidan (eu, eu, eu!)adorou, matou saudade e refez aquela velha pergunta: Qual é o seu problema, Carrie?



Desta vez, os produtores acertaram e cheio. Despretensioso, engraçado e luxuoso. Sex ahazzzzou!

**Fotos: Reprodução

Danielle M

[Breaking Bad] 3x10 - Fly

Prometi escrever sobre a terceira temporada antes de começar a acompanhar estes últimos episódios. Mas percebi que a tarefa é ingrata, com tanta coisa pra falar. Até escrevi algumas coisas, mas é realmente difícil dar conta de tantos aspectos que acho incríveis e que poderia usar palavras e mais palavras para discutí-los. Sem saber se este texto ainda sai (sem mais promessas), tá aqui o comentário do polêmico episódio da semana passada:





Não é a toa que "Fly" vem dividindo os fãs de Breaking Bad entre aqueles que acham o episódio excelente (um dos melhores da série, dizem alguns) e os que acham ruim ("o pior da série", já li por aí). Estou no grupo dos que gostaram muito e diria até que é uma pequena obra-prima que sempre será lembrada entre os grandes momentos da série, quando esta acabar (assim como o 3x11 de Sopranos, "Pine Barrens", que alguns já associaram ao "Fly"). Mas entendo a frustração de muita gente que, depois de bombardeada por enorme tensão, conflitos e reviravoltas, dá de cara com um episódio onde há apenas Walt e Jesse caçando uma mosca que teria "contaminado" o laboratório. Ainda mais quando estamos a apenas quatro episódios do fim da temporada.


Mas que fique claro: nem de longe "Fly" pode ser visto como um episódio filler, para preencher espaço e completar os obrigatórios 13 episódios de uma temporada completa. Claro, as coisas até aqui aconteceram de forma tão vertiginosa, que tudo que pensávamos ser o eixo deste terceiro ano praticamente está resolvido. Os primos de Tuco estão mortos, Hank não será uma ameaça para os protagonistas por um bom tempo e Gus eliminou a concorrência, além de estar aparentemente em paz e com um possível contrato anual com Walt. O que poderia ocorrer agora?



No episódio anterior, "Kafkaesque", alguns elementos foram introduzidos e que certamente serão potencializados em breve. Enquanto Jesse se arrisca com um negócio próprio ao roubar as sobras do que andam produzindo, o dinheiro de Walt é revelado a Marie, que pode ter acreditado na história de Skyler, mas talvez desperte suspeitas em Hank, que já tem uma série de eventos para conectar a Walt. Mas são elementos que ainda precisam de um desenvolvimento maior.


O que nos leva ao perfeito momento para a inserção desta trama envolvendo uma mosca, pretexto para um retorno à velha dinâmica entre Walt e Jesse, que tiveram pouco tempo juntos nesta temporada (com o melhor momento nostálgico em "Sunset", no adeus ao trailer). A relação desses dois sempre foi um dos grandes pontos altos de Breaking Bad e não tínhamos um episódio que se beneficiava disto desde, provavelmente, o 2x9 "4 Days Out". O que temos, então, é a oportunidade de ver como os últimos eventos afetaram os personagens, em especial Walt, que tem uma carga enorme nas costas, suportada por incrível negação de todo o mal que ele já causou. Reparem como toda sua discussão sobre caos e ordenação está voltada ao fato de não conseguir usar as palavras certas para ficar bem com Skyler, e o incidente com o pai de Jane surgindo por acaso na sua memória.



Como consequência, tivemos aquele brilhante momento em que Walt, sob efeito de tranquilizantes, segura uma cambaleante escada, Jesse no topo, e uma conversa que parece levar à revelação sobre a morte de Jane. A construção desta sequência é incrível e a tensão chega ao nível do melhor que a série já nos trouxe recentemente. Mérito de Bryan Cranston, do texto de Vince Gilligan e da direção de Rian Johnson, cineasta que brinca com a câmera como quem quer aparecer, mas que na maior parte do tempo explora o espaço do laboratório com talento, dando o tom acertado de paranóia e suspense (e com uns planos fechados realmente bizarros). Sobre esta revelação, a propósito, acho perfeitamente possível que nunca venha à tona, algo que Sopranos fazia muito bem, em nem sempre corresponder nossas expectativas, optando pela coerência dos personagens e fazendo alusão à vida real. Afinal, todo mundo morre com segredos nunca compartilhados.



Prefiro não discutir a metáfora da mosca. Significa a droga que entrou na vida de Walt? Os perigos que ainda estão por vir (mosca no sinal vermelho do alarme)? Simboliza o Jesse que contaminou a vida de Walt (notem a máscara na cabeça de Jesse como o deixa parecendo uma mosca gigante)? Ou vice versa? Até gosto de pensar como metáfora para a relação dos dois, uma contaminação não no sentido negativo, mas de afetação que muda, para o bem ou para o mal, a vida desses dois, e que não tem mais retorno. Mas a mim não importa muito. Prefiro me ater ao fato de que, num nível superficial, a obsessão de Walt por uma mosca faz todo sentido, desde que o vimos se incomodar com algo boiando na piscina do prédio onde ele morou no início da temporada, com os canos de sua casa, com o pé da mesa que balança no hospital. Resulta em algo estranho e engraçado (sua mania de consertar as coisas estaria relacionada ao que ele não pode consertar?) que, aos poucos, se torna dramático a partir do diálogo que tem com Jesse por conta deste confinamento. E mais uma vez Aaron Paul brilha numa sequência de monólogo (em que a câmera se limita a focar e se aproximar do ator), com a história sobre o gambá e o câncer de sua tia, mais uma triste obsessão com animais que dão sentido a uma existência.



Todo o texto e o trabalho dos atores é extraordinário, e ainda há espaço para o desenvolvimento do que foi introduzido anteriormente, já que de forma muito elegante o episódio começa e termina (não falo dos planos iniciais) com Walt notando que há algo errado na produção da droga e, ao final, alertando Jesse sobre não ter como defendê-lo de Gus caso esteja fazendo algo errado. Algo que deve movimentar a trama nesta reta final de temporada. Ou não, já que ser imprevisível é característica única de Breaking Bad.




Hélio Flores

twitter.com/helioflores

quarta-feira, 26 de maio de 2010

[LOST] 6x17 The End

por e.fuzii

Enfim, o fim.
Tantos são os detalhes durante essas quase 2 horas, que fica difícil saber por onde começar. Acho que não preciso novamente ressaltar tudo o que a série representou ao longo desses 6 anos, seja para todas as mídias envolvidas, seja para seus telespectadores, inclusive pra mim. A disseminação da série pela internet confunde-se com a criação deste blog (e de tantos outros posteriormente) e de todo um novo círculo de amizades que desenvolvi durante esse tempo. Talvez a grande sacada da série seja a apropriação individual, em meio a tantos paralelos que puderam ser estabelecidos e que logicamente acabaram bem aproveitados nesse desfecho. Já que não quero me tornar defensivo a medida que exponho minha opinião, esse será o tom máximo de saudosismo que pretendo atingir durante o texto. É fato que Lost influenciou muita gente, de modo que muitos só passaram a acompanhar outras séries de televisão depois de sua estreia. Embora não tenha sido esse o meu caso, sei exatamente o peso que é se despedir de algo que a gente tanto gosta.

