domingo, 7 de fevereiro de 2010

[Spartacus: Blood and Sand] S01E02 - Sacramentum Gladiatorum

por Rafael S


Depois de provar a glória na arena ao vencer quatro oponentes, Spartacus foi comprado por Batiatus e levado para seu ludus (uma espécie de escola de treinamento para gladiadores). O herói já havia mostrado sua bravura, então era de se esperar que ele impressionasse os outros lutadores. Mas ao invés disso, sua chegada ao ludus não foi tão glamourosa como se esperava. E esse novo ambiente é o destaque desse segundo episódio de Spartacus: Blood and Sand.

Após seu grande feito, a fama de Spartacus rapidamente se espalhou entre os gladiadores da academia. E como todo bom novato, não teve a melhor das recepções por aqueles que já habitavam o local. Liderados por Crixus (Manu Bennett), gaulês e mais valioso guerreiro de Batiatus, os lutadores fizeram de Spartacus motivo de chacota por sua ascendência trácia e minimizaram seus feitos. E quando começa o treinamento para os recrutas se mostrarem dignos de virarem gladiadores de Batiatus, o trácio encontra mais uma pedra no seu caminho: Doctore (Peter Mensah, do filme - vejam só - 300. Coincidência?), o treinador do ludus, que faz todos os recrutas comerem o pão que o diabo amassou com treinamentos dia e noite, para prepará-los para o teste que avaliará se eles serão dignos de integrarem o rol de gladiadores. E assim começa essa nova fase na vida de Spartacus, onde após ser vencido com facilidade em uma batalha por Crixus, logo vê que as coisas não serão tão fáceis como pareciam.

Ao introduzir o ludus na série, os roteiristas apresentaram um novo núcleo de personagens, com tipos para todos os gostos. Além de Crixus e Doctore, conhecemos Varro (Jai Courtney), um novato com uma história de vida diferente da de Spartacus - ele ingressou o ludus como forma de ganhar dinheiro para pagar suas dívidas. E pelo que o episódio traçou, ele será um dos grandes parceiros do herói (na aparência, me lembrou Iolaus, grande sidekick do Hércules do seriado). Também fomos apresentados a Ashur (Nick Tarabay, da série Crash, inspirada no filme homônimo), uma espécie de negociante local, responsável por apostas e uma série de negócios escusos dentro do ludus.



E além de conhecer mais da casta baixa do local, o episódio dá um grande destaque aos donos do local, o casal Batiatus e Lucretia. Batiatus viu em Spartacus uma esperança de conseguir ascensão social. Atolado em dívidas, o ludus é propriedade da sua família há algumas gerações, mas o momento não é dos melhores. E em uma jogada arriscada, apostou o pouco dinheiro que lhe restava ao comprar o guerreiro trácio. Além de já ter testemunhado seu potencial em combate, ele percebeu que Spartacus tem seu valor para Glaber, e vai tentar ao máximo usar isso em seu favor. Seu diálogo com o trácio perto do fim do capítulo foi um dos pontos altos, uma barganha entre dois homens desesperados, um por poder, outro por seu amor, em uma frágil união que poderá beneficiar ambos.

Já Lucretia tem as mesmas ambições de poder e dinheiro do marido. Um detalhe curioso é que, sempre que estão juntos, ela e Batiatus parecem mais sócios em um negócio do que marido e mulher. Sempre conversando sobre negócios, eles veem um no outro uma chance de se erguer na vida - e o casamento no fundo parece ser uma mera convenção social. É só reparar como o sexo entre eles é puramente carnaval: enquanto conversam sobre meios de ganhar dinheiro, eles simplesmente entram no quarto, e são despidos e...estimulados por seus criados (essa era uma prática comum na Antiguidade ou uma criação da série?), para depois se atracarem no sexo, nem nenhum demonstração de carinho um com o outro. E o modo lascivo como Lucretia olha para os guerreiros do ludus demonstra que fidelidade não deve ser o forte por ali...e me parece uma contagem regressiva para quando ela irá investir em Spartacus. De qualquer jeito, nesse compasso incomum, o casal parece se entender, formando uma bela dupla em cena. Méritos dos atores também.

Entre uma surra e outra, Spartacus muito pensou sobre entregar os pontos ou entrar de cabeça na vida de gladiador. Tendo sonhos/pesadelos com Sura, ele não fazia destino do destino de sua mulher - isso até Glaber aparecer em sua cela e falar e a vendeu para um sírio, após ter servido de "diversão" para sete de seus homens. Ao mesmo tempo que deixou o sangue de Spartacus em ebulição de ódio, essa informação foi a pista que ele pôde se apegar para nutrir as esperanças para reencontrar Sura, e o fator decisivo para aceitar a barganha de Batiatus. E assim chegou a hora do sua prova final como recruta, onde ele enfim conseguiu derrotar Crixus (o que deve acirrar ainda mais as disputas internas do ludus nos próximos episódios) e sagrar-se como um dos gladiadores de Batiatus, carregando consigo a marca do seu mestre.



Esse segundo episódio fechou a introdução da série, apresentando o restante dos personagens importantes para a trama, e ambientando o ludus, local onde deve transcorrer boas partes dos acontecimentos. Menos violento o que o capítulo anterior, percebi nesse episódio um grande número de xingamentos e palavrões no texto. Curioso. De qualquer jeito, esse episódio foi focado mais em Spartacus e Batiatus, e em como seus destinos se cruzaram. Que venham agora muitas batalhas na arena.

Fotos: Reprodução



Rafael S
http://twitter.com/rafaelsaraiva

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