sexta-feira, 6 de março de 2009

[LOST] 5x08 LaFleur

Lost finalmente está de volta! Posso até queimar minha língua em breve, mas acho que vale a pena manter essa empolgação por pelo menos duas semanas. Confesso que não tinha espectativa alguma para esse episódio, considerando ser outro motivo para que os fãs mais hardcore tatuassem "Mitologia!" no peito. Suspeitava que LaFleur fosse algum experimento da Dharma (provavelmente mais uma estação), e principalmente depois do início ridículo com aquela cena da estátua quase perdi todas as esperanças. Porque sério, pior do que mostrar o pé de quatro dedos da estátua só mesmo mostrando metade dela de costas. Mas depois houve a superação: ao explorar o talento de Josh Holloway e Liz Mitchell (e obviamente a química entre os dois), o roteiro de Elizabeth Sarnoff (escrito ao lado de Kyle Pennington) conseguiu fazer um episódio beirar a perfeição pela segunda vez nessa temporada. E apesar do ritmo mais cadenciado, apostando nas personagens após o turbilhão de viagens no tempo, acho não chegou a desapontar essa outra ala de fãs por contar com a já citada cena da estátua e mostrar como os sobreviventes se infiltraram na Iniciativa Dharma.
Mas vamos aos fatos: depois de Locke desemperrar a roda de burro, os flashes finalmente cessaram, como já imaginávamos. Os sobreviventes ficaram presos no ano de 1974, no início da Iniciativa Dharma e já que Daniel Faraday estava mais pirado do que nunca, lamentando a morte da ruivinha; Miles estava mais preocupado em satirizar a falta de criatividade dos companheiros; e Jin, apesar de ser um cara bacana, não fosse exatamente dos mais comunicativos, quem precisou assumir a liderança foi James Sawyer, que com o apoio de Juliet é o personagem central do episódio. Se no passado Sawyer já foi odiado por tomar a liderança usando de chantagens -- quando esconde todas armas dos sobreviventes -- dessa vez ele mostra seu carisma e usa de suas habilidades para convencer o espectador e, acima de tudo, todos aqueles que passam pelo seu caminho. Desde o decadente começo da terceira temporada, James teve poucas oportunidades para brilhar além de seu confronto final com o verdadeiro Sawyer. Então, é mais do que merecido que o personagem volte a ocupar uma posição central na trama, e Josh Holloway aproveita muito bem essa oportunidade, ainda mais longe de toda a chatice dos Oceanic Six e da sombra de Jack e Kate.
Sawyer tem de mostrar altas técnicas de combate, aliado à cobertura de Juliet, para salvar Amy e seu marido do ataque de dois hostis, após terem escolhido o pior lugar possível para fazer um picnic. Amy parece inteligente, até pela forma como engana o grupo na cerca sônica, então só posso concluir que esse encontro do casal deveria ser para manter distância da vigilância da Dharma. Depois de capturados, James sob a nova identidade de LaFleur, tem a chance de usar outro de seus disfarces para dar seu show. Enquanto engana o líder da Dharma, Horace Goodspeed, dizendo que seu grupo fazia uma expedição em busca do navio Black Rock, James tem a chance de comprar mais duas semanas se conseguisse acertar as contas com Richard Alpert, o rapaz com maquiagem. A Dharma e os Hostis vivem uma época de trégua, selada com um acordo "olho por olho", e James surpreende Alpert contando toda a história que vimos em Jughead. Nesse meio tempo, o grupo ainda tem a chance de colocar os assuntos em dia, enquanto esperavam pela sua sentença. Seria uma cena sacal se não fosse pela câmera dinâmica, envolvendo cada um dos personagens até que Daniel Faraday avista Charlotte ainda criança correndo pelo vilarejo. A sua revelação antes de morrer -- que o físico tentaria avisá-la ainda na infância sobre o cruel destino --, atingiu em cheio Faraday, que vive desesperado em saber que tentou modificar o passado e ainda assustou a pobre garota. Mas depois de sua alegria em reencontrá-la, duvido muito que ele não tentará de tudo para se envolver novamente.
Mesmo conseguindo duas semanas para esperar por Locke, Juliet prefere deixar a Ilha mesmo que estivesse fora de seu tempo (faz ainda algum sentido que ela não fosse resgatada na temporada passada?). Sawyer então, precisa convencê-la a ficar numa linda cena perto do submarino, mostrando toda sua carência e como ela é importante ao seu lado. Três anos depois, Sawyer já foi promovido a chefe da segurança da Dharma e enquanto Horace está perto da cerca sônica explodindo árvores (existe termo melhor que esse para estar bêbado?), Amy começa a sofrer as dores do parto antecipado. Juliet precisa ser chamada às pressas e deixar de lado seu disfarce de mecânica, já que as grávidas precisam ser levadas de lá se quisessem ter chances de dar à luz em segurança. Mas o parto é um sucesso e o choro de Juliet traduz todo seu alívio em saber que não era a tal maldição trazida para aquela Ilha. Já Sawyer, não mostra-se nem surpreso e nem mesmo aliviado, apenas transborda a confiança que sentia pela médica. Se já era prova suficiente que o casal estava mais próximo do que nunca, em seguida James encontra-se com Juliet em sua casa, buscando o conforto e o amor após um longo dia de trabalho. Nesse momento corro o risco de dizer que esse é o casal com maior química já apresentado até aqui pela série, maduro o suficiente para mostrar uma face de James até então desconhecida, longe de seus disfarces e golpes. James até ouve as queixas de Horace e busca confortá-lo dizendo nem se lembrar três anos depois do rosto da garota que tentou esquecer. É um paralelo interessante e principalmente dúbio para esse ex-golpista.
Mas infelizmente, o que vem estragar toda essa onda de felicidade é o irônico anti-clímax, com o retorno de Jack, Kate e Hurley. Apesar de mais uma vez Josh Holloway fazer uma performance espectacular, transmitindo apenas num olhar o quanto seu coração voltou a balançar, bem que preferia continuar com esperanças de que a van pudesse ter capotado ou até pegado fogo. Bom, até que eles voltem mesmo, não custa nada continuar torcendo.

