domingo, 14 de fevereiro de 2010

[FNL] 4x12 Laboring

por e.fuzii
"There is law and there is life."
Se existe algo que não podemos reclamar em Friday Night Lights é o fato dos roteiristas saberem amarrar suas histórias, no sentido de realmente recompensar no final seu público. Partindo dessa frase dita pelo advogado de Tami diante do escândalo que está envolvida, todas as histórias tiveram um pé naquilo que é teórico e outro no prático. Afinal, para nós que acompanhamos o desenrolar da história entre Becky e Tami -- que estranhamento nunca mais dividiram nenhuma outra cena depois -- sabemos que ela nunca influenciou a garota a tomar sua decisão. Mas até que ponto vale a pena lutar para provar isso enquanto não se tem garantias de sustento da família? Resta a Tami engolir seu orgulho e preparar o pedido de desculpas, mesmo que seja penoso assumir essa culpa e ficar com sua carreira manchada pelo resto da vida. Mas não é exclusividade dela enfrentar ameaças e trotes no lar dos Taylor. Com a proximidade do jogo contra os Panthers, Coach Taylor descobre o que é ser inimigo de uma cidade mesmo sendo habitante dela. Na semana passada, considerava até escrever que essa rivalidade entre os dois times ainda parecia superficial demais, mas ainda bem que resolvi dar um voto de confiança. O clima agora está realmente tenso, a ponto de mais um limite acabar sendo cruzado e uma provocação virar motivo de vandalismo no campo dos Lions. Coach Taylor está mais do que certo de preocupar-se com a seriedade que toma conta da partida, mesmo que suas chances de vitória sejam mínimas. Fora de campo eles já até sofrem sua primeira derrota, quando são obrigados a abrir mão do mando de jogo.
Para minha surpresa -- porque imaginava que essa tensão seria levada pra dentro de campo --, o único personagem que ainda atingiu a redenção nesse episódio foi Vince, que no último instante decidiu pular fora do plano de vingança. Não que isso lhe dê alguma garantia de segurança, ainda devendo o dinheiro da internação de sua mãe e agora marcado por Kennard por faltar com certa "irmandade" em relação ao amigo morto. Enfrentando essa dilema tão sério, Vince contava apenas com o apoio de Jess para não cometer outro crime, o que acaba por desviá-la também cada vez mais do caminho de Landry. Interessante como esse triângulo adquiriu tanta complexidade, e até compaixão de ambas as partes, em apenas dois episódios. Já sabendo da saída de Taylor Kitsch do quadro de regulares da série, também tivemos a chance de aproveitar os últimos momentos cômicos dos irmão Riggins, com Billy aceitando pouco a pouco sua condição de pai na sala de espera até sair correndo pelo hospital para ficar ao lado de Mindy. Além disso, Tim Riggins protagonizou uma linda cena ao lado de Becky constatando que pela primeira vez sua vida tomou algum sentido, diante dos vastos campos de sua propriedade. Mas como toda essa alegria não poderia vir assim de graça, logo os dois são levados para prestar esclarecimentos sobre o negócio dos desmanches. Só espero que Tim não decida assumir a culpa sozinho para liberar Billy -- agora que tem uma família para cuidar --, já que acho injusto terminar sua história num tom tão baixo depois de tanta evolução durante a série. Como destaquei no começo, todas as tramas aqui tem uma razão para existir e sempre deixam consequências. Agora com todos os personagens sob pressão, só nos resta mesmo torcer, e muito.

Fotos: Reprodução.

e.fuzii
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