Por isso, mesmo sabendo que não é a postura mais adequada para analisar um episódio individualmente, esse texto estará separado em duas partes: a primeira parte busca analisar sua importância como final de temporada e a segunda trata da conclusão geral da série. Quero ser o mais conciso possível, até porque em breve planejamos um podcast especial com cada um dos colegas do blog trazendo sua visão sobre esse desfecho de Lost. Portanto, aguardem.


A Sexta Temporada

A razão que permite destacar essa temporada das demais é sua estrutura chamada pelos produtores de flashsideways. Como sabem, nunca cheguei a adotar esse termo e não seria agora também que começaria. Muitos caíram na armadilha de logo chamá-la de realidade paralela, embora hoje sabemos que seria equivocado até mesmo chamá-la de realidade. A promessa era de que quando fosse revelado seu propósito, todas as histórias focando esses personagens também passariam a fazer sentido. Mas infelizmente, essa revelação não chegou a me convencer. Aliás, pelas constantes tentativas de despistar seu público, começando pela própria recriação do vôo 815, só me deixaram ainda mais irritado. A sensação é de ter sido enganado, já que é muito diferente surpreender através do omitir (como fomos no final da terceira temporada) e sugerir relações duvidosas entre esses dois planos. O exemplo mais claro disso foi a repentina impossibilidade de Sun se comunicar em inglês, quando a única interpretação encontrada seria sua consciência em 2004 trazendo danos para sua própria existência na Ilha. No final, a grande revelação é que nada do que acompanhamos nessa nova trama teria qualquer influência nos acontecimentos da Ilha, fazendo dela tão relevante para essa temporada quanto para qualquer outra. Além disso, ao invés de concentrar todos os esforços nessa última fuga, ou pelo menos dar algum suporte para aqueles que finalmente conseguiram sair da Ilha, a conclusão serve para anular tudo isso constatando que a importância sempre esteve no que foi vivido ali. Óbvio que vibrei com o embate final entre Jack e aquele que tomou a forma de John Locke por tanto tempo, ou Hurley com todos os méritos assumindo o posto de guardião da Ilha e pedindo ajuda para Ben, mas perde parte do impacto quando ficamos sabendo que todo se encontrariam no final da mesma forma. Não dá para ignorar ainda o péssimo tratamento dado a alguns dos coadjuvantes, em especial Lapidus, que poderia muito bem ter sido chamado apenas de 'O Piloto' desde o começo, para não deixar dúvidas quanto a sua função no roteiro, e assim poupar o ator de falas absurdamente constrangedoras. Pior temporada da série? Definitivamente sim.


O Final da Série
Foram seis longas temporadas até que finalmente acertasse a primeira (e última) de minhas suposições. Ou que pelo menos estivesse pensando no caminho certo. Desde que Desmond teve sua primeira revelação diante de Penny, já desconfiava que explorariam algo semelhante à reencarnação, em que todos esses personagens estariam destinados a se reencontrar onde quer que estivessem. Mas não esperava que seria literalmente a forma de ilustrar o encontro deles num plano abstrato. Não quero de jeito nenhum defender aqui meus princípios, embora acredite neste conceito de reencarnação, mas a encenação disso durante a temporada inteira cai na mesma categoria da luz amarela na minha opinião, uma tentativa falha de explicar ou convencer sobre a existência do impalpável. Quando tudo é apresentado de forma explícita não há mais espaço para analogias, e perde-se aquilo que cativou o público no início da série: a possibilidade de imaginar. Porém, acho que esse final de caráter puramente espiritual seguia um rumo natural da série após a Ilha exercer cada vez mais influência na vida desses personagens. A presença de Christian Shephard no final, tomando forma de criador e disposto a revelar a função daquele plano para que todos pudessem seguir adiante, serviu apenas para coroar essa linha de pensamento. Através dos tortuosos caminhos escolhidos por esses produtores e concretizados em tantos fenômenos inexplicáveis, acompanhamos um grupo de pessoas buscando pela salvação de si e do próximo para que assim, contradizendo aquela velha frase, também morressem juntos.
Pra ser sincero, os produtores foram bastante espertos em apostar num final profundamente emocional, funcionando quase como um tributo às personagens enquanto garantiam o bem estar de todos. Permitiu ainda explorar momentos chaves da série, através de uma overdose de sequências de despertar. Com certeza a mais esperada delas foi o emocionante reencontro de Juliet e Sawyer, fazendo com que seu singelo "funcionou" ecoasse pela eternidade. Por outro lado, forçaram uma inusitada recordação do romance entre Sayid e Shannon, que não se sabe quando tomou o posto de direito de Nadia (Naveen Andrews nunca imaginou que poderia sofrer tanto nesta temporada). Mas felizmente não reservaram apenas momentos de amor além da vida durante essas revelações. O mais notável deles foi o ultrassom de Sun, que nos fez lembrar de uma das cenas mais emocionantes da série (em D.O.C.), quando Sun tem certeza de que está grávida de Jin. Também foi bastante interessante que o casal principal da série, Jack e Kate, tivessem seus próprios momentos particulares. Kate reforçou sua tendência materna ao presenciar novamente o parto de Aaron, enquanto Jack finalmente foi capaz de compreender sua existência através do contato com o caixão de seu pai, sua razão inicial para embarcar no voo 815. Já Ben Linus teve de se contentar em esperar do lado de fora, mas nem por isso deixou de ter um desfecho satisfatório, cicatrizando as feridas de sua conturbada relação com John Locke e lembrando de sua recente (ao menos para nós) parceria com Hurley na Ilha.
No final, o fio condutor de toda série provou ser mesmo Jack, o homem da ciência que ao longo desses 6 anos aprendeu não ser capaz de consertar tudo e não viu outro meio a não ser aceitar o inexplicável. Seu ciclo na Ilha fechou-se com seu fechar de olhos, no mesmo lugar onde tudo começou. E todos esperavam reunidos na nave da igreja por ele, enquanto recebia os últimos esclarecimentos e assim pudesse seguir em frente. Esse "seguir em frente" é claramente destinado também ao público, aproveitando essa celebração junto de todo o elenco antes da derradeira despedida. É um tipo de desfecho bastante tradicional em séries de longa duração, recentemente explorado por Gilmore Girls com certa eficiência, por exemplo. A grande diferença é que em Lost decidiram favorecer essa estrutura alternativa, o que de certa forma tirou o peso dos acertos e falhas de seus personagens ao longo da história. No ano passado, presenciamos o final de Battlestar Galactica (garanto que só terão spoilers seguindo o link), também dividindo opiniões pelos caminhos que decidiram trilhar no final. Porém, analisando cada um de seus personagens era possível perceber toda a influência dessa jornada, positivas ou negativas, em suas vidas. Já em Lost, infelizmente não. A reunião na igreja mais pareceu um prêmio de consolação para todos aqueles que participaram um dia da série. Garanto até que muitas mortes que tanto nos emocionaram, deixarão de ter o mesmo impacto sabendo dessa felicidade eterna atingida em outro plano. Basicamente, os produtores decidiram concluir a série dando um final agradável e abraçando seus mais fiéis fãs. Não é a toa que por maiores que fossem suas pretensões iniciais (e finais?), Lost termina marcado apenas como um bem sucedido fenômeno cult, apresentando uma modesta audiência de cerca de 13 milhões de espectadores no seu episódio final.

