terça-feira, 30 de setembro de 2008

[Alice] 1x02 O Tesouro de Alice

Duas semanas se passaram na vida de Alice desde que ela chegou a São Paulo, e agora parece evidente a diferença de tom na narrativa. Aquela atitude irresponsável de querer voar e ser livre no episódio piloto transformou-se numa vontade de se auto-conhecer e lidar com assuntos mais importantes para sua vida. A cidade não é só festinha todo dia e Alice vai caindo na real quando seu dinheiro começa a encurtar e a disputa pela justa herança de seu pai parece ser longa e desgastante. Afinal, na primeira tentativa de resolver as coisas amigavelmente com Erislene, já cria-se um abismo enorme entre as duas, com Alice sendo culpada por tanto tempo estar longe de seu pai. Essa decisão, aparentemente tomada pela própria Alice, é o que pretende ser reavaliada nessa sua estadia em São Paulo. Afinal, como seria sua vida se tivesse ficado ao lado de seu pai? Seria a falta dela um dos motivos para sua depressão? E mais, o que seria de sua juventude e da sua própria vida adulta se morasse em São Paulo?

Para tentar responder a essas perguntas, a personagem fundamental é sua meia-irmã Regina Célia. Primeiro porque a menina sabe o quanto seu pai sentia falta de Alice, ao contrário do que Erislene havia dito para despistá-la. Em segundo lugar, como é mostrado no anagrama que envolve as duas personagens, elas tem muito mais do que o pai em comum. Célia é seu reflexo em São Paulo, a garota que ela poderia ter sido, provavelmente criada com o amor que sempre lhe faltou. Depois de tanta indiferença e orgulho, Alice troca lembranças do passado com sua irmã na padaria e descobre que ela detém o tesouro que poderá completá-la.

Entretanto, o caminho para chegar nessa bela cena foi bastante tortuoso. Nunca vi tantos telefones deixarem de ser atendidos em tão pouco tempo. E quando um objeto começa a ter função contrária à original -- que nesse caso é fazer um personagem comunicar-se com o outro --, temos um grave problema. Lembrar que existem telefones passa a ser simples desculpa para que o roteiro possa se desenvolver. Só a tia de Alice já detém a incrível média de um telefonema por episódio: na semana passada não atendeu Alice e dessa vez foi a vez de ignorar Erislene. Enquanto isso, era desenvolvido um romance lésbico irrelevante para a trama até então. Não é à toa que mesmo indo para a casa da tia, Célia nem carrega o número de telefone dela...

Acho que é louvável situar as personagens em contextos e locações reais, como acontece com a abertura da Mostra de SP no Auditório Ibirapuera, mas o que preocupa é que esse senso de realidade precisa ser constante em todas as cenas. Célia perdida na Praça Roosevelt, por exemplo, lembrou produção de novela das oito. Até porque, prostitutas e travestis talvez fossem as "melhores" coisas que ela encontraria por ali. O churrasco na cobertura também parece absurdo demais para pessoas tão moderninhas como os amigos da Alice. Por outro lado, acho um pouco cedo para julgar a participação da atriz que interpreta Célia, até porque exigiram demais da garota em dois episódio -- choro no velório, discussão acalorada, tapa na cara e cena emocionante --, mas a insegurança que ela passa às vezes até confunde-se com a da própria personagem.

Esqueci de comentar na semana passada que gostei bastante da abertura da série, intercalando uma Alice transformando-se e algumas cenas de caleidoscópios que remetem ao espelho, assunto tratado com freqüência tanto aqui como na história de Lewis Carroll citada no episódio.



e.fuzii

sábado, 27 de setembro de 2008

[Mad Men] 2x08 A Night to Remember

Eu juro que não foi por coincidência, mas o nome do episódio da semana passada acaba sendo um bom motivo para parabenizar Matthew Weiner, sua equipe e todo o elenco de Mad Men pela conquista dos seis prêmios Emmy, incluindo o de melhor série de drama do ano. Enquanto a televisão aberta americana vive um período turbulento -- de todas as séries que estrearam até agora, não pretendo seguir com nenhuma --, as produções nas redes a cabo tem ganhado cada vez mais importância. Tanto é que o Emmy foi dominado por essas produções e só foi abafado mesmo pela vitória arrasadora de 30 Rock, que ironicamente sobrevive na televisão com uma audiência ridícula. Acho que já passou da hora de voltarem a investir em série roteirizadas e deixarem de lado seus horrendos reality shows.



