segunda-feira, 30 de março de 2009

[FNL] Keep the lights on!

Já podemos engolir o choro porque finalmente a Universal confirmou a renovação de Friday Night Lights. Por mais duas temporadas de treze episódios acompanharemos os Lions e, claro, os Panthers durante as partidas de sexta-feira. Era dito que esse contrato só seria firmado depois que Kyle Chandler e Connie Britton confirmassem seu vínculo por todos os episódios. Decisão sábia. E a forma de exibição continuará a mesma: toda a temporada na Directv primeiro para depois chegar aos espectadores da NBC.

Boatos dão conta também que Lyla e Tyra seriam apenas convidadas durante a temporada e que teriam uma despedida igual às de Smash e Streets. Agora só resta esperar para que Taylor continue fazendo suas mágicas em campo e os roteiristas mantenham o alto nível para esses novos personagens e novas situações. Clear eyes!

e.fuzii

domingo, 29 de março de 2009

[Battlestar Galactica] "Daybreak" - Take 3

Após uma semana e os textos do Hélio e do Allan, não me resta muito o que escrever sobre essa despedida final da Galactica. Mesmo assim queria deixar esse último registro apenas como uma homenagem a essa série que tanto nos emocionou nesses últimos anos. Afinal, o principal foco da série sempre foram seus personagens, suas escolhas, suas personalidades e é isso que fazia criar em todos nós simpatia por alguns, ou antipatia por tantos outros. Mas o que mais impressionava era a dificuldade de dizer adeus para qualquer um deles quando ficavam pelo caminho. Apesar de desenvolver muito bem tantos temas distintos, Battlestar Galactica era acima de tudo um drama de guerra, com seus personagens sempre na tentativa de viver superando seus limites. Eles buscavam sobreviver, e o maior mérito da série sempre foi dar condições para explorar as consequências dessas suas decisões.

A opção de focar principalmente no psicológico da frota nessa última temporada conferiu um ritmo bem mais lento à trama, mas serviu também como ótima conclusão a tudo aquilo que foi proposto durante a série. Depois da revelação dos quatro cylons finais, que sempre estiveram infiltrados entre os humanos, muitos daqueles que por tanto tempo odiavam as "torradeiras" tiveram de aceitar sua própria condição (como Tigh) ou reconsiderar sua confiança (como Adama) e até seu amor (como Cally). Mas tudo isso conduziu à primeira tentativa de entendimento entre os povos, até sua chegada à... Terra.

Era onde todo esse grande drama de guerra merecia terminar: a tripulação se confraternizando por finalmente voltar ao seu lar, relembrando todas aquelas batalhas e superando tantas dificuldades pelo caminho. Mas por outro lado, encontrar o planeta devastado foi o que levou todos eles a encarar uma morte iminente. Morrer nessa guerra era tudo o que restava, porque a esperança já se fora. E presenciamos suicídios, tentativas de rebelião e até condenações de morte para reestabelecer a rotina da frota. Até mesmo a líder Roslin desiste de resistir ao inevitável e passa a desfrutar dos poucos momentos que lhe restavam. Essa reta final pecou, assim como na temporada anterior, por se preocupar demais com o final do túnel, servindo como grande preparação para o episódio final.

Aidna assim, Battlestar Galactica sempre trouxe finais de temporada emblemáticos. Meu favorito ainda é o da primeira temporada quando Boomer é acionada e Adama passa a correr risco de vida. Já o da segunda, quando se instalam em New Caprica, também deve ser lembrado por permitir o arco de história mais interessante da série (já no começo da terceira temporada). Sentia que esses últimos episódios de Battlestar Galactica caminhavam para um final apoteótico, devido ao tanto de angústia e tensão que carregavam. E mesmo que a batalha final na fortaleza Cylon tivesse sido de encher os olhos e a Galactica fosse bombardeada a ponto de me segurar na cadeira, acho que esse confronto merecia um final melhor do que o encontro de todos no CIC. É verdade que ainda dependeu das decisões dos personagens, principalmente quando a repentina raiva de Tyrol quase coloca tudo a perder, mas eram merecidos certos sacrifícios pela deprimente situação que chegaram até aqui. E olha que nem sou avesso a finais felizes.

Talvez o que tenha dividido mais opiniões sejam essas soluções de última hora para tapar os buracos na extensa mitologia da série. Desde que um episódio inteiro foi gasto com Anders vomitando explicações das origens dos cinco cylons finais, já esperava que esses mistérios não seriam revelados de forma satisfatória. Mas mesmo assim fiquei espantado pela cena da Opera House, o destino de Starbuck e os anjos que conduziam Gaius e Caprica Six serem reduzidos a um conveniente deus ex machina. Sei que a vida é cercada de milagres e fatos inexplicáveis, e acho ainda que Daniel poderia fazer parte desse complô para unir os dois povos (ou seja, que de certo modo é um final ambíguo), mas que isso mostra um tanto de falta de criatividade dos roteiristas, não posso negar. Ficou parecendo uma grande obra divina, ainda que deveras amoral.

Mas sinto-me feliz por ter acompanhado toda essa jornada. Por através da Galactica passarem tantos assuntos delicados a discutir como a política, a fé, as diversas formas de preconceito, o militarismo, ataques terroristas, etc., sem nunca ter sido vítima de protestos por parte das pessoas com coração mais fraco. Até porque, além de ser a série original de 78 reimaginada, Battlestar Galactica apostava sempre em paralelos, como se fosse de fato uma reimaginação da própria humanidade. Por isso, ainda sinto uma certa frustração pelo real e o imaginário terem se misturado de fato em seu final. Também não vejo com bons olhos que esquecendo de suas origens, estamos perto de "tudo isso acontecer novamente". O alerta poderia ser mais sutil, principalmente depois de acompanhar tantas tentativas de aceitação entre humanos e cylons.
Apesar de tudo isso, o final foi digno porque resolveu explorar esses personagens. Quando vemos Tigh e Ellen finalmente andando nos largos campos verdes, tentando entender as motivações de Tyrol em procurar viver solitário. Quando vemos Starbuck percebendo que sua missão chegou ao fim, se despedindo de Anders para depois dar adeus a Lee, sem nunca encontrarem um final feliz. Quando o próprio Lee decide abandonar a tecnologia em prol de um recomeço, colocando de lado qualquer diferença. Quando Adama leva Roslin para seu passeio final, e promete contruir a tenda onde ela agora descansa em paz. E claro, quando o cientista Baltar finalmente se rende ao sentimento do amor, tanto a Caprica Six quanto ao seu pai. Todo esse emocionante desfecho pontuado por flashbacks de suas vidas anteriores à destruição de Caprica, que só serve de prova que esses personagens ainda poderiam ser desenvolvidos por dezenas de temporadas. E assim eles serão lembrados, por anos e anos até que uma nova reimaginação surja, seja novamente no espaço ou em terra firme.

So say we all!

Só um adendo: gostaria de homenagear também o excelente compositor Bear McCready, que quase virou personagem da série após "All Along the Watchtower" ganhar função na trama. Mas sua competência vem há tempos, sempre carregando de emoção cada uma das cenas da série. Vale a pena visitar seu blog, onde ele documenta todo o processo de criação da trilha sonora, além de oferecer suas próprias análises sobre Battlestar Galactica.

e.fuzii

sexta-feira, 27 de março de 2009

[CRIMINAL MINDS] 4x19 "House on fire"




Depois de um episódio tão bacana quanto o 4x18, e considerando-se o ritmo dessa temporada, eu não podia, realmente, esperar muito desse 4x19. Episódio mediano, sem altos e baixos, sem nada a destacar como 'muito bom' ou 'muito ruim'.





Um incendiário em um surto criminoso, numa pequena cidade, já fez 31 vítima e precisa ser detido. Para tanto, a principal tática é analisar a vida das vítimas para, por meio de algum 'esqueleto no ármario', chegar a quem pode motivo para vingança.


