terça-feira, 22 de janeiro de 2008

[Filme] O Signo da Cidade

Conforme eu havia dito no meu post anterior, hoje foi o press day do filme ‘O Signo da Cidade’ e, a convite, fui representar o blog.

Para nós, do CeS, foi o máximo. Lá estava eu, assinando a lista de jornalistas (eu?!) presentes e registrando o nosso nome como o órgão de imprensa que eu estava representando: ‘Célia Kfouri, do Comentários em Série’, ao lado dos profissionais da Tv Cultura, O Estado de São Paulo, todas as revistas semanais de circulação nacional, etc.

Assisti ao filme, recebi brindes (camiseta, material de divulgação, incensos e incensório e o roteiro em livro que acabou de ser lançado) e participei do brunch oferecido à imprensa.
O elenco foi chegando, aí chegou o trio Bruna/Riccelli/Kim e os flashes dispararam!







Após a sessão de fotos, teve início a coletiva. Foi tudo bem organizado, foram muito atenciosos e elegantes. Tudo certo!



Uma coisa que me chamou atenção foi o tom das perguntas e dos entrevistadores. Muita babação de ovo, muita rasgação de seda! Todos fizeram tantos elogios, tão eloqüentes; enfatizavam a ‘sutileza na abordagem de tal tema’, a ‘inteligência ao optar por tal locação’, ‘a atuação soberba de algum deles’, ‘ o senso estético afinadíssimo’, e daí pra mais, muito mais!
Independentemente do filme ser bom ou ruim, e de uns terem opiniões diferentes de outros, achei que eram críticos de cinema que ali estavam. Muitos soaram como tietes para mim. Será que nenhum daqueles vai escrever uma crítica negativa? E fiquei imaginando como seria se fosse um grande astro internacional, ou um gênio consagrado do cinema!





Indo ao que interessa, falemos do filme.
O filme é bom. Não é maravilhoso mas tem suas qualidades.

Apesar de já ter lido opiniões em contrário, o filme é visualmente muito bonito; muito bem-feito e bem cuidado. E acho que todo paulistano deveria ver (exceto aqueles que vivem isolados em ilhas de prosperidade, circulam em carros blindados com ‘insulfilm’ tão escuro que nem percebem a cidade acontecendo ao seu redor, ou aqueles que vivem uma relação amorosa tão intensa com o próprio umbigo que o mundo lá fora não desperte interesse).

Digo isso porque um lado duro da cidade é mostrado. É quase sombrio mas talvez seja apenas cru e real.
(Na coletiva, Riccelli adjetivou o filme como ‘noturno e não sombrio’. Talvez tenha razão.
Já Bruna, disse que o roteiro nasceu de olhar a cidade e de desejar que as pessoas observem também).

Pelo meu trabalho, dirijo e ando a pé pelo centro da cidade e por regiões mais antigas ou já um tanto decadentes. Elas são muito bem retratadas no filme. Aquilo tudo que, normalmente, é tão feio, ganha seu charme no filme.
Os prédios em volta do minhocão, por exemplo. As locações no bairro de Campos Elíseos são muito interessantes (na coletiva, Riccelli esclareceu que a cena no topo de um prédio foi filmada na sede da Folha de São Paulo, na Rua Barão de Limeira, e que desde a antológica foto do movimento ‘Diretas Já’, tirada de lá, que a Bruna é encantada cm o visual e sempre quis aproveitá-lo em algum trabalho).
A cena em que o personagem de Kim Riccelli anda pela encosta da 23 de maio é paulistana demais também.
É uma sensação legal; parece que estão mostrando os nossos caminhos, a nossa terra. Gostei.

A trilha sonora também é muito boa. Vai de Caetano e Bethânia (lindas vozes para belas letras da própria Bruna Lombardi) até uma linda versão instrumental de ‘As rosas não falam’, do Cartola.

