quarta-feira, 11 de março de 2009

[Battlestar Galactica] 4x15, 4x16, 4x17 e 4x18 - "No Exit", "Deadlock", "Someone to Watch Over Me" e "Islanded in a Stream of Stars"


Eu tenho uma idéia besta de que se o texto não for longo e a análise minuciosa, não vale a pena eu postar. Daí o atraso. Não havia tempo para longas análises. Então deixei a idéia besta de lado e escrevi algumas poucas linhas, aproveitando este momento em que acabam de me avisar que eu não teria aula hoje. Vamos lá:



Como se não bastasse lamentarmos que uma grande série está chegando ao seu final e nos despediremos de uma vez por todas de seus personagens, no caso de "Battlestar Galactica" há ainda a triste constatação que ela acabará muito antes do tempo necessário para colocar as coisas nos eixos.


Após os eletrizantes episódios em que Gaeta e Zarek lideraram um extraordinário motim contra Adama e cia., os autores da série nos trouxeram quatro episódios que precisaram ignorar quase que por completo as consequencias desta revolução para fixarem em inúmeras pontas soltas, necessárias para a preparação de "Daybreak", último título para um episódio da série, que será dividido em três partes, exibido em duas semanas e encerrará uma das maiores sagas que a tv americana nos presenteou nesta década.


Estes quatro episódios exibidos tiveram resultados muito distintos, e acho que os roteiristas falharam na estruturação deles: enquanto "No Exit" foi uma enxurrada de informações (com Sam recordando a história dos Final Five e flashbacks infelizmente rápidos demais para dar conta de tudo que aconteceu com Ellen depois de sua morte em New Caprica), "Deadlock" pouco acrescentou em sua frustrada tentativa de fazer do conflito Ellen-Tigh-CapricaSix algo interessante. Dava pra sentir a intriga shakespeareana no ar (e os atores estavam em seu auge), mas em 42 minutos era impossível algo com consistência.


Verdade que se os roteiristas tentassem equilibrar as coisas utilizando-se dos dois episódios, poderia ter sobrado algo para "Someone to Watch Over Me", que se pouco avançou na mitologia e mistérios da série, foi maravilhosamente conduzido e roteirizado. Um episódio musical (na montagem, na narrativa, na trama - que bela sequencia de abertura com Adama), que foi fundo nos dramas de Starbuck e afundou ainda mais o Chief, após seu reencontro desastroso com Boomer. Duas histórias protagonizaram o episódio e ambas com reviravoltas bastante satisfatórias.


"Islanded in a Stream of Stars" não foi tão bom, mas talvez a queixa maior seja a pouca evolução e nenhuma revelação quando a série ainda traz tantas questões e tão pouco tempo para finalizá-las. Esta decepção talvez diminua um pouco o brilho deste que foi o quarto episódio da série dirigido por Edward James Olmos. E um dos mais tristes. Tudo está ruindo, a Galactica não durará muito mais, Roslin está debilitada como nunca antes, Hera nas mãos de Calvin, Baltar cada vez mais louco (e sua ambigüidade pouco explorada é uma das coisas a lamentar com esse curto prazo que a série tem) e os Final Five sem a menor idéia de como reescrever a história. O plano final do episódio, com Adama e Tigh sentados, decididos a abandonarem a Galactica, foi de moer o coração. Ali é a representação máxima do atual momento da série: O fim; muito antes do tempo.


Com a genialidade vista em determinados momentos, determinadas idéias e frases no decorrer destes últimos episódios, só podemos imaginar o que esses autores nos trariam se tivessem mais uma temporada para concluir sua saga.


Imaginar e chorar...



Hélio.

Um comentário:

e.fuzii disse...

Parabéns, Hélio!
Você acaba de ganhar o prêmio de maior título de post deste blog.

Sobre Galactica, concordo em praticamente tudo. De todos eles, meu preferido é "Someone to Watch...", principalmente por Boomer ter surpreendido e virado a mesa quando já tinha conquistado a confiança do Chief e de todos nós. O momento de Starbuck, embora ainda cercado de enigmas, também foi belo.

Ainda acredito que Ron D Moore guarde a sete chaves o seu final, e não quer que nada seja antecipado, por isso essa escolha de focar no que restou dos personagens. "Islanded" é a grande prova disso. Pouco avanço, mas uma das cenas mais emocionantes envolvendo Helo, primeiro ao lado de Athena e depois nas suas súplicas ao Adamão. O grande problema dessa lentidão, com os personagens praticamente encarando a morte, é essa terrível angústia que sinto. Sério, está cada vez mais difícil acompanhar toda essa tristeza e se o final for o fundo do poço (o que duvido muito) não sei se terei nem forças para criticar...