quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

[FNL] 5x10 Don't Go

Qualquer espectador que acompanha Friday Night Lights talvez já esperasse por uma conclusão da série em que a família Taylor finalmente partiria de Dillon com seu dever cumprido. Não só por Coach Taylor ter voltado às pressas quando teve uma oportunidade na TMU logo na segunda temporada, mas porque como podemos perceber, eles são os protagonistas que mantém o resto do elenco unido. Por isso, até me pareceu surpreendente que antecipassem esse dilema vivido por Coach Taylor, entre aceitar uma proposta tentadora na Flórida, onde teria total controle do time universitário, ou manter seu programa de recuperação do East Dillon Lions. Mas foi muito bem vinda, porque faltando poucos episódios para seu doloroso desfecho, nunca pareceu tão urgente que essa escolha precisaria enfim ser tomada. Friday Night Lights nunca fugiu daquilo que consideramos como previsível em produções sobre esporte, mas o que sempre chamou atenção foi a eficiência com que esses "mecanismos" são utilizados. Como já disse outras vezes, contanto que esteja envolvido pelo drama dos personagens, você é capaz de torcer pela superação, pelo final feliz. Não duvido que Coach Taylor tenha ainda uma nova oportunidade até o final da série, às vezes até mesmo depois de levar a equipe ao State, assim como não duvido que Tami possa ter uma proposta de crescimento em sua própria carreira, agora que cada vez mais se destaca pela sua insatisfação com o sistema de ensino. Afinal, ambos merecem ser valorizados (assim como os atores, em eventuais premiações).

"Don't Go" apresentou uma série de discursos que ao invés de conter o caráter motivacional que estamos acostumados, serviram como uma forma de promover mudanças de rumo para seus personagens. Coach Taylor rejeitou uma proposta cercada de regalias para manter o foco em sua equipe, depois que ouviu as emocionantes palavras de seus jogadores. Depois de perder o controle de Vince nas últimas semanas, sua volta a um caminho correto não poderia ter vindo em melhor hora, quando declara que talvez nem estaria vivo se não fosse pelo treinador. Não apenas por sua mudança de atitude, quando finalmente percebe o dano que seu pai pode causar a sua carreira, mas porque Coach Taylor enfatiza que a equipe não joga em seu benefício, ou para que ele consiga novas propostas. Assim, a decisão do treinador também refletiu esse fato, mostrando novamente ser um homem íntegro que não decide seu futuro apenas baseado naquilo que deseja para si próprio ou sua família, mas que pensa num contexto maior, escolhendo aquilo que deve ser feito no momento. Ao seu lado, ele pode sempre contar com a compreensão de Tami, que mesmo se mostrando bem à vontade com essa oferta, está disposta a apoiar o marido em qualquer que fosse sua decisão. Não é à toa que o casal Taylor ainda representa o mais perfeito casamento a passar pela televisão, a ponto de achar que a série poderia até continuar apenas retratando essa união, mesmo longe de Dillon.
Esse episódio marca também o retorno de Tim Riggins, finalmente sendo libertado em regime condicional. Ainda que um pouco apressado, o roteiro deu conta de apresentar uma boa perspectiva de todos os detalhes que envolviam sua volta. Billy cada vez mais irritado durante os dias que antecederam essa decisão, mostra que ele continua se sentindo culpado pelo ocorrido, assim como Tim ainda guarda um enorme ressentimento por ter sido abandonado na cadeia por seu irmão mais velho. Não era surpresa também que para desabafar e aliviar um pouco sua solidão, ele escrevesse cartas para Coach Taylor, seu grande mentor, que embora não chegasse a respondê-las, nunca chegou a duvidar de sua índole, até pelas palavras gentis que dedica ao ex-jogador durante o processo. Além disso, o próprio Buddy Garrity fez questão de dar um depoimento inesperado (muito mais pela sua eficiência), garantido a integridade do rapaz enquanto namorava sua filha e oferecendo o apoio que fosse necessário nessa sua volta. A reação de Tim Riggins ouvindo todos esses discursos variava bastante, entre desconfiança a alguns rastros de esperança, mas que acabavam reduzidos pelo seu semblante triste, em nada lembrando aquele número 33 dos Panthers em campo, ou aquele homem que havia percebido o sentido de sua vida ao final da temporada anterior. Trazer de volta Tim Riggins também em espírito talvez seja o maior desafio até o final da série, mesmo contando com a provável ajuda de alguns dos velhos personagens, já que até mesmo dentro de seu próprio lar ele se sente agora como se fosse um intruso.

