sábado, 18 de agosto de 2007

[EXTRA] Pilotos da Temporada 2007/2008

(não, esse não é um texto sobre Fórmula 1...)
Como todos sabem, muita coisa tem vazado na internet. E esse ano, grande parte dos pilotos das principais séries (aqueles usados para "vender" os seriados) acabaram surgindo para termos uma noção do que vem por aí. Algumas produtoras reclamam, mas o fato é que quanto mais gente assiste antes ao seriado, mais audiência através do marketing boca-a-boca ele terá em sua estréia. A seguir, alguns dos que assisti, lembrando que eles podem sofrer reformulações para a estréia oficial.

Cane
CBS - estréia 25/Set.
Produzido por Cynthia Cidre, Jonathan Prince, Jimmy Iovine e Polly Anthony.

O que é: A família Duque é uma das mais influentes produtoras de cana-de-açúcar da Carolina do Sul. Pancho (Hector Elizondo, de Chicago Hope) decide aposentar-se e passar o controle dos negócios aos seus filhos: Francisco (Nestor Carbonell, de Lost), que prefere investir exclusivamente na produção de rum, Enrique (Eddie Matos, de General Hospital), que pretende colocar o nome Duque em sua boate, e Alejandro (Jimmy Smits, de The West Wing), filho adotado e casado com sua filha Isabel (Paola Turbay) que prefere manter o legado familiar e manter as plantações de cana. Como se já não bastassem os problemas internos, os Duques tem um conflito de muitos anos com a família Samuel, que agora fazem uma proposta para ter uma parte da plantação de cana dos Duques.

Expectativa: 40%. Nada de muito original, Cane parece um 'Rei do Gado' com cana-de-açúcar. Podem achar heresia, mas é verdade. Temos o rapaz de uma família interessado na moça da família rival, o filho enfrentando os mesmos problemas do pai, a rivalidade entre irmãos na partilha da companhia... Tá tudo aí, e se não fosse pelo bom elenco (Jimmy Smits, como sempre, fantástico) esse seria um sério candidato a próximo folhetim global. Mas o que a CBS tem mesmo de considerar é informar a árvore genealógica da série, porque chega uma hora que não dá pra saber quem é pai e quem é filho de quem na família Duque...



Aliens in America
The CW - estréia 1/Out.
Produzido por Tim Doyle (Jake in Progress), Moses Port (Mad About You) e David Guarascio (Mad About You).


O que é: Justin Tolchuk (Dan Byrd) é o típico perdedor em seu colégio. Sua mãe (Amy Pietz), então, decide trazer um aluno de Londres de intercâmbio para aumentar a popularidade do filho. Eles são surpreendidos com a chegada de Raja, um paquistanês. E parece que ele não será a solução dos problemas de Justin.

Expectativa: 30%. Por favor, né? Colocar um Alien (mesmo!) na introdução é algum tipo de atestado de burrice pros interessados na série? Bom, ainda assim, a série tem algum potencial. Adhir Kalyan está ótimo no papel do aluno muçulmano e as situações que ele irá encontrar no colégio tendem a ser interessante. Já Dan Byrd me incomodou bastante, talvez falte brilho (e graça) para ser o personagem principal. Uma comédia convencional, nada mais que isso. Scott Patterson (o Luke, de Gilmore Girls) foi contratado para fazer o pai de Justin, portanto, o piloto deve ser reescrito pra dar algum destaque (algumas falas, pelo menos) a ele. Só não entendi qual é a do título... tô brincando.



Cavemen
ABC - estréia 2/Out.
Produzido pela ABC Studios e Management 360.


O que é: Os comerciais da companhia GEICO (youtube) transformados em um seriado de 30 minutos. O piloto foca na vida de 3 homens das cavernas que vivem na nossa sociedade moderna. Joel (Bill English) passa por problemas no relacionamento com sua namorada não-caveman: o pai dela parece não aceitar ter um caveman como genro.

Expectativa: 10%. Primeiro, não entendo como uma empresa pode querer anunciar num programa que remete imediatamente a outra companhia. Segundo, estamos falando de minorias, não? Eles poderiam usar afro-americanos, asiáticos ou mesmo mexicanos, mas decidiram usar homens das cavernas pra simbolizar todos esses povos. Vai entender... O problema é que o péssimo piloto está sofrendo reformulações para sua estréia na TV, e aí fica difícil de avaliar.



