segunda-feira, 21 de novembro de 2005

[Roma] Kalends of February - 1x12 FINAL

Começo escrevendo aqui ainda recuperando o fôlego perdido e deixando a adrenalina baixar. Que belíssimo episódio e que belíssimo final da 1ª temporada de Roma. Belo por ser tão bem escrito e por contar com interpretações tão primorosas de todos os atores sem exceção, mas ao mesmo tempo triste por nos mostrar em cores tão vivas o quão baixo e vil o ser humano pode ser quando busca poder ou uma mera vingança amorosa como a história tão bem nos mostra.

Da ascenção de Lúcio Vorenus a senador e a posterior descoberta de traição que culmina na morte de sua esposa Niobe, passando pelo assassinato de César pelas mãos dos próprios senadores incluindo aquele o qual estimava como filho (Brutus), às ameaças veladas de Servilia à Átia, as ações e reações são todas surpreendentemente chocantes bem como suas consequências. Roma termina sua 1ª temporada tendo nos apresentado um retrato bastante fiel do que a história nos conta daquela República que virou Império e que forjou toda a sociedade ocidental moderna e que até hoje influencia governos e a moral dividida pela grande maioria.


Depois de ver ao longo desses 12 episódios a construção da conspiração que culmina no assassinato de César, abro um pequeno parentêses pra indagar se a conspiração de fato deveu-se exclusivamente por elementos políticos e por disputa de poder, ou se podemos legitimá-la como sendo um crime passional cometido pela ira de Servília? Um pouco dos dois talvez, mas é interessante notar que foi sob a influência das palavras dela que seu filho Brutus começara a encarar o assassinato de César como a única hipótese possível para o re-estabelecimento das bases da República Romana. Mais notável ainda é vermos Brutus encarando o terrível conflito de suas ações e percebermos que ele na verdade fora o retrato tão bem descrito por Shakespeare de um homem de virtudes nobres porém de ações indignas.

E o que dizer de Lúcio Vorenus, um soldado acostumado às batalhas do campo mas totalmente inapto quando o assunto era seu relacionamento familiar e demonstrações de afeto por sua esposa Niobe? Um homem que conseguiu ir até onde pouquíssimos ou nenhum plebeu naquela época conseguira. Um plebeu que se torna senador e em seguida vê toda ira tomando conta de si após descobrir que sua esposa o traíra quando ele estava longe e em guerra, o que culmina na dissolução definitiva de sua família. Um fim absolutamente triste e do qual apenas Tito Pullo escapa como vemos na cena final.




E assim nos despedimos de Roma já ansiosos pelo retorno desse universo na 2ª temporada que promete nos levar às disputas que vão colocar o jovem Otávio, filho de Átia e sobrinho neto de César, como o 1º Imperador constituído do Império Romano.

Só se deve temer o próprio medo (Caio Júlio César)

4 comentários:

Xianey disse...

Eu achei o episódio mais curto que os anteriores, ou foi só impressão minha?

Davi Garcia disse...

De fato foi mais curto Cris, o que até certo pnto é estranho já que era o episódio final e anteriores tiverma 50, 56 min. Pelo menos os 45 minutos foram bem aproveitados não achou?

Xianey disse...

Sim, o episódio foi muito bom, mas como a gente vai ficar quase dois anos sem uma segunda temporada, achei que devia ter mais minutos, ou até algo como deixa pra proxima temporada.

Davi Garcia disse...

Mas esse final digamso vazio pode ser explicado porque antes de confirmarem uma 2ª temporada já haviam terminado toda a 1ª. Tudo bem que poderiam refilmar alguma coisa, inserir outras mas não reclamo de como foi. Gostei mesmo.