Fotos: Reprodução.

e.fuzii
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quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

[FNL] 5x09 Gut Check

Pela situação delicada que a equipe dos Lions atravessava na semana passada, era questão de tempo até que fosse quebrada sua invencibilidade na competição. E essa derrota sequer foi mostrada na íntegra, não apenas querendo preservar a equipe, mas para aproveitar esse momento de animosidade no vestiário após a partida. Numa montagem bastante intensa, os jogadores lavam a roupa suja enquanto flashes da partida pontuam essas discussões, até que Coach Taylor manda todos saírem de seu vestiário. Ele sabia que se estivesse diante de um time unido os atletas provavelmente se manteriam em silêncio, analisando seus erros e acertos, ou mesmo tentariam extrair algo para motivá-los para o próximo jogo. Após uma breve reunião com a comissão técnica, chega-se ao consenso de que o grande desagregador do time seja Vince, que acaba afastado dos treinos durante a semana. Talvez essa fosse a oportunidade do jogador colocar sua cabeça no lugar e se arrepender de suas atitudes recentes. Porém, mostrando que está cada vez mais perto de perder o rumo, Vince não só deixa de honrar uma promessa feita ao treinador, como termina perdendo Jesse para sua própria teimosia. Talvez ele nem precisasse de uma ajuda de sua mãe, a pessoa que trouxe de volta o pai à sua vida, para perceber que estava sendo induzido ao erro por Ornette, não só por querer tirar satisfações com o treinador ao final do jogo, como por pouco antes minimizar sua falta em um dos treinos. O que me chama atenção em Friday Night Lights é como o futebol sempre se torna importante quando usado como recurso de roteiro. Poderia ser pouco provável uma vitória dessas, improvisando Luke como quarterback, mas na verdade serviu para que Vince percebesse que a equipe poderia sim vencer sem ele. E isso, além de provocar a fúria de seu pai, deve fazer com que ele finalmente deixe de lado toda aquela sua arrogância.

"Gut Check" apresentou assim uma sequência natural para todas as tramas do episódio anterior, mas a que acabou me surpreendendo mesmo foi a chegada de Julie a Chicago. Matt claramente conseguiu colocar sua vida em ordem longe de Julie e por mais que ele estivesse sempre pronto para recebê-la, não demorou muito para surgir um certo desgaste neste breve reencontro. Entre os dois existe uma diferença clara de objetivos e Matt tem de ser até duro para dizer que também não pode servir como porto seguro de Julie sempre que ela precise fugir de seus problemas. Talvez a emocionante despedida mostre que ainda existe esperança para esse relacionamento, mas somente depois que Julie conseguir atingir um mesmo grau de maturidade e estar pronta para superar seus próprios problemas. Assim como já desconfiava na semana passada, Becky aceitou seu primeiro emprego no The Landing Strip, ainda que num provisório cargo de garçonete. Mas agora que Luke teve a coragem de finalmente assumir seu romance diante da própria família, essa escolha de Becky promete ser outro obstáculo nessa relação. Como disse anteriormente, acho que esse assunto precisava de um tempo maior para ser discutido, principalmente porque espero que a família de Becky volte a aparecer até o final da série. E enquanto isso acompanhamos Mindy surtando com a possibilidade de ter um novo filho e Billy extremamente satisfeito mais uma vez pelo seu grande feito.

A história de Epyck pode até continuar irregular, mas ainda é uma forma interessante de explorar as capacidades de Tami Taylor, que não desistiria tão fácil de ajudar a garota. Mas assim como tantos outros habitantes de East Dillon, Epyck não pode se concentrar na busca por um futuro melhor porque seu passado sempre volta para condená-la. É o que acontece quando uma das professora acusa Epyck de ter furtado dinheiro de sua bolsa. Mesmo que sua reação não deixe dúvidas de sua inocência, Epyck ainda gera tanta desconfiança que é perseguida até que essa mal entendido vire um grave incidente. Tami assiste a garota sendo conduzida por um policial e algemada como uma delinquente, certamente imaginando que através de um sistema opressor como esse ninguém poderia ter uma nova chance. Tami termina frustrada, assim como seu marido, que já até considera a ideia de partir para lidar com jovens já na universidade.