Californication
Showtime - estréia 13/Ago.
Produzido por Tom Kapinos (Dawson's Creek), David Duchovny e Stephen Hopkins (24 Horas)


O que é: Também conhecida como "a nova série de David Duchovny". Ele interpreta Hank Moody que passa por uma fase critíca em sua vida. Sua ex-mulher (Natascha McElhone, de Show de Truman) acaba de receber um novo pedido de casamento, ele passa por uma falta de inspiração para escrever e seu livro de maior sucesso acaba de ser transformado em uma comédia romântica estrelada pelo casal "Tom and Katie". E assim, ele tenta colocar sua vida de volta aos eixos...

Expectativa: 60%. Provavelmente ficará conhecida como "a série que Duchovny enterrou Mulder no passado". Ele está ótimo em sua depressão pós-moderna aos pés dos 40 anos. Como padrão da Showtime, algumas cenas são de difícil aceitação para alguns (como a primeira cena do piloto) e há um excesso de nudez gratuita. Mas tudo isso é perdoado pelas situações de Hank e, claro, se ele terminar reconciliando-se com sua ex-mulher (não preciso dizer por quê, né?).



Pushing Daisies
ABC - estréia 3/Out.
Produzido por Bryan Fuller (Wonderfalls, Dead Like Me) e Barry Sonnenfeld (Homens de Preto).

O que é: Originalmente idealizado como um spin-off de Dead Like Me, Pushing Daisies narra a história de Ned (Lee Pace), que descobre no decorrer de sua vida que tem um dom único: revive seres vivos apenas ao tocá-los. Mas não é tão simples assim: no caso de uma pessoa, se ela for revivida e não for tocada novamente em um minuto (morrendo assim de vez) o Universo tende a balancear-se matando uma outra pessoa próxima. Utilizando seu dom, ele passa a vender tortas (com frutas frecas/vivas) e a desvendar crimes, revivendo e interrogando as próprias vítimas, usando o único minuto. Até que um dia, seu grande amor (Anna Friel) de infância morre, ele a revive, mas agora nunca mais poderá tocá-la novamente.

Expectativa: 70%. Com certeza, essa é a série mais inovadora da temporada. Tem um escandaloso visual saturado e belos ângulos de câmera. Lembra, é verdade, muito Amelie Poulain, principalmente nas narrações em off de Jim Dale (famoso pela série Harry Potter em audiobooks). Mas todo esse aspecto de conto de fadas remete naturalmente a Big Fish, inclusive com o campo de narcisos do filme (na cena do pedido de casamento) sendo muito parecido com esses imensos campos de margaridas. É engraçado como a série procura desviar-se dos clichês de um jeito bem humorado, mantendo um aspecto fantástico. Uma pena que não é pra qualquer público, então, se será criticamente aclamado (como o piloto já está sendo), corre sério risco de ser cancelada por falta de audiência...
(Se bem que estamos falando da ABC, que conseguiu emplacar Ugly Betty no ano passado)



The Sarah Connor Chronicles
Fox - estréia em Janeiro/2008.
Produzido por Josh Friedman (Guerra dos Mundos), David Nutter (Supernatural) e C-2 Pictures (Exterminador do Futuro 3)

O que é: Dois anos depois dos acontecimentos de Exterminador do Futuro 2, Sarah (Lena Headey, de Irmãos Grimm) e John (Thomas Dekker, de Heroes) são obrigados a mudar-se de cidade em cidade, adotando nomes falsos, para evitar serem encontrados por novos Terminators. Quando um destes os encontram, Sarah e John recebem a ajuda de uma Terminator para viajar no tempo e chegar ao ano de 2007, à procura do novo criador da Skynet. Mas, claro, que isso não nos manterá a salvo por muito tempo.

Expectativa: 40%. O piloto é ótimo, muito bem dirigido e roteirizado. Muito interessante esse gancho que fizeram pra colocá-los no nosso presente, mas me preocupa muito o futuro a da série. Afinal, Sarah Connor não pode morrer (já que o nome dela está no título) e John Connor também não. Sobram apenas os Terminators que demonstraram pouco carisma. E não me venham com essa história de realidade paralela, por favor...



Bionic Woman
NBC - estréia 26/Set.
Produzido por David Eick (Battlestar Galactica), Laeta Kalogridis (Bird of Prey) e Glenn Morgan (Arquivo X)


O que é: Após um terrível acidente, a única chance de sobrevivência para Jaime Sommers (Michelle Ryan, de EastEnders) é ter partes de seu corpo reconstituídas por próteses biônicas na empresa de seu namorado Will. Essas próteses, ao lado de chips inseridos em sua operação, dão a Jaime habilidades incríveis. Agora, ela tem de adaptar-se com seu novo corpo, pagar suas dívidas com a companhia ultra-secreta que a operou e ainda combater uma estranha conspiração.