Para essa missão, ninguém melhor do que Garcia. Ela que é capaz de esmiuçar todas as informações constantes de qualquer arquivo, qualquer rede. Dito e feito: ela logo chega ao nome de um rapaz que havia sido escorraçado da cidade (não sem antes ter sido espancado) sob a suspeita da prática com sua irmã. A orfandade na primeira infância os unira de tal maneira, que seu 'mapa do amor' (palavras do Reid) fora afetado em definitivo. Quer dizer: a irmã era tudo que lhe sobrara, seu único objeto de amor. Só tendo ela a amar, direcionou à irmã toda forma de amor, não apenas a fraternal. E precisava se vingar da cidade que os afastou e do homem que ele enxergava como rival.

O sorisso do unsub para sua irmã.


(Só para constar, eu sempre sou mais condescendente com os unsubs que são movidos pelo amor, por mais doente que seja a forma de amar. Não consigo achá-los tão desprezíveis quanto pedófilos, torturadores e sádicos de todos os gêneros. Eles se desvirtuaram em algum ponto do caminho; talvez pudessem ter sido salvos com algum tipo de terapia, de apoio, de tratamento, sei lá. Mas eu sei que sou condescendenete demais, às vezes.)




Ele foi pego, ela foi salva. A equipe teve participações equilibradas na condução da investigação, tudo certo. Nada a ressaltar.



Mas Garcia merece, sim, uns parágrafos a mais. Ela se incomodou muito com a missão de que Hotch lhe incumbiu. Investigar a vida pessoal de pessoas em busca de seus podres, e ainda tentar prever suas ações, não é com ela! E ela deixa bem claro que não é uma profiler, que sua intuição funciona bem com informações, não com pessoas! Ela se sente mal no papel da inquisidora em busca dos pecados do mundo e quer ter o direito de continuar a buscar apenas os que as pessoas tem de melhor. Mais do que louvável!

Hotch, a caminho da cena que valeu o episódio.


E isso nos rendeu a cena mais significativa do episódio, na minha opinião. Ao final, Hotch e ela conversam, ela expõe como se sentiu e ele, genial, a acolhe da maneira mais encantadora. Sem precisar de sorrisos ou de palavras doces, que não são seu estilo, ele deixa a 'Garcia' de lado, e a chama de 'Penélope'. Quando, qual outro membro da equipe foi merecedor de tamanho carinho do Hotch?? (Emily? Spencer? Derek? Jennifer??) E ela é a única que sempre o chama de 'sir'!



Penelope, boquiaberta diante da ternura de Hotch.

Até o 4x20.


Célia Kfouri.


P.S. Um episódio inspiradíssimo quanto às citações. Ambas merecem destaque.

1. "We all live in a house on fire, no fire department to call; no way out." (Tennessee Williams)

2. "I have loved to the point of madness. That which is called madness, that which to me is the only sensible way to love." (Françoise Sagan)

[LOST] 5x10 He's Our You

Agora posso dizer que a confusão está completa. Não escrevo isso no sentido de uma crítica, mas constatando os rumos que a série resolveu tomar e provavelmente o motivo de afastar um público que nunca mais conseguiu recuperar -- público este que talvez retorne através dos DVDs para a última temporada. O grande exemplo é esse episódio em que Sayid, preso (literalmente) nos anos 70, tem flashbacks dos acontecimentos antes de cair novamente na Ilha, misturado com cenas que até a temporada passada eram vistas em forma de flashforward. Nem o breve resumo antes do episódio consegue dar conta de situar um desses pobres desavisados. Essa semana mesmo um amigo perguntava em que pé estava Lost, que ele havia largado ainda na segunda temporada. Era hilário seu espanto quando comecei a contar que eles estavam vivendo nos anos 70 depois de já terem saído e voltado de novo para a Ilha. Senti-me exatamente como o dopado Sayid falando toda a verdade, mas sendo ridicularizado por isso. Aliás, já que citei a cena e é ela quem dá o título para o episódio, vamos começar por aí. Apesar de ter sido bacana acompanhar o paralelo entre Oldham e o iraquiano, acabei ficando decepcionado por depois de criar todo esse clima de suspense com as revelações, elas serem descartadas pelo pessoal da Dharma por serem absurdas demais. Claro que o paranóico Radzinsky ficou preocupado, mas pareceu a forma mais simples do roteiro não complicar ainda mais a situação de James e os outros, até pelo próprio nome Sawyer ter sido citado.
Antes disso, James tentou convencer Sayid a embarcar no jogo da Iniciativa Dharma, procurando uma saída que fosse interessante para a maioria deles. Mas todos sabemos que Sayid não faz esse tipo, tanto é que desde seu primeiro episódio (com o sugestivo título de "Solitary") ele vem sendo retratado como um personagem determinado e respeitando acima de tudo suas próprias convicções. É exatamente assim que Ben enxerga essa sua natureza assassina, já que tirar a vida de outra pessoa vai muito além de sangue frio: é preciso colocar suas razões acima das que a outra pessoa teria para viver. Essa determinação é o que leva o iraquiano a tomar a decisão no cativeiro da Dharma, como se tivesse de cumprir uma missão. Ora, se mesmo desistindo de seguir Ben, Sayid acaba sendo levado para o voo da Ajira após tentar se dar bem com uma garota (pela segunda vez consecutiva, aliás), é porque ele ainda teria algum propósito na Ilha. Apesar de tentar convencer que seu destino seria conduzir Ben ainda garoto para encontrar-se com os hostis, já previa que ele tentaria eliminá-lo por tanto que foi reforçada sua natureza assassina. O que não tira o brilhantismo da cena, até por ter a coragem de mostrar o tiro em uma criança -- coragem aliás que nem Battlestar Galactica teve. Mas acredito que Benjamin, já sabendo que sofreu esse choque na infância, apenas explorou essa determinação de Sayid para completar o ciclo.
Afinal, se as teorias de Faraday (que resolveu mesmo sumir de vez) estiverem corretas, Ben será salvo por alguma correção do "universo", deixando a linha do tempo intacta. Talvez seja até o milagre que o garoto será exposto e grande exemplo das propriedades de cura da Ilha. Por outro lado, há ainda a possibilidade de uma realidade alternativa, que acredito ser dificilmente explorada, até por dar chance de tudo o que vimos até aqui nas últimas temporadas ser mudada e não servir pra mais nada. Ainda assim, continua me incomodando a maneira como os personagens tem ficado nas mãos do destino, de modo a fechar o tal ciclo. Ainda que na semana passada tenha reclamado como pareciam desnecessárias as tentativas de Ben em reunir os Oceanic Six, agora vejo que seu conhecimento deve ir muito além disso e que alguma coisa teria de ser feita para impulsionar tudo isso. Afinal, sentar e esperar o destino agir por conta própria não é exatamente o melhor exemplo de roteiro de qualidade.

e.fuzii

quarta-feira, 25 de março de 2009

[Battlestar Galactica] 4x19 e 4x20 - "Daybreak" Season Finale




“Battlestar Galactica” chegou ao fim e eu estou bastante satisfeito com os episódios finais. Mas não sei se entendo aqueles que não gostaram. Já havia comentado antes que uma das maiores lástimas em relação à série era o pouco tempo que deram a Ron Moore e cia. para concluírem a saga. Daí que parecia um grande choque e uma grande audácia terem começado “Daybreak, part 1” com flashbacks de Roslin, Adama, Lee, Kara, Roslin e até Anders meses ou anos antes do ataque à Cáprica. Como ousam, com apenas três episódios para resolverem tantos mistérios, dedicar um precioso tempo para contar histórias que não acrescentam nada à trama?!




