quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

[LOST] 5x05 This Place is Death

Quem mais aposta que está todo mundo morto?

Nessa semana, chamou-me a atenção um editorial assinado por Devin Faraci para o site CHUD com algumas preocupações em relação aos rumos de Lost durante essa temporada. Basicamente, ele apresenta 5 sugestões: tirar os Oceanic Six desse marasmo, impulsionar a história pra frente, fazer as personagens se comunicarem entre si, não deixar Desmond ser o salvador no final e revelar que existe algo ou alguém controlando essas viagens no tempo. A não-comunicação já virou até marca registrada da série e nem adianta mais reclamar. Já Desmond também não chega a incomodar, embora sendo o único (ou um dos) a ter sua consciência viajando por toda essa linha do tempo, é inevitável que ele seja peça-chave mais a frente. O resto fica bastante evidente durante todo esse episódio.

As viagens no tempo talvez sejam o que mais fascina e confunde os espectadores nesse início de temporada e se posso opinar, acho que será o principal motivo a afastar as pessoas durante esse ano. Muita gente já torce o nariz para a ideia e cada vez mais alguns deixam de entender certas passagens ou simplesmente desacreditam nas explicações oferecidas. É o que acontece, por exemplo, na melhor parte desse episódio: a morte de Charlotte nos braços de Faraday. Quando sua condição começa a ficar crítica, ela começa a relembrar sua infância, provavelmente com sua consciência perdida no tempo, e confirma que teria nascido crescido na Ilha (e o Leco acredita até que seja filha de Ben e Annie). Mas a maior surpresa veio de uma lembrança em que o próprio Faraday faria uma visita dizendo para que ela nunca mais voltasse. O que para manter a ordem na linha temporal, só pode significar que essa cena ainda está por vir, pelo menos segundo o ponto de vista do físico. Pode até ser que na abertura dessa temporada, quando Faraday visita as escavações da Orquídea, estivessemos acompanhando um flashforward, então. Mas para mim a despedida final do casal foi marcante, principalmente por envolver dois personagens que entraram há tão pouco tempo e tiveram poucas chances de serem desenvolvidos, além de criar uma ansiedade por esse reencontro no passado. Só tenho a dizer que Jeremy Davies continua sendo o grande destaque dessa temporada.
As outras viagens temporais pouco empolgaram. Até a tão esperada história que envolvia o grupo da francesa foi ofuscada pelo misterioso templo que Jin não fez questão de entrar. Depois de Locke e seu grupo finalmente conseguirem chegar à Orquídea, enfrentando uma confusa sequência de flashes, ele acaba preso sozinho na sala da roda de burro. Isso até encontrar Christian Shephard, mais uma vez falando em nome de Jacob, dizendo que ele fez tudo errado ao deixar Ben girar a roda em seu lugar. Ainda acredito que é essa a razão desse desarranjo temporal, até pela forma como a roda parece emperrada.

Do lado de fora, os Oceanic Six continuam sendo motivo de bocejos. Na tentativa de focar o episódio em Sun e promover sua ligação com Jin, posso dizer que os roteiristas até foram competentes. Mas o que mais irrita é a forma como toda a história de Sun vem se desenrolando. Nada é capaz de me convencer que essa saída da Ilha fosse programada desde o início da série. Se foi bastante corajoso (e chocante) introduzir isso no final da terceira temporada, depois disso as histórias foram tomadas de conveniências em excesso e uma tentativa de apenas ligar os pontos. Desconfio até que a própria Sun só foi incluída como um dos seis para ter chances de um parto seguro. E para reestabelecer o status quo, vale de tudo. Até a ressurreição de Jin serve de isca para atrair Sun de volta. Embora a aliança de Jin fosse até uma ligação interessante nessa passagem de tempo, não foi nada além de pura enrolação por Ben usá-la para o mesmo propósito no final. Mas nem isso permitiu unir logo todos os Six, já que Kate e Sayid decidiram adiar ainda mais os planos de Ben. Tudo bem, está bastante divertido mesmo...
Para completar, a conclusão do episódio trouxe a revelação de que a mãe de Faraday, que vinha sendo procurada por Desmond, era ninguém mais do que a própria Ms. Hawking. Jornal de ontem, notícia de anteontem, né? Às vezes não consigo entender como os roteiristas e produtores ainda não se deram conta de quantas especulações por minuto os fãs de Lost são capazes de fazer. São tantas as tentativas de criar mistério que a revelação acaba sendo frustrante, até por parecer cada vez mais mastigada. Haja paciência.

e.fuzii

12 comentários:

Hélio Flores disse...

Piada da semana: Faraday dizendo que a idéia de os Ocean Six retornarem e estabilizarem as coisas na Ilha seria "deixar a ciência de lado".

Peloamordedeus, quando foi que a ciência não ficou de lado nessa série?!?!

Ainda não li as novas teorias pós-episódio. Depois volto pra comentar mais.

Abços!

Hélio Flores disse...