Assim, chegamos ao final. Queria encerrar agradecendo a todos aqueles que comentaram antes de mim neste blog (Ribas, Davi, Wolv, Leco e tantos outros) e àqueles que me aguentaram por mais de três anos. Posso garantir que foi uma experiência compensadora, nos bons e maus momentos. Mas seguimos em frente agora para o mid-season, quando finalmente devo pagar uma dívida antiga e assistir Sopranos do início ao fim. Espero analisar a série, mesmo atrasado, temporada por temporada. Também teremos o Emmy, além da volta de Mad Men. Por isso, espero vocês num próximo comentário. Muito obrigado a todos.

Fotos: Reprodução.

e.fuzii
twitter.com/efuzii

sexta-feira, 21 de maio de 2010

[LOST] 6x16 What They Died For

por e.fuzii
Quando dizia na análise do episódio anterior que os roteiristas poderiam lidar perfeitamente com os principais temas da série sem que para isso precisassem sacrificar seus personagens, era exatamente de uma história assim que estava falando. Mas de certa forma, talvez tenha sido até válido para canalizar logo toda minha frustração em "Across the Sea" e assim aproveitar melhor o desfecho, sem que tivesse de me importar com qualquer das bobagens mitológicas abordadas ali. Bom que Lost conseguiu se recuperar desse tropeço tão rapidamente, ainda que muita gente ache que alguém que critica a série está mesmo torcendo para vê-la ardendo no magma. Se existe algo de pioneiro em Lost é nesse caráter passional de seus seguidores, logicamente aliado às possibilidades da internet, às vezes nem conseguindo assimilar a opinião de alguém antes de levá-la para o lado pessoal. Já acompanhei neste blog todo tipo de reação extremada, de ambos os lados, e às vezes penso em como a série tratou dessas diferenças ao longo de sua trama. Como a maioria de seus personagens eram complexos a ponto de não ser possível rotulá-los a partir de uma única postura ou opinião. De como vemos toda a imensa jornada de Jack ser concluída com a tarefa de proteger a Ilha pelo máximo de tempo que pudesse.
Confesso que amoleci. Para quem se lembra, uma de minhas maiores preocupações em relação ao final, talvez desde a metade da série, era de que tudo pudesse se resumir à busca por redenção. Porém, Jack se candidatando para ser o guardião diante de Jacob e o restante dos sobreviventes, foi uma resolução bastante elegante na minha opinião. Claro que muita coisa ligada ainda ao episódio anterior continua a me incomodar, como esse ritual de passagem através de um simbólico líquido. Principalmente por resolver de forma apressada, mais parecendo um atalho de roteiro, preferia que a história garantisse sustentação por si só. Mas já que Jack foi um dos poucos a ter algum desenvolvimento satisfatório nesta temporada, consigo até relevar. Além disso, temos ainda a constante lembrança da energia luminosa dourada, que ao que tudo indica terá um papel fundamental no embate final com o UnLocke. Estou cada vez mais inclinado a considerar esse o maior erro cometido pelos produtores, em tentar achar um ponto comum entre seu público, transformando a fé em algo concreto e a ciência em algo abstrato. Entendo que serve para Desmond mostrar ser a peça-chave no final, capaz de ter contato direto com a luz, depois tanto insistirem nas suas propriedades especiais. Pra mim, apenas outra prova de como essa luz era dispensável no contexto geral da série, já que Desmond só foi introduzido na segunda temporada.

A reunião ao redor da fogueira, onde queimam pela última vez as cinzas de Jacob, é uma amostra de que se a série estivesse preocupada em responder cada um de seus segredos, somente deixaria mais dúvidas. Apesar de Jacob tentar ser bastante claro que a solidão motivou ele a trazer todos à Ilha, é difícil de acreditar que ele não tenha influenciado todos durante esse processo, como no caso dos números que chegaram ao conhecimento de Hurley antes de ganhar na loteria. Fora que se fosse necessário apenas procurar por um novo candidato, seria fácil demais encontrá-lo entre tantos dos Outros, como por exemplo o leal Richard Alpert, que acabou descartado aqui de forma ainda mais vergonhosa do que Sayid. Acho que teria sido melhor deixá-lo morrer logo na Black Rock então. Mas como disse, questionar só levará a maiores dúvidas, perdendo assim a oportunidade de apreciar o verdadeiro propósito da série. Quando Kate pergunta a razão para ter sido riscada da lista, Jacob responde que foi por ela ter tornado-se mãe, mas que sendo apenas um risco na parede tudo dependia de aceitar ou não. Mas apesar de encontrarem nessa tarefa a razão para a morte de seus companheiros, Jack também precisa tomar essa decisão, fazendo disso uma questão de livre arbítrio. Seria a forma que vejo para desapegar-se de sua vida, assim como vemos na realidade alternativa, com John Locke finalmente decidindo se submeter à cirurgia e percebendo existirem ocorrências que se mostram além de sua vontade própria.
Embora tenha demorado demais para que essa realidade paralela de fato engrenasse, agora é interessante acompanhar cada um dos personagens passando a acreditar no plano de Desmond. Depois de convencer Hurley através do encontro com Libby (que parece ter despertado nele toda noção de sua outra vida), Desmond age de duas formas diferentes para despertar o restante dos personagens. Com Ben e Locke, suas ações beiram a insanidade mas demonstram certa despreocupação com o que possa acontecer nesse mundo. Como se por maior que fosse o crime cometido ele estaria blindado por essa "missão" de colocar as coisas em seu devido lugar. Já com Kate e Sayid, sua aproximação foi parecida com a de Jacob, dando uma segunda chance a quem já sentia-se abandonado na vida. Assim, Desmond pretende reunir todos de baixo do mesmo teto, quando finalmente descobriremos quem é a misteriosa ex-esposa de Jack (que só pode ser Juliet, certo?) e qual seria seu propósito. Ainda que tenha sido uma forma interessante de concluir a história de Ben nessa realidade, satisfeito em ouvir de Danielle sua importância na vida de Alex, espero que ele tenha ainda sentido nessa conclusão além da parceira com o UnLocke. Até porque, agora que Ben está livre de todas as regras impostas durante a vida e pode finalmente acertar as contas com Widmore, sua jornada merece uma resolução digna, ainda mais por ser o personagem que melhor representa a complexidade humana, sejam nos erros ou nos acertos, de toda a série.

Não queria lembrar, mas só faltam três dias até o "The End".