Mas vamos ao episódio:
Betty continua encarregada de suas obrigações como esposa, preparando um jantar para apresentar Duck e Roger a Crab Colson, mesmo com a "bomba" plantada por Jimmy Barrett debaixo da mesa de jantar do casal. Mas na primeira adversidade, ao descobrir que uma de suas cadeiras está rangendo, Betty mostra toda sua insanidade enquanto desfruta calmamente da destruição da cadeira. E tudo isso com seus filhos assistindo. Ainda assim, o jantar acontece como Betty planejava, contando com a presença de Roger, Crab e suas respectivas esposas, e depois com a chegada de Duck, sem uma acompanhante. Essa situação pode ter relação com o futuro provável de Don, como sugeria o episódio "Maidenform", mas se pararmos para analisar, nesse jantar ninguém parece formar um verdadeiro casal. Até a recém introduzida esposa de Crab é retratada como uma mulher que bate em paredes e cai de cadeiras por tanto beber.

A bebida, aliás, teve grande destaque na cena do jantar tanto servindo de desafio para Duck até virar a razão do contrangimento de Betty por ser exemplo do "experimento Heineken". Ela sente-se humilhada porque passa a imagem de esposa frágil, fácil de ser domada, o que prova mais uma vez como a preocupação de Betty está na forma como o casal aparece para a sociedade. Tanto é que em meio a briga ela chega a dizer que só aguenta a forma de Don se relacionar com o mundo porque acredita que ninguém sabe de nada. A partir daí, Betty se desespera, tenta confrontar Don e forçar ele a admitir sua traição, procura por provas em todos os lugares, age como mãe irresponsável e perde total noção do mundo ao seu redor. Sem encontrar nada que pudesse incriminá-lo, ela até pensa em perdoá-lo, mas quando revê Jimmy Barrett na propaganda das batatas Utz, muda de idéia. É cruel demais ter todos os dias em sua sala de estar um cúmplice de seu desastroso casamento.

Enquanto isso, acompanhamos Peggy fazendo outro favor ao padre Gill. Encarregada de fazer os cartazes de uma festa da Igreja, o padre aproveita da situação para tentar extrair uma confissão da jovem. Cada vez essa situação parece mais interessante e acho que é uma questão de tempo para Peggy confrontar de vez seu passado. Mas não espero por um arrependimento, já que ela está com uma mentalidade voltada demais a sua carreira profissional, como pudemos ver na reunião em que Peggy cobra uma ação do padre, como se ele fosse o relações públicas de uma empresa. O outro lado da moeda é mostrado com Joan, ajudando o lento Harry -- hilários os momentos em que ele não oferece um cigarro e nem abre a porta para Roger -- no departamento de televisão. Quando ela é substituída por um novo funcionário e tem de voltar a sua função, fica claro seu descontentamento, mas ela não tem a coragem de admitir. Como Joan já discutiu tantas vezes com Peggy, ela não quer entrar no território masculino e participar de seu jogo, preferindo continuar sendo apenas alvo de seus olhares. E sustentar essa imagem não é fácil para Joan, deixando uma profunda marca da alça do sutiã em seu ombro, como pudemos ver na bela montagem dos personagens despindo-se no final do episódio, ao som do violão do padre Gill sem sua batina.



e.fuzii

[CRIMINAL MINDS] 4X01 "Mayhem"





Após um grande season finale, com um super cliffhanger, CM retorna com um bom episódio. Vemos o desenrolar da explosão e logo descobrimos que (sim, meu lado trágico lamentou pois eu adoraria ter visto a morte de um dos personagens, como disse no comentário do 3X20; mas precisaria de uma dose de coragem e ousadia que as séries hoje em dia não têm) ninguém morreu. Sequer havia alguém dentro do carro!! Era a SUV de Hotch, e ele e Kate estavam se aproximando dela quando um dos membros do tal grupo terrorista detona uma bomba. Ela é mais seriamente ferida e tem que ser levada a um hospital, em estado gravíssimo.






Paralelamente, Rossi e Reid, com o apoio técnico de Garcia, a força bruta de Morgan e JJ e Prentiss com colaborações menores, vão percebendo que há algo muito errado no perfil que eles haviam traçado. Começam a repassar todos os detalhes, rever todos os aspectos, até que, uma vez que todos se encontram no hospital onde Kate está sendo operada, percebem que este, e um misterioso 'alguém' que lá está, sob a proteção do serviço secreto, era o verdadeiro alvo do ataque.

O episódio teve muitos bons aspectos - e alguns bem fraquinhos.


Definitivamente, Morgan é Rambo. Bem que eu já desconfiava, após tantas intervenções espetaculares ao longo da série, mas dessa vez foi demais!! E com direito a um melodrama 'de quinta' com a Garcia. Tsc, tsc, tsc.






Por um acaso, esperava-se que eu me surpreendesse que Sam era o responsável pela bomba, e que o paramédico era o terrorista??? Eu não sou nada brilhante para sacar coisas antes de serem reveladas em séries/filmes, mas esses dois me pareceram óbvios demais!!