Expectativa: 60%. Depois do acidente, o piloto segue um ritmo alucinante para conseguir chegar à luta final entre Jamie e Sarah (Katee Sackhoff, de BSG), que por sinal, é muito bem coreografada. Claro que isso serviu para atrair anunciantes e garantir a série. Se conseguirem desenvolver melhor a personalidade de Jaime e a história que envolve Sarah Corvus tem tudo para ser interessante. Este piloto também terá modificações, a irmã surda de Jaime será substituída ou talvez retirada da série. Acho que será melhor, já que não precisa desse drama todo para desenvolver a Mulher Biônica.



Chuck
NBC - estréia 24/Set.
Produzido por Josh Schwartz (The O.C.) e McG (As Panteras)

O que é: Bryce (Matthew Bomer, de Traveler) trabalha como super-espião da CIA e aparentemente tem a tarefa de recuperar dados importantes de um computador (um Macintosh Classic de 1984...). Como já era de se esperar, ele está sendo perseguido e antes de sua morte consegue enviar esses dados encriptados para... Chuck (Zachary Levi). Ao abrir esse e-mail, Chuck é bombeardeado por imagens durante uma noite inteira, numa espécie de lavagem cerebral. Aí a pacata vida de Chuck, empregado no setor de suporte em uma grande loja de eletrônicos, vira de cabeça pra baixo, podendo perceber coisas (lembrando, ou prevendo) diretamente ligadas a ações do governo. E, claro, a NSA e a CIA não o deixarão em paz. Isso tudo enquanto ele tenta esquecer uma namorada do passado.

Expectativa: 90%. Com as cenas de ação sob o comando de McG, e toda a ambientação que Josh Schwartz consegue colocar em seus trabalhos, Chuck mostra um grande potencial. A história é envolvente, mesmo não fazendo o menor sentido todo esse papo de lavagem cerebral, e o elenco é muito bom, desde Zachary Levi dando vida ao geek Chuck até Yvonne Strzechowski, um grande achado, tanto pelo talento como pelo apelo sexual que empresta à personagem. Mas confesso que algumas cenas de ação pareceram forçadas demais, vamos ver o quanto elas farão parte da trama daqui pra frente.



Reaper
The CW - estréia 25/Set.
Produzido por Michelle Fazekas (Lei e Ordem), Tara Butters (Lei e Ordem), Mark Gordon (Grey's Anatomy), Deb Spera (Criminal Minds), Tom Spezialy (Desperate Housewives) e Kevin Smith (O Balconista).


O que é: No seu aniversário de 21 anos, Sam (Bret Harrison) tem uma visita inusitada: o Diabo em pessoa. Acontece que seu pai uma vez doente, resolveu vender a alma de seu primeiro filho ainda a nascer, para conseguir se recuperar. Sam agora deve trabalhar como um caçador a serviço do Diabo, recuperando as almas que fugiram do Inferno. Para isso, ele tem a disposição algumas habilidades telecinéticas e artefatos mágicos.

Expectativa: 40%. Talvez essa expectativa seja por conta de Ray Wise, que incorpora um Diabo charmoso e sádico, e consegue dominar todas as cenas que está na tela. O problema é que a missão conferida a Sam é bastante non-sense, principalmente o demônio que ele tem de caçar e o artefato ao estilo Ghostbuster. O clima lembra muito o de Buffy, embora com todas as histórias piegas que envolve, não tenha apelo nenhum com uma platéia mais adulta. Fora que, todas as metáforas que eram o grande culto a Buffy, aqui transformam-se em dilemas literais, como Sam deixando de lado sua passividade com a vida.



Flash Gordon
Sci-Fi - estréia 10/Ago.
Produzido por Matthew O'Connor e Tom Rowe.

O que é: Steven "Flash" Gordon (Eric Johnson) tem de lidar com o repentino aparecimento de um homem que diz que seu pai está vivo. Aí ele enfrenta um robô e encontra um aparato que o leva para outra dimensão (ou planeta, sei lá eu) dominado pelo tirano Ming. Eles procuram um tal de "Imex" que pertencia ao seu pai, mas Flash consegue fugir e acaba virando inimigo número 1 do tirano.

Expectativa: 0%. Corra! Fuja para as montanhas! Esse seriado é uma BOMBA. Péssimas atuações e as piores situações clichês que a televisão pode produzir. Perto dele, Smallville é uma obra-prima. O robô que Flash enfrenta é mais tosco que aqueles visto em Power Rangers, meu Deus.



e.fuzii

Um comentário:

Um Mero Espectador disse...

Desses todos, só vi o Pre Air de Californication (justamente por recomendação do Fuzii) e, como disse lá na comunidade, recomendo muito...

Morri de rir com as cenas de "boxe" e os efeitos causados nos encontros posteriores...