domingo, 11 de outubro de 2009

[Melrose Place] S01E03 - Grand

Por Rafael S


Esse terceiro episódio de Melrose Place serviu para chacoalhar os personagens e dar aquela injeção de ânimo na série. Bem dinâmico, deu uma boa aprofundada em personagens que estavam em segundo plano, além de revirar o passado de personagens clássicos da série original.

Pegando a deixa desse último comentário, inegável que para mim a surpresa do episódio tenha sido a reconstituição de fatos que ocorreram durante o Melrose Place original. Uma manobra bem ousada, apertando ainda mais os laços entre as duas séries. Até hoje, 90210 não chegou a fazer algo parecido. A cena em questão é a da falsa morte da Sydney na série original - aqui contada pelo ponto de vista de Michael, e como ele forjou a documentação para outra mulher ser enterrada e deixar a ruiva livre. E como personagem destaque do capítulo, Michael ganha bastante espaço, e seus outros flashbacks se aprofundam ainda mais em sua relação com Sydney nos últimos 12 anos, e em possíveis motivos para um assassinato.

Mas nem só lembranças com a ruiva vive Michael. Sua relação com seu intempestivo filho David é bastante abordada também. David é visivelmente ressentido com o pai, pelo modo como ele abandonou sua mãe, e pela frieza de sua relação. Só que Michael está totalmente ciente dos negócios perigosos em que David anda se metendo e dá um ultimato ao garoto, prometendo vigiá-lo de perto. Uma discussão onde ambos os lados tem culpa, e parecem não ser confiáveis. Com Michael entrando de vez na trama, o seriado tem tudo para pegar fogo - e a última cena, com as pastas no seu computador com o nome de vários moradores do 4616 da antiga e da nova versão dá uma ideia de que o doutor parece ter grandes planos arquitetados, além de ser uma ótima deixa para a entrada de outros personagens da série clássica no spin-off.



E ainda falando sobre Michael (definitivamente esse foi seu episódio), ele ainda começou uma inusitada parceria com Lauren. Embora ele seja um médico renomado, e ela uma estudante de medicina, não havia passado na minha cabeça que seus caminhos poderiam se cruzar. E em apenas um capítulo, essa interação já rendeu frutos, se encaixando perfeitamente no plano de Michael de vigiar o filho de perto. Terá ele ganhado uma aliada (mesmo sem intenções por parte dela)?

Mas se a série ganha em adrenalina nessas partes, o relacionamento entre Jonah e Riley é sempre um banho de água fria. O casal, nesses três episódios, ficou engessado nessa trama de noivado e simplesmente parou de render. Riley é uma personagem totalmente sem graça. A roteirista ainda tentou dar um pouco de drama para ela ao adicionar seu beijo com Auggie, mas nem esse flerte funcionou, soou totalmente artificial. Já Jonah tem um pouco mais de sorte. Embora seus momentos com Riley sejam um pé no saco (seja discutindo, seja felizes um com o outro), ao se meter nas intrépidas aventuras de Ella ele vira outro personagem, muito melhor. Legal ver sua carreira se desenvolvendo, ainda que aos trancos e barrancos e sem o reconhecimento devido (já que ele dirigiu mas não assinou o videoclipe). A parceria Jonah/Ella é ótima, com ela minando o relacionamento dele e se oferecendo bem sutilmente, e ele totalmente empolgado com as oportunidades e desafios profissionais que ela lhe proporciona.

E Violet cada vez se mostra mais instável. Eu havia notado seus olhares tortos, vagos e suas respostas estranhas nos dois primeiros capítulos, mas tinha pensado que era apenas impressão minha. Mas aqui ela dá vazão ao seu lado psicótico. Além de esboçar uma relação stalker com Auggie, ela invadiu o apartamento de Sydney, só para revirar os pertences da falecida, e roubou pra si um vestido da ruiva. Ela parece querer experimentar situações e momentos que sua (suposta) mãe viveu: um relacionamento com Auggie, utilizar suas roupas, boiar na piscina assim como o cadáver da Sydney foi encontrado...com folga Violet é a personagem mais misteriosa da série, e sua faceta sombria ainda vai render muita história no condomínio.



Esse foi o episódio que a série precisava para entrelaçar as tramas de seus personagens. Estabelecendo várias interações e parcerias, os destinos dos moradores parece cada vez mais dependente um do outro. E essas alianças são bastante frágeis, e o panorama pode mudar a qualquer momento. Ella e Jonah. Auggie e Riley. Violet e Auggie. David e Michael. Michael e Lauren. Não sei o que pode sair daí, mas as perspectivas são promissoras.

E como grande fã da banda, não poderia de citar com felicidade a utilização de Daniel, do Bat for Lashes, como trilha dos momentos finais do episódio. Uma das minhas bandas preferidas, e uma das melhores músicas do ano. Que jeito fantástico de encerrar um episódio e ganhar esse redator aqui!

Fotos: Reprodução



Rafael S
http://twitter.com/rafaelsaraiva

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