Se para Hotch e para Morgan não importa que era o protegido peo serviço secreto, para mim importava. E muito!! E aposto que para eles e para qualquer um também. Só que ia dar muito trabalho para os roteiristas explicarem, então ficou mais fácil colocar esse ar de desinteresse nos dois personagens. É o que penso.


Por outro lado, gostei muito da cena em que Morgan persegue o 'garoto' pelo metro. Gostei do clima de suspense. E adorei a última frase de Sam, ao dizer que os outros acabariam derrotados 'because you fear what we embrace'. (pode parecer papo de maluco, mas eu invejo a convicção de terroristas, fanáticos, etc. Acho tão difícl acreditar em alguma coisa hoje em dia, quem dirá com convicção.)



Também gostei de ver tantos agentes da CIA e do FBI serem enganados como foram. Apesar de o terrorista não ter conseguido o que planejara, é muito mais crível que ele, de verdade, enganasse a todos como fez do que Morgan se livrasse da ambulância daquela forma.




E também gostei daquele baita clichê 'never leave a man behind!' que Morgan menciona quando insiste em ir ajudar Hotch e Kate. Adoro esse tipo de comprometimento!


Espero que o namoradinho cajun da JJ fique preso no aeroporto pelo resto da temporada.


E o que foi aquele diálogo entre Morgan e Hotch, no fim do episódio?? Ok, Morgan resiste à idéia da promoção por apego à equipe. Mas o que Hotch quis dizer com (algo parecido com) 'suas ações, por mais corajosas que tenham sido, seriam as ações de um agente que, na verdade, não confia em ninguém?'. Como assim?? Aquela dificuldade de confiar, em razão dos abusos que sofreu na infância, que o episódio 'Profiler, Profiled' (2X12) nos mostrou, ficou no passado, como o próprio Hotch afirmou para sua superiora no final daquela temporada. Ele afirma que Morgan tem dificuldade em confiar e, inclusive, o provoca quando pergunta, novamente, se ele vai insistir em dirigir. Ok, saber confiar é tão importante quanto ser de confiança quando se trabalha numa equipe como eles, mas porque Hotch questionou isso, agora, não ficou muito claro para mim.




Na próxima semana, uma série de assassinatos parece estar relacionada a um serial killer que já foi executado pela justiça, há um ano. Até lá.

Celia.

[CSI:NY] 5x01 Veritas

Finalmente, o episódio pelo qual eu mais estava esperando. Com perigo e investigação combinados de uma forma que tem mostrado ótimos resultados em CSI:NY, a quinta temporada começou muito bem.

No final de Hostage, Joe (Elias Koteas) tem Mac Taylor como refém. 'Veritas' prossegue com Mac saindo do rio Hudson, em Jersey City. Ele vai em direção a estrada, consegue fazer uma motorista parar e pede o celular dela emprestado.



Depois de ser atendido por pára-médicos, Mac recebe de Flach a notícia de que o corpo de Derrick James (Dayo Ade), principal suspeito do primeiro assalto ao banco, recém fora retirado tirado da água e que a polícia de Jersey City não irá realizar uma investigação conjunta. Tudo o que os peritos de NY conseguem é permissão para tirar fotos no local e receber informações sobre o andamento das investigações.



Adam diz porque acredita que Joe ainda está em NY e em busca do dinheiro. Também é Adam quem descobre que a irmã de Flach — Samantha Flack (Kathleen Munroe) — é a dona do carro em que Joe fugiu após o primeiro assalto. A desconhecida que ajudou Mac no começo do episódio não só é a 'amiga' de Samantha, mas também é cúmplice no assalto.



Stella também corre risco de vida ao perseguir Joe e ser surpreendida por ele.



Ethan Scott (verdadeiro nome de 'Joe') se sente tão confiante de que vai escapar que diz a Mac que vai "sentir falta da voz e das ameaças vazias" do perito. Scott não imaginava, entretanto, que estava prestes a ser capturado.



Tatiane
tatiane@comentariosemserie.com

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

[Heroes] 3x01-02 - "The Second Coming" e "The Butterfly Effect"

E após quase 10 meses “Heroes” está de volta com a promessa de uma terceira temporada que irá redimir o fracasso da anterior. Estreando com dois episódios de uma só vez, os criadores da série chutaram o pau da barraca, numa tentativa desesperada de reformulação geral do enredo, e investiram em ação, surpresas à vontade, tramas envolvendo praticamente todos os personagens, retorno de antigos e o acréscimo de mais gente nova. Essa salada de informações acabou sendo bem digerida, muito embora é preciso ignorar preceitos que os autores haviam estabelecido antes. É esquecer a lógica interna e ver onde isso tudo vai dar.