O fato é que, muito mais do que uma mitologia bem construída, estimulante e misteriosa, “Battlestar Galactica” garantiu seu lugar na história da TV por conta de sua vasta coleção de personagens interessantes e complexos, com dilemas e relacionamentos emocionalmente fortes. Para além das grandes batalhas e dos grandes mistérios, havia um interesse e respeito genuíno pelo ser humano e questões pertinentes à humanidade e sua capacidade de amar, de se relacionar com os outros, de se organizar política e religiosamente. E, com tão pouco tempo para concluir esta incrível saga, era preciso alguns sacrifícios: ou se investia em resoluções bem elaboradas dos mistérios existentes ou se investia nos personagens que convivemos e aprendemos a admirar nestes cinco anos de série. Felizmente, os autores optaram pela segunda opção.




Os flashbacks não só nos deram algumas belas sequências de forte impacto emocional (como aquela em que as lágrimas de Roslin se misturam à água da fonte), mas também envolveram os últimos episódios num clima de melancolia e despedida que tornou muito mais intensa a experiência de se assistir ao fim de uma jornada tão memorável como foi a destes personagens. Talvez o exemplo mais forte deste carinho pelos personagens veio com o flashback de Boomer, imediatamente após sua morte: ao despedir-se dela com uma sequência que a mostra ainda iniciante prometendo um dia recompensar Adama, não só fecha o ciclo da personagem (e essa idéia de fechamento vai perpassar a maior parte dos protagonistas), como ainda consegue revelar um pouco de suas motivações durante a série (a tentativa de suicídio na 1ª temporada e todos os seus comportamentos “de risco”) quando Adama comenta sua culpa por ser a única sobrevivente de sua família. Um tempo precioso gasto com uma sub-vilã, diria uns, mas para mim um dos momentos mais bonitos deste final.



Momentos bonitos, aliás, não faltaram nestes três episódios. Quando vi reações negativas à “Daybreak, part 1”, concluí que quem não gostou é porque vê “Battlestar Galactica” pelos motivos errados. Como assistir com indiferença a tragédia com a família de Roslin? Ou o início do relacionamento entre Caprica Six e Baltar através do pai deste último? E os momentos finais do episódio com a convocação de Adama para a batalha final? Quando Roslin atravessa a linha que divide o grupo, eu já estava emocionalmente arrasado.




Já o episódio final, foi claramente dividido em duas partes muito distintas. A primeira, com a espetacular batalha final. Não sei se foi a grande batalha de uma série cheia de grandes batalhas. Talvez a proximidade do fim a torne mais forte que a fuga de New Caprica em “Exodus”, por exemplo, mas o fato é que os efeitos especiais nunca pareceram tão maravilhosos. O penúltimo salto da Galactica nos deu uma visão absolutamente desesperadora, especialmente porque os episódios anteriores apontaram um caminho de pessimismo e desesperança que pareciam se concretizar naquele momento. Felizmente, a ação foi conduzida com bastante versatilidade, incluindo uma empolgante luta entre centuriões e participação ativa de quase todos os personagens.




A conclusão deste confronto também foi bastante satisfatória. O discurso de Baltar, finalmente aceitando o misticismo que ele tanto pregou na última temporada com os propósitos mais ambíguos, e o acordo de Tigh em fornecer o segredo da ressurreição a Cavil só não foram mais surpreendentes que a forma como tudo acabou: Tyrol, demasiadamente humano, estragando a festa Cylon, e Cavil cometendo o mais covarde e inesperado ato. Confesso que não me passou pela cabeça a morte de Cally quando Tori (a Final Five mais inútil desta e de todas as galáxias) pediu para que relevassem os mais sórdidos segredos de cada um. O que tornou a sequência muito mais empolgante pra mim. Já o final de Cavil foi idéia do próprio ator Dean Stockwell (segundo consta na entrevista coletiva de Ron Moore), o que me parece perfeitamente coerente com esse tipo de vilania. Além do impacto da cena, obviamente.




A segunda parte foi destinada a uma longa, triste, bela e necessária despedida dos personagens, ao se estabelecerem no nosso planeta, que surpreendentemente não é a Terra original e casa perfeitamente com algumas idéias da série. Aqui, o acerto é enorme. Uma das coisas mais admiráveis desse final é como os autores conseguem fugir da explicação totalmente religiosa, ao abraçar crenças, fé e ciência, sem defender um único ponto de vista ou explicação para tudo que vimos. Se Baltar fala de algo além do bem e do mal, como força divina que misteriosamente conduz a vida (e não importa se é Deus ou Deuses), o processo evolutivo está ali, firme e forte. Até os fiéis da Cientologia podem ficar felizes com a afirmação de que a vinda de extraterrestres contribuiu para a vida na Terra!




Mas agradar a gregos e troianos não significa um esvaziamento de conteúdo. O que “Battlestar Galactica” defendeu neste final foi uma nova forma de se relacionar e de se pensar a vida. Não houve momento mais politicamente relevante que aquele em que Lee Adama toma a decisão de não construir cidades e abandonar toda a tecnologia que tinham: o diálogo entre ele e seu pai sobre o que podiam oferecer aos “selvagens” do planeta remete imediatamente aos processos de colonização que os europeus iniciaram ao descobrir as Américas, ao eliminar a cultura dos índios locais. E, claro, não precisamos voltar tanto na história, ao lembrarmos da aculturação e xenofobia provocadas pela globalização e relações de “troca” entre os países de maior poder econômico e os menos favorecidos. A proposta de Lee (que, antes, em toda série só havia sido relevante no julgamento de Baltar) valoriza a alma (seja lá o que isso for, e pessoalmente eu falaria em ética) em detrimento da ciência e do poderio militar e tecnológico. Mais do que politicamente correto, me parece uma mensagem saudável e coerente com todas as discussões que a série já trouxe.




O final, 150 mil anos depois, também me agrada muito. A crítica parece óbvia (e ainda assim a imagem do sem-teto diante da vitrine com um robô não deixa de ter sua força, especialmente por exemplificar o que Lee temia acontecer), a idéia do eterno ciclo perdura, mas fica também a esperança (matemática, que seja, segundo Head Six) de mudanças. A fé não é em um deus (que absolveria a humanidade de qualquer ação), mas sim no homem. Head Six e Head Baltar, como anjos ou demônios que a tudo observam, andando pela Times Square é uma cena final bastante eficaz nesse sentido.



O que nos leva, finalmente, às revelações dos mistérios da trama. Certamente o ponto fraco da série, ficou claro que não havia tempo necessário para grandes explicações. O que prevaleceu foi uma força inexplicável que deu a alguns personagens sonhos premonitórios (se não há nada de tão extraordinário no mistério da Opera House, ao menos a sequência foi lindamente filmada e editada), a outros importância um tanto excessiva (Hera talvez fosse o grande salto evolutivo na nova Terra por sua herança genética, mas isso nunca fica claro), e a outros papéis místicos de finalidades e explicações duvidosas (Head Six, Head Baltar e Starbuck). Esse elemento deus ex machina acabou simplificando muita coisa e deixou sensação de buracos grosseiros na trama. Especialmente no que diz respeito a Kara Thrace. Como sua morte a levou até a Terra original e, mais grave, como ela retorna como um anjo numa nave celestial (novinha em folha), é algo que nunca saberemos. Mas eu me pergunto: diante de toda a carga emocional e genialidade do episódio final, o quanto isso é relevante?




Embora haja muitos questionamentos sobre Starbuck, a sua missão de levar a humanidade ao seu fim foi muito bem concluída e a função de “All Along the Watchtower” foi extremamente feliz, em outra sequência perfeitamente editada. E mais uma bela despedida, entre ela e Adama, e logo depois entre ela e Lee, que se conheceram numa situação de “quase-coito” e terminaram a série assim.




