sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

[LOST] 4x05 The Constant

Antes de começar esse texto, preciso confessar uma coisa: os episódios do Desmond sempre foram meus favoritos. E "The Constant" só serviu para confirmar isso. Como algumas pessoas especularam na semana passada, o helicóptero ainda não chegara no cargueiro por conta da diferença de tempo. E ao desviar-se ligeiramente da rota correta, o helicóptero sofre uma turbulência, o que envia Desmond para seu passado, de volta ao serviço militar escocês em 1996.

Como Dan Faraday explica, ainda como professor em Oxford, é apenas a consciência de Desmond que trafega pelo tempo, sendo que sua versão de 96 teria de descontar essa defasagem para voltar ao presente. A única forma para isso acontecer é encontrando a tal constante do título, um evento ou uma pessoa que fizesse tudo conectar-se e voltar aos eixos. Não fica claro exatamente qual o nível de importância que esse fato precisa ter, mas para mim Dan já era constante suficiente no presente e no passado de Des. Se precisasse ser importante, não há o porquê de Faraday poder usar Desmond como sua constante. Além disso, o estranho dessa sua anotação é que essa ligação é fruto de uma mudança no passado, não é? Ou Desmond teria reconhecido o físico assim que chegou no helicóptero. No entanto, essa pequena deserção também parece ser a causa dele ter ido para a prisão militar alguns anos depois. Pareceu confuso, né? Imagine só como foi difícil colocar tudo isso em palavras...
Se Desmond chegou a ter esses surtos por conta do contato com o eletromagnetismo da Cisne, Dan Faraday parece condenado aos mesmo sintomas pelo tanto de radiação que sofreu na cabeça (é importante abrir um parênteses aqui para informar a importância de se usar uma máscara ou capacete numa experiência como essa). Isso se ele já não está com leves sintomas, principalmente depois do jogo de cartas com Charlotte no episódio passado. Afinal, ele prever as cartas não parece a experiência do ratinho, não? Mas claro que ainda pode ser um simples problema de memória...

Já posso dizer também que Jeremy Davies é até agora o grande "novato da temporada", principalmente depois de interpretar um Dan Faraday tão diferente, seguro e até arrogante, no passado. E assim Jeremy deve permanecer, já que Mikowski não teve tempo nem de de soletrar seu nome. Uma pena desperdiçar Fisher Stevens desse jeito e espero que Zöe Bell (a Regina) não tenha destino parecido.

O grande trunfo do episódio veio da relação entre Desmond e Penny, ultrapassando as barreiras do tempo e espaço. Se a história tinha tudo para cair no piegas, foi a atuação de Henry Ian Cusick e Sonia Walger que garantiram momentos ternos e convincentes ao lado das personagens. Depois de adquirir sua consciência do futuro e fazer a promessa de ligar para Penny, não havia como não torcer para que ela atendesse o telefone, não só para que Desmond não tivesse o aneurisma como para o reencontro das vozes dos dois. É interessante como mesmo aparecendo tão pouco, o casal consegue ser uma das relações mais fortes de todo a série. E foi impossível não emocionar-se com a conversa do casal, fazendo juras de amor e prometendo nunca desistir.
Confesso que foi difícil segurar tamanha emoção e concentrar-se na grande revelação do episódio, que coloca um fim em grandes especulações em relação ao tempo dentro e fora da Ilha. O calendário encontrado no cargueiro já mostrava que estávamos no dia 24 de dezembro, mas até aí poderia ser uma amostra de como os dias vinham passando somente dentro da Ilha (já que a missão seria chegar lá). Porém, quando Desmond conseguiu a ligação, realmente estávamos na véspera de Natal de 2004. Que presente, não? Nunca pensei que fossem estabelecer conexão e elucidar isso tão rápido assim. Isso quer dizer que apenas a passagem de um "plano" para outro provoca uma defasagem de tempo. Se a estranha forma descrita por Faraday para a iluminação da Ilha for um indício disso, é estranho que o som e as imagens da Flame, por exemplo, não sofressem dessa dispersão (ou distensão, sei lá eu).
Outra revelação importante (ou nem tanto assim para algumas pessoas), foi Desmond encontrar mais uma vez Alan Dale em um de seus papéis de melhor sogro do mundo. Charles Widmore aparece comprando o diário da Black Rock, num leilão presedido por um dos membros da família Hanso. Mas isso lá é informação para deixar jogada desse jeito? Às vezes fico imaginando como farão para desatar tantos nós da "mitologia" de Lost e deixar dessa forma inexplicada e fora de contexto, não é a forma mais adequada. Se era para obrigar os fãs a acompanhar agora um de seus ridículos joguinhos on-line, deveriam ter dito que era importante quando criaram.

