domingo, 22 de setembro de 2013

[Emmy Awards 2013] Palpites



Daqui a pouco tem a premiação do Emmy e aqui vão palpites e comentários sobre o que pode acontecer.

Não é fácil prever quem serão os vencedores do Emmy. Ao contrário do Oscar, que a gente sabe quem vai vencer com meses de antecedência (na melhor das hipóteses, há algum mistério quando o favoritismo é dividido entre dois concorrentes), o imprevisível sempre acontece. Todo ano tem pelo menos duas ou três grandes surpresas. E basta procurar pelas previsões de críticos e especialistas pra ver que não há consenso em nenhuma categoria.

Isso se deve a vários fatores. Alguns deles:

- O número de votantes é muito grande, algo em torno de 15 mil membros (contra 6 mil do Oscar, por exemplo), o que pode pulverizar preferências;

- Os votantes não assistem a muitas séries: parece estranho, mas os membros são pessoas que trabalham na indústria da TV e é natural que não tenham tempo para ver tudo, ainda mais com o número cada vez maior de programas. Não é como em associações de críticos ou o Globo de Ouro, onde ver séries faz parte do trabalho diário dos votantes;

- Nas categorias de atuação, os candidatos escolhem um episódio da temporada pela qual concorre, e seu trabalho será avaliado por esta submissão. Por um lado, isso faz ignorar atuações mais sutis e privilegiar aquelas que concentram em apenas um episódio algo mais marcante. Por outro, resolve o problema de um trabalho ser menos visto que os demais (e, portanto, prejudicado), já que o votante pode até não ver a série em questão, mas verá o episódio escolhido pelo ator. A submissão também vale na categoria “Melhor Série”, com os produtores formando três pares de episódios e cada par sendo enviado aleatoriamente para os votantes.

E, claro, há tantos outros motivos, como campanha, popularidade, histórico do concorrente e as idiossincrasias que todo grupo tem (o Emmy adora um grande nome que vem do cinema, por exemplo).

Dito isto, vamos aos comentários. Lembrando que os prêmios técnicos e de programas como animação, variedades, etc., além das categorias de Ator/Atriz Convidado(a), foram entregues no último domingo. Os vencedores podem ser vistos aqui (é preciso marcar “Display Only Winners”).

Os indicados estão listados em ordem de minha preferência. O número 1, obviamente, é o que teria meu voto. Os que não tiverem numeração não foram vistos.


DRAMA

Melhor Série

1.    Mad Men
2.    Breaking Bad
3.    Game of Thrones
4.    Homeland
5.    Downton Abbey
6.    House of Cards

Algo muito comum no Emmy: se você deixa de vencer, dificilmente terá outra chance. “Mad Men” perdeu a invencibilidade em 2012, após quatro anos reinando na categoria, então seria surpreendente uma vitória aqui. Quem sabe em seu último ano (agora adiado para 2015)... Resta saber se a vencedora atual, “Homeland”, consegue manter o posto. Se parece óbvio que a série teve uma queda considerável na segunda temporada, não é tanto assim para o Emmy que lhe deu ainda mais indicações que ano passado. Mas se número de indicações significa algo (nem sempre significa), “Game of Thrones” e “Breaking Bad” seriam as favoritas. Também foram as séries que causaram mais “frisson”, embora a produção da HBO sempre tenha contra si o fator “fantasia” (historicamente pouco reconhecido pela Academia). Conseguir apenas dois prêmios entre os dez a que concorria no domingo passado também não ajuda. Já “Breaking Bad” tanto pode ser beneficiada pelo excelente retorno justamente durante o período de votação, como pode gerar um sentimento de que terá sua vez no ano que vem (até o fim da votação, os membros da Academia viram até o terceiro episódio, “Confessions”). “Downton Abbey” é querida o suficiente para permanecer indicada pelo tempo que durar, mas não acredito que recupere a força que teve no primeiro ano, enquanto “House of Cards” tem o pedigree necessário para vencer (e muitos têm apostado nela), mas talvez o feito de receber tantas indicações no seu primeiro ano como concorrente já seja o suficiente para a Netflix. Parece ser uma disputa entre três (“Homeland”, “Breaking Bad” e “House of Cards”), mas continuo com o mesmo palpite desde antes de saírem as indicações.