Fotos: Reprodução.

e.fuzii
twitter.com/efuzii

terça-feira, 18 de maio de 2010

[Breaking Bad] A Melhor Série Que (quase) Ninguém Vê

(Texto sem spoilers; para uma discussão detalhada sobre as duas primeiras temporadas, recomendo o texto do Fuzii aqui no blog; em breve, comentários sobre a 3ª temporada)


por Hélio Flores



Queria ter mais tempo para escrever sobre Breaking Bad. Porque nenhum dos principais sites/blogs nacionais sobre séries faz menção a esta que talvez seja a melhor coisa em exibição atualmente. E garanto que as (poucas) pessoas que vêem a série, concordam comigo.


Se você nunca ouviu falar, Breaking Bad é sobre Walter White, um professor de química que, ao descobrir que tem câncer, usa seu conhecimento para produzir metanfetamina e, com a venda, deixar uma boa grana pra sua esposa grávida e seu filho adolescente. Conta com a ajuda de Jesse Pinkman, seu ex-aluno, usuário e pequeno traficante local, formando uma improvável dupla que se mete em enrascadas cada vez maiores, seja graças aos perigos envolvendo o mundo do tráfico, a ambição e ganância crescente dos protagonistas, ou mesmo a dificuldade em esconder tudo isso da família de Walt, que inclui ainda sua cunhada e o marido, um agente do DEA (divisão da polícia encarregada dos narcóticos) que logo se interessará por esta nova mercadoria que tem afetado o tráfico local. E neste processo, Walt ainda tem que lidar com sua doença, a proximidade da morte, os tratamentos que prometem longevidade, etc.


Drama, suspense e humor se alternam com extrema desenvoltura nesta incrível série, que teve uma boa 1ª temporada (com apenas 7 episódios, devido a greve dos roteiristas), mas que alcança status de obra-prima no seu 2º ano, com 13 episódios de cair o queixo, que chamam a atenção não apenas pelas qualidades que toda grande série de TV deve ter (roteiros inteligentes e redondos, mais grandes atuações), mas também por se juntar a um seleto grupo de programas (Sopranos, Deadwood, Mad Men, por exemplo) que preza pelo esmero da produção, tanto dos aspectos técnicos da dramaturgia (a fotografia e o som tem enorme valor dramático em Breaking Bad), quanto no desenvolvimento de personagens densos e complexos.


Talvez a grande sacada de Breaking Bad seja essa capacidade de unir elementos de gênero que agradam ao grande público (suspense, tensão e adrenalina são presenças constantes nos episódios) a uma trama indigesta, uma verdadeira descida ao inferno de um homem comum que se envolve com as coisas erradas pelos motivos certos, chegando a um ponto onde a moralidade se torna algo complicado demais e as consequências de seus atos são sentidas a longo prazo, afetando as vidas de quem quer que cruze seu caminho. Isso tudo embalado em um cuidado e brilhantismo técnico que estamos mais acostumados a associar ao cinema de grandes cineastas e não a produções televisivas. Mais do que contar uma grande história, é a forma como se conta que faz a diferença.




São dois os grandes responsáveis por fazer Breaking Bad funcionar maravilhosamente bem: Vince Gilligan, o gênio perverso por trás de tudo, não só criou o conceito, como é o roteirista de todos os episódios da série. Gilligan (um dos produtores e roteiristas de Arquivo X) tem um senso de humor doentio, responsável pelas risadas nervosas que ocasionalmente surgem com as situações e personagens inusitados que cria, mas sem nunca diluir o drama e a seriedade dessa jornada infernal vivida pelo protagonista. E a série segue um rumo vertiginoso, imprevisível, sempre dois passos à frente do espectador, dando uma saudável sensação de que Gilligan sabe o que faz e onde quer chegar com esta história. E o que ele quer é sempre muito bom.


O outro responsável, claro, chama-se Bryan Cranston, o genial ator que dá vida a Walt. O trabalho de Cranston é complicadíssimo, pois o protagonista não é dos mais agradáveis, mas ele consegue dar vida às múltiplas facetas de personagem tão complexo, e suas ações (demasiadamente humanas) são muitas vezes condenáveis, algo que poderia causar rejeição do espectador. É fácil lembrar de James Gandolfini (Sopranos) e Michael C. Hall (Dexter), também atores que deram vida a protagonistas de condutas reprováveis. Mas Tony Soprano sempre esteve inserido no mundo do crime e da violência, e Dexter Morgan sempre foi um sociopata. No caso de Walter White, é um homem comum que sofre as consequências de suas próprias escolhas a partir do momento que descobre ter uma doença terminal.


Neste sentido, o caminho é exatamente inverso ao de Dexter: enquanto este último segue uma trajetória rumo à normalidade (e, no percurso, lamentavelmente o personagem vem sendo suavizado pela série), Walt se afunda num lodo moral, um caminho sem volta que Gilligan pinta em tons tragicômicos, dramático quando necessário, e sempre tenso pela imprevisibilidade dos rumos que toma. E a empatia só surge graças às sutilezas de Cranston - nos silêncios, nas explosões de raiva, no olhar afetuoso em direção à família, trabalho que não à toa venceu o Emmy por dois anos consecutivos e não seria absurdo pensar numa terceira vitória (mesmo se tratando da categoria mais acirrada da premiação) com esta brilhante terceira temporada.




Há muito mais a se falar desta fantástica série, em especial o elenco: se Cranston pode brilhar desde o início, a série se torna generosa com seus coadjuvantes Aaron Paul (Jesse), Anna Gunn (Skyler, a esposa de Walt) e Dean Norris (Hank, o cunhado agente do DEA), que aos poucos ganham espaço com participação intensa dentro da trama. Além de novos e interessantes personagens que surgem no decorrer da série, encarnados por atores à altura da tarefa - mais especificamente Bob Odenkirk e Giancarlo Esposito.


Tentarei discutir estes e outros aspectos em outro texto, sobre a atual temporada (a quatro episodios do final). Mas se você ainda não conhece Breaking Bad, veja o quanto antes. Poucas coisas são tão estimulantes e mantêm um nível tão alto em todos os seus episódios.