Investir energia na falta de explicações mais elaboradas para essas questões me parece que é deixar de apreciar o que a série privilegiou nestes momentos finais. É verdade que os autores tem culpa por enfatizar tanto nos mistérios desde a segunda metade da 3ª temporada, mas convenhamos que não é este o principal motivo para se ver “Battlestar Galactica”. Não posso me apegar a detalhes sobre o porquê os Final Five foram acionados por uma música naquele momento específico da série, quando há algo tão encantador como a despedida de Roslin e Cottle no início de “Daybreak, part 2” ou algo curioso como o Almirante Hoshi e o Presidente Lumpkin. Ou a despedida de Kara e Sam, com todas as naves que acompanhamos por cinco anos indo em direção ao Sol - e a trilha da série original ao fundo deve ter arrasado com milhares de nostálgicos.




Falando em despedidas, eu já esperava que o momento mais devastador seria a morte de Roslin, adequadamente após sua constatação da riqueza da vida na Terra. Adama, que momentos antes havia se despedido da sua preciosa Galactica em outra grande sequência de lágrimas, também teve um fim belo e esperado. O mesmo vale para Tyrol, certamente um dos maiores desiludidos de toda a série, que coerentemente encontra sua paz na solidão, e Tigh e Ellen que, já que não renderiam uma grande despedida no tempo presente, deram adeus à série num stripclub regado a álcool e amor louco que só estes dois sabem o significado. Genial.




No entanto, a minha sequência predileta nessa overdose de momentos lacrimosos foram os últimos momentos de Baltar e Caprica Six. Gaius, o engraçado, ambíguo e mesquinho homem que aprendemos a amar, finalmente encontra a redenção e ganha o orgulho de Six ao fazer parte da batalha final e salvar Hera das mãos de Cavil. Quando ele diz a Caprica Six que conhece um pouco de agricultura e mal consegue conter o choro, é algo tão cheio de sinceridade e sentimento que é impossível não relembrar sua trajetória até então – e talvez a sequência não teria tanta força se no episódio anterior não houvesse o flashback com seu pai. Momentos antes, vimos uma tentativa de Gaius em demonstrar sentimentos por alguém ainda em Cáprica, ao fornecer os códigos de segurança por (ironia das ironias) amor a Six. Mas o desdém dela fez com que ele se retraísse. E só naquela cena final pudemos presenciar o personagem crescer de verdade.




Tudo isso faz de “Daybreak” o desfecho perfeito para “Battlestar Galactica”. Dentro das limitações impostas, Ron Moore e cia. fizeram mágica, como várias vezes já haviam feito durante a série. O final feliz para a humanidade pode parecer incoerente com toda a tragédia anunciada (em tom, narrativa e acontecimentos) nos últimos episódios, mas nada do que aconteceu soou forçado. E não creio que seja relevante uma discussão sobre se o fim deveria ser alegre ou triste. Particularmente, eu não gostaria de ver meus personagens prediletos terminarem sem a felicidade que praticamente nunca tiveram nessas quatro temporadas. De qualquer forma, importa é que a decisão tomada foi realizada com qualidade impecável.




E agora, o que fica? Ainda este ano teremos “Battlestar Galactica: O Plano”, telefilme aparentemente focado em Cavil. Um projeto que parece perder o interesse com o final da série. Claro que verei, mas qual o objetivo? Teria a ver com a famigerada frase que abriu tantos episódios da série, que dizia que os cylons tinham um plano? E isso importa agora? O projeto “Cáprica”, que terá a primeira temporada lançada ano que vem também não me interessa. Mas certamente verei ambos, esperando que sigam os passos dessa maravilhosa série em termos de qualidade técnica, narrativa e personagens.




Quanto às premiações, infelizmente “Battlestar Galactica” faz parte de um gênero dificilmente reconhecido pelo Emmy ou Globo de Ouro. Mas acho difícil ignorar indicações a roteiros e episódios isolados (como já ocorreu no Emmy) e para esse maravilhoso elenco, na pior das hipóteses, uma indicação para Mary McDonnell, desde já minha candidata absoluta ao prêmio de Melhor Atriz. Claro que a série merece muito mais, mas não é por número de prêmios que “Battlestar Galactica” se firmará como um dos grandes acontecimentos televisivos desta década.




Hélio.

terça-feira, 24 de março de 2009

[Dollhouse] 1x06 Man on the Street

Desde que li as primeiras entrevista do elenco e do próprio Whedon apostando todas as suas fichas nesse sexto episódio, não acreditava que simplesmente aconteceria uma reviravolta na trama capaz de deixar todos ansiosos pelo resto da temporada. Embora não tenha sido um episódio milagroso que separasse o Mar Vermelho, foi uma excelente hora de televisão. Apoiado no depoimento canastrão de algumas pessoas nas ruas, pela primeira vez a Dollhouse é tratada como um risco em potencial, que vai além do simples ato de realizar fantasias. Claro, tivemos um contraponto interessante, com o personagem do competente Patton Oswalt, disposto a realizar o sonho de rever sua esposa falecida repetidamente. Mas a constatação de que a empresa passa a ser global e tem um objetivo "secreto" dá um novo ânimo para as investigações de Ballard. Ao mesmo tempo, fui pego de surpresa pela revelação de que a frágil Mellie também é uma active e serve como uma espiã e inimiga "a paisana" de Ballard. Muito bem tramada a forma como ela despertou (cylon?) enquanto era atacada e como isso serve também para Ballard confiar ainda mais nela.

Ainda não é possível saber o que esperar dos próprios episódios, se seremos envolvidos pelos actives cada vez mais "contaminados" por emoções ou se a trama descambará para as altas conspirações da Dollhouse, mas estou finalmente achando que a série se tornará promissora, principalmente quando trata das relações humanas a serem implantadas nos actives. Só espero que não deem tanta ênfase a essas cenas de luta, que além de serem absurdas demais, ainda parecem cenário de video-game com todas as possíveis testemunhas sumindo do local. Acho que isso não cabe no tema da série.

e.fuzii

sexta-feira, 20 de março de 2009

[CRIMINAL MINDS] 4x18 "Omnivore"




Obrigada, muito obrigada, Criminal Minds! Fazia um tempinho já... a espera não foi pouca... mas finalmente chegou um grande episódio. E chegou mostrando uma grande ‘criminal ‘mind’! Parecia até que estava assistindo a outra temporada! O fato é que tivemos muitos dos ingredientes que devem estar presentes nos grandes thrillers: policial com dramas de consciência, policial assassinado, relação entre o velho e o novo policial, provocações e desafios do criminoso, mind games entre criminoso e policiais, jornalista com papel importante na trama, morte forjada, vítima sobrevivente que na verdade é o criminoso, e até fuga no final! Adorei (me sinto recompensada depois de tanta caca, tanta mediocridade a que tive de assistir).

Onívoro – aquele que ‘come’ de tudo – é o título do episódio que traz um unsub que ataca vítimas sem um perfil específico (ao contrário da maioria dos serial killers!). As mortes lhe importam mais do que as vítimas em si, pois o que ele busca é reconhecimento. Certa predileção é notada, pois quando as vítimas são mulheres bem jovens ele usa lâminas para perfurá-las inúmeras vezes. E aqueles que acompanham a série já sabem que isso equivale a penetração sexual.

Quando o velho e moribundo policial revela a Hotch (que estava iniciando na BAU quando trabalharam juntos no caso) o pacto que fizera, a BAU entra em ação. Até porque o velho tira em seguida morre e as mortes recomeçam de imediato.

O pacto não me parece razoável da parte do policial; não é crível que ele concordasse. Mas da parte do unsub, é fascinante pensar que, com isso, ele experimentou uma sensação de poder maior ainda, ao fazer a polícia ‘se render’.

Muitos momentos foram empolgantes:

- o brainstorm da equipe, no avião, foi bem feito. Muitas idéias interessantes – e críveis! – apareceram ali.
- o repórter: a relação de vaidade do unsub, que precisava dele para ser reconhecido; os acordos e compromisso mútuos entre ele e Hotch foram muito bons; e que bela proposta Hotch fez a ele! Acesso irrestrito aos arquivos da BAU!






