segunda-feira, 23 de junho de 2008

[Extra] Especial Arquivo X .O que pensam os que assistiram a série.

Há 6 anos atrás era exibido o derradeiro episódio de X Files, chegou até a nona temporada. Era absurdo, desvirtuava toda a mitologia criada ao longo dos anos e, principalmente, mostrava a relação concretizada entre Mulder e Scully. Um pecado. Beirando o imperdoável. Anos se passaram e os boatos de um novo Arquivo X ganharam força, até porque a primeira incursão ao cinema da série foi desastrosa em minha opinião, ali já mostrava o começo do fim, o cansaço e desgaste eram evidentes. E o filme ainda errou ao tentar abranger todo o público. Para os fãs era repetitivo. Para quem nunca viu era cifrado.

Mas como todos os fãs interessados já sabem, dia 25 de julho chega a versão mais Monster Of The Week, ou seja, assustador-bizarro-paranormal. Sempre foram meus episódios favoritos essa linha longe da mitologia. Olha que o nome da seqüencia é para fã mesmo: I Want To Believe.

A lista divulgada por Chris Carter dos episódios referência ao filme é bem interessante, tem muita coisa boa, revi tudo. Se for neste clima, está garantido o divertimento.

Hoje começo um prometido especial sobre Arquivo X. Entrevistei pessoas legais e pedi que relembrassem de alguns momentos da série e apontasse a sua importância para a cultura ocidental (Rá). Apesar da brincadeira, Lost só foi possível graças ao pioneirismo de Arquivo X. Mitologia é um termo que começou com ela.

O primeiro entrevistado é Antônio Pedro, o AP da comunidade Lost Brasil. Grande fã da série, ele fez apontamentos interessantes:

Arquivo X foi a primeira série de TV que conheci onde havia um elo de ligação entre determinados episódios, no caso, uma conspiração para esconder atividades alienígenas no planeta Terra, dela participando autoridades do alto escalão de diversos governos.

Isso era totalmente novo. Ao contrário de outros programas, onde a cada semana um assunto é desenvolvido e encerrado, Arquivo X se propunha a te amarrar por várias temporadas a esta trama recorrente, então batizada de "mitologia".

Muito mais do que saber quem matou Laura Palmer, apenas para citar outra série que foi um marco na TV, em Arquivo X queríamos descobrir a dimensão dessa conspiração, seus objetivos e sua influência no passado de um dos protagonistas.

Sem falar que, eventualmente éramos presenteados com episódios isolados sensacionais, alguns de grande valor humano, como em "O Repouso Final de Clyde Bruckman", que valeu um Emmy ao ator Peter Boyle, outros de insuperável humor trash, como em "A fraude".







Por fim, Arquivo X também nos mostrou como os interesses econômicos podem destruir uma boa série, estendendo - a muito além do ideal, a ponto de tornar impossível, ao final de nove temporadas, compreender exatamente o que estávamos assistindo.

Acha exagero? Me diga então, após assistir ao último episódio, o que diabos está lá fora.





Referências aos episódios citados:


3.04 -O Repouso Final de Clyde Bruckman (Clyde´s Bruckman Final Repose) -Um vendedor de seguros com poderes psíquicos consegue prever a morte de pessoas. Mulder e Scully pedem ajuda a este vidente para agarrar um assassino serial e ele prevê a morte dos dois agentes no final do caso. Além do Emmy ao Peter Boyle, como AP lembrou, também ganhou por roteiro.

2.20 - A Fraude (Humbug)- Mulder e Scully são chamados para investigar uma série de assassinatos que parecem ocorrer a cada 28 anos. Os crimes acontecem numa cidade estranha, onde os habitantes, a maioria deformados e considerados aberrações, trabalham num circo. Primeiro episódio cômico da série.

9.19 e 20 - A Verdade (The Truth) - E a mitologia se encerra. Bizarro e decepcionante.



Amanhã teremos mais opiniões. Ribas e depois, Célia . Aguardem!

Danielle M

Um comentário:

Celia Kfouri disse...

Dani,

Parabéns pela iniciativa! Espero que ela renda várias discussões interessantes, que servirão de 'warm-up' para o dia 25!

Gostei muito das colocações do AP e, no geral concordo com tudo. Só achei muito 'cruel' ter que me render, e dar o braço a torcer, diante da pergunta final que ele deixou. Realmente, qualquer um que tente terá muita dificuldade em responder (ao menos objetivamente) 'que diabos está lá fora'.