Hélio Flores

twitter.com/helioflores

domingo, 16 de maio de 2010

[LOST] 6x15 Across the Sea

por e.fuzii
Bom, sinceramente não sei mais como lidar com você, Lost. Se posso me apropriar de uma comparação feita por uma amiga ainda no início da terceira temporada, minha relação contigo é como num casamento ruim (e nem precisei ser casado para perceber isso). Nessa semana, é com muito pesar que anuncio que estou pedindo divórcio. Busco uma separação amigável, após tantos momentos incontestáveis de felicidade vivendo ao seu lado. Afinal, depois de elogiar o episódio anterior por finalmente nos levar para uma direção correta, revelando os reais planos do Homem de Preto e estabelecendo-o como o grande oponente da temporada, nesta semana fomos desviados novamente do caminho quando voltamos centenas de anos para acompanhar o nascimento de Jacob e o Homem de Preto -- que ainda sem ter seu nome revelado já parece virar paródia dentro da própria série. Como se Lost ainda pudesse se dar ao luxo, tendo personagens completamente devastados para amparar e toda uma realidade alternativa para explicar, de colocar todos os personagens regulares de lado e passar 45 minutos acompanhando uma história linear das duas entidades introduzidas na última temporada. Ou pior, transformá-las em mortais cheios de falhas, sendo que na primeira conversa entre os dois, sentados na praia, ambos demonstram claramente uma enorme distância ao falar dos humanos que chegariam na Black Rock. Ou ainda pior, executar tudo isso com base num roteiro raso e com atuações beirando o ridículo.
Confesso até que tive muita boa vontade com o episódio e só fui mesmo perder qualquer esperança que ainda restasse quando Jacob deu "descarga" no seu irmão na caverna de luz, que acabou assim condenado a virar fumaça por toda eternidade. Acho que o mais grave de um episódio lidando apenas com mitologia estar posicionado a essa altura, como antepenúltimo de TODA a série, é que os produtores tentam reforçar sua importância. Mas apesar de todo esforço, sua importância é aparentemente nula, o que me fez lembrar bastante daqueles episódios anexos de Battlestar Galactica, que poderiam até adicionar certa perspectiva à série mas eram tão dispensáveis que acabavam lançados fora da temporada regular. Aliás, o grande tema encontrado em BSG, constatando que "tudo isso já aconteceu e voltará a acontecer", encontra paralelos também em Lost através desse ciclo que parecem condenados todos aqueles que um dia pisaram na Ilha. Bebês sequestrados e criados por outra mãe, a desconfiança daqueles eternamente conhecidos como Outros, a purgação de um grupo em nome de um bem maior, condutas morais transmitidas de geração em geração, as regras de um jogo que não permite a eliminação de um ao outro, os homens de fé opostos aos homens da ciência. Mesmo que todas essas questões fossem levantadas no decorrer do episódio, pouco me interessam quando relacionadas ao que ocorreu num passado ainda remoto, afetando personagens sem qualquer apelo. Existem dezenas de outras maneiras de dar conta dessas questões, por exemplo, ao tratar do destino de Aaron ou o sentido dessas regras quando aplicadas ao relacionamento entre Widmore e Ben. Como já disse, minha única exigência é uma conclusão digna para aqueles que realmente importam nessa história, não acabando descartados como Sayid foi no episódio anterior. Além disso, diante das resoluções apresentadas em "Across the Sea", não seria demais esperar também que Jack, o homem da ciência que foi convencido a trilhar os caminhos da fé, sobrasse como o próximo guardião da Ilha e assim fosse recompensado por sua jornada redentora. Na minha opinião, é preocupante essa tentativa de encontrar um lugar comum e conciliar as expectativas de seus espectadores, como esse episódio parece sugerir. Ironicamente, neste momento a relação entre devotos e descontentes, que já não era das melhores há algum tempo, atingiu níveis de intolerância nunca antes vistos. A principal razão para isso é que a complexidade da trama, sempre proporcionando uma interpretação ambígua de seu público, foi de uma vez por todas reduzida a uma questão de venerar uma energia luminosa dourada.
Ultimamente, um dos argumentos mais usados por aqueles que tanto defendem Lost, toma como base a tese de que essa história não é minha, não é sua, mas sim desses produtores e roteiristas. Isso me parece no mínimo contraditório, ainda mais para quem tanto preza pela capacidade da série de levantar discussões. Até porque os produtores estão ganhando seu dinheiro de qualquer maneira, agradando ou não. Mas para quem tanto se orgulha de planejar a série desde o início e ainda ter quatro anos para calcular seu desfecho, fica difícil depositar qualquer tipo de confiança a partir de agora. Se eles estivessem determinados mesmo a manter seus mistérios, não teriam dado tanta ênfase em estruturar todo um episódio para revelar as identidades de Adão e Eva, que aparentemente não devem ter relevância alguma para a trama. Então, sinto dizer mas eles sucumbiram aos apelos daqueles que assistem aos episódios com uma lista de perguntas ao lado, riscando cada uma conforme são respondidas. Além disso, não consigo valorizar essa tentativa de explicar aquilo que é profundamente abstrato, como no caso do que alguns consideram milagre ou destino e outros encaram como acaso ou sorte. Se essas são questões que regem nossas próprias vidas, não seria uma série de televisão, por mais importante que fosse, que seria capaz de esclarecê-las com sua mitologia quase bíblica. Afinal, se a intenção era responder seus mistérios com base em metáforas, acabaram falhando vergonhosamente, como prova o já citado caso da caverna com a fonte luminosa. Um elaborado mistério é muito mais instigante do que qualquer explicação rasteira. Mas disso os produtores deveriam saber até melhor do que eu, até pelas próprias palavras da Mãe alertando que qualquer pergunta assim respondida, apenas geraria ainda mais perguntas.

Fotos: Reprodução.

e.fuzii
twitter.com/efuzii

[Melrose Place] S01E14 - Stoner Canyon

por Rafael S


Com a saída de Violet e Auggie da série, o condomínio ficou um pouco mais vazio. Mas essa calma não durou muito tempo, já que esse episódio marcou a chegada do novo morador, Drew Pragin (Nick Zano, de Premonição 4), que ocupou o antigo apartamento do cozinheiro. Portando sua guitarra e amplificador, já chegou chamando atenção no 4616, em especial a de Lauren, irritada com todo aquele barulho. mas é claro que esse não seria um fato isolado, e em um desses grandes acasos da ficção, ele calhou de ser também o mais novo interno transferido para o hospital onde trabalham ela e o doutor Mancini. E é claro que o fato dele interagir tanto com Lauren, no condomínio e no ambiente de trabalho não será por acaso: contagem regressiva para a implicância entre os dois se transformar em uma tensão sexual. Drew é daqueles bem humorados, sem com uma piadinha na ponta da língua, mas resta saber se ele manterá o estilo palhaço quando se envolver nos mil e um rolos pesados da turma do condomínio.

A começar pela própria Lauren, que viveu muitas emoções para um episódio só. Além do seu contato com Drew, ela descobriu que toda a dívida da faculdade foi paga por um doador misterioso. O que lança um novo mistério na série: terá David voltado ao crime para conseguir dinheiro para pagar a dívida dela? Ou quem sabe Amanda, que pode ter interesses secretos com a jovem interna? Mas definitivamente não deve ser o Michael, pelo próprio desenrolar do capítulo, onde ele acabou descobrindo a profissão secundária de Lauren ao solicitar os serviços de uma prostituta para Wendi. E é claro ele usaria um segredo desse a seu favor, e começou a traçar sua vingança contra David, chantageando a jovem a sabotar seu relacionamento. Era muito óbvio desde o início que era uma questão de tempo até o segredo de Lauren ser descoberto por alguém, mas ao ser Michael Mancini essa pessoa adicionou um grau de periculosidade muito maior às consequências que podem vir daí, principalmente por estar com todo o ódio do mundo de David.

Esse ódio veio da confirmação daquela suspeita que já havia sido plantada alguns episódios atrás: David é o pai de Noah. E tendo se envolvido com a polícia e perdido sua mulher (Vanessa) em tão pouco tempo, descobrir que Noah não era seu filho, e sim seu neto, foi a gota d'água para o médico. E agora, com Lauren em suas mãos, ele tem toda a munição para fazer da vida do filho um inferno. Eita família complicada - não satisfeitos em dividir a finada Sydney, pai e filho tinham que se envolver com Vanessa! Com tanta mulher disponível no mundo...



