sexta-feira, 20 de março de 2009

[LOST] 5x09 Namaste

Primeiro de tudo, queria elogiar a decisão de, independente do motivo para isso acontecer -- seja audiência de maio ou novo fôlego para a produção --, escolher essa pausa da semana passada num momento providencial da trama, que separa de certa forma essa temporada em duas: uma parte tratando da confusão pós-resgate e a outra tratando do longo período de convivência com a Dharma. Minha única dúvida é como se encaixarão essas histórias que acontecem em 2007, ao lado de Ben, Sun e Locke, que à primeira vista não parecem tão fascinantes assim. Até era a favor que fosse mostrado um novo acidente de avião (ainda que fosse sob o ponto de vista de quem estivesse na Ilha), mas não teimando em não esclarecer as razões de Jack, Kate, Hurley e Sayid serem tragados por um clarão enquanto Sun, Ben e Lapidus presenciam o acidente em 2007. Problema maior foi que com o aparente baixo orçamento, nem Jack Bender conseguiu salvar do ridículo algumas cenas durante o pouso forçado, principalmente numa em que a roda do avião passava sobre as árvores.
Apesar disso, Bender mostrou novamente uma técnica impecável durante essa tediosa jornada de Sun, com direito a uma estonteante lens flare na caçada a Ben e um complexo jogo de luz e sombra na vila abandonada da Dharma. É Christian Shephard, o porta-voz oficial da Ilha, quem conduz Sun e Lapidus nesse cenário assustador, com direito a monstro de fumaça, sussurros e até uma aparição fantasma ao fundo (Claire, talvez?). Tudo isso para encontrar a fotografia dos outros sobreviventes presos no ano de 1977. Mas vamos logo voltar ao passado, que só de ter visto o letreiro "30 anos atrás" no começo do episódio já abri um sorriso enorme.
Se eu soubesse que James jogaria na cara do Doc tudo o que eu gostaria de ter dito a ele há pelo menos quatro temporadas, juro que não teria me decepcionado tanto com a volta dos Oceanic Six. Claro que para atingir a perfeição só faltou Kate ser sacaneada por Juliet e deportada da Ilha naquele momento. Mas já foi o suficiente Juliet ter vindo pessoalmente receber Kate, marcando seu território, enquanto James escolhe a função de faxineiro especialmente para Jack. Depois de ter sua vida salva por LaFleur, só restava a Jack morder a língua, engolir todo seu orgulho e sair com o rabo entre as pernas. Não me parece já ser sinal de ciúmes, mas a constatação de que, como líder, James conseguiu viver pacificamente ao lado dos membros da Dharma por três anos, ganhando a confiança deles passo a passo. E se ele diz que conseguirá tirar Sayid do cativeiro, eu acredito plenamente. Jin também ganha cada vez mais destaque nessa temporada como seu braço-direito e está muito mais à vontade longe da sombra de Sun e com o domínio da língua (que deve ser um alívio para o ator também). Ainda assim, o coreano não consegue impedir que a situação de Sayid se complique, principalmente por ter envolvido Radzinsky nas buscas. Sim, aquele mesmo que era parceiro de Kelvin Inman até estourar os próprios miolos. Enquanto Radzinsky cuida do contato exterior na estação Flame, ele projeta a futura estação Cisne, que desconfio só vir a ser usada após o tal incidente. Mas sua preocupação paranóica me pareceu forçada demais à primeira vista, como se fosse preciso garantir que um dos Oceanic Six se ferrasse no final.
Outras figuras famosas da Dharma também dão as caras durante o episódio. Além da revelação de que o filho de Amy é ninguém menos que Ethan, com a Juliet fazendo uma impagável cara de constrangimento enquanto carrega no colo seu antigo colega, o mais surpreendente foi ver Ben caminhando para dar comida a Sayid, mais uma vez invertendo os papéis da segunda temporada. Essa aparição serve de alívio para aqueles que faziam contas e mais contas sobre sua idade no episódio passado, mas pra mim levanta ainda mais dúvidas. Até que ponto ele saberá sobre a história dos passageiros do 815? Porque só de saber seus nomes e levando em conta a teoria de que eles teriam de voltar para a Ilha, toda sua reunião dos Oceanic Six parece mais inútil ainda. Eventualmente ele saberia que Sayid, Kate, Jack e Hurley voltariam no Ajira 316, até sabendo que precisaria construir a tal pista usada no pouso forçado. Espero que como ponto principal para ligar esse passado e o futuro, nenhum paradoxo seja criado.
Se ao lado de tantas dúvidas, ainda conseguimos acompanhar uma história fascinante envolvendo seus personagens perdidos novamente nas mãos de desconhecidos, não há do que reclamar desse novo arco da série. Arrisco dizer que definindo melhor o papel daqueles que já estão em 2007, esse tem tudo para ser o melhor momento de Lost.

