segunda-feira, 8 de março de 2010

[LOST] 6x06 Sundown

por e.fuzii
Aos poucos que por acaso se importaram com a falta dos comentários sobre esse episódio aqui no blog, peço sinceras desculpas. Não preciso entrar em detalhes sobre motivos pessoais, mas a principal explicação é que essa foi a primeira vez na temporada que me senti decepcionado ao final do episódio. E como já passou quase uma semana e sei que escrever/ler reclamações é muitas vezes desgastante, serei conciso dessa vez. Óbvio que essa decepção não é pelo fato de Sayid ter sido o personagem principal da semana, até porque normalmente seus episódios são repletos de momentos de ação, algo que essa temporada ainda estava devendo. E dessa vez, não foi diferente. Mas o maior problema esteve na conclusão desse arco envolvendo o misterioso Templo dos Outros, mantido em segredo por mais de 3 temporadas, que não serviu para nada além de ponto de encontro e palco de uma provável ressurreição de Sayid. Os dois personagens introduzidos nessa ocasião, Dogen e Lennon, foram apenas desperdício de tempo e talento dos atores. Nem mesmo quando Dogen conta sobre o acidente do filho e de como foi levado até a Ilha chega a ser interessante, porque não sai do padrão que já conhecemos de recrutamento de Jacob. Pra mim, isso é motivo de preocupação porque foi o primeiro dos grandes mistérios da série revelados nessa última temporada, e que pareceu ter sido simplesmente riscado de uma lista de pendências. Mesmo não sendo admirador desse lado da mitologia da série (ou talvez por essa razão), não me importo com o que venham inventar para garantir explicações para os descontentes, contanto que não atrapalhe o desenrolar da trama. Sinto também que em muitos casos, quanto mais adiam para revelar algum mistério, mais frustrante acaba sendo. Por exemplo, o que não consigo entender ainda é por que manter em segredo algo tão simples como o nome desse antagonista de Jacob. A não ser que signifique uma verdadeira reviravolta, ou por ser um personagem já conhecido ou relacionado a alguma figura importante, parece que estão apenas se divertindo vendo quantos nomes e trocadilhos conseguimos inventar para se referir a ele.
Por outro lado, Sayid proporcionou a tensão que esse episódio precisava, servindo mais uma vez de peça fundamental a cumprir ordens e ser movido de um lado para o outro. Embora fosse uma tendência que sempre tentasse resistir, Sayid quando convencido é capaz de seguir até suas últimas consequências, seja torturando um prisioneiro, matando uma galinha ou tirando a vida de uma criança na ligeira esperança de eliminá-la de seu futuro. Mas ele sempre viveu cercado de culpa, a ponto de em seu 2004-alternativo ter renunciado ao amor de Nadia, que acaba formando uma família ao lado do irmão de Sayid. Nesse caso, ele parece ter encontrado uma ilusória paz e resiste aos apelos do irmão para resolver suas pendências. Mas basta ser capturado e ameaçado por ninguém menos que o aterrorizante Keamy, para sua verdadeira natureza se manifestar. Depois de tomar controle da situação e colocar Keamy na mira de sua arma, Sayid sente-se obrigado a puxar o gatilho, mesmo diante dos apelos para que esquecessem do passado. É assim também que se dá um inusitado encontro com Ben no Templo, que tenta convencê-lo de que ainda resta tempo para se salvar. Mas Sayid finalmente decide abandonar esse seu conflito interior. Assim como o pôr do Sol, trocando o dia pela noite, serve de contagem regressiva para o UnLocke agir, é inevitável que a escuridão dominasse Sayid.

Na verdade, achei que o roteiro mostrou-se bastante turbulento ao tratar desse ciclo de manipulações, apesar desse estado zumbi de Sayid ser cômodo para qualquer tipo de explicação. Mas pareceu fácil demais ganhar sua confiança, tanto desafiado por Dogen como descobrindo pelo UnLocke que havia sido traído. Além disso, chega a ser inexplicável que Dogen fosse tão ingênuo na volta do iraquiano ao Templo, mesmo que já conformado com sua morte. Pelo menos agora os personagens estão separados em dois grupos que, embora pareçam representar a dualidade bem e mal, continuam sem uma linha divisória clara. Principalmente porque ainda não sabemos se o plano que seguem é confiável. Até a chance que o UnLocke dá aos habitantes do Templo -- mesmo com base em ameaças -- prova que a forma de seduzir é muito parecida com a de Jacob. Afinal, o UnLocke não promete a volta de Nadia, mas apenas sugere que existe essa possibilidade, cabendo a ele acreditar ou não. São em casos assim que chego a concordar com quem prevê que essa linha do tempo alternativa em 2004 será oferecida aos personagens, caso decidam acompanhá-lo e abandonem a Ilha. Mas é importante sempre lembrar que quem não acreditava na capacidade dos homens de viverem em paz era o próprio Homem de Preto, portanto acho pouco provável que ele instigue os personagens a ponto de extrair o pior deles.

Fotos: Reprodução.

e.fuzii
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