A terceira temporada já começa de forma curiosa, com um futuro onde Claire tenta matar Peter e este retorna para nosso presente com o objetivo de matar o irmão, responsável pelo destino cruel de nossos protagonistas. A seqüência funciona muito bem para estabelecer o que provavelmente será a trama central desta temporada. Ainda que utilizar mais uma vez um futuro negro como objetivo a ser evitado não seja nada original, funciona porque não precisamos ver este futuro: o fato de Claire querer atirar em Peter e este assassinar friamente o irmão já dá o tom do que está por vir, além de responder logo nos primeiros minutos do episódio a dúvida de quem teria atirado em Nathan no final da segunda temporada.




Claro que com isto, os roteiristas ignoram uma regra estabelecida em “Six Months Ago”, aquela que dizia que Hiro não podia viajar no tempo e mudar o futuro. Outro problema é que no final da última temporada, Mamãe Petrelli conversava com alguém por telefone dizendo entender que era inevitável a morte de Nathan e, sendo um ato isolado de Peter reprovado por ela depois, só posso concluir que os roteiristas também ignoraram a continuidade. E por que Peter escolheria atirar em Nathan em público, já que, como irmão, teria sido mais fácil matá-lo “em particular”? Pela emoção, claro.




Também no season premiere tivemos uma das seqüências mais interessantes de toda a série, ainda que ela torne a primeira temporada irrelevante, em retrocesso: depois de nossos heróis passarem todo o primeiro ano salvando a cheerleader para salvar o mundo, em poucos minutos de episódio, Sylar consegue os poderes de Claire. E o que descobrimos? Que ela não morre e nem o mundo acaba! Claro que antes ela morria, inclusive em “Five Years Gone”, mas os roteiristas preferiram ignorar isto e acrescentaram um novo elemento: Claire é especial dentre os especiais e não pode morrer. Mas a seqüência é interessante, primeiro pela própria escatologia, tão “sci-fi”, em ver a mocinha com o crânio aberto e o vilão brincando com seu cérebro; segundo, porque finalmente vemos como Sylar absorve os poderes de suas vítimas e de quebra ainda faz piada com o fato de que muitos fãs achavam que ele comia os cérebros.


As ramificações destes dois eventos trouxeram complicações que só nos resta aguardar para que resultem em acontecimentos empolgantes: Nathan ressuscita e se torna um fanático religioso pronto para o Senado (em outra série, isso poderia render algo bom, mas em “Heroes” não aposto), que pode estar sendo guiado por Linderman ou não – de minha parte, acredito que o beijo de Peter em sua testa foi a causa da sua ressurreição e o resto é pegadinha de roteirista fã de Malcolm McDowell para lhe arranjar uns trocados; o Peter do presente fica preso no corpo de um dos presos da Companhia (graças a um novo poder do Peter do futuro), que acaba fugindo com outros vilões, depois que Sylar e Elle se enfrentam, custando a vida de Bob e dando a Mamãe Petrelli a direção da Organização. Tudo isso me pareceu muito bem narrado, em alta velocidade, sem perder muito tempo com demais explicações. E que tal a possibilidade de Sylar ser um Petrelli? Ah, e não vamos nos esquecer do pobre Matt, que foi parar na África e encontrou alguém com os mesmos poderes de Isaac, e que já previu um futuro bem mais empolgante que o da primeira temporada. Ao invés de uma Nova York explodindo, teremos o planeta mesmo rachado em dois. Acho bem mais legal.




Também descobrimos que Angela Petrelli tem sonhos premonitórios. E eu que achava que Peter havia adquirido este poder quando cuidava de Charles Deveaux. Mas, enfim, o fato é que Mamãe Petrelli teve um desses pesadelos que deveriam deixar qualquer espectador empolgado. Falo de um bando de vilões assassinando impiedosamente todos os nossos heróis. O problema é que nesta série quem morre sempre tem uma chance de retornar, então qual a tensão e expectativa que existe? É o grande problema que “Heroes” terá que driblar caso queira manter seus fãs, porque já sabemos que nada é definitivo e os roteiristas podem aprontar o que quiserem e recomeçar tudo de novo.




O caso mais grotesco nesse sentido é a nova personagem de Ali Larter. Nem Niki, nem Jessica. Agora temos Tracy, que longe de ser uma outra personalidade, é uma pessoa que entra na trama através de um governador que quer se aproximar de Nathan. E como se não bastasse, ela ainda tem poderes bem diferentes de Niki, e que só está descobrindo agora, juntamente com a existência do seu clone. Como o “núcleo Micah” foi o único a não aparecer nos dois episódios, explicações de o que teria acontecido com Niki/Jessica no incêndio fica para a posteridade. Mas não consigo imaginar um motivo para esse storyline que não seja apenas a de manter Larter no elenco, depois de tão bizarro acidente no final da segunda temporada.