Enquanto isso, em subtramas muito menos interessantes, Amanda Woodward descobriu que estava falida. Sim, toda a exuberância da WPK era apenas uma faixada agora. E para piorar, ela visivelmente não está lidando bem com seu namorado Ben. Depois do flertar com Ella no capítulo anterior, agora ele resolveu arrastar sua asa para cima de Riley, financiando seu projeto e fazendo alguns convites de viagens levemente indiscretos. E esse fracasso profissional e amoroso desestabilizou Amanda, que começou a demonstrar uma certa síndrome do pânico. O problema é que a Heather Locklear não ajuda, não conseguindo imprimir todo o medo da personagem. Parece que ela se acostumou a representar a Amanda do jeito arrogante de sempre e esqueceu de investir em seu lado frágil.

E um fato que seria destaque nos episódios anterior, acabou infelizmente não tendo muito impacto aqui: Jonah enfim conseguiu vender o roteiro de seu filme, Living in Reverse. Comemoração no bar, alegria, divulgação na mídia (até na Variety? E no Hollywood Reporter? Ella tem contatos importantes) e a busca por um elenco. Tudo bem promissor...se o fantasma Riley ainda não assombrasse o rapaz. O personagem parece estar destinado a carregar esse fardo para sempre, pois parece que esse cordão umbilical dos dois nunca vai ser cortado. Desta vez, o ator dos sonhos de seu roteiro, Owen Anderson, decidiu fazer um estudo de campo e conhecer mais da outra metade do casal que inspirou o roteiro, ou seja, Riley. E daí para os sentimentos falarem mais alto e o barraco ser armado na frente do ator foi apenas uma questão de tempo. Riley discutindo com Jonah, Riley discutindo com Ella, tudo isso regado à toda aquela dor de corno esperada. Mas pelo menos o roteiro não deu para trás, e tudo isso serviu para o jovem cineasta sair mais decidido a ficar com Ella, esquecer a professora, e por tabela, reescrever o final de seu roteiro semibiográfico. Espero que essa mudança na ficção tenha sido o gatilho para ele tomar um novo rumo na vida real.



A grande responsável por puxar esse capítulo para cima foi Lauren. Todas as tramas que a envolvem funcionaram dessa vez, e seus envolvimentos com Michael, David e Drew renderam bons momentos, além de deixarem bons ganchos para os próximos episódios. Por outro lado, Amanda esteve muito deslocada, o que é ainda mais grave por ela estar morando no condomínio e ainda assim interagir muito pouco com os outros personagens principais. Ainda assim, como bom otimista, gostei de Drew em apenas um capítulo render mais do que Auggie vinha rendendo, e novas adições desse nível são sempre bem-vindas.

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Rafael S
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sábado, 15 de maio de 2010

[90210] S02E14 - Girl Fight

por Rafael S


Embora normalmente apele para simbolismos não tão explícitos, o título do episódio dessa semana de 90210 é bem claro e direto: Girl Fight. E para todos que viram os promos dessa segunda metade da temporada já sabiam quem seriam as envolvidas nessa briga. Lutando para sustentar um namoro baseado apenas em sexo, Naomi tomou uma daquelas atitudes desesperadas e pediu ajuda logo para Ivy. Ivy, aquela que abdicou de Liam e entregou-o de bandeja para a loura e que vem sofrendo calada desde então. Então ao colocá-las juntas com Liam, num programa a três, era pedir para sair confusão. E assim Ivy aproveitou para sacanear a patricinha na frente de Liam, utilizando a total falta de intimidade de Naomi com qualquer coisa que envolva exercício físico e natureza (recurso já meio gasto, por sinal). E ali foi instaurado o clima de guerra.

Mas o "auge" foi o encontro das duas na praia - e das ameaças verbais, partiram às vias de fato. E lá foram as duas rolando na areia, puxando o cabelo uma da outra. Claro que tudo num tom leve, coerente com a própria trama envolvendo as duas. E só depois disso que o Liam foi notar a tensão instaurada no trio, e num raro momento de maturidade, Naomi jogou na cara dele o descompasso que marcava o relacionamento deles. Ou seja, o cenário perfeito para o namoro dos dois ir por água abaixo...mas eis que do nada Liam, no final do episódio resolveu voltar para os braços dela! Uma sobrevida muito forçada para esse relacionamento fraco, fraco, que definitivamente não me empolga nem um pouco. Agora é esperar para ver quando os dois irão brigar novamente - não duvido nada que já seja no próximo capítulo. Pelo menos a cena deles reatando foi ao som de Lykke Li - Let it Fall, ótima música que linkei no fim do texto.

E mais uma vez Ivy sobrou, restando a ela ir chorar (quase que literalmente) no colo da mãe - e o que seria apenas mais uma cena, tomou contornos interessantes, pois sua mãe era a mesma mulher que havia conhecido, dado em cima e transado com o professor Ryan. Sim, retornando da sua dor de corno, ele foi afogar as mágoas em um balcão de bar, e lá conheceu Laurel, essa ex-groupie, bastante liberal, que calhou de ser a mãe de Ivy. Um adição inesperada à série, que anda com o núcleo adulto bem enfraquecido.

Enquanto isso, o casal de mentirinha (Annie e Jasper) continuou fingindo estar junto, tudo graças a muita ameaça e chantagem. Jasper ainda se mostrou mais bipolar que nunca - em um momento, perdeu o controle, esmurrando a mesa onde jantavam. depois, em uma tentativa vergonhosa tentou convencê-la a transar de novo com ele (como se a falta de sexo fosse o problema do casal!). No dia seguinte, arranjou uma foto do carro avariado de Annie no dia do atropelamento, mostrando mais uma vez o seu lado cruel. Mas no fim do capítulo, lá estava ele pedindo desculpas, desistindo de toda a chantagem em nome do amor (???). Mais instável impossível, se continuar assim, em breve ele estará mantendo-a em cativeiro e pedindo desculpas ao mesmo tempo. E nesse turbilhão de emoções, Annie ficou mais perdida que nunca, o que acabou influenciando a Shenae Grimes, que depois de vir se saindo substancialmente melhor nessa segunda temporada do que na primeira, voltou a derrapar aqui, estando muito mal em algumas cenas. Mas pior que isso é vislumbrar que ela será traída pelo salvamento automático do Word. É mole?



E finalmente Dixon deixou de canalhice e resolveu contar a verdade sobre Silver para Teddy. Claro, não antes dele ter sido desmascarado por ela, que descobriu que Savannah era irmã de Teddy, e que Dixon sabia disso o tempo todo. E assim ele voltou ao seu merecido ostracismo amoroso, que tem sido uma sucessão de movimentos errados e fracassados há um bom tempo. Por outro lado, sua mãe biológica foi bater em sua porta, o que deve movimentar bastante a família Wilson nos próximos episódios, ocupando a mente do garoto o suficiente para esquecer Silver, que resolveu arriscar de vez e começar a namorar com Teddy. Mais um casal formado - mas como é de praxe nessas séries adolescentes, até quando?