Para não perder o costume, queria aproveitar o último parágrafo para mais um destaque daquilo que sentirei falta em Friday Night Lights, nesse caso a competência dos roteiristas de montar cenas através de combinações completamente improváveis entre seus personagens. Nesse episódio tivemos três exemplos: Epyck mostrando sua facilidade para cuidar de crianças ao tratar com gentileza da pequena Grace, Jesse ajudando Luke a estudar as estratégias de jogo e Coach Taylor oferecendo seu apoio a Jesse após sua separação de Vince.

Fotos: Reprodução.

e.fuzii
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quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

[FNL] 5x08 Fracture

"You're knocking on the wrong doors." – Coach Taylor

A adolescência fica normalmente marcada como a época da vida em que procuramos pelas soluções de nossos problemas nos lugares errados. Claro que há exceções, mas aprender a se virar pelo mundo sem ainda ter experiência suficiente e nem poder se sustentar sozinho, é sempre a causa dos maiores dilemas nesta idade. O que vemos em "Fracture" é essa fragilidade transparecendo na maioria de seus personagens, até de forma literal como a contusão de Buddy Jr, que embora tenha sido casual parece servir de símbolo para esse momento adverso dos Lions, quando tudo tem tendência para dar errado. Vince depois de passar toda sua vida desamparado, enxerga em seu pai a única esperança para seu futuro, principalmente por finalmente ter alguém de sua família cuidando de seus interesses. Para isso, ele está disposto a posar como a estrela de seu time na televisão, acreditando ser muito mais importante que o restante de seus companheiros. Depois de faltar em um treino para visitar uma das universidades interessadas em seu talento e, além disso, mentir para o técnico aproveitando da delicada condição de sua mãe, Vince está bem próximo de perder o controle de seu time e até de si mesmo. A verdade é que apesar de manter a invencibilidade no campeonato, a equipe dos Lions está prestes a implodir, chegando a uma condição alarmante quando os jogadores se envolvem numa briga prestes a entrar no ginásio onde seriam saudados por sua torcida. Coach Taylor pode até tentar motivá-los, mas isso não diminui sua frustração ou mesmo o grande desafio que terá para lidar com os desentendimentos em sua própria comissão técnica, assim como todo o assédio sobre seus jogadores. No caso de Vince, talvez a única pessoa capaz de ainda salvá-lo seja Jesse, podendo trazê-lo de volta a um caminho mais sóbrio, pelo menos a tempo de conseguir uma vaga em uma universidade que realmente valorize seu talento.

Talvez não fosse preciso mencionar novamente o quanto Julie sentiu-se isolada durante seu breve período na universidade, terminando por se envolver com o tutor de seu curso por ter sido o mais próximo que encontrou de uma companhia. Depois dessa relação virar um escândalo, de nada adiantou fugir para Dillon, já que Derek logo aparece para tentar consertar a situação. Sua presença ali também pouco contribuiu para aliviar qualquer aborrecimento, além de mostrar que continuaria se aproveitando da frágil condição da garota. A decisão de Julie ao fazer o retorno no meio da estrada não poderia ser mais significativa: virando-se para fazer as pazes com seu passado e terminando diante da porta que sempre esteve aberta para ela. Se toda essa tediosa trama universitária serviu para provar que Julie estava errada em procurar por seu próprio caminho, não posso dizer que tenha sido justa, mesmo que fosse merecido esse reencontro com Matt Saracen.

Tivemos também o retorno de Epyck, que já vinha sentindo falta há alguns episódios, servindo ainda como um problema para Tami resolver e assim ganhar um pouco mais de tempo em cena. Ainda que pouco desenvolvida, o drama de Epyck se enquadra ao tema de "Fracture" por ela tentar sabotar seu próprio futuro enquanto se mantém presa aos traumas do passado. Já Becky esteve envolvida numa história mais leve, aproveitando uma excursão com as amigas do Landing Strip para participar de um concurso de beleza. Nem por isso foi menos importante, já que ela teve a chance de revelar suas aflições e assim finalmente dar uma nova chance ao relacionamento com Luke. Não só me impressionou seu delicado gesto de deixar um bilhete ao garoto no vidro de seu carro, como o concurso de beleza em si, quando o entusiasmo das strippers nunca parece ser julgado, mesmo que claramente fora de propósito. Embora desconfie cada vez mais que esse também será o caminho escolhido por Becky em breve -- sua admiração pela quantidade de dinheiro na mesa, a surpresa de Luke ao saber do emprego de Mindy, etc. --, não acredito que será possível dar dimensão suficiente a uma decisão como essa em apenas cinco episódios. Pois é, restam apenas mais cinco episódios para finalmente nos despedirmos de Dillon. Já está deixando saudades.