Vai ganhar: Breaking Bad


Melhor Ator
1.    Jon Hamm, Mad Men (Episódio: “In Care Of”)
2.    Bryan Cranston, Breaking Bad (“Say My Name”)
3.    Jeff Daniels, The Newsroom (“We Just Decided To”)
4.    Hugh Bonneville, Downton Abbey (“Episode 3.05”)
5.    Kevin Spacey, House of Cards (“Chapter 1”)
6.    Damian Lewis, Homeland (“Q&A”)

Meu voto em Hamm se justificaria apenas pelo fato de ele nunca ter vencido. E infelizmente é possível que nunca vença. Eu até gosto mais da Emmy tape de Cranston. A escolha de Hamm pelo season finale é uma óbvia (com o belo discurso “Hershey’s”), mas acho que seu grande momento na temporada foi em “Favors”, quando o choque de um flagrante e a gravidade de todas as consequências estão perfeitamente ilustradas em um desorientado Don Draper. Mas não importa: é provável que Hamm perca novamente para Lewis, um ator ruim cujo único talento é saber mostrar desespero e nervosismo; foi assim que venceu ano passado e é assim que retorna com seu único grande momento em toda a temporada – o do interrogatório em que divide a cena com Claire Danes. Sua vitória apenas não é certa porque será irresistível para muitos escolher Spacey, vencedor de dois Oscars, destilando na série o cinismo que ele sabe tão bem administrar. Na dúvida entre ambos, deixo o palpite em quem é melhor ator.

Vai ganhar: Kevin Spacey


Melhor Atriz
1.    Elisabeth Moss, Mad Men (Episódio: “The Better Half”)
2.    Claire Danes, Homeland (“Q&A”)
3.    Vera Farmiga, Bates Motel (“First You Dream, Then You Die”)
4.    Robin Wright, House of Cards (“Chapter 10”)
5.    Michelle Dockery, Downton Abbey (“Episode 3.01”)
6.    Kerry Washington, Scandal (“Happy Birthday, Mr. President”)
Connie Britton, Nashville (“Pilot”)

Assim como Hamm, Moss talvez nunca vença. Pior ainda este ano, quando poderá sair duplamente derrotada, já que concorre na categoria de Minisserie/Telefilme por “Top of Lake”. O bom senso diz que a aposta certa é Claire Danes, que vence tudo desde que a série começou. Mas com dois nomes fortes e respeitáveis do cinema na disputa (Farmiga e Wright), esta é uma categoria com boas chances de surpresa. Apesar de me divertir com “Scandal”, não gosto das caras e bocas de Washington, mas entendo perfeitamente o apelo. Com a série sendo a nova sensação de audiência da tv aberta e a possibilidade de uma atriz negra vencer aqui pela primeira vez na história, parece ser a melhor opção ao furacão Danes. A vitória de Dan Bucatinsky como Melhor Ator Convidado é uma prova da boa aceitação da série.

Vai ganhar: Kerry Washington


Melhor Ator Coadjuvante
1.    Aaron Paul, Breaking Bad (“Buyout”)
2.    Jonathan Banks, Breaking Bad (“Say My Name”)
3.    Bobby Cannavale, Boardwalk Empire (“Sunday Best”)
4.    Peter Dinklage, Game of Thrones (“Second Sons”)
5.    Mandy Patinkin, Homeland (“The Choice”)
6.    Jim Carter, Downton Abbey (“Episode 3.06”)

O mesmo argumento que usei pra votar em Jon Hamm poderia ser usado aqui pra votar em Banks, mas a Emmy tape de Paul é irresistível: onde Jesse lida com as consequências do “episódio do trem” e o jantar na casa de Walt, que poderia muito bem lhe dar o prêmio de comédia, caso pudesse concorrer. Por um lado, este episódio, o carisma de Paul e uma possível Emmy tape do ano que vem exibida nos últimos dias de votação (“Confessions”) pode garantir a terceira vitória do ator. Por outro, foi o primeiro em 16 anos a vencer duas vezes nesta categoria, o que significa que votantes gostam de variar. E Banks, Cannavale e Patinkin têm muito a seu favor. Cannavale, talvez, seja o que tem o momento isolado mais intenso (uma assustadora conversa com Jesus Cristo na igreja), mas não consigo parar de pensar na última cena de Patinkin no season finale de “Homeland”, e que muitos viram como grande injustiça sua não indicação no ano passado. Como tenho excluído a série nas principais categorias, arrisco aqui.