O roteiro, assinado pela Bruna Lombardi, é interessante. A fórmula vem se repetindo demais, na minha opinião, mas não é ruim. São várias histórias entrecortadas, de inúmeros personagens, que acabam se cruzando. Umas mais interessantes que outras; umas cômicas, outras dramáticas; umas muito bem interpretadas pelos atores, outras nem tanto.
Todas permeiam, de certa maneira, a vida de Teca, uma astróloga que começa a questionar sua interferência na vida alheia, na resolução dos problemas dos outros, e na dificuldade de lidar com seus próprios.

Destaco o jovem elenco: Sidney Santiago e Bethito Tavares, como Josialdo e Biô, e Laís Marques e Thiago Pinheiro, como Julia e Luís. Todos esses chamaram minha atenção.
Já Kim Riccelli tem um problema: ele parece demais com o pai. Mesmo rosto, expressão e fisionomia. E o pai nunca primou por sua capacidade dramática.
Luís Miranda, no papel de ‘Sombra’, é um ótimo ator, já premiado pela atuação. É o herói silencioso do filme.

Achei as performances de Juca de Oliveira e Eva Wilma um tanto teatrais demais. Movimentos e falas muito ‘grandes’. Muito gestual. E isso sempre me desagrada. Mas estamos falando de nomes consagrados das artes cênicas brasileiras e nem me sinto em condições de um julgamento mais severo.

Já a atuação da Bruna Lombardi... well... esse para mim é o ponto fraco do filme. Ela é sempre a mesma. Mesmo olhar, mesmo tom de voz, tanto como a astróloga Teca como Diadorim! (Lembram-se da minissérie global, ‘Grande Sertão: Veredas’? Ela fazia papel de um jagunço e tinha a mesma expressão.)
Como ela é a protagonista, o filme fica comprometido como um todo porque ela, realmente, nao convence. Pelo menos a mim.

Mas, sem maiores pretensões, o filme pode satisfazer a expectativa daquele que se contente com um filme bem cuidado, que fale da esperança apesar das adversidades, da possibilidade de superação, da transformação das pessoas.

E não percam as sessões de 25/01. É aniversário de São Paulo e, como presente, todas as sessões, em todas as salas, estarão custando R$ 1,00!! Vale conferir.



Célia.

Em tempo: Os créditos das fotos são do repórter fotográfico José Eduardo Guglielmi, meu namorado, que me acompanhou no press day! :-)

7 comentários:

Anônimo disse...

Aêêê!!!
Comentários em Série marcando presença com os grandes nomes na imprensa. Ó!

Estou curiosa para ver o filme; mas, pelo que vi no trailer, é bem como a Célia destacou.

Parabéns, Célia!
O texto e a crítica estão ótimos! ;)

e.fuzii disse...

Parabéns Célia, pela participação e pelos seus comentários.
Assisti ao trailer e realmente esse retrato de São Paulo me deixou curioso. Entra na minha lista (talvez entre os últimos) para ver...

Sobre Bruna Lombardi, devo concordar. Embora ache que a grande maioria de atores brasileiros sejam "caricatos" assim...

Celia Kfouri disse...

Tks, Tatiane e Fuzii!!

Foi uma experiência legal!

Agora todos precisam assistir ao filme e comentar aqui depois.
R$1,00 na sexta!!

Celia Kfouri disse...

Em tempo: Preciso dar os créditos ao meu repórter fotográfico! José Eduardo Guglielmi, meu namorado, que me acompanhou no evento e fez os registros!! :-)

Unknown disse...

Celia, dê os créditos ao seu namorado/fotografo no texto, ora pois, ele merece!

Achei o texto excelente, mas darei uma opinião sobre o filme quando assistir.

Anônimo disse...

Celinha, parabéns pelos comentários. Não vi o filme ainda, e pela minha atual condição, só vou conseguir ver pelo DVD, embora assistir nacional no DVD sempre me dê aquela sesação de sala especial, irei vê-lo entre uma mamada e outra.
Parabéns de novo pelo seu texto e, extensivos ao Edu, no papel de fotojornalista!!!
Bj LU

Celia Kfouri disse...

Lu sweetie,
Que bom vc por aqui.
Apareça sempre, acompanhe o blog, comente à vontade.
Vou esperar.
Bj!