Fotos: Reprodução.

e.fuzii
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quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

[Sherlock] A série da BBC

O charme, a inteligência e a arrogância inglesa resumidas em apenas um personagem fictício. Muito provavelmente, desde o final do século XIX, nunca tenha aparecido em páginas de livros ou em produções cinematográficas um detetive tão peculiar, portador de talentos que passam longe de um “ser humano comum” e de uma personalidade quase anti-social, se não fosse pelo fato do “social” ser intrinsecamente ligado ao seu ofício.

Na verdade, o que Sherlock Holmes faz é considerado, por ele e para ele, muito mais diversão do que ofício, de fato. Desvendar enigmas, casos complexos, mistérios além da compreensão de pobres mortais sempre foi o prazer escancarado desse atípico e excêntrico investigador, que apareceu pela primeira vez no romance A Study in Scarlet (Um estudo em Vermelho) de Sir Arthur Conan Doyle, seu criador.

Durante todas essas décadas, a quimera sherlockiana tem sido reproduzida pelos quatro cantos do mundo. O clássico literário foi resgatado e, importante enfatizar, revitalizado, pela BBC esse ano de 2010 com o nome “Sherlock”, apenas.

É dispensável contar aqui as narrativas desses únicos três episódios de 90 minutos cada, embora sejam intrigantes e envolventes. Incorporando o Sherlock Holmes way of life, vou me ater a apenas alguns detalhes importantes (“As coisas aparentemente mais insignificantes são da maior importância").

"A study in pink" (em referência ao romance do século XIX), “The Blind Banker “ e “The Great Game” são episódios que trazem o que há de mais cativante nas histórias de SH e seu elementar parceiro, o médico John Watson. Começando pela hilária relação dos dois, que conquista um grau de confiança mesmo quando todos alertam Watson sobre a psicopatia de Holmes. A cumplicidade entre eles em apenas algumas horas depois de quando foram apresentados é transcendental, como sempre foi. Isso porque em pouco tempo descobrem, de uma forma estranha (para Watson), que têm muito em comum: são inquietos e entediados por natureza (embora Watson lute contra isso, tentando estabilizar sua vida após a traumática passagem pelo Afeganistão como médico militar) e aspiram aventuras nada comuns, quero dizer, fúnebres e macabras.


Martin Freeman e Benedict Cumberbatch (Watson e Sherlock, respectivamente), saboreando os mistérios da “dama de pink”. No fundo, o inspetor Lestrade (Rupert Graves)


Todo o início da história da dupla é retratado, assim como no livro A Study in Scarlet. A novidade então fica por conta da contemporaneidade aplicada na trama. Desde recursos de edição até recursos de linguagem ultra atuais, Sherlock traz o conceito de um clássico centenário numa configuração capaz de atrair todas as idades, em especial os mais jovens.

Movimentos de câmera, diálogos versáteis e rápidos, inserções de texto na tela cada vez que uma mensagem de texto de celular era lida... nada sem muita inovação, na verdade nada do que já não tenha sido feito antes, em produções mais novas.Mas é interessante vendo tudo sendo aplicado ao clássico encarnado tantas outras vezes.

A tecnologia surge como um suporte importante pra Sherlock. O seu smartphone funciona como extensão da sua mente, que na maioria das vezes é mais veloz que bits e bytes, mas que não dispensa um site de busca, um GPS e até mesmo uma consulta rápida à Previsão do Tempo.


Como esteve o tempo nos arredores de Londres nas últimas 24 horas, Sherlock?


Aliás, todos são dependentes de celulares e computadores. É SMS pra não acabar mais, Holmes é famoso pelo se blog “The science of deduction”, onde escreve sobre seus casos em que esteve envolvido, e até Watson possui um blog com o objetivo de “externalizar” seus traumas de guerra e posteriormente para contar as suas aventuras com Holmes.

