sexta-feira, 1 de maio de 2009

[LOST] 5x14 The Variable

Depois do anúncio do título desse episódio, muito se especulou sobre qual relação teria com "The Constant", o episódio de Desmond na temporada passada. Seria uma sequência? Ou um complemento? Mas longe de ser aquela obra-prima que acompanhamos no ano passado, a história que envolve a volta de Faraday para estabelecer as tais variáveis e modificar o seu presente foi mais uma vez pouco convincente. Fica a impressão que, embora tivessem boas idéias para o início e o final do episódio, os roteiristas tiveram problemas para ligar as duas pontas. Claro, muito se deve ao passado de Faraday nunca ter sido explorado antes, tanto por culpa da falta de oportunidades (a breve temporada passada) como para manter suspense da identidade de sua mãe. Assim, essa sua decisão de tentar fazer a diferença no passado/presente acabou apoiada nos caminhos que levaram-no a chegar na Ilha por toda sua vida, sendo que o mais importante seria mostrar os motivos que fizeram ele acreditar que poderia fazer essas mudanças. Aliás, pensando no sentido inverso, esse flashback serviu muito mais para mostrar o porquê de Ms. Hawking tomar a decisão de tirar a vida do próprio filho.

O que questiono é o que teria feito Faraday durante todos esses anos de pesquisa acreditar que fosse possível impedir esse Incidente de acontecer, e que portanto suas ações não estivessem mais sendo traçadas por aquele destino inevitável. Ao encontrar Charlotte no balanço e fazer exatamente o mesmo procedimento para tentar salvá-la, parecia claro que tudo aquilo continuava determinado. E apesar da forma bizarra que Faraday invadiu o acampamento dos Hostis para encontrar sua mãe -- é sério que ele estava armado e rendeu todo mundo? --, é isso que teria de acontecer para fechar o ciclo e a partir daí fazer com que grande parte das decisões dos Hostis fossem tomadas com base nas anotações de Faraday. Continuo não acreditando que alguém conseguirá fazer alguma mudança no futuro, talvez impedindo até que o Oceanic 815 caísse na Ilha como Faraday sugeriu, porque não faria sentido modificar uma trama de 4 temporada à essa altura. À partir de agora, Ms Hawking também não tem noção do que está por vir, como ela disse durante a visita a Penny para certificar-se que Desmond estava bem.
Ainda considero toda essa estadia de Sawyer e seu grupo na época áurea da Iniciativa Dharma como o arco mais bacana de toda a série, e confesso que é triste ver essa história terminar. Claro que eles não iriam passar o resto de suas vidas fingindo (até porque o Incidente está logo aí), mas não sei se é minha simpatia por LaFleur e Juliet que me fez ficar angustiado com a presença de Phil no armário e a visita surpresa de Radzinsky. A reunião para decidir o rumo a partir de agora também foi interessante, principalmente Hurley citando a época de Fonzie (Heeeey!) e Juliet entregando o código da cerca sônica depois de ouvir um simples "freckles" de James. Agora resta saber se o casal também precisará revelar que são viajantes no tempo ou conseguirão fugir de algum jeito.

Já os flashbacks, apesar de terem esclarecido pouco para sua jornada, mostraram bem como Faraday foi conduzido à Ilha na temporada passada. A cronologia parecia confusa à primeira vista, mas em 77 Daniel provavelmente já era nascido e aquela sua conversa no piano parece ter sido a primeira vez que Eloise tenta afastar o filho dessas distrações inúteis. Mas que tipo de maldição é essa, que faz alguém abrir mão do próprio filho para respeitar o inevitável? Sinceramente, por ninguém fazer a menor idéia de quais são as motivações de Hawking, Widmore ou Linus, às vezes parece frustrante ver tantos personagens vivendo e morrendo como peças nessa grande disputa. Claro que os mistérios são o motivo para muita gente assistir Lost até hoje, mas não faria mal nenhum se a morte de alguns personagens não parecessem aleatórias ou simples formas de amarrar a história. Porém, a única certeza nesse chocante final de episódio é que chegamos à ironia das ironias: a mãe sacrificando a vida do próprio filho, que acreditava ser a mais importante das variáveis e acaba morrendo como a mais infeliz das constantes.

e.fuzii

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