Hotchner indo ao encontro do repórter, em frente ao FBI.


- Morgan rendido. Adorei! É sempre bom vermos que somos falíveis e vulneráveis. Morgan, que em tantos momentos se parecia com Rambo, talvez repense algumas coisas.
- mais um unsub que telefona para Hocth e mais uma grande cena a partir daí. A do 4x16 ainda está tão fresca e já recebemos outra!
- Rossi, mais uma vez, é quem acolhe um membro da equipe em momento de aflição, e o fez muito bem. A cena em que ele conforta Hotch, após a matança no ônibus foi intensa (pelas minhas preferências pessoais, só teria sido melhor se tivesse Gideon a confortá-lo; adoraria ter visto isso. E Rossi, vê se não ‘toma o nome de Gideon em vão’).




Hotchner, abalado, é confortado por Rossi. Lágrimas...


A seqüência que levou a equipe a identificar Foyet como o unsub foi eletrizante. Bom ritmo para ótimas associações que levaram à sua prisão e a salvarem a vida do repórter. Momento hilário: “Hello, Derek!”.






George Foyet, vítima, e Geoge Foyet, serial killer.


Unsub identificado, capturado, preso, BAU voltando para Washington, tudo resolvido, aí eu vejo na tela que ainda falta um minuto e meio. Eu penso ‘vão aprontar com meus nervos! que surpresa guardaram pra esse finalzinho?’. O unsub, que durante dez anos de trégua planejou todos os detalhes de sua volta (até armazenou seu próprio sangue para forjar sua morte), planejara também uma fuga espetacular. Cumpre sua promessa de que seria ainda mais famoso do que se imaginava e deixa o terreno preparado para seu retorno em mais um episódio – que bem que renderia um bom finale.




Reaper e sua fuga iminente.

P.S.1 – Momento ‘minha idade está pesando’: o que aconteceu com o C. Thomas Howell que eu assisti em ‘Vidas sem Rumo’, ‘A Morte pede Carona’, etc? Eu já era adolescente!!
P.S.2 – Por que será que a Prentiss apareceu tão pouco nesse episódio? Será que era medo de o nariz começar a sangrar de novo?? Bah!!

Até o 4x19.
Célia Kfouri.

[LOST] 5x09 Namaste

Primeiro de tudo, queria elogiar a decisão de, independente do motivo para isso acontecer -- seja audiência de maio ou novo fôlego para a produção --, escolher essa pausa da semana passada num momento providencial da trama, que separa de certa forma essa temporada em duas: uma parte tratando da confusão pós-resgate e a outra tratando do longo período de convivência com a Dharma. Minha única dúvida é como se encaixarão essas histórias que acontecem em 2007, ao lado de Ben, Sun e Locke, que à primeira vista não parecem tão fascinantes assim. Até era a favor que fosse mostrado um novo acidente de avião (ainda que fosse sob o ponto de vista de quem estivesse na Ilha), mas não teimando em não esclarecer as razões de Jack, Kate, Hurley e Sayid serem tragados por um clarão enquanto Sun, Ben e Lapidus presenciam o acidente em 2007. Problema maior foi que com o aparente baixo orçamento, nem Jack Bender conseguiu salvar do ridículo algumas cenas durante o pouso forçado, principalmente numa em que a roda do avião passava sobre as árvores.
Apesar disso, Bender mostrou novamente uma técnica impecável durante essa tediosa jornada de Sun, com direito a uma estonteante lens flare na caçada a Ben e um complexo jogo de luz e sombra na vila abandonada da Dharma. É Christian Shephard, o porta-voz oficial da Ilha, quem conduz Sun e Lapidus nesse cenário assustador, com direito a monstro de fumaça, sussurros e até uma aparição fantasma ao fundo (Claire, talvez?). Tudo isso para encontrar a fotografia dos outros sobreviventes presos no ano de 1977. Mas vamos logo voltar ao passado, que só de ter visto o letreiro "30 anos atrás" no começo do episódio já abri um sorriso enorme.
Se eu soubesse que James jogaria na cara do Doc tudo o que eu gostaria de ter dito a ele há pelo menos quatro temporadas, juro que não teria me decepcionado tanto com a volta dos Oceanic Six. Claro que para atingir a perfeição só faltou Kate ser sacaneada por Juliet e deportada da Ilha naquele momento. Mas já foi o suficiente Juliet ter vindo pessoalmente receber Kate, marcando seu território, enquanto James escolhe a função de faxineiro especialmente para Jack. Depois de ter sua vida salva por LaFleur, só restava a Jack morder a língua, engolir todo seu orgulho e sair com o rabo entre as pernas. Não me parece já ser sinal de ciúmes, mas a constatação de que, como líder, James conseguiu viver pacificamente ao lado dos membros da Dharma por três anos, ganhando a confiança deles passo a passo. E se ele diz que conseguirá tirar Sayid do cativeiro, eu acredito plenamente. Jin também ganha cada vez mais destaque nessa temporada como seu braço-direito e está muito mais à vontade longe da sombra de Sun e com o domínio da língua (que deve ser um alívio para o ator também). Ainda assim, o coreano não consegue impedir que a situação de Sayid se complique, principalmente por ter envolvido Radzinsky nas buscas. Sim, aquele mesmo que era parceiro de Kelvin Inman até estourar os próprios miolos. Enquanto Radzinsky cuida do contato exterior na estação Flame, ele projeta a futura estação Cisne, que desconfio só vir a ser usada após o tal incidente. Mas sua preocupação paranóica me pareceu forçada demais à primeira vista, como se fosse preciso garantir que um dos Oceanic Six se ferrasse no final.
Outras figuras famosas da Dharma também dão as caras durante o episódio. Além da revelação de que o filho de Amy é ninguém menos que Ethan, com a Juliet fazendo uma impagável cara de constrangimento enquanto carrega no colo seu antigo colega, o mais surpreendente foi ver Ben caminhando para dar comida a Sayid, mais uma vez invertendo os papéis da segunda temporada. Essa aparição serve de alívio para aqueles que faziam contas e mais contas sobre sua idade no episódio passado, mas pra mim levanta ainda mais dúvidas. Até que ponto ele saberá sobre a história dos passageiros do 815? Porque só de saber seus nomes e levando em conta a teoria de que eles teriam de voltar para a Ilha, toda sua reunião dos Oceanic Six parece mais inútil ainda. Eventualmente ele saberia que Sayid, Kate, Jack e Hurley voltariam no Ajira 316, até sabendo que precisaria construir a tal pista usada no pouso forçado. Espero que como ponto principal para ligar esse passado e o futuro, nenhum paradoxo seja criado.
Se ao lado de tantas dúvidas, ainda conseguimos acompanhar uma história fascinante envolvendo seus personagens perdidos novamente nas mãos de desconhecidos, não há do que reclamar desse novo arco da série. Arrisco dizer que definindo melhor o papel daqueles que já estão em 2007, esse tem tudo para ser o melhor momento de Lost.

Nama... what?

e.fuzii

segunda-feira, 16 de março de 2009

[Dollhouse] 1x04 Gray Hour - 1x05 True Believer

Para quem pensou que havia desistido, de volta eu estou. Como já disse desde o primeiro episódio, todo esse sacrifício para acompanhar Dollhouse é único e exclusivamente porque tem o nome de Joss Whedon envolvido. Acho a premissa realmente boa e duvido que Whedon "sujaria" sua reputação fazendo qualquer porcaria. Que para dizer a verdade, é o que muitas cenas me levam a pensar. O quarto episódio pecou novamente pelas irregularidades vistas até aqui. Além de oferecerem outra idéia estúpida do que um active seria capaz de fazer na cena da parteira, Dushku como especialista em abrir cofres também não convenceu. O pior é que depois de sofrer uma interferência, a personalidade foi repassada para Sierra, que mostrou uma determinação bem mais interessante do que tinhamos visto em Echo.

