sexta-feira, 3 de outubro de 2008

[Mad Men] 2x09 Six Month Leave

Sendo o único ator coadjuvante indicado ao Emmy desse ano, minha grande surpresa até aqui, tecnicamente falando, foi o pouco tempo dado a John Slattery nessa temporada. É claro que Roger sempre esteve ali e às vezes até se destacava em um momento pontual com seu humor refinado. Como aconteceu no episódio anterior, divertindo-se enquanto apresentava Duck para Crab (e vice-versa) no jantar na casa dos Draper. Dessa vez, além de ter sido fundamental para resolver a situação de Freddy Rumsen, Roger acabou passando as coisas a limpo com sua esposa, revelando seu romance com a secretária de Don. Interessante é que a primeira vista achei que forçaram um pouco para Roger chegar nesse ponto, ainda mais por ter sido convencido em uma longa noite de bebedeira. Mas pensando bem, Roger está disposto a assumir esse risco: com dois ataques cardíacos no seu passado, ele não quer ficar esperando por seu "final infeliz". Essa sugestão de correr atrás do amor quando ainda há tempo também revela um Don Draper que, como sempre imaginei, teria corrido atrás de Rachel se tivesse a oportunidade. O mais engraçado é que Jane estava cada vez se aproximando mais de Don, com presentes e querendo saber de sua vida, o que pode ser uma situação que coloque ele e Roger em faces diferentes da mesma moeda.

Freddy Rumsen foi demitido, mas esse seria um termo forte demais para aquela época. Don, obviamente, é contra. Analisando seu passado, sabendo quantos de seus erros poderiam virar um problema, ele não entende porque alguém deve ser julgado apenas por um deslize, ainda mais pela forma como a sociedade trata a bebida. Nunca havia parado para pensar que Duck talvez fosse avesso à bebida, mas até faz sentido, já que acho que ele seria o primeiro a defender Freddy nessa situação. Ou é apenas Duck sendo rígido como um dia foram com ele. Don, sem nenhuma outra alternativa, resolve promover Peggy e a coloca numa situação difícil. Embora seja prazeroso ser ouvida agora até antes de qualquer decisão ser tomada, ela não concorda com os meios que a fizeram conseguir essa promoção, tomando o lugar daquele que lhe deu sua primeira chance. Peter, com sua frieza de sempre, convence ela de que a vida na empresa é cíclica e não adianta chorar por aqueles que já foram. Mas Peggy mostrou um respeito praticamente extinto na Sterling Cooper e espero que mantenham sua personagem com essas motivações.

Já entre o casal Draper, pouca coisa mudou. Betty no alto de sua ingenuidade, tenta sobreviver na condição de ex-esposa, mas não faz a menor idéia do que pode fazer sozinha. Ela não está interessada em saber como outros casais lidam com suas diferenças, até porque a questão não é o casamento, mas sim a análise do que ela será a partir daqui. Tanto é que num plano bastante audacioso, ela coloca Arthur e Sarah para almoçarem juntos e espera que assim os dois esqueçam dela por um tempo. No curto momento em que Don e Betty contracenam juntos, enquanto ele até já considera a idéia de estar longe de casa, Betty mostra uma nova postura longe das tantas mentiras de Don. Ainda espero que Betty procure alguma mulher mais liberal para conversar -- como a mãe de Glen -- e até mostrar seu amadurecimento, mas essa crise no casamento dos Draper deve ter hora para acabar, sem muita enrolação. Até porque, já começo a ficar incomodado com os dois filhos do casal.



e.fuzii

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