Vai ganhar: Mandy Patinkin


Melhor Atriz Coadjuvante
1.    Anna Gunn, Breaking Bad (“Fifty-One”)
2.    Christina Hendricks, Mad Men (“A Tale of Two Cities”)
3.    Maggie Smith, Downton Abbey (“Episode 3.01”)
4.    Emilia Clarke, Game of Thrones (“And Now His Watch Is Ended”)
5.    Christine Baranski (“The Good Wife”)
6.    Morena Baccarin (“State of Independence”)

Maggie Smith faz o tipo imbatível e poucas pessoas ousam não apostar nela pela terceira vez (a primeira sendo na categoria de Minissérie/Telefilme), ainda mais que no seu episódio ela contracena com ninguém menos que Shirley MacLaine, numa troca de farpas que todos adoram. Mas MacLaine estranhamente não foi indicada a Atriz Convidada e se “Breaking Bad” estiver mesmo em alta este ano, a maior beneficiada é Gunn, com uma Emmy tape memorável (a piscina). É verdade que Hendricks esteve nesta situação ano passado (“The Other Woman”) e isso não foi suficiente para tirar o prêmio de Smith (que teve participação menor que nesta terceira temporada), mas Gunn esteve em evidência com seu editorial para o The New York Times, colocando em questão o desprezo que muitos têm pela sua personagem. É um texto bem escrito e repercutido, e posso imaginar muitos votantes se sentindo mal em não votar nela. Além da exibição de “Buried”, também uma memorável Emmy tape pra o ano que vem. Acho que as demais não têm muitas chances, a não ser que “Homeland” amplie seu número de prêmios este ano (Baccarin, como Lewis, não é tão boa atriz, mas também fez uma boa escolha de episódio). Clarke seria uma grande surpresa, mesmo que concorra com uma das sequências mais marcantes da temporada (“Dracarys!”), e Hendricks tem um episódio forte (o da conta da Avon), mas a esta altura já perdi as esperanças de ver alguém do elenco de “Mad Men” vencendo. Já Baranski pouco faz na temporada e não sei se foi a melhor escolha de episódio – eu teria escolhido “Je Ne Sais What?”, onde a atriz nos delicia falando francês. A briga deve ser mesmo entre Smith e Gunn, e espero que não continuem com mais do mesmo.

Vai ganhar: Anna Gunn



Melhor Direção
1.    Michelle MacLaren, “Gliding Over All” (Breaking Bad)
2.    Timothy Van Patten, “Margate Sands” (Boardwalk Empire)
3.    Jeremy Webb, “Episode 3.04” (Downton Abbey)
4.    Lesli Linka Glatter, “Q&A” (Homeland)
5.    David Fincher, “Chapter 1” (House of Cards)

É lamentável que com tantos trabalhos incríveis, realizados em tantas séries, apenas dois realmente muito bons marcam presença na categoria. Claro, opinião minha, porque ao mesmo tempo os outros três são escolhas óbvias: os episódios com eventos mais marcantes de duas favoritas da Academia, mais o piloto de uma nova queridinha, realizado por um cineasta de prestígio. Fincher nunca levou o Oscar e os votantes do Emmy terão o maior prazer em serem os primeiros a dar reconhecimento ao diretor. Consigo visualizar uma vitória de Glatter ou, principalmente, de MacLaren (talvez se a votação tivesse se estendido até depois da exibição de “To’hajiilee”...), mas acho que serão óbvios aqui, como na vitória de Martin Scorsese dois anos atrás.