Ah, lembrei de outra coisa que entra naqueles probleminhas que envolvem viagens no tempo: Charlotte subitamente lembra da visita de Faraday quando pequena, da mesma forma que Desmond subitamente lembra. Mas o brotha lembra somente APÓS a viagem de Faraday no tempo, enquanto a Charlotte lembra ANTES que a viagem aconteça. Um pequeno furo pra que a sequencia ficasse mais dramatica. Gosto nao.

Anônimo disse...

"...Quando sua condição começa a ficar crítica, ela começa a relembrar sua infância, provavelmente com sua consciência perdida no tempo, e confirma que teria nascido mesmo na Ilha (e o Leco acredita até que seja filha de Ben e Annie)..."

obs : nessa parte do comentario do blog,ta totalmente errada , ela nunca falo q nasceu na ilha , ela falo que cresceu na ilha, e mudou para la com a mãe dela, e ela fala sobre o começo da iniciativa dharma , se ela ta na ilha qd era criança e ainda existia a iniciativa ,significa q o ben tambem era criança, certo ? pq foi ele que acabo com a iniciativa ... sobre o episodio "dale sacooooo ,enrolação da *****" obrigado !

e.fuzii disse...

Hélio,
as viagens no tempo estão te confundindo, rapaz.
Na verdade, a Charlotte só lembrou da visita de Faraday porque começou a relembrar de toda sua infância na Ilha. Aquilo já havia acontecido se você fosse analisar toda a linha do tempo como espectador. Mas como estamos acompanhando sob o ponto de vista do Faraday, ele ainda fará essa viagem para dar o aviso.

Talvez seja aquilo mesmo que estão especulando: o Faraday do futuro tentaria salvar Charlotte, mas como tudo imutável, ela voltaria para a Ilha e morreria mesmo assim. Mas estava pensando também e concordo que embora ficasse previsível que ela fosse morrer, seria ideal focar o episódio nela e apresentar essa passagem como flashback.


JoS,
obrigado pela correção. Pelo que percebi isso confundiu muita gente também, graças a tantas especulações. Acho que deixarei o texto assim mesmo, até para atestar minha ignorância. :)
Mas também não acredito nessa hipótese dela ser filha de Ben, até pela proximidade das idades.


Allan,
Concordo com tudo. SO SAY WE ALL!

Hélio Flores disse...

Ela não começou simplesmente a relembrar a infancia. A impressao que passa é que ela estava delirando. E quem delira nao lembra que delirou quando volta ao "normal". Pra mim, aquela lembrança veio como a de Desmond. Como se tivesse sido criada no momento em que a alteração no tempo é feita. Claro que pode se justificar num paradoxo temporal, bla-bla-bla. Mas ficou feio.

Até pq é muita burrice o Faraday saber que vai alertar a Charlotte criança e que isso nao vai adiantar nada e mesmo assim falar pra ela nao voltar a ilha.

Anônimo disse...

Eu considero um episódio muito bom, mas sempre guardarei minha frustação perante algumas coisas.

Rousseau e amigos. Quase tudo já sabíamos e o novos elementos foram mal explorados. Não digo em termos de ação (com o monstro) mas em dramaturgia. Foi tudo para nós (e Jin) vermos. Tudo isso ficaria melhor se fosse nos moldes tradicioanis de Flashbacks, com a Rosseau velha se lembrando. Que grande perda foi a atriz sair da série.

Charlotte. Gosto da personagem mas gostaria de ter mais dela. Sempre desejei que a relação com a ilha fosse maior do que só nascer ou só viver ali ou só ter saudade de uma forma ou de outra.

Daniel (e o ator também) é um ótimo cientista maluco, mas um péssimo amante. Não me convenceu o seu sofrimento pela perda da amada.

Fora da ilha a coisa anda desengonçada. Sem ritmo evolutivo, ainda mais que antes precisava dos Oceanic 6 e agora tudo bem só dois. Outra frustração.

Um destaque para a cena de Locke e Christian. A coloco num Top 10.

Anônimo disse...

eu deixei o comentario explicando no episodio anterior ,sobre o jin esta vivo , e o mickael bem provavel q esteja tambem mais ,talvez a missão dele era salvar a ilha , pq a ilha não deixa morrer a galera que tem "algo" a ser feito ... eu sou viciado em lost assisto os episodio umas 5 x seguidas para realmente intender oq é a ilha e pq a galera ta la =) ... e realmente acho q os produtores sabem muito bem oq estaum fazendo,acredito que lost tem muitaaaa coisa sobre o mundo real .. =) e parabens pelo blog dificil achar coisas uteis sobre lost e o seu blog é otimo, voltarei a deixa comentarios , abraço ..

Anônimo disse...

e.fuzzi,

Do que eu sei essa saída da ilha não estava na ideia original da série, vamos dizer da parte que J.J. Abrams criou.

Carlton Cuse que sugeriu essa possibilidade lá pelo meio da segunda temporada. Então lá naquele tempo já começaram a pensar em quantos e quais deles sairiam.

Eu também tenho receios a essa ideia, que antes parecia genial.

Não há nenhuma dica que com o retorno algo de diferente aconteca. Por enquanto, eles voltam e os pulos no tempo param.

