quinta-feira, 3 de abril de 2008

[Filme] O Orfanato

Não lembra o Jason? :P (Reprodução)

Guillermo Del Toro gosta bem de um orfanato. E os espanhóis gostam bem de um drama. Apesar da citação a Del Toro, ele não dirige este filme, está na produção, talvez seja esse o problema. E olha que alardeiam logo nos créditos iniciais: "Gillermo Del Toro presenta". Para nos dar confiança de chegar até o final sem fugir :)

Terror espanhol é bom. Quem viu "A Espinha do Diabo" sabe como seguram bem. No entanto, o mesmo não acontece com esta produção. Todos os elementos de filmes de terror estão, excessivamente, nele. As portas rangendo, o piso do chão estalando, as luzes falhando e, tchanaaaa, as famosas criancinhas diabólicas. Sim, porque filme de terror "dos bons", tem que ter criança, meu povo.

Pois é, seguiram a cartilha direitinho, claro que há sustos, mas o suspense criado não vale tanto. Aliás, chega a irritar. O filme é bom, vale a entrada do cinema? Não! Esperar em dvd é melhor. Ou, quem sabe, numa sala grande, com volume no máximo, o efeito possa ser ampliado? Não funcionou para mim.

Mas enfim, nem tudo está perdido, a atriz que faz Laura, Belén Rueda, está maravilhosa e contida, num papel que poderia render o também clássico over acting. A cena e agora vem um spoiler dos grandes do filme, não continue a leitura se não quiser saber, em que ela descobre o cadáver do filho e a sua culpa na morte do garoto é arrebatadora.

Há também as presenças simpáticas de Geraldine Chaplin no papel de, tchanannnn, médium, numa seqüencia que, não vou dizer totalmente chupada, copiada, quase igual, mas fortemente inspirada em Poltergeist. E também do Seu Barriga( Edgard Vivar) , de Chaves, sim, sim, Seu Barriga está lá antes da cirurgia de redução de estômago que se submeteu ano passado.

(Reprodução) Sinto uma vibração aqui. E vocês ja viram isso em outro lugar

Mas não desanimo ninguém. Vá ver o filme, principalmente se não for fã do gênero, porque pelo menos assim, você poderá sair surpreendido. O filme foi incensado pela mídia, muito bem recebido em Cannes (o nome de Del Toro nos créditos deve ter algum efeito, não é possível...), chamado de terror elegante, envolvimento psicológico e outras balelas. Ahh, não mesmo. Filme chato, pretensioso, grandiloqüente, repetitivo, medroso e covarde.

Ok, não serei tão dura. Nós, fãs do terror, gostamos da cautelosa segurança dos clichês, afinal, gênero e suas características é isso. Mas esse filme me fez perder a paciência. Ahh, acrescento outro defeito : longo demais. Não tem história para tanto. Mas podemos sair do cinema/dvd/download brincando. Que tal propor aos amigos quantos filmes foram "citados", ou, como uma amiga me disse, "descaradamente copiados e chamam isso de homenagem?". Respondi à ela, "não querida, chamam isso de filme elegante :P ". E aí? Que tal? vale a brincadeira da "citação".

Sinopse:(reprodução) Laura passou os anos mais felizes de sua infância num orfanato à beira do mar, onde recebeu cuidados dos funcionários e dos outros órfãos que amava como irmãos. Trinta anos depois, ela retorna com seu marido, Carlos, e Simon, o filho de sete anos, com o sonho de restaurar e reabrir o orfanato há muito abandonado como abrigo para crianças inválidas. O novo lar e seus mistérios despertam a imaginação de Simon e o menino cria uma teia de histórias fantásticas e jogos pouco inocentes. São brincadeiras perturbadoras que começam a incomodar Laura, que adentra o estranho universo do garoto e com isso resgata memórias incômodas e há muito esquecidas de sua própria infância. Conforme se aproxima o dia da inauguração, a tensão se instala na família. Carlos permanece cético, pois acredita que Simon esteja inventando tudo isso só para chamar a atenção. Mas Laura aos poucos se convence de que algo terrível vagueia pela velha casa, algo que espera emergir e infligir danos extremos à sua família.




El Orfanato
Espanha, 2007 - 100 min
Suspense

Direção: Juan Antonio Bayona
Roteiro: Sergio Sánchez
Elenco: Belén Rueda, Roger Príncep, Fernando Cayo, Mabel Rivera, Geraldine Chaplin e Edgar Vivan.

Danielle Mística

Um comentário:

Anônimo disse...

Achei simplesmente fantástico. Inteligente e bem emocionante. Discordo da sua crítica. Faz jus aos filmes de Del Toro.