Vai ganhar: David Fincher


Melhor Roteiro
1.    George Mastras, “Dead Freight” (Breaking Bad)
2.    Thomas Schnauz, “Say My Name” (Breaking Bad)
3.    David Benioff, “The Rains of Castamere” (Game of Thrones)
4.    Julian Fellowes, “Episode 3.04” (Downton Abbey)
5.    Henry Bromell, “Q&A” (Homeland)

Também não acho que seja uma grande seleção (nenhuma sem a presença de “Mad Men” pode ser considerada boa). Os maiores fãs de “Breaking Bad” poderão dividir os votos entre dois episódios tão marcantes quanto distintos, enquanto “Castamere” pode causar polêmica, além de seu principal acontecimento, aquilo que lhe dá fama, ser na verdade uma criação do livro. O favorito deve ser mesmo “Q&A”: o interrogatório de Brody é o melhor momento da temporada, e o roteirista Bromell faleceu há alguns meses, o que pode lhe render uma homenagem póstuma. Infelizmente votantes não lembrarão que este episódio também se trata do acidente de carro envolvendo Dana, e que renderá o pior desenvolvimento do resto da temporada. Motivo suficiente pra que eu despreze o roteiro.

Vai ganhar: Henry Bromell




COMÉDIA

Melhor Série
1.    30 Rock
2.    Louie
3.    Veep
4.    Girls
The Big Bang Theory
Modern Family


Aparentemente, a briga na categoria principal é entre “Modern Family” e “30 Rock”, ambas vencedoras pelos seus três primeiros anos. O fator nostalgia não influencia o Emmy tanto quanto alguns gostam de imaginar, e não é porque a série de Tina Fey está se despedindo que ela automaticamente se torna favorita. Mas é uma de suas melhores temporadas e tem o maior número de indicações do ano, superando “Modern Family”, algo que não acontece desde a época em que vencia tudo. Consigo imaginá-la não só levando a categoria principal, como boa parte dos prêmios da noite.

Acredito que “The Big Bang Theory” vença em algum ano, mas prefiro pensar que não será neste. Já as demais indicadas perdem em preferência na estatística: “Sex and the City” foi a única série de canal pago a vencer, uma única vez, e isso foi há 12 anos. Tanto Louis C. K. quanto Lena Dunham são admirados o suficiente para quebrarem esse tabu, mas também não acho que será desta vez.
Na minha preferência, votaria em “30 Rock” por realmente achar incrível o que Tina Fey e seu time fizeram como despedida, mas as outras três são igualmente excelentes e ficaria feliz por qualquer uma delas. Desisti de “Modern Family” e “Big Bang” há muito tempo, mas vi os episódios submetidos pelos atores indicados (apenas porque são sitcoms e não atrapalha a compreensão do todo) e fiquei surpreso em perceber que a série dos nerds me agradou mais do que a família excessivamente fofa e muitas vezes sem graça.

Vai ganhar: 30 Rock


Melhor Ator
1.    Alec Baldwin, 30 Rock (“A Goon’s Deed in a Weary World”)
2.    Louis C.K., Louie (“Daddy’s Girlfriend, Part 1”)
3.    Jim Parsons, The Big Bang Theory (“The Habitation Configuration”)
4.    Matt LeBlanc, Episodes (“Episode 202”)
5.    Jason Bateman, Arrested Development (“Flight of the Phoenix”)
Don Cheadle, House of Lies (“Hostile Takeover”)

Nao é o que eu escolheria de episódio para Baldwin ou C.K., mas acho que são os favoritos. Claro, Parsons continua incrivelmente engraçado (eu voltaria a ver a série por ele) e submete um episódio em que Sheldon está bêbado, algo infalível, e Cheadle é um ator de cinema que poderia surpreender. Mas acho que a terceira temporada de “Louie” deixa muito claro que não é simplesmente um comediante fazendo o papel dele mesmo, enquanto esta é a última chance de se premiar Baldwin, justo por um episódio em que Jack Donaghy tem um incrível insight. Decisão difícil, que só pode ser feita fechando os olhos e apontando pra alguém.