O que é muito pouco. O problema é que os pulos tiraram a atenção do grande mistério que é o que é a Ilha.

Tiraram a atenção e estão virando filler, no bom português, recheio de linguiça.

Mas vamos dar uma chance aos roteiristas. A saída da ilha foi criada numa época que Lost era um sucessão e poderia, se dependesse do estúdio, durar muito mais que 6 anos e com temporadas de 24 episodios.

Assim como foi o fator "o que há dentro da escotilha?".

Na concepção original da série eu tenho a impressão que nunca foi planejado o miolo da trama. Para eles o final é claro, direto e simples. E bastava complicar até chegar a ele. :)

Raskólnikov disse...

O pior mesmo foi o Jin entregar o anel para o Locke para provar que ele estava morto... eeehh... oi? kkkkk Não seria muito mais fácil o Locke chegar pra Sun e dizer "pois é Sun, o jin morreu mesmo como vc viu... o barco explodiu e tudo mais..." ? Entregar o anel pro Locke não faz sentido. Seria como um atestado de que o Jin estaria vivo. Tanto que o Ben o utiliza com esse propósito. O único jeito que encontraram pro anel chegar no Ben foi com essa desculpa 'xexelenta' do Jin ao entregar o anel pro Locke... tsc tsc tsc...

E o Jin desiste de cortar a corda do poço pq o Locke promete que não vai trazer a Sun? Como assim? Se ele só tá fazendo isso pra trazer todos de volta...

Há alguns episódios a mãe do faraday diz "se nao juntarmos todos em 70 horas, Deus nos ajude". Nesse episódio : "ah... só vcs dá pra começar..."

Raskólnikov disse...

Coisas como essas provam como eles gostam de inserir cenas só pra causar impacto... toda trama da Sun até agora na temporada - Sun saindo do carro armada pra matar o Ben e em pouco tempo convencida pelo Ben - foi amarrada nessa história pouco consistente do anel.

Qnto a cena do Jin querendo cortar a corda... O Locke tá fazendo isso, sabendo que vai morrer, mas vai trazer todos de volta pq eh sua missão... Claro que ele fará de tudo pra trazer a Sun.

Terminaram um episódio com o 'Deus nos acude' da Mrs Hawking... e depois vem isso... "esses dão pra começar" haha
Essas coisas me lembram tanto aquela história da quarta temporada em que um Hurley traumatizado (lunático e misterioso) se arrependia amargamente de ter escolhido ir pro grupo do Locke. Mostrou-se todos os acontecimentos e nada tão aterrador aconteceu...

e.fuzii disse...

Hélio,
depende muito das circunstâncias que esse encontro pode ocorrer. É uma cena arriscada, que dependeria da atriz criança e muito (mas muito mesmo) de Jeremy Davies. Afinal, eles não tinham um envolvimento tão importante quanto Desmond e Penny, ou até Jin e Sun.
Mas numa dessas viagens, eles poderiam cair nessa época da Iniciativa Dharma e Faraday teria o encontro com Charlotte. Seria interessante também por ele deixar de lado a ciência (rá!) para tentar mudar o futuro. Mas ainda quero esperar, até porque o diário que ele carrega ainda precisa esclarecer se tem importância durante essas viagens...


JoS,
seja benvindo, rapaz.
Acho que a morte de Michael já foi até confirmada pelos produtores. Graças a Deus.


Paulo,
na verdade o J.J. mudou praticamente tudo quando recebeu o esboço do piloto. Entre essas mudanças tem a já famosa manutenção de Jack.
Acho que é meio natural que o miolo tenha de ser desenvolvido aos poucos, mas essa dependência nos roteiristas é a grande magia de uma série de televisão. E Lost tinha um trunfo enorme com os flashbacks, mas decidiram mudar a estrutura e levar os Oceanic Six para fora da Ilha. Assim como o que tinha na escotilha, eles nunca souberam quem sairia (fora Jack e Kate) e acho que só foi desenvolvido entre a terceira e quarta temporada mesmo.


Gabriel,
Incrível como cada vez que se pensa nesse episódio, pior ele fica. Concordo que muitas vezes Lost tem enfrentado até num arco maior da história, problemas com cenas inúteis e até contraditórias. Posso citar mais uma: Jin conversando em coreano com Charlotte para exigir que Sun fosse colocada no helicóptero. Para quê mesmo?
Mas ainda quero ver onde vai dar essa história da Ms. Hawking antes de criticar. Sabe se lá qual o procedimento a ser feito, né?

danielle disse...

Só para deixar mais claro o quanto achei esta sequencia de dois episódios fraca, e bancar a chata fã de Lost do Blog.Reitero que, preferia quando Lost apenas deixava perguntas intrigantes. Se é para responder desta maneira óbvia, passo.


E é claro, em minha concepção de "série de mistério e suspense", ela deve ter, obrigatoriamente, mistérios e suspense nas suas respostas, quando as der. Deveríamos ficar surpresos. Felizes! Agradecidos!

Campanha pela NÃO mastigação em Lost!

E continuo com fé! Assim como Locke, sei que Lost tem um propósito maior (cruzando os dedos)