Nama... what?

e.fuzii

6 comentários:

Anônimo disse...

Finalmente Sawyer está mandando!
Pra mim, junto com Ben e Sayid, ele é o melhor personagem da série!
Parte pela sua historia e parte pela boa atuação!

Leco Leite disse...

Sawyer foi perfeito nesse episódio! A quebrada que ele dá em Jack é histórica e entra para os melhores diálogos da série...

Realmente, Fuzii, será que Ben não se lembra dos losties mesmo!? E se lembra, porque se preocupou tanto em reuní-los, já que sabia que voltariam!?

Mas aí, entra no que tenho pensado sobre as "memórias" dos personagens e seus encontros "antes"... Quando o Ben velho estava reunindo os 6 para voltar, o jovem Ben ainda não tinha encontrado com Sayid em 77 pq o iraquiano ainda não tinha voltado!

Maluco, mas é como estou levando a lógica pelo que tenho visto...

Abração!!

Hélio Flores disse...

Engraçadas as teorias sobre a apariçao fantasma atras da Sun. Aquilo foi um erro extremamente grosseiro da produção, mas como é Lost, todo mundo começa a formular teoria - até Charlotte foi cogitada, for christian´sake! Tb pudera, erro feio daquele chega a ser inacreditavel. A mulher ao fundo nao é nada parecida com Claire ou Charlotte, está usando camiseta (e, acho, jeans) e numa tipica posição de assistente de direção ou som. Revisto varias vezes, a coisa ficou muito engraçada.

Mas episodio delicioso. Um prazer de ver.

Rubens disse...

Allan, tô contigo e não abro, continuo acompanhando só para ver onde isso vai dar, porque o tesão já sumiu há muito tempo. Só o fato extremanente exagerado que ninguém conversa com ninguém em Lost, ninguém troca informações, ninguém conta o que sabe para os demais, já faz perder a paciencia.

Seriado "serializado", com uma história contínua com são as novelas brasileiras, NUNCA MAIS! O melhor formato é o tradicional da tv americana, com histórias fechadas em cada episódio. No máximo dá para aturar uma história por temporada (como em Dexter), mas não mais que isso. Chega!

E pensar que ainda falta mais uma temporada, para ao final certamente darem algumas explicações xinfrins e implausíveis, como toda aquela bobagem da roda de burro congelada que move uma ilha inteira e parte do Oceano que a cerca...

e.fuzii disse...

Leco,
mas de acordo com essa teoria, eles não estariam modificando o passado? Porque no meu entendimento, eles não estão revisitando o passado, eles estão realmente vivendo "pela primeira vez" e tudo o que Ben é hoje pode ter sido culpa desse encontro com os Losties no passado. Até acredito que talvez por saber do que irá acontecer no futuro (por culpa de alguém que abriu o bico) é que Ben ganha tanta confiança de Alpert e os hostis.

Hélio,
eu na verdade nem me preocupei em saber quem era ali atrás, mas juro que pra mim essa aparição foi providencial. Na hora que vi algo mexendo ao fundo e vi que era uma pessoa, meu olho colou na tela.

Allan e Rubens,
como vocês são malas. HAHA!
Essa semana eu li alguém dizendo que se fosse em Heroes estava todo mundo descendo o cacete. Eu já desci a lenha várias vezes, mas está divertido. Se eles conseguem fazer arcos da história interessantes (como alguns episódios de Heroes foram), mas apoiados em soluções pífias como a roda de burro (!!!) para explicar alguma obscura mitologia, aí vai da paciência de cada um. Sempre volto a repetir que o importante mesmo pra mim é o desenvolvimento dos personagens.

Leco Leite disse...

Não diria que alteraria alguma coisa, Fuzii. Entra no caso de Faraday-Charlotte, que ela disse ter sido avisada por ele quando pequena para não voltar para a Ilha. Mas o Faraday não "lembrava" disso por não ter voltado ainda... hehehe

Também acho que a presença de Sayid e os losties podem ter influenciado o jovem Ben, como vc disse. Muito legal se isso acontecer.

Widmore se lembra de Locke, pq Ben não se lembraria de Sayid, certo!?

Abraço!