sexta-feira, 2 de novembro de 2007

[Heroes] 2x06 - "The Line"

Chegamos ao sexto episódio e esta segunda temporada de Heroes continua um verdadeiro teste de paciência para os fãs. Mais uma vez, pouca coisa aconteceu e os criadores da série apostam na boa vontade dos espectadores de que, no final das contas, a espera vai valer a pena. Para minha surpresa, o episódio não foi tão fraco como imaginei que seria, sendo, apesar de tudo, bem construído.



Talvez o motivo maior para eu ter gostado foi o fato de que todas as subtramas dividiram um tema em comum, algo que ainda não tinha sido bem elaborado nessa temporada: o título “The Line” faz referência aos limites ultrapassados por alguns personagens e que refletirão num futuro próximo na série.


Hiro, o protagonista da trama mais chata até agora, foi quem ultrapassou a linha mais perigosa: beijar a ultra-sem graça amada de Takezo Kensei irá alterar o curso da história ou ainda haverá salvação? Tudo bem que a coisa toda foi mal desenvolvida, mas finalmente sua saga no Japão medieval chegou a um ponto de alta expectativa para o episódio seguinte.


Hiro ao fundo: cruzando a linha do bom senso.


Claire, a protagonista da segunda trama mais chata até agora, também não tem andado na linha, graças a influência altamente negativa do ultra-sem graça West. Confesso que gostei da brincadeira de péssimo gosto com a colega pentelha, mas Claire não tem se mostrado uma pessoa das mais inteligentes, sendo levada a se expor mais do que deveria por um rapaz que, além de imaturo, dá a impressão de que facilmente pode ser levado para o lado negro da força. Vamos esperar sua reação quando encontrar com Mr. Bennet (próximo episódio?) para ver qual o papel do garoto nessa história toda.


Claire fingindo-se de morta: cruzando a linha da responsabilidade.


Falando no pai da Claire, sua linha ultrapassada foi a mais surpreendente. Por um momento, achei que Noah aceitaria a proposta de seu velho comparsa e novamente se aliar a Companhia. Matar Ivan a sangue-frio, após conseguir as informações que queria (um Haitiano era tudo que Jack Bauer iria querer na vida) torna o personagem um dos mais interessantes e mostra que para conseguir o que quer, Bennet não está pra brincadeira. A trama também mostrou que o Haitiano desenvolveu um pouco mais as suas habilidades. É o segundo personagem, depois de Matt, que descobrimos poder evoluir nos seus dons.


Mr. Bennet cruzando a linha da moralidade.


Como nenhum segredo dura muito tempo na série, tivemos uma rápida oportunidade de ver os quadros pintados por Isaac. Infelizmente, com exceção daquele que já havíamos visto (a morte de Bennet), nenhum deles traz alguma informação realmente interessante. A maioria deles pode ser vista no post da comentarista Tatiane logo abaixo.


Outra linha cruzada foi a fronteira dos EUA, pelos gêmeos Maya e Alejandro, com a ajuda de Sylar. Maya, especialmente, ultrapassou outro limite, ao usar seus poderes com um certo prazer. Acho que ninguém discorda quando digo que a trama deles é bem chatinha (a terceira mais chata pelos meus cálculos), mas o monólogo de Sylar para o paspalho do Alejandro salvou o dia. De fato, o plano dele é levá-los mesmo a Mohinder, o que faz todo sentido, já que o doutor talvez tenha a solução para o sumiço dos seus poderes.


Suresh, aliás, mostrou um pouco de atitude ao tomar a decisão de não injetar o vírus em Monica. Claro que ele continua sendo um grande imbecil, mas para sua sorte, ele é mais importante para a Companhia do que pensa. Foi interessante ver Bob ajudando e aconselhando Monica, o que indica que se trata de um daqueles vilões que só são vilões porque acreditam realmente nos seus ideais (como Angela e Linderman que acreditavam na necessidade de explodir NY). Colocar Jessica como parceira de Mohinder foi uma bela jogada, mas não explica como diabos ele conseguiu o consentimento de Niki/Jessica. Afinal, como vimos no episódio passado, Jessica queria matar Bob, enquanto Niki quer apenas a cura para seu transtorno. Espero que não seja mais uma daquelas situações que não explicam e ficam por isso mesmo.


Nova parceria: Mohinder & Jessica.


Também conhecemos mais um personagem: Adam Monroe, que segundo Bob, é uma grande ameaça. Como não leio spoilers e prefiro evitar informações dos próximos episódios, não sei qual a relação dele com a Companhia ou o pai de Matt. Mas ficou claro que Adam faz parte da vida de Peter desde o final da temporada passada, e que o personagem terá grande importância em breve.


E por fim, temos Peter Petrelli e Caitlin. Seria a quarta trama mais chata até agora? Sua jornada a Montreal não teve nada de interessante (o quadro que ele pintou serviu apenas para Caitlin ir junto – afinal, se ela estava na pintura, óbvio que ela tem que ir, não faz sentido?) e sua ida ao futuro (com um aviso de evacuação com data de 14 de Junho de 2008) anuncia uma New York devastada. Soa familiar? Tudo indica que o motivo não será o mesmo da temporada anterior, o que demonstra uma enorme criatividade dos roteiristas em elaborar as ameaças que nossos heróis têm que enfrentar.


Deja-vu: Nova York evacuada.


O criador da série, Tim Kring, em resposta aos baixos níveis de audiência que Heroes tem alcançado com esta segunda temporada, disse que a partir do sétimo episódio teremos os melhores episódios feitos até hoje. Segundo ele, a espera vai valer a pena. Mesmo que isso seja verdade, o fato é que estes seis episódios, em conjunto, foram de uma falta de talento impressionante. A temporada anterior também teve um início de preparação para os grandes eventos que viriam, mas tudo foi muito melhor construído, de forma mais intrigante e empolgante, e que foi responsável para consolidar a série como uma das mais cultuadas da atualidade. Agora, tudo que resta são pedidos de paciência, por parte dos autores. Eu ainda estou tendo. E vocês?


Episódio de transição, onde pouca coisa aconteceu, mas melhor construído que a maior parte do que vimos nessa temporada até agora. Nota 7,0.


No próximo episódio: Wells e Mr. Bennet; Peter descobre como será o futuro; e Matt, Nathan, Mohinder e Bob se juntam para enfrentar Mr. Parkman.




Hélio.

3 comentários:

Comentarista Tatiane disse...

Como assim "nenhum deles traz alguma informação realmente interessante"?

Embora nem todos os quadros estejam associados a spoilers já divulgados, eles tem muita ligação com o que está para vir em Heroes.

Hélio Flores disse...

Sim, óbvio que eles tem ligação com o que está por vir. Mas um quadro que mostra a morte de Bennet é interessante. Um que mostra Mohinder com uma arma, outro que mostra uma mão segurando algo, Niki batendo numa porta, Claire fingindo-se de morta... bom, nao ha nada de empolgante nisso, a bem da verdade.

Eu esperava que os quadros fossem reveladores, situações que nos deixasse intrigados e com alta expectativa. Como a morte de Bennet e Nakamura.

e.fuzii disse...

Estão reciclando a primeira temporada.
Acho que a greve dos roteiristas chegou mais cedo em Heroes.