E como se todos esses acontecimentos não fossem combustível suficiente para manter uma temporada inteira, ainda tivemos mais via os personagens mais chatos da série. Mohinder 3.0 volta mais estúpido do que nunca e depois de um ato extremamente egoísta frente a Maya (mais bonita e menos chata), resolve testar sua nova descoberta em si mesmo, apressada e irresponsavelmente. Claro que as coisas dão certo no início, e o cientista vira o próprio Peter Parker (sem as teias), traça a Maya (o que Matt achará disso?) e, claro, as coisas começam a dar errado depois. Onde isso vai dar, ninguém sabe. O fato é que sua nova descoberta é uma das respostas possíveis para o Ando do futuro ter super poderes e trair Hiro. Ou seria Hiro o verdadeiro traidor? A dupla japonesa continua chata, ainda que tenha sido divertido ver Hiro entediado brincando com os ponteiros de um relógio, e o congelamento do tempo para descobrirmos a nova personagem, tão rápida que comprova que na verdade Hiro não pára o tempo totalmente. Não gostei da atriz, mas o que interessa é que mais um elemento importante foi acrescentado: uma fórmula química pela metade, guardada por gerações da família Nakamura (ó céus...), e que é roubada, sabe-se lá a mando de quem.




Com tudo isso, é impressionante como a narrativa não se perdeu, não ficou confusa e nem perdeu o fôlego. O que não quer dizer que foi primoroso. Se todas essas subtramas fizerem sentido e formarem um todo coerente (algo que raramente já ocorreu nesta série), vai ser possível ignorar os eventos do passado e aproveitar a diversão como se “Heroes” estivesse começando do zero. Acredito que seja a última chance dos autores em manter alguma credibilidade e não acabar com a série de vez.





Hélio.

[CSI:Miami] 7x01 Ressurection

O episódio começa exatamente onde fomos deixados no final da 6ª temporada: Horatio baleado.



Problemas com a equipe à parte, porque Wolfe liberou o corpo antes de Calleigh e Eric chegarem; que momento! Juro que comemorei. Algo tipo "foi tardeeeeeeeee".



Mas algo estava errado, por dois motivos. O primeiro e mais óbvio: o título do episódio, Ressurection. O segundo, não soube de qualquer rumor sobre Caruso ser substituído. A saída de William Petersen do CSI em Las Vegas movimentou os fofoqueiros de plantão; algo parecido acontecer com David Caruso não ficaria por menos.



Eric não perde a oportunidade de tirar satisfações depois de descobrir sobre o sms "It's done" que vemos Wolfe receber no começo do episódio. Na verdade, era tudo um plano de Horatio para conseguir pegar Ron Sarris e proteger o filho. (Ops... e a ex também. Será que rola mais alguma coisa aí?)



Horatio sempre resolve seus problemas a sua maneira mesmo. Não foi emocionante, ou sensacional; mas foi um bom episódio para começar a temporada. Vamos ver como CSI:NY e CSI iniciam, respectivamente, a 5ª e a 9ª temporada.

Tatiane
tatiane@comentariosemserie.com

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

[Supernatural] 4.01 Lazarus Rising

Depois da melhor season finale possível, com Dean levado ao inferno à mando de Lilith , arrastado e estripado pelo cão do diabo. O que mais poderíamos esperar?

Uma open season infinitamente superior a passada. Já começo destacando o excelente trabalho de edição de som, mais do que as próprias imagens, o som nos deu uma medida exata do que estava acontecendo e nos coloca bem no clima soturno da série. Me senti no próprio inferno de Hellraiser.

E o episódio em si? Caramba! Outro nível alcançado por Supernatural. Lázaro, como meio mundo que freqüentou escola dominical sabe, é a referência ao homem salvo por Jesus, que retornou do mundo dos mortos, com a célebre frase: levanta-te a anda-te. Dean saindo da cova, tal qual como no filme "Os Mortos Vivos" e visualizando toda aquela terra modificada, árvores dizimadas como uma bomba nuclear, foi de tirar o fôlego e como se os produtores mandassem recado: Sim, nós temos O orçamento.

Reprodução: http://spnpromo.multiply.com/photos/album/46/46#1

O irmão especial da vez é Dean. Apesar de Sean e sua união com Ruby desenvolver ainda mais "a parada esquisita dos poderes".

Os produtores de SN sempre disseram que não usariam qualquer forma de intervenção divina na série. Mas o recurso foi, desculpem o trocadilho, miraculosamente usado. E muito bem. Não sei onde li uma vez que os anjos causam mais arrepios do que os demônios. Pois bem, Castiello me causou essa sensação. Kripke nos pegou ou realmente aí tem coisa?