Vai ganhar: ... Alec Baldwin


Melhor Atriz
1.    Laura Dern, Enlightened (“All I Ever Wanted”)
2.    Julia Louis-Dreyfus, Veep (“Running”)
3.    Amy Poehler, Parks and Recreation (“Emergency Response/ Leslie and Ben”)
4.    Tina Fey, 30 Rock (“Hogcock/Last Lunch”)
5.    Lena Dunham, Girls (“Bad Friend”)
Edie Falco, Nurse Jackie (“Luck of the Drawing”)

Faz muito tempo que não vejo “Nurse Jackie”, mas tenho certeza que Falco tem uma atuação merecedora de prêmios. O que resulta em seis grandes trabalhos. Dern provavelmente tem o mais difícil de todos, uma personagem especial numa série especial infelizmente pouco vista (e já cancelada). Dificilmente terá reconhecimento. Talvez justiça maior seria premiar Dreyfus se pensarmos unicamente que se trata de COMÉDIA, e ela consegue estar ainda melhor que na temporada anterior (quando venceu). Fey venceu no Sindicato dos Atores no início do ano, uma grande surpresa, mas que ficou como reconhecimento final por todo seu trabalho. Como o Emmy pode premiá-la em outras categorias, acho até mais fácil ver Poehler finalmente ganhando algo – não que isso acontecerá. Ambas, aliás, concorrem por dois episódios porque se beneficiaram de uma regra da premiação que considera válida a submissão de um episódio que termina com os dizeres “To be continued...” e sua continuação.
É bem provável que Dreyfus seja a favorita, mas vou considerar a variedade de atrizes que venceram a categoria nos últimos anos e apostar em uma novidade: é a maior chance de “Girls” sair com algum prêmio importante, e Dunham sabiamente preferiu escolher um episódio francamente engraçado (Hannah usa cocaína para escrever sobre os efeitos da droga), ao invés do drama da reta final da temporada, que não é uma unanimidade.

Vai ganhar: Lena Dunham


Melhor Ator Coadjuvante
1.    Adam Driver, Girls (“It’s Back”)
2.    Tony Hale, Veep (“Running”)
3.    Bill Hader, Saturday Night Live (“Host: Seth MacFarlane”)
4.    Ty Burrell, Modern Family (“Mistery Date”)
5.    Ed O’Neill, Modern Family (“Bringing Up Baby”)
6.    Jesse Tyler Ferguson, Modern Family (“The Wow Factor”)

“Modern Family” domina as categorias de coadjuvante há três anos e não há motivos para pensar que os votantes mudariam este ano. O problema é que eu vi os episódios que escolheram para concorrer e não posso acreditar que Burrell vença pela situação em que seu personagem convida Matthew Broderick para ver um jogo em casa; ou que O’Neill vença pela cena em que descobre que sua esposa está grávida; ou que Ferguson seja o escolhido pelo jogo de handebol com uma criança que humilha sua filha e colegas na escola. Como a maioria dos votantes veem a série, imagino que a escolha é feita pelo trabalho que apreciaram durante toda a temporada. Não acho que a despedida de Hader do “SNL” mobilizará muitos votos e Driver talvez seja esquisito demais para muitos, em especial se comparado com o que estão habituados a premiar por “Modern Family”. Como fico na esperança de que finalmente apontem para novas séries, fico com aquele que é extremamente engraçado e não ofensivo para os padrões da maioria.

Vai ganhar: Tony Hale


Atriz Coadjuvante
1.    Jane Krakowski, 30 Rock (“Hogcock/Last Lunch”)
2.    Anna Chlumsky, Veep (“First Response”)
3.    Julie Bowen, Modern Family (“My Hero”)
4.    Mayim Bialik, The Big Bang Theory (“The Fish Guts Displacement”)
5.    Sofia Vergara, Modern Family (“Yard Sale”)
Merritt Wever, Nurse Jackie (“Teachable Moments”)
Jane Lynch, Glee (“Feud”)

O mesmo pode ser dito aqui para o episódio escolhido por Vergara, onde ela faz um pequeno show com fantoches e não consigo ver como aquilo pode ganhar algo (Bill Hader faz o mesmo no seu episódio escolhido, com efeitos muito melhores). Não vi o suficiente de Bialik, nem acho seu episódio um trabalho dos mais chamativos (onde ela finge estar doente para ter atenção de Sheldon), mas parece que a série cresce quando sua personagem e o protagonista dividem a cena. Nunca gostei muito de Bowen, mas pelos episódios que vi, acabou se tornando o adulto mais interessante do elenco (eu veria a série apenas por Luke e Manny) e seu episódio não é constrangedor como os demais, inclusive, estando muito bem nos outros. Um terceiro Emmy consecutivo não será absurdo. Não acho que Chlumsky tenha alguma chance, mas em toda a onda de despedida de “30 Rock”, a escolha de Krakowski é a que mais me agradaria. Sua personagem nem sempre foi bem utilizada ao longo da série, mas está extraordinária no último ano (inclusive sendo decisiva nas eleições presidenciais!) e é ela quem protagoniza o número musical que encerra a série, o que me parece atenção demais para ser ignorada. Ou é apenas mais uma vez eu confundindo palpites com torcida.

