sexta-feira, 4 de abril de 2008

[Battlestar Galactica 2003] A Série (sem spoilers)

Se você não conhece Battlestar Galactica, está perdendo simplesmente uma das melhores séries da década.




Este texto tem que começar assim, pois uma série que traz humanos lutando contra máquinas, em naves espaciais que cruzam o universo, é cercada por muitos preconceitos. E, francamente, ficção-científica é o gênero nerd por excelência. Mas Battlestar Galactica está além das categorizações e traz em sua trama conflitos e questionamentos humanos dignos dos melhores dramas. Sim, nerds, adolescentes e os que buscam mera diversão podem se deliciar com as empolgantes seqüências de ação, aventura e suspense que a série é muito feliz em realizar. Só que este não é o destaque maior de Battlestar Galactica: nenhuma série da atualidade discute sociedade e política com tanta profundidade e eficácia.


Nas três temporadas já vistas, os criadores da série mostraram o totalitarismo, o nazismo, as dificuldades da democracia, as penosas escolhas que devem ser feitas por quem está no poder, os interesses políticos, as intricadas relações que surgem em um estado de guerra. Tudo isso através da história dos últimos humanos das 12 colônias, sobreviventes do ataque devastador feito pelos Cylons, máquinas criadas pelos homens que, após um acordo de paz que durou 40 anos, surgem evoluídas (os novos modelos assumem a forma humana) e destróem os doze planetas da civilização humana. Resta aos sobreviventes cruzarem o universo em busca da 13ª colônia, o lendário planeta Terra.




Mas é claro que o forte da série não é apenas suas discussões políticas. Battlestar Galactica tem todos os elementos que um bom drama deve ter: romance, traições, mortes, corações partidos, tragédias, dúvidas existenciais. Há uma gama enorme de personagens interessantes e bem construídos, do alucinado e sempre surpreendente Gaius Baltar, passando pela professora eleita-presidente-de-última-hora Roslin, ao, claro, formidável Comandante Adama, vivido com maestria por Edward James Olmos, um dos grandes personagens da história da tv, sempre de uma grandeza e ética admiráveis. E não pára por aí. Há outros tantos ótimos personagens, que estão desde o início da série, mas outros que fazem apenas breves participações, que seria injusto citá-los, sob pena de esquecer de alguém.



As maravilhosas mulheres de Galactica


O fato é que a série é extraordinária, merece ser vista e discutida por todos e está chegando a sua quarta e última temporada, com estréia para hoje à noite. Após uma terceira temporada cheia de problemas orçamentários (que impediram episódios com ação e efeitos especiais, mas que não perderam em qualidade no texto), os produtores garantem uma temporada final memorável, que já teve um prelúdio no final do ano passado com o telefilme “Razor”, focado em personagens e eventos que se passam antes dos acontecimentos da série e durante outros que ocorreram na segunda temporada. Aparentemente, no filme apenas algumas informações são de relevância para o que está por vir, como a participação de um híbrido de homem e máquina revelando uma profecia que certamente afeta nossas perspectivas em relação a determinada personagem. “Razor” também serviu como pretexto para trazer novamente a linda, maravilhosa e extraordinária Michelle Forbes, revivendo sua memorável Almirante Cain da segunda temporada.




Tentarei acompanhar a última temporada com comentários sobre os episódios, aqui no blog. A série é exibida às sextas nos EUA, pelo Sci Fi Channel. Por um monte de motivos, não vou garantir os textos para os dias seguintes, mas que eles saem antes da exibição do episódio seguinte, eles saem!


Por último, mas não menos importante, a série é uma refilmagem. A original é de 1978, com um primeiro remake em 1980. Não conheço essas versões, mas Ribas, o criador do blog, conhece muito bem e já escreveu textos aqui sobre elas que podem ser acessados aqui, aqui e aqui.


Até o season premiere, “He That Believeth In Me”!



Hélio.

4 comentários:

leoff disse...

Gostei do 4x01, início promissor.

e.fuzii disse...

Acho que BSG deve ser recordista no número de temas abordados por uma série de televisão.
Mesmo assim, nenhum deles sofrem de algum tipo de relaxo (olá, julgamento da Kate!) e sempre tem um contexto muito maior por trás.

Com certeza, uma das melhores séries da década, criando um universo fictício (será?) que consegue analisar a realidade como poucos.

Hélio Flores disse...

Eu acho que Galactica so nao é uma serie mais rica e complexa que A Familia Soprano, e no mesmo nivel que algumas maravilhosas discussoes filosoficas e eticas de House. O resto é resto.

Enfim, acabo de chegar em casa e descubro que o download que deixei do season premiere parou na metade, sabe-se la porque. Pelo menos cheguei aqui com os dvds da 3ª temporada. Acho que vou dar uma conferida em alguma coisa antes, pra me preparar para a grande estreia.

Anônimo disse...

mt boa a serie..