Já "True Believer" mostrou-se bem melhor porque pela primeira vez os motivos de se usar um active (ao invés de uma outra pessoa qualquer) foram no mínimo razoáveis. Apesar do prazo apertado, essa situação não precisou ser forçada no espectador. E Dushku fez um bom trabalho, principalmente enquanto esteve cega. Claro que tem de se relevar todo esse aparato tecnológico de que enquanto cega ela poderia transmitir as imagens, mas acabou funcionando porque ao voltar a enxergar, o roteiro ganhou um novo fôlego enquanto a seita acreditava num milagre. A organização Dollhouse tem tido maiores problemas para controlar os actives em seu estado "vazio", mas Echo enfrenta pela segunda vez alguém tentando sabotá-la, temendo que ela se rebelasse como o misterioso Alpha. Já Paul Ballard, continua sendo um peso para a história, apenas mantendo sua fé (!!!) nas poucas migalhas que soltam de tempos em tempos.

Nessa semana teremos o esperado sexto episódio, prometido como a grande prova do potencial que a série ainda tem a mostrar. Só resta esperar.

e.fuzii

sexta-feira, 13 de março de 2009

[CRIMINAL MINDS] 4x17 "Demonology"







Mais uma vez, quero deixar bem claro que só escrevo sobre CM no blog porque sou fã da série, mas o fato de ser fã não me tira o senso crítico e a isenção. Também é sabido que não me importo nem um pouco com maiores detalhes da vida pessoal de cada personagem, e adoraria que os fãs em geral não dessem tanta importância a isso. Não nos desviaríamos tanto dos mais macabros criminosos em série – esses, sim, objeto do meu grande interesse.



Mas, vamos lá. Finalmente chegou o episódio focado na Prentiss, e que revelaria um grande segredo seu (digo finalmente porque não suportava mais a ansiedade e a especulação generalizadas). Chegou e decepcionou! O episódio nem teria sido muito ruim se não fosse tamanha expectativa, mas diante de tanta comoção, o segredo e sua revelação foram muito, muito ‘leves’.

Vejamos.

Prentiss sabe por um velho amigo que um velho amigo em comum havia morrido. Há cerca de vinte anos ela não os via, mas tinha uma ligação forte com eles, e um carinho muito especial pelo que morrera (Matt). A morte foi por ataque cardíaco mas o amigo crê que pode ter sido montada uma farsa e pede que Prentiss investigue a possível ligação com uma outra morte que também, em tese, foi por causas naturais.


Hotch autoriza e a equipe, em solidariedade a ela, começa a investigar. Rossi é o primeiro a visualizar a possível conexão: ritual de exorcismo. Muito razoável. Como ele disse, esquizofrenia e dependência química são, com freqüência, tidas como possessão demoníaca. As vítimas são de famílias muito religiosas, que acreditavam que eles estavam doentes ‘da alma’, havia as marcas nos pulsos, etc. Perfeito, mas aquelas marcas no chão, aos pés da cama, foram muito forçadas.
Bacana foi a cena em que Rossi procura um padre amigo seu (?), Jimmy. Bom questionamento sobre o mal e sua origem. E nada mais certo do que dizer que eles precisam ter cuidado. Ao lidar com o tipo de crime, o tipo de criminoso que eles lidam, ‘eles fazem um convite para que o mal adentre suas vidas’.

Para encurtar a história, mais uma vítima morre, de forma semelhante, e vem à tona que os três haviam viajado a Santiago de Compostela juntos. Tudo leva a crer de foram exorcizados, mas morreram por causas naturais diferentes. Outro elo entre eles é um grupo de apoio criado por Matthew, para amparar aqueles que se sentiram traídos na sua fé.

Nesse meio tempo, Prentiss revela a Rossi que ela engravidou na adolescência (época em que não se sentia bem aceita porque se mudava freqüentemente, etc) e foi Matthew quem a ajudou a realizar um aborto. Censurados pelo padre local (jura??), ele se rebelou contra a Igreja e passou a questionar fortemente a fé católica. Desiludiu-se muito, desequilibrou-se como pessoa, e caiu nas drogas. (Nesse ponto, eu já estava achando que estava assistindo a um desses programas pseudo-evangélicos na TV, e que iriam dizer a Prentiss que a acolheriam, bla bla bla.)


A adolescente Prentiss, aterrorizada ao fazer um aborto.

O cenário do 'Exorcista', o filme.


Para tornar surreal aquilo que parecia apenas sem sentido, Garcia descobre a morte de um padre de lá de Santiago, na época em que as vítimas lá estiveram. Teorias conspiratórias afirmam que teria sido assassinato para que não houvesse cerimônias na época de mais peregrinações. Ah tá, Matt e os demais eram ‘terroristas’ religiosos, então! Ok, entendi. E um padre ‘vingador’ estava a persegui-los e matá-los. Um padre com imunidade diplomática, numa missão de ‘justiça’.Meus amigos, é o nonsense total!!

Aí, somando-se ao nonsense, vem a inconsistência. Não se pode afirmar o que o episódio quis dizer: o tal padre era doido ou mau? As vítimas estavam mesmo possuídas? Que história de nariz sangrando? O nariz da Prentiss sangrando no final: Ela também estava com o ‘capeta’ ou viajou por Arquivo X e Lost antes de filmar o episódio? A vítima perturbada dentro do taxi: que cena é aquela que ele se recorda? As vítimas mataram ou não o padre na Espanha? O pai de Matthew estava presente ao exorcismo! Então nada de criminoso ocorreu? Morgan acreditou que o padre, ainda que estivesse enganado, estava sendo sincero!! Mas, então, por que ele queimava as fotos? Essa sugestão, sem esclarecimento, não tem a cara da série!! A série explica, elucida, desvenda, não sugere! (Já me lembrei do vidente do 4x14 e aquele final aberto para ‘cada um achar o que quiser’. Bah!)



O padre (?), unsub (?), que foi 'despachado' de volta e, provavelmente, não reaparecerá.

Esse sangramento abusou da minha paciência.


Ok, sabemos que John era o pai do bebê da Prentiss, que não estava nada à vontade ao revê-lo naquele bar. Mas a gente releva, entende e perdoa (??)porque ele se desculpou no final... Bah!
Sei lá, o episódio não me comoveu. E mais uma vez foi Hotch, mais sisudo do que nunca, que falou com sabedoria. Ao final, enquanto Morgan e Rossi têm opiniões diferentes (maldade pura X química cerebral, etc.), Hotch diz tudo: “no fundo, todos somos capazes de fazer coisas inimagináveis; quando isso tem início, ou que nome se pode dar, eu não sei”.



A cena final, uma das melhores do episódio.


Até o próximo episódio. E que os próximos nos tragam mais alguma informação sobre esse imbróglio que fizeram.
Celia Kfouri.

quinta-feira, 12 de março de 2009

Cinema, pipocas e críticas

No último mês fiz uma jornada ao nazismo segundo o cinema ocidental.

Gosto muito do tema, foi este interesse que me fez optar por estudar História. Desde a adolescência com a leitura de "O Diário de Anne Frank", que o assunto me desperta muita curiosidade.

Já vi filmes muito bons, outros que são porcarias homéricas e com erros históricos. Não gosto de maniqueísmo e da personificação de Hitler em algo sobrenatural, o diabo em pessoa. Hitler e os seus oficiais nazistas são seres humanos, muitos eram pais de família, que escolheram por vontade própria exterminar pessoas. Muitos seres humanos fazem esta opção. Bush fez esta.

Destaco alguns filmes, "A Queda" é um deles. Conseguiu mostrar um Hitler demasiadamente humano, um homem delirante, iludido, que sacrifica a nação e a si próprio com seu suicídio, pelas suas convicções.




Bruno Ganz fez Hitler neste filme e retorna no melhor filme que vi sobre este tema em muitos anos, "O Leitor". Um professor de direito que, junto a seus alunos e em especial um deles, analisa a culpa alemã na guerra. Quem sabia? O que sabiam? E porque deixaram acontecer?

