segunda-feira, 2 de agosto de 2010

[Spartacus: Blood and Sand] S01E12 - Revelations

por Rafael S


Depois de seu prólogo sangrento, esse episódio correu em banho-maria, diria até morno...mas porque fui duvidar de um episódio com o sugestivo título Revelations? Assim, fui agraciado com os 15 minutos mais frenéticos de toda a série, cheio de revelações e reviravoltas que nunca pensaria ver desencadeadas em sequência.

Tudo começou já na arena, com o fim da jornada de Solonius, executado pelas espadas de Spartacus para delírio do público sedento de sangue e "justiça" (e nada como um julgamento público para entreter a população tal qual a mídia faz hoje). Mas ele morreu com um sorriso no rosto, ouvindo do trácio que Batiatus teria o mesmo destino que ele. Assim, Batiatus tornou-se o grande lanista de Cápua, mas sem saber que seu mais valoroso gladiador planejava vingança. Com o caso Calavius encerrado, ele mudou seu foco para tentar conseguir apoio de Claudius Glaber, utilizando toda a influência (isso é, controle) que tinha sobre Ilithyia. E Lucretia ainda descobriu estar grávida. Com tantas boas notícias, tudo lhe era favorável naquele momento.

Já Spartacus continuava em busca da oportunidade de chegar perto o suficiente de seu mestre para matá-lo, mesmo com as leis romanas condenando todos os escravos à morte se apenas um tirasse sangue de seu dono. Mas ele descobriu que Aurelia (Brooke Williams), viúva de Varro, havia recusado seu dinheiro e ingressado no ludus para pagar as dívidas do marido. Por isso ele momentaneamente hesitou de seu plano, para não condená-la assim como fez com seu amigo. Curioso notar aqui o ciúme que Aurelia despertou em Mira, que se indignou por Spartacus sempre deixá-la em segundo plano, por mais que o tenha ajudado diversas vezes. Definitivamente ela tem sentimentos pelo trácio, mas ele está irredutível até agora - o que acho uma decisão acertada, para não desviar o foco do personagem bem no clímax da temporada.

A volta de Claudius Glaber à Cápua era um dos acontecimentos que mais aguardava. Pensei que ele seria o grande vilão da série pela sua participação ativa nos dois primeiros capítulos, mas desde então sumiu, só retornando agora. Mas sua importância continuou intacta, assim como sua arrogância capaz de enojar a todos. Destratando Batiatus e seu ludus a todo momento, ele aproveitou para judiar o máximo que pode de Spartacus, colocando-o em uma batalha contra vários de seus legionários armados, em uma das mais empolgantes lutas até agora. Com apenas uma espada de madeira, o gladiador estava completamente movido pela fúria, chegando a surrar os soldados apenas com o cabo quebrado de sua arma. Depois dessa demonstração, Glaber relutantemente resolveu apoiar a carreira política de Batiatus - mas foi justamente aí que a vaca foi para o brejo e o episódio recebeu sua grande dose final de adrenalina.



Reparem só a sucessão de acontecimentos bombásticos nos últimos quinze minutos: Crixus se descontrolou e atacou Ashur na frente de todos (porque ele havia transado com Naevia, um dos prêmios dados ao sírio por seus serviços), envergonhando Batiatus na frente de Glaber; assim, Lucretia descobriu que Naevia era amante de Crixus e, tomada de ódio, lhe cortou os cabelos e expulsou-a do ludus; Batiatus, como último recurso, reveleou a Claudius Glaber que Ilhityia assassinou Licinia, e assim conseguiu seu apoio forçado; Batiatus contou a Lucretia que já sabia da sua infidelidade com Crixus; e Naevia antes de sair do ludus contou a Doctore que Barca não havia sido libertado e sim assassinado. Ufa! Um turbilhão gigantesco de revelações, todas estourando simultaneamente, mal dando tempo para o espectador respirar.

E o que que pudemos tirar de tudo isso? A primeira, e mais importante, é a queda iminente de Batiatus. Agora não só Spartacus está contra ele, mas vários dos escravos, criadas (Mira, e possivelmente Aurelia) e ainda Doctore. Um contingente suficiente para uma revolta. E aqui a história da série se aproxima do mito clássico de Spartacus, com o escravo liderando um levante. Pois nesse episódio, em vários momentos o trácio não demonstrou apenas ódio pela morte de sua mulher, mas também pela situação onde ele e os outros se encontravam. Algum tipo de consciência social, uma semente de liderança sendo desenvolvida nele. E isso pode significar uma mudança radical de ares para a segunda temporada. Quem sabe não teremos Spartacus liberto e comandando uma revolução? É bastante promissora essa possibilidade para o futuro da série.

Além disso, tivemos Ilithyia mais uma vez sacaneada - e por experiência, sabemos que ela não é o tipo de mulher que deve ser enfurecida. Ao ser rejeitada por Glaber, ela perdeu tudo que havia conquistado durante anos. A personagem parece ter sido levada ao limite, e espero alguma grande loucura dela nesse último capítulo.

E por último, o destino de Crixus. Não esperava vê-lo caindo tão rápido novamente. Agora que seus sentimentos por Naevia foi escancarado, e ele publicamente punido, tem tudo para enfim se juntar a Spartacus, por mais cabeça dura que seja, e partir em uma busca por seu amor.



Contra todos esses, estão Batiatus e Lucretia. O casal ousou tudo o que pode para conseguir poder, mas seus destinos agora estão na corda bamba. Mas nunca devem ser subestimados (sem contar que contam com Ashur ao seu lado - ao menos por agora), e esse último capítulo pode significar tanto o seu fim da linha quanto o estabelecimento deles como os grande vilões de toda a série.

Ao fim de Revelations fomos agraciados com um leque imenso de possibilidades, naquele que foi um dos melhores episódios da série. Simplesmente formidável que os envolvidos estejam conseguindo sempre tirar um ás da manga e nunca deixar a série perder o fôlego. E que melhor gancho para um último capítulo poderíamos ter do que Spartacus lançando um de seus olhares compenetrados e falando "There is but one path...we kill them all."? Impossível não se empolgar com essa promessa.

Fotos: Reprodução



Rafael S
http://twitter.com/rafaelsaraiva

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