Ansiosa por esta temporada e pela grande batalha que vem por aí. Se realmente o divino se manifesta em SN, a briga será feia. Céu e inferno na luta pela alma dos humanos. Acho um mote interessante e coloca a série além do seu repertório de lendas urbanas e folclore.

Supernatural evoluiu. E eu aprovo completamente essa mudança. Que o sagrado e o profano se encontrem!

Cenas legais:

-Dean e sua aversão ao Ipod. Purista. A Mac agradece :P

-Bobby e seus testes, hilária a cena da água benta. "seguro morreu de velho".

- Dean e Castiello: _ Colega, da próxima vez abaixe o volume
_ Então você está na forma de algum contador tributário?
_ O seu problema, Dean, é que você não tem fé. Deus têm planos para você.

-Sam e o abraço em Dean. Ahh, eu chorei viu!







Danielle M

terça-feira, 23 de setembro de 2008

[Alice] 1x01 Pela toca do coelho

A primeira preocupação que tive quando descobri que seria Karim Aïnouz o diretor de "Alice" era como São Paulo seria revelada na série, tanto por já ter sido retratada diversas vezes na ficção como por ser a minha cidade de nascença. Isso porque um dos mais fascinantes aspectos de "O Céu de Suely", seu último longa, é a forma como a cidadezinha de Iguatu vai sendo montada diante de nossos olhos, enquanto acompanhamos o retorno da personagem principal. Nesse caso, São Paulo é apresentada da forma que já estamos acostumados a ver: panoramas de seus arranha-céus, as luzes de seu trânsito caótico e pelo olhar disperso de seus habitantes. Tudo isso simples o suficiente para conseguir chocar Alice, que já desestabilizada pela morte do pai quer fugir da cidade de qualquer maneira. Mas soa um pouco estranho que alguém que tenha uma passado com a cidade e pareça bem esclarecida seja levada por sua amiga/estranha Dani a uma festa banal, e acabe reduzida ao clichê máximo de "Maria Pick-up". Embora a montagem inicial tente passar o quão estável era a vida dela em Palmas, sua transformação acontece bruscamente, sem dar tempo para que possamos entender quem ela realmente é. Seja pela dor da perda, o isolamento ou mesmo sua aparente ingenuidade, a vida de Alice caiu na armadilha clichê que a cidade preparou. No final, devo confessar que fiquei muito mais interessado por sua vida em Palmas do que em suas desventuras paulistanas.

Minha esperança é que a personagem ainda mantenha sua essência e saiba lidar com essa fantasia de liberdade que São Paulo pretende passar. Pela horrenda cena final em que Alice diz querer aproveitar aquilo que seu pai desperdiçou, é difícil ter esperança pelo que vem pela frente. Esse confuso episódio piloto com certeza não seria suficiente para emplacar, mas como a série foi planejada como um todo -- assim como outras da HBO e a maioria dos canais a cabo --, ainda estou otimista que possa melhorar. Bons motivos não faltam: as razões para seu pai ter se suicidado, a briga pela herança e os relacionamentos de Alice com a meia-irmã e seu noivo.

Por outro lado, a parte técnica da produção é de encher os olhos, principalmente a bela fotografia e a trilha sonora do Instituto (aquele que faz turnê do disco "Racional" há milhares de anos). A direção embora escorregue em algumas cenas consegue levar bem os atores, que comparando com outras séries nacionais está acima da média. Destaque para a cena de sexo entre Alice e o DJ, intensa sem chegar a ser vulgar e com um belo plano mostrando o amanhecer ao fundo, com os primeiros raios de Sol atravessando o casal. Andréia Horta, que também está no ar pela Record em Chamas da Vida, transmite um ar bastante honesto à protagonista e me deixou impressionado. Mas como não é só de protagonista que vive uma boa série, espero que o resto do elenco consiga também se destacar.

Para quem interessar, o primeiro episódio também está disponível para ser assistido pelo site oficial da série.



e.fuzii

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

[CSI:NY] Gary Sinise renova contrato até 2011

Gary SinisePelo visto, teremos Mac Taylor resolvendo crimes em Nova York até 2011, no mínimo. O ator Gary Sinise acaba de renovar seu contrato até 2011 com a CBS Paramount, que produz "CSI:NY". Com a negociação, ele vai receber cerca de US$ 5 milhões por ano da série, o que dá mais ou menos US$ 200 mil por cada episódio de "CSI:NY".

O acordo com Sinise foi fechado antes mesmo de a emissora renovar a série para a temporada 2008/09, mas pelo visto não restam dúvidas de que a equipe de investigadores de Nova York vai continuar na ativa no ano que vem. A série está quase sempre entre os dez programas mais vistos na TV americana.