E no novo núcleo homossexual da série, Gia se mostrou visivelmente caidinha por Adrianna, dispensando sua ex-namorada, que lhe implorou para reatar, para começar a investir na morena. Ade pareceu bem alheia a tudo isso por enquanto, vendo Gia apenas como uma amiga, onde ambas estão recém-saídas de relacionamentos fracassados e curtindo a dor do momento juntas. Não vai demorar para a ruiva investir pesado, e não creio que Ade irá oferecer muita resistência - o sumiço de Navid esse episódio pode até ter sido proposital, para deixar a personagem menos associada a ele, livre para curtir seu novo momento. O que vocês acham?



Girl Fight foi um episódio bem leve, e com muitos momentos insólitos, de um arranca-rabo na praia, até a confissão salva no laptop, mas curiosamente o momento mais promissor para mim foi a introdução de Laurel, gosto de ser surpreendido com movimentos assim. Mas nem precisava disso tudo, só por ter desfeito os planos toscos do Dixon, o capítulo já valeu a pena.



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Rafael S
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sexta-feira, 14 de maio de 2010

[Spartacus: Blood and Sand] S01E08 - Mark of the Brotherhood

por Rafael S


Com Spartacus deixando seu passado para trás, era natural que sua fama nas arenas disparasse e sua lenda começasse a ser construída entre o povo de Cápua. Assim, sua glória continuou, para felicidade de uns (Batiatus) e ódio de outros (Ilhityia). Mas como o tempo passa, e o ludus necessita de não apenas um mas vários gladiadores em seu plantel, chegou a época de uma nova leva de escravos chegarem ao ludus, e tentarem ganhar a marca da irmandade ao qual o título se refere, a marca dos gladiadores de Batiatus.

Esses novos candidatos, lutando por suas vidas e para se tornarem gladiadores, marcaram o início de um novo ciclo no ludus. Interessante ver aqueles novos personagens passando pelas mesmas dificuldades e desafios que Spartacus passou assim que chegou, e ver o herói em uma posição bem diferente agora gozando de fama e prestígio. E até por isso acaba pegando "leve" com os novatos (tendo em vista, claro, a noção de leve na vida naquele local), por ter a consciência deles estarem trilhando um caminho que já foi seu. E dentre esses novos candidatos a gladiadores (além, é claro, daqueles que só estavam ali para morrerem devido a demanda de cenas de violência da série) se destacaram os irmãos alemães Duro e Agron, e o gaulês Segovax. Este curiosamente ganhou destaque imediato pelo seu...dote. Sim, o tamanho de sua "ferramenta" foi capaz de deixar todas as mulheres da série estarrecidas, em uma cena engraçada, embora não tenha certeza que esse tenha sido o objetivo dos roteiristas com ela. E com seu grandioso dote, ele fisgou Ilithyia instantaneamente, e ela o adquiriu como seu escravo. Mas claro que o que menos a interessa são as batalhas na arena, e sim seus jogos de sexo e poder.

O roteiro desse episódio foi construído de modo um pouco diferente dos anteriores. Aqui, Spartacus aparece mais como um coadjuvante, como que seu "endeusamento" criasse um distanciamento do personagem não só no universo da série, mas também com o espectador. Assim, ele acaba se tornando um objeto digno da atenção de diversos personagens: um bravo guerreiro, exemplo para os novos candidatos a gladiadores, inclusive Segovax; um rival para Crixus, finalmente com a saúde restabelecida, mas ainda sem a habilidade de antes; e uma pedra no sapato de Ilithyia, que depois de demonstrar seu desgosto por ele em vários capítulos, resolveu partir para decisões extremas para livrar-se dele.

O encontro frente a frente entre Ilithyia e Spartacus, recheado de tensão, foi um dos melhores momentos do episódio. Ali deu para notar toda a raiva que ela sentia do trácio, todo e seu desejo de destruí-lo. Uma fúria tão grande que seu descontrole transpareceu para Lucretia e suas outras amigas. E em sua jogada mais vil, ela ordenou a Segovax que assassinasse Spartacus em troca da liberdade. E assim os destinos de Spartacus e Segovax se cruzaram prematuramente pela última vez. O gaulês até parecia um homem honrado, mas naquele mundo cruel, a liberdade era um bem valioso demais para deixar passar.



E assim a tragédia foi orquestrada, e um triste fim se desenhava para Spartacus. Mas ele não contava com a interferência, quem diria, de Crixus. Este não vivia momentos fáceis - embora recuperado, com certeza preferiria ter tombado na arena contra Theokoles, afinal o ludus definitivamente não era mais o mesmo: toda sua fama e glória havia escorrido para o ralo, e Spartacus, que só havia sobrevivido graças a seu quase sacrifício, havia tomado seu lugar como o grande gladiador do local. Para piorar, seu maior companheiro não estava mais ali (Barca, cuja morte ele ainda desconhecia) e o tempo no leito da morte havia enfraquecido seus músculos, e seu estado atual estava longe do seu auge. E esse último ponto ele descobriu da pior forma possível, ao ser humilhado em luta pelo trácio na frente de todos do ludus - escravos, gladiadores, guardas, Dominus e Domina. A gota d'água para Batiatus decidir vendê-lo de vez para outro ludus, considerando-o um peso morto entre seus gladiadores. O ponto mais baixo em sua carreira, contando apenas com Naevia ao seu lado lhe apoiando. Mas o destino quis que ele presenciasse o ataque de Segovax a Spartacus, e quando viu seu grande adversário prestes a morrer, não hesitou em decidir ajudá-lo. E em mais uma dessas grandes ironias da vida, Crixus mais uma vez salvou Spartacus da morte.

E por mais que não percebesse, essa foi justamente a segunda chance que ele estava precisando. Ao salvar o trácio, conseguiu fazer com que Batiatus visse que ele ainda não estava acabado e desistisse da sua venda. E mais que isso, conseguiu voltar aos olhares de Spartacus, que agora devia sua vida a ele. E assim começou a nova jornada de Crixus, renascido das cinzas. Por mais que tivesse todos os motivos para deixar Spartacus morrer, seus valores de gladiador falaram mais alto, e ele seguiu a máxima de "mantenha seus amigos perto e seus inimigos mais perto ainda", como se naquele ato garantisse a sobrevivência de Spartacus até a próxima vez que se cruzassem na arena para uma revanche.



E no meio disso tudo, o pior sobrou para Segovax. Embora parecesse tão promissor, teve sua trajetória encerrada prematuramente ao cair nas mãos ardilosas de Ilithyia, mas ainda assim, não revelou que ela era a mandante do atentado, nem mesmo após ser crucificado e castrado, naquela que sem dúvida foi a cena mais forte da série até agora (e olha que a concorrência é grande). Mais uma vez Spartacus: Blood and Sand levando o fator choque ao limite. E envolvido nas teias de Crixus, determinado a trilhar seu retorno ao topo, e de Ilithyia com seus planos frustrados, Spartacus dormiu para viver mais um dia, mas ciente que os perigos espreitam em todos os cantos, quer seja ele um escravo ou um renomado gladiador.