Entretanto, como disse no começo, os episódios de Desmond para mim são especiais, e esse conseguiu ser sensacional por desenvolver uma idéia completamente confusa num todo que se não é entendido, pelo menos faz sentido. E de quebra ainda achamos explicação para os eventos em "Flashes Before Your Eyes". Perdôo até o fato de Sayid ter esquecido que o corpo de Naomi voou junto com eles no banco de trás do helicóptero (ou isso só reforça que foi apenas pretexto para Jack não vir junto?). Assim, na véspera de Natal, finalmente falta 2 dias para o Tsunami que arrasou parte da Ásia em 2004. Será que teremos alguma conseqüência na Ilha? Eu estou torcendo.



e.fuzii

5 comentários:

Hélio Flores disse...

Bom, deixa eu criticar o episodio logo, pq todo mundo meteu o pau nos roteiristas por conta do ep. anterior (afinal, eps de Kate nunca prestam), e acho q esse teve alguns dos mesmos problemas. So que como é do nosso brotha favorito, ninguem se importa muito.

Ao contrario do Fuzii, eu tenho serios problemas com Dan Faraday. É o supra sumo do estereotipo do fisico muito doido. Aquela historia da Eloise e o "ó, agora acredito em voce" parece coisa que a gente vê em Heroes, nao em Lost. O personagem tb parece que fez uma viagem ao tempo, ate o Vietna, pra fazer o Rescue Dawn, do Herzog. Os tiques e trejeitos sao praticamente os mesmos. Nao gostei do ator.

O que me incomodou foram as conveniencias da trama. Portas abertas (foi o piloto ou Michael?, se é q Michael é o homem de Ben), Widmore dando o endereço da filha (no way!), o Minkowsky vivendo o suficiente para leva-los ate onde deveria, toda uma destruição das telecomunicações e Sayid consegue alguns minutinhos pro Desmond, a ligaçao que falha quando Penny diz saber sobre a ilha...

Eu nem discuto a tal viagem do Desmond. É muito complicado pra minha cabecinha. Eu aposto na falta de sentido total, ainda mais confrontando com Flashes Before Your Eyes. Claro que esses efeitos nao sao aleatorios e variaveis de pessoa pra pessoa, como disse nosso querido fisico malucao. Dependem apenas da conveniencia dos roteiristas.

Enfim, essa mao pesada pra amarrar as coisas me incomodou mais agora do que no ep. da Kate. Talvez por ansiar mais por um ep. do Desmond.

De todo modo, nao dá pra so meter o pau numa trama que tem aquele amor todo entre brotha e Penny, ne? Credo, os atores sao bons, as emoções transbordam pra fora da tela e com aquela montagem tudo fica mais fru-fru e nos (me?) faz chorar copiosamente.

Pra finalizar, achei otimo a referencia a Black Rock. É bom respostas de misterios perifericos surgirem assim do nada, muito bem contextualizados e fim de papo. So espero que num ep. futuro, ninguem entre num museu e veja um video falando sobre povos de quatro dedos.

A decepção maior fica por conta do tempo fora da ilha. A mesma coisa?! Alguem explica isso, por favor.

e.fuzii disse...

Helio,
não vi ainda o filme do Herzog, mas li elogios para a atuação do Jeremy Davies. Enfim, vou conferir.