O Leitor é um filme soberbo! Quanta coisa é discutida ali!Analfabetismo, a culpa alemã na guerra, a descoberta da sexualidade. E olha, essa Kate Winslet é demais! Não há inocentes na guerra.



Também paguei ingresso para ver "Operação Valquíria", filme feito para Tom Cruise brilhar, pena que ele não entendeu a complexidade do personagem, um oficial nazista que participa de um plano (a tal operação) para eliminar Hitler. As razões que o leva a fazer isto nem correspondem a uma verdade histórica por completo, aí o filme peca por tentar transformar em herói um nazista, sobretudo! Em outras mãos, o papel seria melhor entendido, tanto para o ator principal, quanto para o diretor, Bryan Singer deveria ficar com mutantes mesmo. Destaque para os coadjuvantes, amo Terence Stamp e ele está um espetáculo! Mas o filme é bom, vale a pena ver, mesmo sabendo o final, o que não deixa de ser engraçado! :P

Ao contrário de O Leitor, que absorve a dimensão humana que ele coloca em todos envolvidos na guerra, até na participação voluntária no regime de Hitler por parte dos alemães. Operação Valquíria e seu diretor, Bryan Singer, deveriam aprender como não transformar nazistas em heróis. Extermínio de judeus foi um dos crimes dos nazistas, mas não o único, senhores. Então o personagem de Cruise não deveria levar a alcunha de quase herói.



Outro da minha safra é "O menino do Pijama Listrado", baseado num best seller.

Tem muitos problemas neste filme, ele pode até soar inverossímil. Portanto, para apreciar, é relaxar e ver com olhos de criança. Aí ele funciona.



É um ótimo filme para introduzir este teme difícil para os pequenos. Trata-se de uma fábula e é para ser admirado no que se propõe.

Quer escolher um só? Fique com O Leitor. Ingresso e diversão, garantidos.

Danielle M

quarta-feira, 11 de março de 2009

[Battlestar Galactica] 4x15, 4x16, 4x17 e 4x18 - "No Exit", "Deadlock", "Someone to Watch Over Me" e "Islanded in a Stream of Stars"


Eu tenho uma idéia besta de que se o texto não for longo e a análise minuciosa, não vale a pena eu postar. Daí o atraso. Não havia tempo para longas análises. Então deixei a idéia besta de lado e escrevi algumas poucas linhas, aproveitando este momento em que acabam de me avisar que eu não teria aula hoje. Vamos lá:



Como se não bastasse lamentarmos que uma grande série está chegando ao seu final e nos despediremos de uma vez por todas de seus personagens, no caso de "Battlestar Galactica" há ainda a triste constatação que ela acabará muito antes do tempo necessário para colocar as coisas nos eixos.


Após os eletrizantes episódios em que Gaeta e Zarek lideraram um extraordinário motim contra Adama e cia., os autores da série nos trouxeram quatro episódios que precisaram ignorar quase que por completo as consequencias desta revolução para fixarem em inúmeras pontas soltas, necessárias para a preparação de "Daybreak", último título para um episódio da série, que será dividido em três partes, exibido em duas semanas e encerrará uma das maiores sagas que a tv americana nos presenteou nesta década.


Estes quatro episódios exibidos tiveram resultados muito distintos, e acho que os roteiristas falharam na estruturação deles: enquanto "No Exit" foi uma enxurrada de informações (com Sam recordando a história dos Final Five e flashbacks infelizmente rápidos demais para dar conta de tudo que aconteceu com Ellen depois de sua morte em New Caprica), "Deadlock" pouco acrescentou em sua frustrada tentativa de fazer do conflito Ellen-Tigh-CapricaSix algo interessante. Dava pra sentir a intriga shakespeareana no ar (e os atores estavam em seu auge), mas em 42 minutos era impossível algo com consistência.


Verdade que se os roteiristas tentassem equilibrar as coisas utilizando-se dos dois episódios, poderia ter sobrado algo para "Someone to Watch Over Me", que se pouco avançou na mitologia e mistérios da série, foi maravilhosamente conduzido e roteirizado. Um episódio musical (na montagem, na narrativa, na trama - que bela sequencia de abertura com Adama), que foi fundo nos dramas de Starbuck e afundou ainda mais o Chief, após seu reencontro desastroso com Boomer. Duas histórias protagonizaram o episódio e ambas com reviravoltas bastante satisfatórias.


"Islanded in a Stream of Stars" não foi tão bom, mas talvez a queixa maior seja a pouca evolução e nenhuma revelação quando a série ainda traz tantas questões e tão pouco tempo para finalizá-las. Esta decepção talvez diminua um pouco o brilho deste que foi o quarto episódio da série dirigido por Edward James Olmos. E um dos mais tristes. Tudo está ruindo, a Galactica não durará muito mais, Roslin está debilitada como nunca antes, Hera nas mãos de Calvin, Baltar cada vez mais louco (e sua ambigüidade pouco explorada é uma das coisas a lamentar com esse curto prazo que a série tem) e os Final Five sem a menor idéia de como reescrever a história. O plano final do episódio, com Adama e Tigh sentados, decididos a abandonarem a Galactica, foi de moer o coração. Ali é a representação máxima do atual momento da série: O fim; muito antes do tempo.


Com a genialidade vista em determinados momentos, determinadas idéias e frases no decorrer destes últimos episódios, só podemos imaginar o que esses autores nos trariam se tivessem mais uma temporada para concluir sua saga.


Imaginar e chorar...



Hélio.

sábado, 7 de março de 2009

[24 Horas] 7x11 - 6:00 p.m.-7:00 p.m e 7x12 7:00 p.m.-8:00 p.m

O sétimo dia de 24 Horas segue com mais duas horas, que começam com a falsa impressão de que tudo estava acabado. Porém, tanto Jack quanto Renée seguem pistas que contrariam isso. Jack, graças à informação de Tony, vai até à Casa Branca, onde o senador Mayer e a presidente se reúnem para conversar sobre abafar o processo contra Bauer em virtude dos acontecimentos das últimas horas, querendo interrogar Burnett, o secretário do senador. Jack foi audacioso ao usar tortura na Casa Branca para conseguir as informações, e por mais que ele tivesse razão, Jack deveria ter pelo menos consultado a presidente. Foi muito irônico a presidente lutar para Jack não ser punido enquanto ele torturava Burnnet. Bem sutil o questionamento sobre as atitudes de Jack, e melhor ainda não ter um posicionamento claro sobre se o que ele faz é certo ou errado e deixar o telespectador decidir.


Já Renée segue sua intuição, e enquanto investigava a morte de Dubaku, descobre que o próprio Juma está em solo americano. Sem tempo para esperar os reforços do FBI, Renée acaba seguindo Juma, e conhece o alvo do próximo ataque: a Casa Branca. Mesmo sendo descoberta por um dos soldados de Juma, Renée consegue avisar ao FBI sobre o ataque, o que não impede que a presidente fique encurralada no abrigo, e se rendendo quando a filha é ameaçada.


Foi uma boa idéia exibir dois episódios no mesmo dia. A trama dos 10 episódios anteriores havia sido concluída, mas esses dois episódios expandiram muito os acontecimentos, deixando dúvidas como o que é o tal carregamento. Apesar de alguns deslizes, como Bill e Aaron não morrerem, a facilidade com que Juma aparece em solo americano, e um décimo primeiro episódio um pouco arrastado, estou gostando do andamento dessa temporada.


Observações

* o encontro da Chloe com a Janis foi engraçadinho.

* meio irreal a Renée esperar tanto tempo para informar ao FBI que Dubako estava morto.

* precisamos de reféns foi a desculpa mais esfarrapada para um personagem querido não morrer.