Fonte: Séries Etc.

Tatiane
tatiane@comentariosemserie.com

domingo, 21 de setembro de 2008

[Dexter] [Supernatural] O que vem por aí...


Eu sei, eu sei. Estamos atrasados. Não é pouco caso não. Vida corrida e tempo de menos.

Supernatural e Dexter (vazado) retornaram! Já os vi e gostei muito.

Os comentários virão em breve e, por em breve, significa até terça feira no mais tardar.


Obrigada pela paciência e por nos acompanhar.


**Fotos: Reprodução

Danielle M

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

[Alice] A nova série da HBO

Nesse domingo, além da festa do Emmy, temos a estréia de "Alice" na HBO. O canal já apresentou duas produções retratando o Rio de Janeiro -- as duas temporadas de "Mandrake" e a excelente "Filhos do Carnaval" --, mas essa é a primeira tentativa de uma série ambientada em São Paulo. Segundo a matéria da Folha de S. Paulo, o executivo da empresa, Luis Peraza, estima que cada episódio custe 1 milhão de reais para ser produzido. O objetivo da HBO é ampliar sua base de assinantes e explorando produções com temática brasileira "ter um diferencial que faça o assinante pagar a mensalidade contente". E para falar a verdade, mesmo sendo um pacote adicional na NET, é um dos poucos canais que vale o dinheiro que pago. Afinal, além dos filmes, que outro canal conta com séries como Mad Men, The Wire, In Treatment e Skins? Fora a disponibilidade de horário alternativo, com três horas de diferença, para todas as atrações. E olha que nem ganho nada para falar tão bem assim...

A série apresenta a história de Alice, que, após receber a notícia do falecimento de seu pai, tem de sair de Palmas para vir ao funeral em São Paulo. Longe de seu amor, ela tem de encarar o caos da cidade enquanto reencontra a nova família de seu pai. A produção é dirigida pelo cineasta Karim Aïnouz em parceria com Sérgio Machado. Na condição de migrane, Alice tem bastante relação com a jornada frustrada de Hermila no último filme de Aïnouz -- o provocante "Céu de Suely" --, e claro, com a mais famosa Alice da literatura, figura central do livro de Lewis Carroll. Através do reencontro com essa metrópole sempre pulsante, a visão de Alice também nos levará para uma espécie de mundo de fantasia, onde ela embarcará em uma jornada de auto-conhecimento.



Alice
Estréia domingo às 22h na HBO.
Reprises: Segunda às 22h na HBO Plus e quinta às 21h na HBO.



e.fuzii

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

[Mad Men] 2x07 The Gold Violin

Desde que assisti ao episódio "The Hobo Code" ainda na temporada passada, na intrigante (e triste) cena em que Salvatore mostra-se retraído durante a conversa com o representante da Belle Jolie, minha principal dúvida era como os roteiristas iriam lidar com seu aparente homossexualismo. Quando ele já aparece casado então, tudo levava a crer que aquilo seria só o início de futuras frustrações e lamentações. Pois Salvatore já começa a mostrar alguns dilemas, agora que uma súbita paixão por Ken parece surgir. Ken mostrou uma sensibilidade nunca antes explorada na série, tanto interpretando a obra na sala de Cooper como por buscar referências e querer eternizar os momentos de seu cotidiano em seus contos. É atraído por esses contos que Sal convida Ken para um almoço em sua casa e chega ao ponto de não conseguir manter sua pose de marido. Mesmo que nenhum dos dois pareça ter desconfiado -- eu acredito que a sua esposa reclame de estar excluída apenas da conversa profissional dos dois --, Salvatore ter mantido o isqueiro de Ken como uma espécie de souvenir mostra que, embora saiba o quanto ele pode magoar sua esposa, ele também não está disposto a colocar essa paixão de lado. Esse conto que resulta no almoço -- e dá também nome ao episódio -- trata exatamente de um violino que, embora belo, não serve para ser tocado. Pela forma como Ken elogia o ambiente na casa de Sal e diz ser aquilo que anseia para seu próprio casamento, é óbvia a relação que se estabelece entre o casal e esse violino. Mas não são só os dois que vivem de aparência nessa sociedade, assim como pudemos ver na outra história desse episódio.