Entendo essas conveniências de roteiro que você listou e a única que não concordo é o Widmore dando o endereço para Desmond. Ele até diz que não faria diferença porque não é ele quem sente raiva de Desmond, mas sim (pelo que entendi) Penny. Isso porque no passado, o pai apenas desencoraja a relação (não concedendo a mão de Penny), mas é Desmond quem termina o relacionamento achando que não é bom o suficiente para ela. É só depois de sair da prisão que Sr. Widmore aparece para tirá-lo do caminho (e depois mandá-lo no barco).

Mas para atingir o objetivo do episódio foi necessário mesmo utilizarem essas conveniências. Eu perdôo, porque levando em consideração a difícil proposta, eles chegaram bem perto do satisfatório. Aí é onde mora a diferença entre esse episódio e o da Kate. Fora o relacionamento entre Des e Penny, que coloca no chinelo qualquer cena mais caliente entre Sawyer e Kate.

Anônimo disse...

Alo e.fuzilli estás entrando em parafuso cada vez mais, com esses comentários pífios do tipo: se ocorreu aquilo, como pode agora acontece isso... e por ai vai...
Veja comentários de verdade:
...Com a espetacular fuga da armadilha dos paradoxos em viagens pelo tempo armada pelos roteiristas, descobrimos um homem mais atormentado do que nunca, vítima de uma mente que vê e vivencia acontecimentos sobrepostos...
Para ler mais aconselho:
http://tv.globo.com/ENT/Colunas/0,,6142,00.html
EM TEMPO:
1. Nos comentários do episódio anterior eu "apareci" como anônimo pelo fato de não ter conseguido colocar nem nome nem pseudônimo nos quadradinhos. O meu nome é Antônio Corrêa, mas não faz a mínima diferênça se eu escrevo Antônio ou Anônimo.
2. Fantástico o "espírito de corpo" da Danielle Mística, parou de dançar, largou o copo e correu para defender o colega que eu chamei de cabotino.
3. Eu estava acostumado com os comentários do comentarista anterior (e superior), nem sei o nome, mas a foto precia aquelas
3x4 de carteiras de identidade.
4. Mas o melhor de tudo são aqueles que disseram no comentário que iriam comentar o meu comentário mas resolveram não comentar o comentário.
5. Viva a liberdade de expressão!

e.fuzii disse...

Caro Antônimo,
Já que você resolveu colar e fazer uma nova comparação, proponho que me explique a seguinte frase:
"E notem que genial: através da ciência de Faraday, temos a resposta para o problema de Desmond; e com esta mesma resposta, a maior metáfora que temos na série, presente em seu próprio nome, "Lost": qual sobrevivente do vôo 815 não busca uma constante? Quem ali não se vê perdido em pesadelos repetidos, assombrados por fantasmas insistentes, temendo não conseguir seguir em frente por conta do passado? Quem ali não tenta achar, das mais diversas formas, um ponto que traga luz e estabilidade?"
Todos ali procuram constantes? Âhn? Ele assistiu ao mesmo episódio que eu? Que tipo de filosofia de boteco é essa?

E se você ainda não entendeu, não existe como comparar os dois sites porque as propostas são completamente diferentes. Por exemplo, quando daqui a 2 anos Lost terminar, continuaremos nosso trabalho, criticando ou elogiando qualquer outro seriado que seja. Lá do outro lado, tudo que restará são tributos a Lost. Então, pense bem: vale a pena queimar/criticar o seriado antes que ele termine? Eu acho que não.

Só pra reforçar que você realmente só quer aparecer, eis que você copiou e colou o mesmo comentário do episódio anterior. Então, claro, vou ignorá-lo novamente.
Mas os comentários realmente são livres e já você está com muita vontade de participar, gostaria que dissesse o que achou dos episódios também.
Abraço.

e.fuzii disse...

Viram? Quando eu disse que físico pirado era uma redundância, eu estava certo!
Não me incomoda em nada o personagem do Faraday, principalmente depois de ter visto o que ele já foi e considerando a Ilha onde ele foi parar.
Como sempre, Desmond salvando mais um personagem de Lost...