Mesmo com essa modernice toda, Sherlock não é nada extravagante e mantém o delicioso humor e a elegante sobriedade ingleses.

Sherlock também faz uma espécie de homenagem à Londres, como não poderia faltar ao estilo britânico. Lindas imagens da capital inglesa e toda sua elegância peculiar marcam o tempo da série em “insides” necessários, já que são episódios longos.

Tudo isso torna Sherlock mais próximo da nossa realidade e mais divertido. Fãs mais tradicionais podem até se sentir ofendidos, já que os métodos não são mais aqueles, vamos dizer assim, "manuais”, mas a adaptação convence.

Cenas de perseguição, aventura, suspense por becos escuros, molhados e sinistros. Essa é a Londres dos serial killers.


Infelizmente, o season finale, “The Great Game”, deixou a desejar na última cena, apelando pra um tremendo clichê para deixar o suspense para a já confirmada segunda temporada.

Embora eu só tenha feito comentários elogiosos, Sherlock não tem nada excepcional. Mas é divertido, envolvente e gostoso de ver.

Até mais!



Michele do Carmo
twitter.com/carmomichele

[FNL] 5x07 Perfect Record

Novamente a cidade de Dillon está dividida esperando pelo confronto de seus dois times, na disputa pelo troféu "Big Cat Clash" da temporada. Porém, desta vez o lado leste leva vantagem pela campanha invicta que vem mostrando até então no campeonato. Se naquela situação o campo dos Lions já havia sido alvo de vandalismo -- mas que agora é defendido pelos próprios conselheiros do time --, era de se esperar que em desvantagem os Panthers tentariam uma provocação ainda pior para desestabilizar seus adversários. Ela veio através de um site divulgando os atos de delinquência dos atletas da equipe no passado, até com as fotos de suas fichas criminais, provocando muita revolta. Mas mesmo com os ânimos acirrados antes da partida, a resolução do duelo acabou sendo bem morna principalmente para um evento que havia sido tratado como clímax no final da temporada passada. A família McCoy e o técnico Wade Aikman também desapareceram sem deixar vestígios, o que me parece decepcionante até por todo o trabalho feito anteriormente para estabelecê-los como os principais rivais de Coach Taylor do outro lado da cidade.

Aqueles que sentiam saudades dos personagens antigos de Friday Night Lights foram em parte recompensados pelo retorno de Jason Streets à cidade. Sua presença pode não ter sido memorável, tanto por ter se mantido ao lado dos Panthers como por nem sequer ter ido visitar o amigo Riggins na prisão -- essa situação continua parecendo ainda deixada de lado --, mas serviu para mostrar sua bem sucedida carreira como empresário de jogadores. Assim como a vitória dos Lions no confronto e o convite para Coach Taylor dirigir um time universitário, essas parecem condições agradáveis demais para contrastar com o que está vindo por aí. No caso, a polêmica performance de seus jogadores dentro de campo, não por maldade mas por um excesso de vontade, levam a punições cada vez maiores e podem manchar a carreira de muitos deles, ainda mais com as denúncias que vieram à tona antes da partida. Além disso, Coach Taylor tem sido cada vez mais desafiado por Vince e seu pai, que também não parece agir por maldade, mas apenas troca os pés pelas mãos quando tenta auxiliar o filho em sua carreira. Ao que tudo indica, não será nada fácil para o "Kingmaker" levar esses garotos ao State.

A trama universitária de Julie ganhou contornos ainda piores neste episódio por ter atraído também Tami Taylor para dentro dela. Isso porque seu cargo de conselheira foi novamente deixada de lado (Epyck não era um caso urgente a ser resolvido?) para uma viagem até a universidade, onde ficaria frente a frente com o tutor de Julie. Nem é preciso dizer que Connie Britton é excepcional em cena, mas poderia passar tranquilamente sem esse drama todo. O grande destaque do episódio esteve mais uma vez na relação entre Billy e Luke, que levou o garoto até a selar finalmente seu (novo) romance com Becky. Sua surpresa ao descobrir que Mindy trabalhava no Landing Strip? Impagável.

Fotos: Divulgação.

e.fuzii
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