Marcelle Blackstar

sexta-feira, 6 de março de 2009

[LOST] 5x08 LaFleur

Lost finalmente está de volta! Posso até queimar minha língua em breve, mas acho que vale a pena manter essa empolgação por pelo menos duas semanas. Confesso que não tinha espectativa alguma para esse episódio, considerando ser outro motivo para que os fãs mais hardcore tatuassem "Mitologia!" no peito. Suspeitava que LaFleur fosse algum experimento da Dharma (provavelmente mais uma estação), e principalmente depois do início ridículo com aquela cena da estátua quase perdi todas as esperanças. Porque sério, pior do que mostrar o pé de quatro dedos da estátua só mesmo mostrando metade dela de costas. Mas depois houve a superação: ao explorar o talento de Josh Holloway e Liz Mitchell (e obviamente a química entre os dois), o roteiro de Elizabeth Sarnoff (escrito ao lado de Kyle Pennington) conseguiu fazer um episódio beirar a perfeição pela segunda vez nessa temporada. E apesar do ritmo mais cadenciado, apostando nas personagens após o turbilhão de viagens no tempo, acho não chegou a desapontar essa outra ala de fãs por contar com a já citada cena da estátua e mostrar como os sobreviventes se infiltraram na Iniciativa Dharma.
Mas vamos aos fatos: depois de Locke desemperrar a roda de burro, os flashes finalmente cessaram, como já imaginávamos. Os sobreviventes ficaram presos no ano de 1974, no início da Iniciativa Dharma e já que Daniel Faraday estava mais pirado do que nunca, lamentando a morte da ruivinha; Miles estava mais preocupado em satirizar a falta de criatividade dos companheiros; e Jin, apesar de ser um cara bacana, não fosse exatamente dos mais comunicativos, quem precisou assumir a liderança foi James Sawyer, que com o apoio de Juliet é o personagem central do episódio. Se no passado Sawyer já foi odiado por tomar a liderança usando de chantagens -- quando esconde todas armas dos sobreviventes -- dessa vez ele mostra seu carisma e usa de suas habilidades para convencer o espectador e, acima de tudo, todos aqueles que passam pelo seu caminho. Desde o decadente começo da terceira temporada, James teve poucas oportunidades para brilhar além de seu confronto final com o verdadeiro Sawyer. Então, é mais do que merecido que o personagem volte a ocupar uma posição central na trama, e Josh Holloway aproveita muito bem essa oportunidade, ainda mais longe de toda a chatice dos Oceanic Six e da sombra de Jack e Kate.
Sawyer tem de mostrar altas técnicas de combate, aliado à cobertura de Juliet, para salvar Amy e seu marido do ataque de dois hostis, após terem escolhido o pior lugar possível para fazer um picnic. Amy parece inteligente, até pela forma como engana o grupo na cerca sônica, então só posso concluir que esse encontro do casal deveria ser para manter distância da vigilância da Dharma. Depois de capturados, James sob a nova identidade de LaFleur, tem a chance de usar outro de seus disfarces para dar seu show. Enquanto engana o líder da Dharma, Horace Goodspeed, dizendo que seu grupo fazia uma expedição em busca do navio Black Rock, James tem a chance de comprar mais duas semanas se conseguisse acertar as contas com Richard Alpert, o rapaz com maquiagem. A Dharma e os Hostis vivem uma época de trégua, selada com um acordo "olho por olho", e James surpreende Alpert contando toda a história que vimos em Jughead. Nesse meio tempo, o grupo ainda tem a chance de colocar os assuntos em dia, enquanto esperavam pela sua sentença. Seria uma cena sacal se não fosse pela câmera dinâmica, envolvendo cada um dos personagens até que Daniel Faraday avista Charlotte ainda criança correndo pelo vilarejo. A sua revelação antes de morrer -- que o físico tentaria avisá-la ainda na infância sobre o cruel destino --, atingiu em cheio Faraday, que vive desesperado em saber que tentou modificar o passado e ainda assustou a pobre garota. Mas depois de sua alegria em reencontrá-la, duvido muito que ele não tentará de tudo para se envolver novamente.
Mesmo conseguindo duas semanas para esperar por Locke, Juliet prefere deixar a Ilha mesmo que estivesse fora de seu tempo (faz ainda algum sentido que ela não fosse resgatada na temporada passada?). Sawyer então, precisa convencê-la a ficar numa linda cena perto do submarino, mostrando toda sua carência e como ela é importante ao seu lado. Três anos depois, Sawyer já foi promovido a chefe da segurança da Dharma e enquanto Horace está perto da cerca sônica explodindo árvores (existe termo melhor que esse para estar bêbado?), Amy começa a sofrer as dores do parto antecipado. Juliet precisa ser chamada às pressas e deixar de lado seu disfarce de mecânica, já que as grávidas precisam ser levadas de lá se quisessem ter chances de dar à luz em segurança. Mas o parto é um sucesso e o choro de Juliet traduz todo seu alívio em saber que não era a tal maldição trazida para aquela Ilha. Já Sawyer, não mostra-se nem surpreso e nem mesmo aliviado, apenas transborda a confiança que sentia pela médica. Se já era prova suficiente que o casal estava mais próximo do que nunca, em seguida James encontra-se com Juliet em sua casa, buscando o conforto e o amor após um longo dia de trabalho. Nesse momento corro o risco de dizer que esse é o casal com maior química já apresentado até aqui pela série, maduro o suficiente para mostrar uma face de James até então desconhecida, longe de seus disfarces e golpes. James até ouve as queixas de Horace e busca confortá-lo dizendo nem se lembrar três anos depois do rosto da garota que tentou esquecer. É um paralelo interessante e principalmente dúbio para esse ex-golpista.
Mas infelizmente, o que vem estragar toda essa onda de felicidade é o irônico anti-clímax, com o retorno de Jack, Kate e Hurley. Apesar de mais uma vez Josh Holloway fazer uma performance espectacular, transmitindo apenas num olhar o quanto seu coração voltou a balançar, bem que preferia continuar com esperanças de que a van pudesse ter capotado ou até pegado fogo. Bom, até que eles voltem mesmo, não custa nada continuar torcendo.

Lost terá uma parada de uma semana e volta no dia 18. Até lá!



e.fuzii

domingo, 1 de março de 2009

[Dollhouse] 1x03 Stage Fright

Começa a ficar cada vez mais preocupante o futuro de Dollhouse nas noites de sexta da Fox. Embora ainda mantenha uma audiência constante, de cerca de 4.2 milhões no total, está longe de ser satisfatória para a sexta-feira da Fox, que só ganha da irrelevante CW. Acho que o sinal de cancelamento já deve estar aceso e aposto que se a história não "engatar" nas próximas semanas, a série não chegará a fazer falta nem para os fãs de Whedon (e Dushku?).

A tentativa de dar significado para a contratação dos actives da Dollhouse são às vezes um pouco cansativas demais, para dizer a verdade. Ainda não vejo muito sentido em contratar uma segurança no máximo do anonimato (por nem ela mesma saber disso) ao invés de entregar o caso ao FBI. Além de num único episódio ser difícil de criar um arco para ligar Echo ao caso em questão -- que fica evidente na forma abrupta que a cantora Rayna trata Echo como sua melhor amiga e logo depois já está expulsando-a do camarim --, o mais irônico é que as personagens criadas a cada episódio soam ainda mais "tabula rasa" do que os próprios agentes da Dollhouse. E nem preciso entrar nos méritos da introdução de Ciara nessa história...

Mas a conclusão do episódio, mostrando que Echo consegue ser espontânea nas suas missões, foi bastante interessante, embora não fosse necessário "arrastar" todo esse caso da cantora para apontar esse fato. A tendência é que a partir do momento que focarem na trama principal, sem parecer novas versões de um mesmo piloto, a série deve encontrar seu ritmo. Um dos exemplos é a revelação de que Victor é também um active da Dollhouse, levando o ingênuo agente Ballard a uma bela enrascada no final.

e.fuzii