Lost terá uma parada de uma semana e volta no dia 18. Até lá!



e.fuzii

5 comentários:

Anônimo disse...

Para mim, este foi um dos melhores episódios de "Lost". Achei mesmo incrível como eles conseguiram resolver alguns mistérios de uma forma tão ágil, com as idas e vindas no tempo.
Interessante também a forma como você colocou o "anti-clímax" pela chegada dos 3. Era um momento tão esperado por todos, mas parece que eles não voltaram em boa hora.
Continuo ansioso pelos próximos episódios, que devem ser também ótimos!

Alexander disse...

Gostei mto do episodio e do "comentario" dele. Perfeitos. Valeu.

ps, tem algum motivo pra essa interrupcao de 1 semana, ou eh natural?

e.fuzii disse...

Adelson,
também acho que esse episódio já deve entrar na minha lista revisada de melhores episódios da série. Só foi bom mesmo por deixar sutil a situação que envolve os sobreviventes, como na primeira temporada. E, claro, as ausências de Jack e Kate...

Pablito,
não existe razão "oficial" para essa pausa, mas existem duas especulações:
1) dar uma folga maior para a produção da série, que está em ritmo frenético nos últimos meses.
2) uma exigêncida ABC, que gostaria de aproveitar as audiências de maio (as maiores do ano, por conta dos finales) com pelo menos dois episódios da série.

Anônimo disse...

Finalmente um bom episódio...Alias... foi uma boa semana... SKINS também foi ótimo!!

Precisei de tres tentativas p/ver o anterior (dormi em duas)

Em tempo... PARABÉNS pelo comentário!!

Anônimo disse...

Realmente a volta dos três (ainda sem Sun e Sayd, que Deus sabe onde estão), foi um anti-clímax. Como Juliet tinha dito, eles não precisavam mais ser salvos. Gostei de Juliet e Sawyer juntos (já vinha gostando deste o início).

Mas, vem aí o golpe de Richard e Ben, matando a todos da Dharma. A esta guerra que Wildmore provavelmente se refere no episódio anterior.