sábado, 17 de março de 2007

[FILME] Letra e Música

Meninos, podem ir ao cinema ver, não precisam fazer cara feia para levar as namoradas. Não é um típico "filme para moças". Vão gostar, podem ir com fé!

Só o começo do filme já vale ele inteiro!! Aqueles típicos clipes dos anos 80, com caras maquiados (Duran Duran total), ombreiras e os indefectíveis mullets. No clipe, a banda PoP pula sobre imagens criadas naquele famoso fundo verde. Coreografias rebolativas e refrão grudento. Delícia! Já ri muito só nessa cena. E por ela, uma espécie de FB do do sucesso de um hit só de Alex Flecther (Hugh Grant), assistimos a decadência de um cantor dos anos 80 na busca desesperada de reencontrar o sucesso.


Com o revival dessa época, o filme mostra as agruras da indústria fonográfica americana. O personagem de Hugh Grant (maravilhoso, pegou bem o clima da coisa) é aquele cara que tenta, a todo custo, viver de um passado de fama. O problema que a única coisa que resta é cantar aqueles hits em feiras e parques de diversão. E o público são senhoras que já foram adolescentes um dia e sonham em reviver aqueles momentos de histeria com as reboladas de Fletcher.

Todos os elementos de comédia romântica estão lá, o casal que se conhece por acaso e numa situação insólita, musiquinha clima, o melhor amigo confessor, o cara FDP que quebrou o coração da mocinha....mas tudo tão bacana e bem sacado que, apesar de previsível, dá para se divertir numa boa.

Sophie (Drew Barrymore) é uma mocinha verborrágica e hipocondríaca que cuida das plantas de Alex. Por meio dessas confusões que só em filme de Hollywood acontece, ela vira parceira de composição de Alex, ela é a letra, ele é a música. Eles precisam criar um música para a nova febre adolescente, uma cantora que é claramente e desavergonhada cópia de Britney Spears e seus genéricos, Shakira e Cristina Aguilera (todas citadas no filme, numa "homenagem"). A cantora (força de expressão), Cora, tem uma viés mística, e coloca Bhuda e os elementos da cultura Hindu misturados num caldeirão que, para ela, faz sentido: Exótico, quente e sexual. Para tanto, ela deseja que o seu novo single seja criado pela dupla, dando até o nome para ele "O caminho de volta para o amor". Música encomendada, nada mais tão anos 90 e 2000 do que isso.

Assim, o pior da duas épocas e gerações se encontram: o oportunismo realista de Fletcher, que continua com os vícios e facilidades de antes e a fabricação da cantora Cora, que, assim como as musas que a inspiraram, parece uma cadela no cio.

O filme tem aqueles encontros e desencontros, mas ver Hugh Grant se deliciando no papel de Alex, Drew Barrymore encantadora e perdida com sua Sophie e é claro, todas aquelas piadinhas espertas valem mesmo o filme.

Saí do cinema com um sorrisão. E a vida deveria ser sempre assim...

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