Jimmy Barrett era um dos poucos personagem que parecia não dividir as opiniões dos espectadores, principalmente porque em sua primeira cena -- quando faz comentários desrespeitosos ao casal Utz -- ele já cria essa antipatia em torno de seu personagem. E esse sentimento vinha crescendo a medida que ele mostrava-se dependente de sua mulher e cada vez mais passado para trás. Mas aqui ele inverte esse quadro ao agir maquiavélicamente para derrubar o disfarce de Don Draper. Depois de ganhar a confiança de Betty e usar de sua sedução para trazer o casal Draper para a festa, ele aplica um golpe de mestre justamente mostrando para Betty a verdade e deixando que ela mesma tirasse suas conclusões. A cena em que os dois assistem a Don e Bobbie conversando sobre negócios é mais uma amostra do excelente trabalho de Jon Hamm, que transmite à distância todo desconforto necessário naquela situação para convencer Betty a cair na real. Já imaginava que Jimmy deixaria Betty decidir sozinha o que fazer com essa revelação, mas ele vai além ao confrontar Don Draper e dar um golpe muito pior do que qualquer agressão física. É difícil imaginar o que será do casal Draper a partir daqui, até porque por maior que sejam suas reclamações, Betty parece concordar em manter esse "violino dourado" inteiro, mesmo sem sua sinfonia. Comprovando mais uma vez a sua ingenuidade quase infantil, Betty mostra-se incapaz de lidar com a situação e termina colocando tudo para fora, com uma certa dose de ironia, no carro novo de Don. Quem diria que Jimmy Barrett seria tão mau quanto o pica-pau...



e.fuzii

terça-feira, 9 de setembro de 2008

[Mad Men] 2x06 Maidenform

O que você vê quando se olha no espelho? Para os que acreditam, histórias antigas contam que é sua própria alma que aparece refletida. Mas pelo uso da própria palavra no sentido literal, olhar sua própria imagem no espelho é refletir sobre si mesmo, sejam suas experiências do passado, seus segredos mais íntimos ou seus anseios pelo futuro. Já logo de início temos uma montagem envolvendo as mulheres de Mad Men na frente do espelho, vestindo confortavelmente seus sutiãs. É isso que liga as duas idéias desenvolvidas a partir daí: a duplicidade das mulheres, que tem seus momentos Marilyn Monroe e Jackie Kennedy, e a nova propaganda dos sutiãs Playtex desenvolvida por Don e sua equipe. Dessa vez, Peggy sente na pele aquilo que Bobbie se referia no episódio passado. Ela nunca encontrará seu lugar na Sterling Cooper se continuar comportando-se como homem, já que ninguém está disposto a dar essa chance. Mas quando Peggy entra no jogo da sua maneira, apostando na sua sexualidade, ela consegue ser bem sucedida. Ela tem, então, de encarar o ar de reprovação de Peter, bastante semelhante com o instinto protetor que Don tem com Betty, dizendo que seu biquini é uma ato desesperador. Se essa idéia de que toda mulher tem uma Jackie/Marilyn no seu interior, os dois querem manter suas mulheres bem longe disso.

Mesmo que Peggy resista a esse rótulo criado pelos outros publicitários -- e eu queria muito saber qual era a idéia dela para a propaganda -- todas as outras mulheres quando não tomam essa forma, são vistas desse jeito pelos homens. Vemos todos os rapazes se reunindo para o teste das modelos, vemos Peter correndo atrás de outro rabo de saia e Don Draper ainda interessado na imprevisível Bobbie. Mas nesse caso, como já ficava evidente, a forma com que os dois lidam com suas mentiras é praticamente oposta. Bobbie percebe isso ao mencionar a ida dos dois à casa de praia e tenta, então, testar os limites de Don revelando as fofocas que correm entre as mulheres. Ele tem consciência desse seu outro lado e sabe que tem de ser mantido em segredo a qualquer custo, assim como sua própria identidade roubada. Mas quando Don vê sua filha venerá-lo como herói de guerra, ele não se mostra confortável. E depois de saber sobre sua reputação com as mulheres, Don não aguenta nem ser olhado por sua filha e nem encarar sua própria imagem no espelho. Na excelente cena final, a câmera também vai se afastando e deixa Don sozinho, enquanto tudo que nos resta é sua imperfeita imagem no espelho, carregada pela culpa.

Então, se Peter representa o recém-casado e Don já sente as frustrações de seu casamento, temos no topo de tudo isso Duck Phillips, que precisa encarar a terrível notícia do casamento de sua ex-mulher. Envolvido em tantos problemas -- pessoais e profissionais -- ele acaba sucumbindo à bebida, que parece ser a principal razão da separação (e também da sua falida carreira), embora não consiga fazer isso na presença de seu cachorro Chancey. E mais do que um alívio cômico nessa cena, o cão serve como um cúmplice de todos os seus erros passados. Muitas vezes acredito que o grande tema da série é o esforço em mostrar a queda de muitos desses homens, mas se esse é o ciclo inevitável a que todos estarão condenados, somente o tempo para nos dizer.



e.fuzii