Vai ganhar: Jane Krakowski


Melhor Direção
1.    Beth McCarthy-Miller, “Hogcock/Last Lunch” (30 Rock)
2.    Louis C.K., “New Year’s Eve” (Louie)
3.    Lena Dunham, “On All Fours” (Girls)
4.    Gail Mancuso, “Arrested” (Modern Family)
Paris Barclay, “Diva” (Glee)

A despedida de uma das comédias mais premiadas do Emmy, dois diretores que são atores, roteiristas, produtores, idealizadores de suas mais que aclamadas séries, a queridinha atual (no melhor episódio dentre os que vi) e uma série que ressurge das cinzas com a direção de um nome muito respeitado e que não ganha o Emmy há 14 anos.
Não tenho ideia do que pode acontecer aqui, mas sempre superestimo o valor emocional de uma despedida (e sempre estou errado).

Vai ganhar: Beth McCarthy-Miller


Melhor Roteiro
1.    Tina Fey, “Last Lunch” (30 Rock)
2.    Jack Burditt, “Hogcock” (30 Rock)
3.    Pamela Adlon, “Daddy’s Girlfriend, Part 1” (Louie)
4.    David Crane, “Episode 209” (Episodes)
Greg Daniels, “Finale” (The Office)

Por mais que eu goste de “Episodes” (e é mais divertida do que seus críticos fazem pensar), é absurdo que marque presença aqui, ao invés de algum episódio de “Girls”, a bateria alucinante de ofensas dos diálogos de “Veep” ou mais episódios de “Louie” (incrível que a “trilogia” do David Letterman não tenha sido reconhecida em nada). A ausência de “Modern Family” aqui, pela primeira vez, é o que me faz pensar que a série pode perder em outras categorias importantes. Aparentemente, Tina Fey tem mais chances de subir ao palco por este trabalho, mas muitas vezes é uma categoria que serve para premiar alguma série que ficou de fora ou tem poucas chances de vitória nas demais. Então aposto em uma outra despedida.

Vai ganhar: Greg Daniels



MINISSÉRIE/TELEFILME

Não farei por categorias aqui. “Behind the Candelabra” é a escolha óbvia na categoria principal, assim como Michael Douglas (Ator) e Steve Soderbergh (Direção). É a produção mais suntuosa da HBO em muito tempo e chegou a concorrer no Festival de Cannes, premiação europeia de maior prestígio do cinema. Eu não acho tão bom assim, e meu voto iria para “Top of the Lake”, minissérie da Jane Campion com a beleza e sensibilidade que é peculiar do trabalho da cineasta, filmando seres humanos (principalmente mulheres) em um lugar distante à procura de algo para curar suas dores e lidar com os traumas do passado, no meio de um mistério policial. Elisabeth Moss e Peter Mullan estão incríveis e mereciam os prêmios de Atriz e Ator Coadjuvante. Moss está numa categoria complicada, disputando com nomes como Sigourney Weaver, Helen Mirren, Laura Linney e a favorita Jessica Lange. Mullan talvez tenha mais chances por não ter um favorito claro na disputa. James Cromwell e Zachary Quinto são os maiores nomes e vai depender do quanto querem premiar “American Horror Story”, que seria minha segunda opção para o prêmio principal. Na categoria de Atriz Coadjuvante, seria bom ver Sarah Paulson premiada, também por “AHS”, especialmente quando disputa com nomes tão respeitáveis quanto os de Charlotte Rampling, Alfre Woodard, Ellen Burstyn e Imelda Staunton. Paulson está realmente ótima e merece, mas lamento que não houve espaço para Lily Rabe, a melhor do elenco desta segunda temporada do terror da FX.







Hélio Flores

Um comentário:

Anônimo disse...

Estou completamente por fora de séries esse ano, mas agora você me deixou completamente por dentro. Ótimo seu post!!