Fotos: Reprodução



Rafael S
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segunda-feira, 10 de maio de 2010

[LOST] 6x14 The Candidate

por e.fuzii
No episódio anterior, depois de todos os principais personagens terem se reunido no mesmo grupo, acompanhamos uma visão geral dos acontecimentos da realidade alternativa, sem focar em nenhum personagem especificamente. Naquele momento, reclamei dessa quebra de estrutura no meio da temporada, mas entendo que de agora em diante todos os episódios precisam carregar a mesma urgência de um final de temporada. Por isso, enquanto desta vez as movimentações pela Ilha ocorriam num ritmo acelerado, acho estranho tanta cadência para retratar outra história do Jack alternativo, que com toda sua teimosia investigava a razão para John Locke não querer se submeter à cirurgia. É verdade que esse paralelo buscou fundamentar a noção de candidato, por Jack e Locke em situações (e realidades) totalmente diferentes terem de sacrificar seus ideais a caminho de uma superação. Mas apesar de Terry O'Quinn ter mais uma chance de mostrar seu talento ao revelar o pesado fardo que deveria carregar pelo resto da vida, a sensação era de tempo perdido enquanto Jack buscava ajuda de Bernard, visitava Anthony Cooper ou encontrava Claire pelos corredores do hospital. Restando agora tão pouco tempo para o final, eram minutos que não mereciam ser desperdiçados assim, com base nas já manjadas conexões entre esses personagens.

Até porque nessa intensa jornada do grupos pela Ilha, o roteiro corria deixando imensos buracos pelo caminho. Agradeceria se alguém pudesse me explicar, por exemplo, o motivo de tanto fascínio pelas jaulas de urso da Hydra, além do próprio Sawyer lamentar que todos estariam fadados a andar em círculos. Basicamente, é o que vemos na primeira metade do episódio com a indecisão entre seguir os passos do Homem de Preto ou sabotá-lo de alguma forma; tentar fugir de avião mas acabar embarcando no submarino e assim por diante. Já há algum tempo que esse roteiro manipulando convenientemente grande parte dos personagens não vem me agradando, e desta vez não foi diferente. Se Widmore surge determinado até a matar Kate se fosse preciso para proteger os candidatos, ele logo desaparece quando UnLocke consegue resgatá-los. Então, seus capangas, que deveriam ao menos representá-lo, passam a servir de meros obstáculos no caminho dos planos do Unlocke. Essa omissão de informação é o que mais vem prejudicando essa temporada na minha opinião e às vezes tenho a impressão que Widmore aparece sempre "atrasado" em relação ao UnLocke, obviamente porque só ele contracena com os principais personagens. Mas pelo menos seu plano ficou bem claro nesse episódio -- o que permite deduzir a razão de Widmore se opor também --, assim que ele mostra-se satisfeito em dizer adeus a todos os candidatos que submergiam cercados pela esperança de deixar a Ilha.

Mas a esperança é breve até que eles descobrem haver uma bomba relógio a bordo do submarino. Trata-se do truque final do Homem de Preto, que ainda sem poder eliminar ninguém, recorre a tentar induzí-los ao erro. Digno dos grandes momentos dramáticos da série, como nos finais de temporada envolvendo as estações Cisne e Espelho, a tensão se estabelece com todos ao redor da bomba, com Sayid sugerindo agir de forma prática, Sawyer tentando controlar sua impulsividade e Jack apostando na resignação. Mas se Jack tivesse ao menos tentado ser um pouco mais convincente, contando de fato o milagre que presenciou com os dinamites da Black Rock, talvez eles não precisassem chegar nessa situação tão extrema. Sawyer puxa o fio indicado por Sayid e repentinamente o contador acelera e deixa todos mais perto da explosão iminente. Resta a Sayid se sacrificar em prol do restante do grupo e assim terminar como herói, mesmo que para mim fosse um adeus um tanto quanto prematuro. Entendo que é quando somos lembrados da frágil condição desses personagens, que são, acima de tudo, sobreviventes nessa história. Mas Sayid merecia também uma preparação mais digna antes de sua despedida. Afinal, desde o início da temporada Naveen Andrews vem enfrentando um de seus momentos mais crítico na série, assim que passou a ser obrigado a vagar em estado zumbi por tanto tempo. Seu retorno instantâneo à velha forma nesse episódio não chegou a me convencer e também pareceu rasa demais as explicações sobre sua milagrosa ressurreição no templo. Além de tudo isso, sem saber o propósito a longo prazo dessa realidade alternativa, fica difícil se comover como uma morte que ainda não parece definitiva, mesmo que ainda acredite que eles serão obrigados a escolher "descartar" essa vida em 2004.
Esse também foi o principal motivo que me impediu de realmente ficar emocionado com a morte conjunta de Jin e Sun. Antes preciso até dizer que toda essa sequência no submarino é conduzida com imensa maestria por Jack Bender. Talvez sua última imagem do casal, com as mãos separando-se debaixo d'água, seja uma das mais poéticas a aparecer na série. Além dele, Michael Giachinno prova a cada oportunidade que não tem limites para sua genialidade, desde as inserções do barulho do monstro de fumaça durante a discussão ao redor da bomba, como também eternizando o momento de despedida do casal de coreanos. Contrariando a famosa frase proferida por Jack de que todos acabariam morrendo sozinhos, é interessante notar que a dúvida sobre qual dos dois Kwon seria o candidato ainda permanece, terminando assim unidos até no mesmo número. Minha única frustração é que o casal decidiu abandonar Ji Yeon, sem ao menos ponderar o destino da filha. Claro que essa indecisão aparece implícita na cena, até pelo casal ter relembrado minutos antes, mas desse jeito pareceu um recurso de roteiro para manter isso longe do caminho e assim não arruinar essa melosa promessa de união eterna. Pode ser também um problema (ainda que imperdoável) durante o corte final, até porque o próprio Lapidus acabou esquecido dentro do submarino pela edição do episódio.
Dessa forma, restando apenas Jack, Sawyer, Hurley e a ainda imortal Kate, curiosamente temos reunidos os mesmos personagens levados por Michael ao encontro dos Outros no final da segunda temporada. Se James condenava Jack até então por ter tomado a decisão que causou a morte de Juliet, dessa vez foi sua escolha que acabou matando outros três. Assim espero que os dois possam enfim colocar esse desentendimento de lado e agir em conjunto para enfrentar a ameaça do Homem de Preto. Esse parece ser o grande mérito do episódio, colocando nós todos novamente ao lado de Jack e seu grupo, diante daquela devastadora cena dos sobreviventes na praia. Apesar de Evangeline Lilly por falta de talento falhar ao tentar comover, temos Hurley não conseguindo conter o choro, que chega quase como um estampido em nossos ouvidos. Mas confesso que ainda me preocupa demais esse ritmo irregular tão perto do final da série, com os roteiristas perdendo até preciosas oportunidades de nos impressionar. Afinal, quem é capaz de discordar que seria extremamente intrigante decifrar por uma semana inteira o sorriso triunfal do UnLocke vendo a partida do submarino, se este tivesse vindo ao final de um episódio? Ou quem sabe, mesmo ao final de um dos blocos?

Fotos: Reprodução.

e.fuzii
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