quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

[FNL] 4x06 Stay

por e.fuzii
Talvez fosse pretensão demais esperar que esse episódio fizesse frente à grande comoção sentida pela morte do pai de Matt Saracen na semana passada. Nem acho que essa tenha sido a intenção, embora já dissesse que parecia o momento ideal para Saracen dizer adeus à cidade de Dillon. No seu melhor estilo, aliás, sem muitas palavras mas com uma impressionante determinação. Já confesso de antemão que esse episódio demorou para me convencer, principalmente pela estrutura irregular. "Stay" começa com reencontros: a surpreendente volta de Lyla -- pré-créditos hein, danados -- batendo à porta de Tim Riggins logo pela manhã, e uma certa sintonia do casal Matt e Julie planejando uma viagem juntos. Enquanto isso, temos os Lions em campo numa partida bastante supervalorizada, tanto pela imprensa como pela comissão técnica, em que mais uma derrota serviu de lição para os jogadores e mostrou que esse revezamento de Vince e Luke no comando tem chances de dar certo. E somente na conclusão do episódio decide-se separar aquilo que funcionava tão bem junto. Durante todo esse tempo, Tami Taylor sofria por antecipação, já esperando a própria partida de Julie quando entrasse na faculdade. E Coach Taylor apenas prontificava-se a concordar 100% com qualquer decisão de sua esposa.

Julie já ameaçou diversas vezes desobedecer as ordens de seus pais, sem nunca tomar essa decisão de fato. Mas dessa vez ela passa por uma situação delicada, temendo perder o namorado desde que presenciou sua catarse na mesa de jantar no episódio anterior. Ela sente que Matt está mais distante, então propor essa viagem pra Austin serve de último esforço para tentar acalmar seu desejo de escapar. O casal ainda aproveita de momentos adoráveis enquanto dançam no quarto do hotel e estão à beira da estrada, mas até que fica impossível evitar discutir o grande problema. A separação não anunciada dentro do carro serve para Julie perceber que não adianta mais lutar contra isso. É interessante também como isso fica representado em dois níveis na família Taylor: quando Julie chega em casa, Tami já passou por toda sua crise de carência pela filha. Matt então, ao som de Bob Dylan -- algo que lhe definia desde a primeira temporada --, decide partir sem se despedir e, diferente de todos até aqui, deixa seu futuro em aberto provavelmente voltando em breve para concluir sua relação com Julie. Porém, não posso deixar de constatar também que a tal trama com o artista de sucata no começo da temporada mostrou-se ainda mais inútil agora, além de dar equivocadas razões para Matt permanecer em Dillon.
Já Tim e Lyla tiveram um reencontro um pouco mais intenso, claro, como se ainda precisasse algum esforço extra além de colocá-los juntos na mesma cena. O que mais gostei, no entanto, foi como cada um deles sentiu esse tempo de separação: Tim Riggins fazendo promessas para ficar com Lyla quando antes dizia não querer ser aquele a pedir que ela ficasse, e Lyla Garrity dizendo não saber os motivos para ainda sentir saudades de Dillon, mesmo que sempre desejasse deixar a cidade. Em nenhum momento senti que ela ficaria, mas que talvez Tim pudesse enfim seguí-la. No final, assistimos a mais uma despedida dos dois, com Tim voltando para seu trailer com o coração partido, sendo obrigado a pedir para Becky calar-se. Fica assim definido a diferença entre o elenco experiente e os novatos, principalmente na maneira de construir as relações. De certa forma, crescemos juntos desses personagens e só resta torcer para que a equipe de roteiristas consiga tornar atrativos esses novos casais, principalmente esse triângulo envolvendo Landry, Jess e Vince.

Fotos: Reprodução.

e.fuzii
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