domingo, 8 de agosto de 2010

[Filme] Inception

Por Danielle M



Como Nolan curte semiótica. Inegável no legado de suas obras esse gosto pela semiótica de Peirce. Três níveis de entendimento, interpretação e compreensão de mundo. O signo, o significante e o significado. Grosso modo viu gente.Que não vou fazer tratado de semiologia por aqui.  Já aviso também que isso aqui nem é crítica de filme, muito mais uma observação.

Mas vamos parar por aqui, pois trata-se de um filme com algumas camadas de interpretação, inclusive a mais óbvia.

Confesso que agora já vejo Leonardo DiCaprio com bons olhos, ele finalmente cresceu para mim. Não mais um pirralho com eterno ar de tédio. Tinha uma preguiça e implicância persistente com ele. Foi-se.



Não acho necessário falar da trama, quem já viu, conhece. Quem não viu, vou atrapalhar e interferir no entendimento, o seu próprio. Mas não é um filme para mentes preguiçosas.A música interpretada por Edith Piaf é o ponto de partida e alusão clara ao final do filme, que, na minha interpretação, não deixa margem para dúvidas. A escolha do elenco, e destaco Marilon Cotillard, como uma vilã (?) trágica e complexa, é excelente. Aliás, Marilon foi Edith Piaf num filme francês. Ganhou o Oscar por ele.Nada aleatório.

 Marilon Cotillard como Madame Piaf, em plena ação - Non, Je Ne Regrette Rien -


Assim como Matrix nos anos 90 - e a comparação, num primeiro momento é pertinente - Inception trabalha com bifurcações e senso de realidade. Voltando a semiótica peirciana, o real são camadas de entendimento, não uma verdade única e universal. Aí podemos embarcar no filme, comprar a idéia e torcer para a equipe de Cobb. Golpistas que parecem super heróis. E até alguns nomes tem referência, como a da arquiteta, Ariadne, uma figura mítica do Labirinto de Minotauro, uma tecelã de sonhos.Ama incondicionalmente Teseu, que não compartilha do mesmo.

O labirinto do Minotauro, caminho "tecido" por Ariadne

Taí um filme que vale a pena ser visto duas vezes. Reparando na aliança e nas roupas das crianças, bem como outros detalhes que...deixa pra lá, devem ser coisas da minha cabeça!

Deixo vocês com a música de Edith Piaf, original e tradução, para que as possíveis dúvidas se dissipem, ou não.

 Não, não nada de nada

Não! Nada de nada...
Não! Eu não lamento nada...
Nem o bem que me fizeram
Nem o mal - isso tudo me é igual!

Não, nada de nada...
Não! Eu não lamento nada...
Está pago, varrido, esquecido
Não me importa o passado!

Com minhas lembranças
Acendi o fogo
Minhas mágoas, meus prazeres
Não preciso mais deles!


Varridos os amores
E todos os seus "tremolos"
Varridos para sempre
Recomeço do zero.


Não! Nada de nada...
Não! Não lamento nada...!
Nem o bem que me fizeram
Nem o mal, isso tudo me é bem igual!

Não! Nada de nada...
Não! Não lamento nada...
Pois, minha vida, pois, minhas alegrias
Hoje, começam com você!

Non, Je Ne Regrette Rien
Non, Rien De Rien, Non, Je Ne Regrette Rien
Ni Le Bien Qu`on M`a Fait, Ni Le Mal
Tout Ca M`est Bien Egal
Non, Rien De Rien, Non, Je Ne Regrette Rien
C`est Paye, Balaye, Oublie, Je Me Fous Du Passe

Avec Mes Souvenirs J`ai Allume Le Feu
Mes Shagrins, Mes Plaisirs,
Je N`ai Plus Besoin D`eux
Balaye Les Amours Avec Leurs Tremolos
Balaye Pour Toujours
Je Reparas A Zero

Non, Rien De Rien, Non, Je Ne Regrette Rien
Ni Le Bien Qu`on M`a Fait, Ni Le Mal
Tout Ca M`est Bien Egal
Non, Rien De Rien, Non, Je Ne Regrette Rien
Car Ma Vie, Car Me Joies
Aujourd`hui Ca Commence Avec Toi

* Fotos: Reprodução Google Images

Twitter: /dannamagno

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